Há 15 anos a música brasileira perdia a voz feminina e a performance ousada nos palcos de Cássia Eller. A cantora estava no auge de sua carreira artística e tornou-se um dos ícones do rock brasileiro no final dos anos 1990. Nascida no Rio de Janeiro com o nome sugerido pela sua avó de Cássia Rejane, a cantora conhecida por sua voz rouca chegou a cantar em corais e a ser corista em duas óperas, antes de tornar-se consagrada como cantora solo.
Com homossexualidade assumida, a artista teve um relacionamento com Maria Eugênia Vieira até o fim de sua vida. As duas se conhecerem em um show da cantora, tornaram-se amigas e se apaixonaram. Em 1993, Cássia deu a luz a Francisco Ribeiro Eller, mais conhecido como Chicão, fruto de sua relação com um amigo da banda, Tavinho. Quando descobriu a gravidez, Cássia disse a ele para não se preocupar porque o filho era dela e de Maria Eugênia. Tavinho era casado, e morreu em um acidente de carro uma semana antes do nascimento de Chicão. A artista foi uma das primeiras na época a protagonizar sua luta na justiça pela guarda legal de criança sob responsabilidade de casais homossexuais.
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Ela que chegou a assumir seu vício por drogas em 2001, era dona de uma personalidade tímida que se misturava à rebeldia adolescente. Também conhecida pela sua simplicidade, Cássia fazia shows quase de graça em bares pequenos de cidades do interior, só com o intuito de se divertir.
Um dos grandes destaques em sua presença de palco aconteceu no mesmo ano, durante sua apresentação, no Rock in Rio, quando, durante cover de “Come Together”, dos Beatles, acompanhada pela Nação Zumbi, ela levantou a blusa e mostrou os seios para a plateia. No mesmo evento, o cantor Dave Grohl, vocalista do Foo Fighters ficou impressionado pela cantora, quando ela executou sua versão de Smells Like Teen Spirit, do Nirvana.
Na mesma época, durante o segundo semestre, o álbum Acústico MTV começou a ser vendido e até hoje, é considerado um dos álbuns mais aclamados pelo público. De forma versátil, a cantora expôs seu estilo peculiar nas principais canções, a exemplo de “Malandragem”, de Frejat e Cazuza, e “Segundo Sol”, de Nando Reis.
Em 29 de dezembro de 2001, aos 39 anos, a artista faleceu, após sofrer três paradas cardíacas, em um hospital na Zona Sul do Rio de Janeiro. A artista foi enterrada no cemitério e homenageada por cerca de 500 pessoas, incluindo artistas, ao som de dois de seus principais sucessos. Na época, a morte da cantora gerou dúvidas polêmicas relacionadas a supostos erros médicos sobre o abuso de drogas por parte da artista. No entanto, exames do IML, realizados no ano seguinte de sua morte, constataram negativo para a presença drogas e álcool.
Comemorando sua data de morte nesta quinta-feira (29), fãs de todo o Brasil prestam homenagem a cantora que permanece viva em referências musicais de todo o mundo. No Twitter, o assunto domina os trends. "A voz dela era incrivel (sic), cheia de atitude, talentosa, não tem mais cantoras como ela... Triste", escreveu uma fã. "Na vdd ela nunca morreu, um ícone como ela é eterno", argumentou outra internauta.
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