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Responsável pela retirada de La Paz para o Brasil do então senador boliviano Roger Pinto Molina, o diplomata Eduardo Saboia será embaixador no Japão. O Senado aprovou a indicação do nome de Saboia por 41 votos a favor, oito contra e uma abstenção.

Em 2013, Saboia organizou a retirada da Bolívia por terra até o Brasil do senador, após avisar ao governo brasileiro que havia riscos à integridade física do parlamentar. Pinto Molina ficou 455 dias abrigado na Embaixada do Brasil em La Paz.

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Opositor do governo do presidente Evo Morales, Pinto Molina não obteve salvo-conduto para deixar a Bolívia e vir para o Brasil. O processo envolvendo a retirada do senador provocou, em 2015, uma punição ao diplomata brasileiro. Ele foi suspenso por 20 dias das atividades no Ministério das Relações Exteriores. Há dois anos, Saboia foi promovido a embaixador.

Divisão

A indicação dividiu os votos dos senadores. O senador José Serra (PSDB-SP), ex-ministro das Relações Exteriores, elogiou o currículo de Saboia e lembrou que ele foi o responsável pela promoção do diplomata.

A senadora Vanessa Graziottin (PCdoB-AM) criticou a quebra de hierarquia feita por Eduardo Saboia e classificou o episódio de "fuga fantástica". O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) defendeu o diplomata.

Saboia vai substituir o atual embaixador em Tóquio, André Corrêa do Lago. Em abril, o governo japonês concedeu o chamado agrément ao diplomata que é a confirmação da indicação de um embaixador estrangeiro para exercer as funções. O Brasil também concede costumeiramente agréments a embaixadores de outros países que passarão a morar em Brasília.

O Ministério das Relações Exteriores informou hoje (25) que abrirá inquérito para apurar a chegada ao Brasil do senador boliviano Roger Pinto Molina, que estava refugiado na Embaixada do Brasil em La Paz há mais de um ano. Segundo nota do Itamaraty, o Ministério está reunindo informações sobre as circunstâncias em que se verificou a saída do senador boliviano da Embaixada brasileira e de sua entrada em território nacional.

Molina desembarcou em Brasília na manhã deste domingo (25). Ele estaria acompanhado do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado.

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De acordo com o Itamaraty, o Encarregado de Negócios do Brasil em La Paz, Ministro Eduardo Saboia, está sendo chamado a Brasília para esclarecimentos. O ministério diz ainda que "tomará as medidas administrativas e disciplinares cabíveis" em relação ao caso.

Opositor do presidente Evo Morales, Molina se diz perseguido por suas posições políticas e por ter acusado membros do governo de envolvimento com o narcotráfico. Pesam contra ele mais de 20 acusações de corrupção na Justiça, todas negadas pelo senador.

Em maio do ano passado, o senador entrou na Embaixada do Brasil em La Paz e pediu asilo político. Dez dias depois, o governo da presidente Dilma Rousseff anunciou a concessão de asilo, mas Bolívia se recusou a dar o salvo-conduto necessário para que ele viajasse para o Brasil. Desde então, Brasília e La Paz negociam de maneira discreta a libertação do senador.

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