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Historicamente, a mulher foi vista como a dona de casa, que ficava à espera da 'caça' feita pelo homem, para poder transformar o alimento em algo prazeroso. O que era considerado normal, culturalmente, mudou quando as mulheres ganharam seu espaço e lançaram-se no mundo do trabalho. Depois disso, o mercado ganhou novos horizontes. Porém, a percepção da sociedade parece resistir a evolução e às conquistas das mulheres.

Isso ficou muito claro na primeira edição do programa MaterChef Profissionais, que foi palco de várias cenas machistas. Durante a apresentação dos episódios, o comportamento de alguns participantes incomodou e abriu espaço para discussões sobre os atos que discriminam e recusam a ideia de igualdade de direitos entre homens e mulheres, principalmente na cozinha.

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No último episódio do reality show, que foi ao ar nesta terça-feira (20) e trouxe a ‘Lavagem de Roupa Suja’ dos participantes, não foi diferente. O machismo foi colocado ainda mais em evidência, deixando alguns participantes desconfortáveis. Na ocasião, a apresentadora Ana Paula Padrão confrontou os chefs, que foram rotulados como machistas, indagou as suas reações no programa e destacou o preconceito vivido pelas mulheres.

Mesmo com alguns profissionais tantando negar a existência do machismo na cozinha, o público pôde ouvir depoimentos surpreendentes, envolvendo a falta de respeito, submissão, constrangimento e até assédio. Os relatos que impressionaram os espectadores vão além da TV e é comum no dia a dia das chefs.

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Em entrevista ao Portal LeiaJá, quatro chefs pernambucanas confidenciaram as experiências vividas e a realidade do ambiente de trabalho que é apontada como machista e hostil.

A chef Sofia Mota, que tem 30 anos e atua na área há 10, falou que o preconceito existe e que os homens ainda não estão acostumados a ver as mulheres em cargos de liderança. “Enfrentei inúmeros problemas no início da profissão e no decorrer dela. Os homens não acreditavam que eu poderia ser uma boa chef e não aceitavam a minha liderança. Algumas vezes, cheguei a ser sabotada nos estabelecimentos”, conta Sofia.

Atuando em diversas cozinhas da capital pernambucana, a chef afirma que já presenciou várias cenas constrangedoras de assédio. Em entrevista, ela relatou como acontece e como ela lida com isso. Mesmo com a trajetória profissional difícil, ela carrega um sorriso largo e um amor à profissão que ultrapassa todos os desafios. Atualmente, ela trabalha como consultora no Parla Deli, Caponata, na criação da linha saudável de Porto Fino e, recentemente, lançou sua própria linha de pães sem glúten.

Sem 'papas na língua', a chef Cláudia Caldas, conhecida como Miau Caldas se apresenta como a cozinheira mais desbocada, sem 'rabo prezo' e rebelde. Filha de militar aviador, ela conta que sempre foi de encontro ao 'machismo careta' - maneira que ela define o comportamento de homens e mulheres na cozinha. "Eu sempre vivi muito o machismo, principalmente, por ser de família de militares. Por isso, achei que poderia me sair bem e lidar com qualquer forma de preconceito, porém não foi tão simples assim", relata.

De acordo com Miau, os dez anos de vivência profissional a levou conhecer bem o ambiente de trabalho, que ela mesma considera hostil, e a tentar lidar com ameaças, assédio e preconceito sofridos nesse período. Entretanto, para conseguir driblar tudo isso, se entender enquanto mulher, num ambiente que é masculino, ela precisou recorrer à terapia. Miau atuou em mais de 20 cozinhas e atualmente realiza consultorias em eventos e restaurantes. Além disso, a chef já integrou a equipe do Bake Off Brasil.

Formada na França há 11 anos, a professora e chef Luciana Sultanum compara a realidade da Europa e do Brasil. "Na França, o problema é bem maior! As cozinhas têm muito mais homens do que as do Brasil. Então como vi muito isso na Europa, aqui, senti de forma mais amena", relata Luciana.

Ainda em entrevista ao Portal LeiaJá, Luciana reforça: a cozinha profissional ainda é considerada lugar para homem. Além disso, ela relata que a atuação da mulher ainda é vista com limitação. "Muitos dos cozinheiros acreditam que as chefs são boas para fazer doces ou confeitaria e a justificativa é que nós somos mais habilidosas e delicadas para o manuseio. Essa percepção machista eu observo muito", disse.

Para a chef, nos últimos cinco anos o cenário mudou bastante devido ao mercado gastronômico que cresceu, mas ainda existe preconceito. "Observo que ultimamente as mulheres dominam nos cursos de gastronomia, no qual o número de homens vem reduzindo", conta. A cozinheira Luciana atualmente trabalha como consultora no Modigliani Bistrô, em Apipucos e no hotel em Porto de Galinhas Ecoporto. Além disso, ela é professora em uma universidade particular da capital pernambucana.

A chef Dani Britto, que deixou a empresa familiar na área açucareira, no interior da Paraíba; para seguir a carreira ade cozinheira, falou que nunca sofreu preconceito por ser mulher, mas por ter mudado de profissão e ter escolhido ser chef. "Quando decidi e fui fazer o curso, muitas pessoas criticaram e questionaram: 'mas você vai ser cozinheira?', como se essa atuação fosse menor do que qualquer outra ocupação", lamentou. 

"Hoje em dia eu me sinto feliz e realizada pela escolha que fiz", concluiu a chef que trabalha como consultora na Very - Drummond Ateliê de Culinária, dá aulas experimentais e cria cardápios personalizados para eventos particulares.

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A temporada do almoço Muy Amigo está de volta no Cafe Porteño. Nesta edição é possível escolher entre três opções de prato principal, elaboradas pela chef Sofia Mota. O menu especial custa R$22,90, servido de terça a sábado.

Entre as alternativas, estão o penne com frango e brócolis ao creme de milho, arroz paelleiro com lula e camarão e espaguete carbonara com escalopes de filé ao molho especial. 

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Muy Amigo

Café Porteño (Rua da Hora, 712 - Espinheiro)

Das 12h às 15h e 17 às 0h

R$ 22,90

(81) 3077 3006

A temporada do almoço Muy Amigo está de volta ao Café Porteño a partir desta quinta (4). Nessa edição, é possível escolher entre duas opções de prato principal, elaboradas pela chef Sofia Mota.

Entre as alternativas, o Muy Amigo conta com o tradicional Picadinho com farofa amanteigada de cebola, arroz de alho e ovo estrelado com gema mole ou Peito de frango grelhado, maçaricado com creme de mostarda, purê de batata e arroz de cenoura. O menu especial custa R$ 21,90 e é servido de terça a sábado.

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Almoço Muy Amigo
Café Porteño (Rua da Hora, 712 - Espinheiro)
Horário: 12h às 15h e 17h à 00h (sábados e domingos sem intervalos)
R$ 21,90
(81) 3077 3006

O Café Porteno aposta em doce tradicional para o período da Páscoa em 2013. Criada especialmente para a época, a sobremesa é uma releitura de símbolos marcantes da época e consiste na composição de um bolo quente de cenoura, que faz referência ao coelho da páscoa, mousse de chocolate para representar o ovo, toffe de laranja (principal aroma da colomba pascal) e amêndoas confeitadas.

A tradicional colomba pascal é feita com uma casca açucarada da fruta oleaginosa. O doce, da chef residente do restaurante, Sofia Mota, já está no cardápio e pode ser degustado pelo preço de R$ 9,90. No domingo de páscoa, o restaurante funcionará normalmente, das 12h às 23h.

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Serviço

Sobremesa Pascal

Café Porteno (Rua da Hora 712 - Espinheiro)

R$ 9,90

(81) 3077 3006

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