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Um avião de pequeno porte caiu no início da noite deste sábado, 12, no aeroclube de Luziânia, cidade goiana no entorno do Distrito Federal, a cerca de 200 quilômetros de Goiânia. A aeronave prefixo PU-MON ficou destruída e o piloto, Roger Pinto Molina, de 58 anos, único ocupante, saiu gravemente ferido. Molina foi senador na Bolívia pelo Plano de Progresso para a Bolívia - Convergência Nacional, partido de extrema direita.

Ele se tornou conhecido no Brasil em 2012 quando, acusado no governo Evo Morales por irregularidades como dano econômico ao Estado, estimados na época em US$ 1,7 milhões, em mais de 20 processos, se refugiou na embaixada do Brasil em La Paz. Conseguiu asilo no Brasil no ano seguinte sob alegação de perseguição política. Sua fuga para o Brasil, transportado de carro pela fronteira boliviana em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, causou dissabores ao governo brasileiro e levou à demissão do então ministro das relações exteriores, Antônio Patriota.

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O ex-senador também foi lembrado em 2016, dessa vez por conta do acidente com o avião da Chapecoense, na Colômbia, por ser sogro do piloto da aeronave, Miguel Quiroga.

Queda. O avião com Molina tinha parado no aeroclube de Luziânia para um rápido abastecimento. Assim que a operação terminou a aeronave decolou, mas caiu próximo da pista.

O Corpo de Bombeiros de Luziânia prestou socorro ao piloto que ficou preso às ferragens. Ele foi removido com várias lesões e transportado de helicóptero para o Hospital de Base de Brasília.

O governo brasileiro ainda não decidiu se irá conceder refúgio ao senador boliviano Roger Pinto Molina, um dos principais opositores ao governo do presidente Evo Morales. O prazo para que ele permaneça no País se encerra no dia 24 de fevereiro, mas o Secretário Nacional de Justiça, Paulo Abrão, informou que ainda não há definição a respeito.

"Tudo ainda depende das diligências que foram promovidas dentro do processo e que ainda dependem de resposta", justificou o secretário, acrescentando que o caso corre em sigilo no Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) e que, portanto, não poderia dar mais detalhes. Até a definição, contudo, o senador poderá ficar no País. "Expirando o prazo final, basta ele procurar qualquer delegacia da Polícia Federal e renovar a permissão provisória para ficar no País. Esse prazo pode ser renovado indefinidamente até a decisão final do Conare." O Grupo Estado apurou que a decisão sobre só deve ser tomada após a campanha presidencial para evitar mais desgastes para o governo Dilma Rousseff.

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O governo da Bolívia encaminhou ao Ministério da Justiça brasileiro documentos que tentam mostrar que Pinto Molina responde a mais de 20 processos judiciais por crimes comuns e que sua fuga para o País teria como objetivo evitar as condenações. Por essa razão, a Bolívia pede que o Brasil não conceda o refúgio.

O advogado do senador boliviano, Fernando Tibúrcio Peña, afirmou que o adiamento, passados seis meses do pedido, causa intranquilidade ao seu cliente e demonstra que o processo ainda esta politizado. A defesa sustenta que os processos são resultado de perseguição política do governo Evo Moraes ao opositor Pinto Molina. "Na época em que ele chegou ao Brasil, o ministro da Justiça me disse que havia interesse em resolver o caso rapidamente, mas vejo que o caso continua politizado", disse. Segundo ele, seu cliente teve apenas uma condenação, por corrupção, com pena de prisão de um ano, em processo que está em fase recursal.

Pinto Molina fugiu da Bolívia com a ajuda do diplomata brasileiro Eduardo Sabóia, em agosto passado, após ficar 455 dias morando na embaixada do Brasil em La Paz. A fuga com a ajuda da diplomacia irritou a presidente Dilma Rousseff, que tem boas relações com o governo bolivariano, e culminou com a queda do ministro das Relações Exteriores Antonio Patriota e a abertura de sindicância contra Sabóia que pode resultar na sua demissão do serviço público.

O ex-presidente da Bolívia Jorge Quiroga apresentou agradecimento nesta quinta-feira (17), ao governo e aos parlamentares brasileiros pela concessão de asilo ao ex-senador pelo seu país Roger Pinto Molina. Em visita ao Senado, Quiroga criticou o atual presidente boliviano, Evo Morales, e mencionou a acolhida do País a Molina, que ficou asilado na embaixada do Brasil em La Paz por mais de um ano e de onde saiu em um episódio que contou com a atuação do diplomata Eduardo Saboia e do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES).

Quiroga governou a Bolívia entre 2001 e 2002. Segundo ele, as eleições livres no seu país não representam a efetiva democracia no regime do atual presidente, que na sua opinião, "quer se perpetuar no poder e burlar a Constituição" boliviana. O texto constitucional prevê apenas dois mandatos consecutivos. Alvo de acusações que correm na Justiça, o ex-presidente disse que o poder está a serviço do atual governo.

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"Antes, havia os paredões. Atualmente, o paredão é o judicial", afirmou Quiroga, que visitou parlamentares da Comissão de Relações Exteriores do Senado, colegiado presidido por Ferraço.

O diplomata Eduardo Saboia, responsável pela saída do senador Roger Pinto Molina da Bolívia, reuniu-se nesta terça-feira, 17, com parlamentares para agradecer pelo apoio recebido após a fuga rumo ao Brasil, realizada no dia 24 de agosto passado. A decisão de Saboia culminou na demissão do então ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, pela presidente Dilma Rousseff.

No fundo do plenário do Senado, o servidor do Itamaraty conversou durante cerca de cinco minutos com o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG); o líder e o vice líder do PSDB no Senado, respectivamente Aloysio Nunes Ferreira (SP) e Alvaro Dias (PR); o presidente do Democratas, senador Agripino Maia (RN); e com o deputado federal Jutahy Junior (PSDB-BA). Ele foi convidado por Aécio Neves.

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A conversa no plenário com os oposicionistas foi presenciada pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que abordou Saboia na saída do local. Nesse período, o diplomata não foi visto pela reportagem falando com senadores da base aliada.

Saboia disse ter ido ao Senado apenas "agradecer". "Sou servidor público e sirvo a governos eleitos democraticamente. Como diplomata, a minha função é colaborar. A função do Itamaraty é executar a política externa determinada pelo governo", afirmou. Ele disse ter vindo agradecer o gesto de parlamentares de vários partidos e também de pessoas "não parlamentares".

Questionado como está sua decisão no Itamaraty, o diplomata afirmou que há uma sindicância em curso, contra a qual está se preparando para respondê-la. Ele se disse "tranquilo". "Eu salvei uma vida e eu procurei defender a honra do meu País", disse, ao destacar que tinha "respaldo" na decisão que tomou de tirar o senador boliviano, abrigado na embaixada brasileira em La Paz. "Tenho respaldo e isso ficará claro na sindicância", completou.

Saboia disse que ainda não retornou ao trabalho, apesar de se dizer pronto para a jornada. "O contribuinte brasileiro está me pagando e eu estou pronto. Eu, chamado ao serviço, estou à disposição e tenho sido bem tratado pelo Itamaraty", destacou.

Os supostos crimes pelos quais o senador boliviano, Roger Pinto Molina, refugiado temporariamente no Brasil, responde em seu país de origem geraram um impacto econômico equivalente a quase R$ 6 milhões - 18 milhões bolivianos, moeda local). O valor foi informado por autoridades da Bolívia que se reuniram na tarde desta sexta-feira, 6, com os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Advocacia Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams.

Segundo o ministro da Casa Civil da Bolívia, Carlos Romero, Molina é acusado de cinco crimes, a maioria deles por uso irregular e desvio de dinheiro público - um deles é por violação à legislação ambiental. "É um caso estritamente judicial. São fatos anteriores ao governo do presidente Evo Morales. Não se trata então de situações geradas por uma ação política. É um fugitivo da justiça boliviana", afirmou Romero.

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Ele e os demais integrantes da comitiva entregaram documentos que, de acordo com eles, comprovam que o senador é um "fugitivo da justiça boliviana e não um perseguido político". O material, agora, segue para análise do Comitê Nacional para Refugiados (Conare). "Queremos respeito aos tratados internacionais, à legislação. Esperamos uma decisão sábia do Conare", destacou Romero. A defesa de Molina também poderá apresentar documentos que achar necessário. Não há prazo para a decisão ser tomada. O advogado do senador ficou detido na quinta-feira, 4, por quase seis horas na cidade de Santa Cruz de la Sierra, onde teve documentos apreendidos pela polícia local, antes de embarcar para o Brasil.

Cardozo destacou o Brasil tem seguido a legislação do País para esses casos. "Quando uma pessoa ingressa em território nacional e pede refúgio, essa condição é automaticamente deferida provisoriamente", explicou o ministro. O caso então é analisado pelo Conare e caso o asilo seja negado, ainda cabe recurso ao Ministério da Justiça. Se o Brasil negar o pedido de Molina, cabe ao governo boliviano o pedido de extradição, que passa, ainda, por análise do Supremo Tribunal Federal (STF). "Se é negado (o pedido de refúgio de Molina) ele passa a ser considerado um estrangeiro ilegal. O tratamento dado a partir dai depende do país de origem.", completou.

Molina está no Brasil há 13 dias. Nos 455 dias anteriores ele esteve abrigado na embaixada brasileira em La Paz. Sua saída do país deflagrou uma crise diplomática que tirou o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, do cargo. O senador nega as acusações que se referem a desvio de recursos públicos e corrupção.

Além de Romero, estiveram na reunião as ministras da Transparência Institucional e Luta contra a Corrupção, Nardi Suxo, e da Justiça, Cecilia Ayllón, além de integrantes do Ministério Público boliviano.

O Palácio do Planalto confirmou que a presidente Dilma Rousseff telefonou nesta quarta-feira, 28, para o presidente da Bolívia, Evo Morales. A conversa, às 15 horas, quando Dilma estava no Palácio da Alvorada, durou cerca de cinco minutos. Mas a equipe da presidente evitou divulgar o teor da conversa, limitando-se a dizer apenas que "foi cordial".

No telefonema da tarde desta quarta, entretanto, Dilma disse a Morales que trocou o ministro das Relações Exteriores, sinalizando que já tomou providências sérias por causa do que ela mesmo considerou como um "grave episódio". Dilma e Morales combinaram de se reunir na próxima sexta-feira, 30, em Paramaribo, no Suriname, onde ocorrerá reunião da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

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O desgaste entre os dois países remete à fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina, que estava na missão diplomática do Brasil em La Paz desde maio de 2012. Pinto Molina chegou ao Brasil no último sábado, 24, após uma viagem de 22 horas em veículo diplomático brasileiro. O caso gerou impasse entre Brasil e Bolívia, pois Pinto Molina é opositor do presidente Evo Morales. O caso derrubou Antonio Patriota do Ministério das Relações Exteriores (MRE) na segunda-feira, 26. Nesta quarta, o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado assumiu o comando do MRE.

Em meio à crise diplomática entre Brasil e Bolívia por causa da fuga do senador Roger Pinto Molina, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, afirmou que a operação feita pelo diplomata Eduardo Saboia foi um episódio "inadequado" e que desrespeitou a soberania de La Paz. Evitando comentar qual o possível desfecho para a situação do senador, Carvalho afirmou esperar que o processo em torno das acusações contra Molina "possa evoluir" para que se tenha clareza da natureza das acusações.

"Não é adequado que nós tomemos qualquer atitude que firam a soberania de um País. E, no caso, nós entendemos que não foi adequada a atitude de se tirar do país esse senhor, esse senador", comentou o ministro a jornalistas, ao participar de encontro com movimentos sociais no Palácio do Planalto. "O governo brasileiro não aprova essa atitude. Não importa o país, seja a Bolívia, Estados Unidos, França, Inglaterra ou Japão, todos temos de trabalhar, nos comportar, respeitando a soberania."

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Carvalho argumentou que "não é porque a Bolívia é um país frágil que podemos de tratá-la de maneira diferenciada". O ministro acrescentou que não sabe se a atitude seria a mesma caso o cidadão estivesse em um país como Estados Unidos, França ou Inglaterra, destacando que não queria julgar as intenções do diplomata.

Ele evitou responder qual pode ser o desfecho deste caso. "Não sou especialista em política internacional, não posso sugerir soluções." Na avaliação do ministro, não há crise efetiva nas relações entre Brasília e La Paz, "porque a reação do governo brasileiro foi muito imediata, desaprovando o gesto praticado".

A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, 24, um convite para que o novo ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, que tomou posse nesta manhã, explique ao Parlamento os termos da contratação de médicos cubanos para o Programa Mais Médicos. O novo chanceler, assim como o ministro da Defesa, Celso Amorim, terão de esclarecer também à Comissão o imbróglio envolvendo a fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina para o Brasil.

Além dos ministros, os deputados querem ouvir o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, e o diplomata brasileiro em La Paz, Eduardo Saboia. Os parlamentares querem conhecer os detalhes das condições em que Molina viveu na Embaixada Brasileira na Bolívia e as circunstâncias da vinda para o Brasil. O senador chegou ao Brasil clandestinamente no sábado, 24, após 15 meses asilado na embaixada em La Paz. Nesta quarta-feira, o presidente da Bolívia, Evo Morales, pediu que o Brasil entregue o senador opositor Roger Pinto às autoridades bolivianas.

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OPAS

No requerimento sobre a contratação de profissionais de saúde cubanos, os membros da Comissão apontam a necessidade de acesso ao termo de cooperação com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). A oposição questiona a forma de pagamento dos cubanos, que receberão apenas parte dos R$ 10 mil oferecidos pelo governo brasileiro, uma vez que os recursos são destinados diretamente ao governo cubano.

O requerimento sobre os médicos cubanos foi apresentado pelos deputados Fábio Souto e Claudio Cajado, ambos do DEM da Bahia. Nesta terça-feira, 27, o líder do partido na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), criticou a falta de acesso ao contrato. "A Opas se transformou no novo navio negreiro do século 21. Estão usando a Opas para fazer esse contrabando de médicos cubanos ao Brasil", acusou.

David Miranda

Os deputados também aprovaram convite para ouvir o embaixador britânico no Brasil, Alexander Ellis, sobre a detenção do brasileiro David Miranda no aeroporto de Heatrow, em Londres. David é o companheiro do correspondente do jornal "The Guardian" Glenn Greenwald e foi interrogado durante nove horas por autoridades britânicas no dia 18. Se aceitar o convite, o diplomata inglês será recebido em reunião fechada com os parlamentares.

A ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, esquivou-se nesta quarta-feira, 28, de fazer comentários sobre a situação a que foi submetido o senador boliviano Roger Pinto Molina, que ficou 455 dias asilado na embaixada brasileira em La Paz. Lembrada que o senador ficou limitado a um "cubículo" com direitos cerceados, como relatou o embaixador interino do Brasil na Bolívia, Eduardo Saboia, em situação de desrespeito aos direitos humanos, Maria do Rosário disse que não iria opinar porque isso "diz respeito a uma situação que ocorreu na Bolívia".

Para a ministra, a Secretaria de Direitos Humanos faz uma "atuação interna no Brasil e a representação de direitos humanos no mundo é uma questão do Itamaraty". Diante da insistência da imprensa que a situação poderia ser considerada de desrespeito aos direitos humanos, a ministra respondeu: "a posição do Brasil é pela não ingerência e solução local na situação. Foi isso que a presidente disse no seu discurso".

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Questionada se o governo brasileiro não poderia ser acusado de estar compactuando com desrespeito aos direitos humanos, a ministra respondeu que, na verdade, o senador estava sendo "acolhido" pelo Brasil.

Para evitar comentar o assunto, a ministra Maria do Rosário afirmou que a presidente Dilma já havia "pontuado" muito bem esta questão. "O discurso dela é referência para nós. Nós não colocamos ninguém, jamais, em situação de risco. Decisões deste tipo têm de ser tomadas em acordo. Não se pode tomar decisões individuais. Portanto, não me cabe nenhuma condenação fora da linha que o governo adotou", declarou a ministra.

O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams, disse nesta quarta-feira, 28, que o senador boliviano Roger Pinto Molina tinha um asilo diplomático, que é provisório. Portanto, para permanecer no Brasil, precisará obter o asilo político junto ao governo brasileiro. "É asilo provisório, preliminar, que pode ou não se converter em asilo territorial, asilo político propriamente dito", esclareceu Adams, antes da posse do novo ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, no Palácio do Planalto.

Caso o senador solicite refúgio ao Brasil, Adams explicou que, neste caso, ele não pode ser extraditado. "É acolhido na legislação brasileira. Se não for concedido o refúgio, não havendo pedido de extradição (por parte da Bolívia), ele tem que sair do País, mas não necessariamente para a Bolívia", disse.

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Adams informou que ainda não há nenhuma posição do governo brasileiro sobre a possibilidade de refúgio, esclarecendo que, se for feito o pedido, ele será analisado pelo Ministério da Justiça e pelo Itamaraty, no momento certo. A decisão cabe ao Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), que é um órgão colegiado, vinculado ao Ministério da Justiça, que reúne vários segmentos representativos do governo, da sociedade civil e das Nações Unidas. Adams não quis informar qual é o prazo para esta análise. Diante da insistência dos jornalistas se havia um posicionamento do governo brasileiro com relação ao possível refúgio, Adams disse: "Não é uma posição que vai ser específica do governo. Será uma posição do conselho".

Segundo ele, para Pinto Molina receber o refúgio, deverão ser avaliadas se estão configuradas as situações previstas na lei do refúgio. "O refúgio é um recurso que atende pressão por razões políticas, de credo, de religião. É mais amplo que o asilo político. O refúgio é uma concessão vinculada. Tem que estar presente aquela circunstância que a lei prevê, é um procedimento que está restrito aos termos da lei", explicou, lembrando que, no caso do ex-ativista italiano Cesare Battisti, a tese do refúgio foi negada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O advogado-geral da União também afastou a possibilidade de influência política no caso do senador boliviano, insistindo que serão avaliados requisitos legais. "O STF já disse que não é possível fazer um juízo discricionário na concessão do refúgio. Ao contrário do asilo político", disse.

Questionado se a presença de Pinto Molina no Brasil seria um constrangimento ao governo brasileiro, Adams argumentou que o governo já havia concedido asilo político (diplomático) e tinha pedido salvo-conduto. "Não acho que o governo possa se sentir constrangido com a situação específica". Segundo ele, o que o Conare decidir será respeitado.

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, criticou nesta terça-feira, 27, a postura do governo Dilma em relação à crise no Ministério das Relações Internacionais por conta da transferência do senador boliviano Roger Pinto Molina para o País. Segundo Aécio, "é deplorável, sob todos os aspectos, a atitude tomada pelo governo da presidente Dilma Rousseff no episódio", afirmou, em nota.

O tucano, um dos nomes mais cotados de seu partido para concorrer à Presidência da República em 2014, ressaltou que apoia o diplomata Eduardo Saboia, que comandou a operação para a vinda do senador boliviano, e diz que ele merece "nossa solidariedade". "Ao expor à execração pública o diplomata Eduardo Saboia, o governo brasileiro se curva, mais uma vez, a conveniências ideológicas. Mais grave ainda, abandona as melhores tradições da nossa diplomacia", afirma.

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Segundo Aécio, o governo Dilma preferiu submeter-se às imposições do governo Evo Morales "e jamais atuou efetivamente para solucionar o impasse diplomático e garantir ao senador Molina a concessão do salvo-conduto que as boas normas do direito internacional recomendam e impõem em situações assim". Ele destaca ainda que o Itamaraty, por conta do episódio, deixou de lado seus valores tradicionais. "Historicamente, a prática do Itamaraty sempre se pautou no respeito aos direitos humanos, na defesa intransigente da liberdade, na obediência estrita ao estado democrático de direito."

Para o senador tucano, o encarregado de negócios da embaixada brasileira em La Paz "claramente agiu movido pelos mais elevados valores morais, por razões humanitárias e em defesa da dignidade humana."

O presidente tucano diz ainda que o partido condena "de forma veemente a opção escolhida pelo governo brasileiro por curvar-se a interesses menores, não condizentes com nossas melhores tradições diplomáticas", finaliza a nota.

O Ministério da Defesa divulgou nesta terça-feira, 27, uma nota sobre a atuação dos fuzileiros navais na embaixada brasileira na Bolívia, quando do deslocamento do senador Roger Pinto Molina de La Paz à cidade brasileira de Corumbá (MS). Segundo o ministério, "a participação dos fuzileiros teve o objetivo exclusivo de garantir a segurança do diplomata brasileiro", no caso, o encarregado de negócios do Brasil em La Paz, Eduardo Saboia.

Dois militares que acompanharam, de carro, o trajeto até a fronteira do Brasil com a Bolívia integram o destacamento de fuzileiros navais, que, segundo a nota do ministério da Defesa, tem como atribuição "prover a segurança da embaixada, do chefe do posto e dos demais integrantes do corpo diplomático brasileiro na Bolívia".

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"Os militares participaram da viagem ao serem convocados pelo encarregado de negócios da embaixada brasileira em La Paz. De acordo com informações já prestadas pela Marinha do Brasil, a participação dos fuzileiros teve o objetivo exclusivo de garantir a segurança do diplomata brasileiro", diz a nota.

A Defesa informa ainda que, no dia da viagem, os três adidos militares do Brasil na Bolívia estavam na cidade de Cochabamba, em evento oficial do exército boliviano. "Os adidos afirmaram que, em momento algum, foram informados da ação de deslocamento do senador boliviano para o Brasil. Dessa forma, nenhuma autoridade brasileira, no âmbito do Ministério da Defesa, foi consultada ou tomou conhecimento da viagem antes de o senhor Roger Pinto ter ingressado em território brasileiro", destaca a nota assinada pela assessoria de comunicação do ministério.

A presidente Dilma Rousseff já havia informado, mais cedo, ao participar de solenidade no Congresso Nacional, que o ministro da Defesa, Celso Amorim, prestaria esclarecimentos ainda nesta terça sobre a fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina da embaixada brasileira em La Paz. O senador contou com a ajuda do diplomata brasileiro Eduardo Saboia para deixar o país e o caso gerou uma crise diplomática entre Brasil e Bolívia, que acabou provocando a queda de Antonio Patriota do Ministério de Relações Exteriores.

Demonstrando irritação com o episódio da entrada do senador boliviano Roger Pinto Molina no Brasil, a presidente Dilma Rousseff fez questão de dar uma declaração à imprensa para destacar a sua preocupação com a segurança do senador. Dilma também aproveitou a conversa com jornalistas para distinguir a situação de confinamento do senador na embaixada brasileira em La Paz da realidade de presos políticos no Brasil durante a ditadura militar.

"Não há nenhuma similaridade. E eu estive no DOI-Codi. Eu sei o que é o DOI-Codi. E asseguro a vocês: é tão distante o DOI-Codi da embaixada brasileira lá em La Paz, como é distante o céu do inferno. Literalmente, isso", disse Dilma, irritada, questionando um dos principais argumentos usados pelo encarregado de negócios do Brasil em La Paz, Eduardo Saboia.

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A presidente afirmou que o Brasil "jamais" poderia aceitar em momento algum sem salvo-conduto do governo da Bolívia trazer Molina para o Brasil. "Não poderia colocar em risco a vida de uma pessoa que estava sob sua guarda", disse.

Dilma reagiu ainda dizendo que a embaixada brasileira em La Paz é "extremamente confortável" e ressaltou que o governo brasileiro tentou negociar em "vários momentos" o salvo-conduto de Molina. "E não conseguimos", observou.

"Lamento profundamente que um asilado brasileiro tenha sido submetido à insegurança que esse foi. Porque um Estado democrático e civilizado, a primeira coisa que faz é proteger a vida, sem qualquer outra consideração. Protegemos a vida, a segurança, e garantimos o conforto ao asilado", ponderou a presidente.

"Se nada aconteceu (com o senador na "fuga") não é a questão, poderia ter acontecido", declarou a presidente, acrescentando: "Um governo não negocia vidas, um governo age para proteger a vida. Não estamos em situação de exceção."

A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira, 27, que o ministro da Defesa, Celso Amorim, prestará esclarecimentos ainda hoje sobre a fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina da Embaixada brasileira em La Paz. O caso gerou uma crise diplomática entre o Brasil e Bolívia, além de provocar a queda de Antonio Patriota do Ministério das Relações Exteriores. Dois fuzileiros navais fizeram a escolta dos carros oficiais da embaixada usados no deslocamento do senador boliviano até a fronteira com o Brasil.

Dilma evitou responder se Amorim seria responsabilizado da mesma forma que Patriota, pelo fato de a cadeia de comando das Forças Armadas ter conhecimento do plano de fuga de Molina e supostamente não ter repassado a informação a Amorim. "O ministro Celso Amorim vai esclarecer hoje, ao longo do dia, devidamente, a questão que envolveu os dois fuzileiros navais", afirmou a presidente, após participar de cerimônia no Congresso Nacional.

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A queda de Patriota tornou-se inevitável após a irritação no Palácio do Planalto com a fuga do senador boliviano de oposição a Evo Morales, organizada pelo encarregado de negócios do Brasil em La Paz, Eduardo Saboia. Diante do que qualificou de "gravíssimo episódio", a presidente Dilma Rousseff decidiu imediatamente afastar o chanceler, tentando demonstrar ao próprio Evo sua indignação com o ocorrido.

Dilma já havia conversado com Patriota e determinado que cancelasse a sua viagem à Finlândia e permanecesse no Brasil para resolver o caso. A presidente estava "inconformada" com a situação e queria saber exatamente quem estava a par da ação idealizada por Saboia.

A entrevista do senador boliviano Roger Pinto Molina prevista para as 15 horas desta terça-feira, 27, na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado está cancelada. A suspensão ocorreu a pedido do advogado Fernando Tibúrcio Peña, que está realizando a defesa de Pinto Molina. O advogado conversou com o presidente da CRE, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), e argumentou que seria melhor cancelar a audiência devido aos "últimos desdobramentos", ou seja, devido à queda de Antonio Patriota do comando do Ministério das Relações Exteriores (MRE). O cancelamento foi confirmado pela equipe de Ferraço. Não foi marcada nova data para essa audiência.

Pinto Molina chegou ao Brasil no último sábado, 24. Ele estava na missão diplomática do Brasil em La Paz desde maio de 2012, onde tinha obtido asilo, mas a Bolívia se recusava a conceder autorização para que o senador viajasse. Na sexta-feira, 23, foi retirado da embaixada em um veículo diplomático, escoltado por militares brasileiros, e chegou a Corumbá (MS) no sábado após 22 horas de viagem. Segundo relato do presidente da CRE, o parlamentar boliviano viajou em uma comitiva de dois carros com placas consulares, acompanhado do encarregado de negócios da embaixada brasileira em La Paz, Eduardo Sabóia.

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Desgastado com a fuga do senador boliviano, o chanceler Antonio Patriota perdeu o cargo na segunda-feira, 26. A queda foi desencadeada pela operação para liberar Pinto Molina da Embaixada do Brasil em La Paz. Para a presidente Dilma Rousseff, foi um "gravíssimo episódio". Ela, inclusive, já escolheu o novo titular do MRE: será Luiz Alberto Figueiredo, que até agora ocupava o cargo de embaixador do Brasil nas Nações Unidas (ONU).

A Corregedoria do Itamaraty instituiu nesta terça-feira, 27, comissão de sindicância para apurar os fatos relacionados à saída do senador boliviano Roger Pinto Molina da Embaixada do Brasil em La Paz e sua entrada em território brasileiro. A comissão será presidida pelo assessor especial do ministro da Controladoria-Geral da União, o auditor fiscal da Receita Federal Dionísio Carvalhedo Barbosa, e será integrada ainda pelos embaixadores Clemente de Lima Baena Soares e Glivânia Maria de Oliveira.

Molina, que é opositor do presidente da Bolívia, Evo Morales, chegou ao Brasil no último sábado, 24, depois de uma viagem de 22 horas em veículo diplomático brasileiro. Ele estava na representação diplomática do Brasil em La Paz desde maio de 2012. O caso levou o ex-chanceler brasileiro Antonio Patriota a pedir exoneração do cargo ontem, 26. Patriota será substituído pelo embaixador Eduardo dos Santos, interinamente e, depois, em definitivo, por Luiz Alberto Figueiredo, que atua como representante permanente do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), cargo que agora será ocupado por Patriota.

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A comissão de sindicância foi criada por portaria assinada pelo corregedor do serviço exterior, Heraldo Póvoas de Arruda. O documento está publicado no Diário Oficial da União desta terça-feira.

A operação diplomático-militar que conduziu a fuga da Bolívia do senador de oposição Roger Pinto foi comunicada aos escalões superiores das Forças Armadas e do Ministério da Defesa no Brasil. O ministro Celso Amorim, porém, comunicou ao Palácio do Planalto que também foi surpreendido pela ação, a exemplo de Antonio Patriota, demitido ontem do Ministério das Relações Exteriores.

Apesar de o ministro da Defesa não ter sido informado do que estava acontecendo e, por tradição os militares nas embaixadas serem subordinados aos diplomatas, por doutrina, eles costumam informar aos seus superiores hierárquicos da cadeia de comando o que sabem e o que veem e entendem que deva ser reportado. E assim foi feito. Os dois fuzileiros navais, que foram destacados para a operação de transporte do senador para a fronteira, assim como os adidos militares que trabalham na embaixada em La Paz, informaram aos seus superiores hierárquicos no Brasil da movimentação em curso. A informação chegou ao comando das Forças, segundo apurou o Estado. Mas os adidos foram orientados a não tomar nenhuma iniciativa.

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Questionado pelo Estado, o Comando da Marinha não respondeu se foi informado da operação em curso. Limitou-se a "esclarecer" que "os referidos militares integram o Destacamento de Segurança da Embaixada (DstSEB) do Brasil em La Paz." Explicou ainda que os destacamento têm "a finalidade de prover a segurança pessoal dos chefes de missões, dos funcionários diplomáticos e administrativos, da residência oficial e da chancelaria das embaixadas brasileiras". Por fim, acrescentou que "nesse contexto, cabe ressaltar que a participação dos militares da MB limitou-se, exclusivamente, ao provimento da segurança individual de um Diplomata brasileiro, durante o seu deslocamento rodoviário".

O chefe do Estado-Maior da Defesa, general José Carlos de Nardi, por sua vez, disse que não foi informado pelo adido de Defesa da embaixada na Bolívia, hierarquicamente a ele subordinado, de que seria realizada a operação de transferência do senador. Mesmo com a negativa do Ministério da Defesa, a notícia de que havia uma preparação chegou aos respectivos comandos das forças.

O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), considerou nesta segunda-feira que houve negligência por parte do Itamaraty em relação à situação do senador boliviano Roger Pinto.

As declarações do senador foram feitas ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, ao ser questionado como avaliava a demissão do Ministro de Relações Exteriores, Antônio Patriota, ocorrida na noite desta segunda-feira, 26, horas depois da fuga do senador boliviano para o Brasil.

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"Não sei quais foram as motivações que levaram a presidente Dilma a exonerar o ministro. Mas houve negligência do Ministério de Relações Exteriores de conseguir uma solução adequada para o episódio que pode ter gerado essa crise', afirmou o senador.

No lugar de Patriota, o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado assumirá o comando do Ministério de Relações Exteriores. Machado era o representante permanente do Brasil junto à Organização das Nações Unidas (ONU).

Segundo Ferraço, o encarregado de negócios da embaixada brasileira em La Paz, Eduardo Sabóia, que conduziu Roger Pinto ao Brasil, avisou várias vezes os superiores sobre a condição "insustentável" do parlamentar boliviano.

"O Sabóia me disse que tinha relatado a situação do senador boliviano aos superiores, que ela estava insustentável, e que ele não iria prevaricar. O contato foi feito pessoalmente em Brasília quando ele esteve por duas vezes e por telefone também", afirmou Ferraço.

"Sabóia fez ajudou na fuga do boliviano pelo instinto de solidariedade humana. Os seus superiores não tiveram a leitura adequada do processo", acrescentou.

Ricardo Ferraço informou que vem negociando com o diplomata a possibilidade de ele prestar esclarecimento na Comissão na próxima quinta-feira. Nesta terça-feira, 27, está prevista uma coletiva de imprensa em que o senador boliviano dará a sua versão para o episódio.

Quanto à possibilidade de o parlamentar do país vizinho ser deportado, Ricardo Ferraço considerou a ideia como "o fim do mundo". "Se acontecer, colocará em risco a vida do senador boliviano", concluiu.

Desgastado com a operação de "resgate" do senador boliviano Roger Pinto que provocou uma crise diplomática com a Bolívia, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, foi obrigado nesta segunda-feira a pedir demissão. A conversa entre a presidente e o ministro foi rápida, no Palácio do Planalto.

A irritação da presidente Dilma era maior porque a quebra da hierarquia de Saboia não se resumia à operação da madrugada de domingo, 25. Há seis meses, o governo da Bolívia havia feito proposta ao governo brasileiro de que senador boliviano fosse levado de carro até a fronteira com o Brasil e deixado lá, "sem que fosse de conhecimento" do governo local. O senador teria de percorrer 1600 km, durante 22 horas, de carro, até chegar à fronteira brasileira tornando a sua liberdade um fato consumado.

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Ao tomar conhecimento desta proposta, a presidente Dilma disse que não concordava. Na época, a presidente Dilma reagiu avisando que, se acontecesse alguma coisa com o senador, neste longo trajeto, um acidente, ou qualquer coisa, o governo brasileiro seria responsável, já que era o Estado brasileiro era o guardião da sua segurança e da sua vida. Dilma insistiu que a vida do senador não poderia ser colocada em risco.

Portanto, reiterava Dilma, havia uma clara determinação da presidente da República de que não fosse feito o trajeto de carro com o senador, por causa do risco e da responsabilidade e, apesar da ordem dada, o embaixador interino do Brasil em La Paz, Eduardo Saboia, a desafiou e montou a operação de fuga de Roger Pinto. Para Dilma, ao decidir pela operação, Eduardo Saboia assumiu o risco e deve responder por isso.

Dilma já havia conversado com Patriota e determinado que ele cancelasse sua viagem à Finlândia e permanecesse no Brasil para resolver este problema. A presidente estava "inconformada" com o episódio e com a quebra de hierarquia e queria saber exatamente quem sabia da operação idealizada por Saboia. Por isso, convocou no início da tarde desta segunda ao Planalto, os ministros da Defesa, Celso Amorim, a quem estavam subordinados os fuzileiros que fizeram a segurança do senador boliviano e às Forças Armadas, e da Justiça, José Eduardo Cardozo, a quem a Polícia Federal está subordinada. Queria saber se eles sabiam da operação.

Posse

A posse do novo ministro Luiz Alberto Figueiredo, atual representante do Brasil junto às Nações Unidas, deverá ocorrer na quarta-feira, 28, já que ele desembarca no Brasil nesta terça-feira, 27. Dilma distribuiu nota oficial informando que "aceitou" o pedido de demissão de Patriota e agradecendo a sua "dedicação e empenho nos mais de dois anos que permaneceu no cargo" e anunciou sua indicação para a Missão do Brasil na ONU. Luiz Figueiredo já acompanha a presidente Dilma na próxima sexta feira, 30, na reunião da Unasul, em Paramaribo. Dilma Rousseff não telefonou para Evo Morales. Deve encontrá-lo apenas na reunião da Unasul.

Eduardo Saboia será submetido a um processo administrativo e deverá ser "severamente" punido, segundo fontes do Palácio, pelo que a presidente Dilma está chamando de "grave quebra de hierarquia". A saída de Patriota, com quem Dilma já se desgastara, precipita a reforma ministerial programada para o fim do ano.

O senador boliviano Roger Pinto Molina foi trazido ao Brasil pelo encarregado de negócios da embaixada em La Paz, o ministro Eduardo Sabóia, que estava no comando da embaixada desde o início de julho. O diplomata foi chamado neste domingo (25) de volta a Brasília pelo Ministério das Relações Exteriores, que abriu inquérito para investigar a entrada do senador boliviano no Brasil - aparentemente, feita sem conhecimento do Itamaraty.

De acordo com o relato do presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), Molina viajou em uma comitiva de dois carros da embaixada, com placas consulares, e acompanhado não apenas de Sabóia, mas de dois fuzileiros navais que fazem a segurança da embaixada. Nas missões no exterior, os militares respondem não ao Ministério da Defesa, mas ao chefe da representação consular - no caso, Saboia.

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Ao final de uma viagem de 22 horas de carro, onde passaram por cinco controles militares, inclusive na fronteira, o diplomata teria ligado para Ferraço. "Ele me ligou e disse que estava com o senador em Corumbá mas não tinha como levá-lo até Brasília. Eu tentei falar com o presidente do Senado (Renan Calheiros) e com outras autoridades, sem sucesso. Então consegui um avião e fui buscá-lo e levá-lo para Brasília", contou Ferraço. Pinto Molina está desde a madrugada passada na casa do senador brasileiro e dará uma entrevista na CRE na próxima terça-feira.

Plano. Ferraço diz que Sabóia contou a ele que vinha conversando há algum tempo com o Itamaraty sobre a situação do senador boliviano. "Ele me disse que falou que a situação estava se tornando inadministrável, que Molina estava com depressão, que sua saúde estava se deteriorando. Ele se sentia frustrado com a falta de uma solução e disse que se tivesse uma oportunidade ia resolver", explicou Ferraço. "Não sei se o governo acreditou".

O senador brasileiro disse que não conversou sobre os detalhes de planejamento da fuga de Molina e não pode garantir, mas acredita que a iniciativa foi do diplomata, em uma atitude "ousada e corajosa". Se tomou a decisão sem esperar a aprovação do Itamaraty, Sabóia possivelmente criou um problema para sua carreira diplomática e pode ser responsabilizado por criar um constrangimento para o governo brasileiro.

Na última quinta-feira, em audiência na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, Antonio Patriota afirmou que a libertação de Molina estava sendo "negociada no mais alto nível", mas que o governo brasileiro se recusava a tirá-lo da embaixada sem garantir sua segurança. Mas, no início de junho, o Itamaraty informava nos bastidores que negociava uma "saída discreta" para o caso, em que o presidente Evo Morales permitiria a saída de Molina em segurança, mas sem dar o salvo-conduto.

Hoje, diplomatas se recusaram a fazer qualquer comentário sobre o caso além das informações que constavam da nota divulgada pela manhã.

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