Tópicos | Sílvia Matos

Mudanças em relação à confiança econômica do Brasil em 2015 não serão fáceis para nenhum governo, avaliou a economista Silvia Matos, coordenadora técnica do Boletim Macro Ibre e pesquisadora da Fundação Getulio Vargas, em entrevista ao Broadcast ao Vivo. Ela acredita, porém, que apenas a troca de governo deve ajudar a retomar a credibilidade de empresários e consumidores na economia, porque é dado o benefício da dúvida ao novo governante.

"Há descompasso entre oferta e demanda, mesmo com o PIB (Produto Interno Bruto) baixo. Sem dúvida, um dos grandes desafios para o próximo governo é aumentar a capacidade do crescimento pelo lado da oferta. Sem isso, o PIB vai crescer muito pouco mesmo", afirmou. Segundo ela, políticas setoriais de curto e médio prazos não resolvem o problema da produtividade.

##RECOMENDA##

Na opinião de Silvia, a equipe econômica do próximo presidente da República deve ser "independente de lobby setorial" e adotar medidas que beneficiem a todos os setores da economia. "É preciso clareza da consistência política para favorecer não só a um setor, mas a economia como um todo", disse.

Para a economista, a credibilidade na economia brasileira virá não só de nomes, mas de um plano de reformas a serem apresentadas pelo novo presidente. Ela destacou, porém, que é mais difícil para o governo atual conseguir reverter a confiança econômica.

Câmbio

Silvia ainda ressaltou que o modelo atual de câmbio, marcado por intervenções, não é sustentável e pode criar volatilidade. Segundo ela, neste momento, é natural que o câmbio fique mais depreciado, pois há mudanças na taxa real de equilíbrio, com os termos de troca desfavoráveis para a economia doméstica. "Sou favorável ao câmbio flexível, mas isso tem de estar ancorado em outras questões macroeconômicas, como o fiscal sólido e um Banco Central independente", ponderou.

Sobre o mercado de trabalho, a professora do Ibre/FGV disse que a tendência é de aumento na taxa de desemprego ao longo de 2015, pois a expectativa é que mais pessoas possam voltar ao mercado de trabalho para complementar a renda. Esse movimento, disse, pode ser mais ou menos intenso, a depender do conjunto de medidas a serem adotadas pelo próximo presidente da República.

"Mesmo que o País possa crescer um pouco mais em 2015 (por conta da base baixa este ano), os setores mais sensíveis ao desemprego, como o de serviços e da construção civil, estão sofrendo bastante. Não há perspectiva de crescimento do emprego neste e no ano que vem", concluiu.

A economia do Brasil deverá registrar em 2013 um aumento da dívida pública líquida dos governos federal e dos Estados, projetou nesta segunda-feira, no Rio, a pesquisadora da área de Economia Aplicada e economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), Sílvia Matos.

Sílvia deu uma palestra no Seminário Análise Conjuntural. A consequência, de acordo com ela, é um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano "não tão pujante quanto o governo esperava". Sílvia prevê uma piora da balança comercial diante da crise internacional. "O cenário é desafiador para a economia brasileira. Do ponto de vista do cenário internacional, a expectativa é de uma modesta desaceleração nos Estados Unidos. Mas o que temos de ver com mais cuidado são as nossas questões internas. Parece que, ao longo dos próximos trimestres, o cenário pode não ser tão bom", disse.

##RECOMENDA##

A pesquisadora da área de Economia Aplicada e economista do Ibre, da FGV, projetou que o PIB não crescerá muito mais do que 2,5% em 2013. "Se fechar em 2,7%, é um cenário muito otimista. É um crescimento mais baixo e com uma inflação elevada. Temos limitações no mercado de trabalho. A dinâmica de inflação demonstra esse desequilíbrio", afirmou. Para a indústria, a expectativa é de uma recuperação moderada, enquanto o risco, segundo Sílvia, está no setor de serviços, que possui dificuldade com a expansão da produtividade.

A inflação deverá ficar na casa dos 6% neste ano, puxada, sobretudo, pelos preços de serviços, afirmou. A ajuda virá dos preços administrados. Também para 2014 a expectativa é de que a inflação se aproxime do teto da meta. Por isso, a pesquisadora disse acreditar na retomada da taxa básica de juros pelo Banco Central (BC).

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando