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A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda esclareceu nesta quinta-feira (29) que informou ao Tribunal de Contas da União (TCU) o valor dos subsídios de crédito para financiamentos de bancos públicos em obras relacionadas à Copa do Mundo. Por meio de nota, a SPE informou que os subsídios devem somar R$ 713 milhões ao longo de todo o período dos financiamentos com bancos públicos. O prazo médio dessas operações é de 11 anos. O valor considera os recursos contratados.

Ontem, ao divulgar o relatório sobre as contas do governo em 2013, o Tribunal de Contas da União (TCU) informou que a SPE havia enviado apenas os subsídios creditícios verificados entre o período de 2010 e 2013, de R$ 552,3 milhões, considerando os valores desembolsados. Por essa razão, o TCU impôs uma ressalva ao relatório, pois não havia a previsão dos subsídios para os próximos anos das operações de financiamento, e uma recomendação à SPE para que o valor fosse informado.

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"A SPE manifesta surpresa e inconformidade, em relação à ressalva e recomendação referente aos subsídios creditícios da União referentes a projetos da Copa do Mundo 2014, contida no Relatório e Parecer Prévio sobre as Contas do Governo da República, divulgadas no último dia 28 de março de 2014", diz a nota.

"Por conseguinte, a SPE solicitou ao Tribunal de Contas da União que o Relatório e Parecer Prévio sobre as Contas do Governo da República enviados ao Congresso Nacional sejam suplementadas por ofício de esclarecimento enviado àquela Instituição no dia de hoje e pela Nota Técnica 10.010/SPE-MF, para que não fique a sociedade cerceada da informação prestada, nem haja dúvidas sobre o comprometimento com a transparência da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda."

A Copa do Mundo deve custar R$ 1,1 bilhão em benefícios tributários e subsídios ao crédito até 2014, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU). Conforme dados do relatório do órgão sobre as contas do governo, foram R$ 500 milhões para os estádios, R$ 138 milhões para a mobilidade urbana, R$ 37 milhões para o programa Procopa Turismo e R$ 466 milhões para subsidiar a organização do torneio.

As desonerações foram concedidas por exigência da Fifa, que cobrou o compromisso dos governos federal, estaduais e municipais para facilitar a construção de estádios, obras de mobilidade urbana, aeroportos, telecomunicações, infraestrutura de turismo e segurança pública.

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De acordo com o TCU, a metodologia para o cálculo de benefícios e subsídios na área de crédito considera o valor do financiamento de um ativo do setor público e a diferença entre a taxa de juros do empréstimo e o custo de oportunidade - quanto esse dinheiro renderia no mercado se estivesse aplicado em outra iniciativa - para o uso do recurso. Há subsídio, portanto, quando o custo de oportunidade do governo federal é maior que a taxa de juros do empréstimo.

Ao todo, bancos públicos (BNDES, Caixa, Banco do Brasil, Banco do Nordeste do Brasil e Banco da Amazônia) desembolsaram R$ 5,6 bilhões entre 2010 e 2013 para projetos ligados à Copa. A maioria dos recursos - R$ 4,9 bilhões - saiu do BNDES. Os subsídios na área de crédito atingiram R$ 552,3 milhões entre 2010 e 2013.

O governo não informou, no entanto, os benefícios creditícios estimados para os próximos anos. Por essa razão, o relatório do TCU impôs uma ressalva ao relatório e cobrou do Ministério da Fazenda uma projeção dos subsídios esperados até 2015.

Impostos

Os subsídios tributários, por sua vez, devem alcançar R$ 522,9 milhões até 2015. A conta inclui também a isenção de impostos às importações, pessoas jurídicas, pessoas físicas e em tributos indiretos nas compras feitas pela Fifa.

As desonerações referentes ao Recopa somaram R$ 121,6 milhões até 2014. O regime especial prevê a suspensão de tributos e contribuições para venda no mercado interno, importação de máquinas e equipamentos e materiais de construção em estádios da Copa. A validade do Recopa se encerra em 30 de junho deste ano.

FGTS

O TCU ressaltou que as operações cujas fontes de recursos são o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) não geram subsídios creditícios, pois os recursos pertencem ao trabalhador e são, portanto, privados.

De acordo com a Caixa, os financiamentos de projetos de mobilidade urbana relacionados à Copa com recursos do FGTS somaram R$ 6,4 bilhões, dos quais R$ 1,7 bilhão foram desembolsados até o fim do ano passado.

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, rebateu críticas de mercado segundo as quais o banco utiliza seus recursos para "subsidiar" empresas, ao ser questionado pelo Broadcast, serviço de notícia em tempo real da Agência Estado, sobre a ajuda da instituição para o crescimento do setor de proteínas brasileiro. "Não foram recursos subsidiados como têm reiterado por aí", disse, acrescentando que eles são de uma carteira específica com remuneração a taxas de mercado.

Ainda segundo Coutinho, o BNDES não apoiou somente uma empresa do segmento. "O BNDES apoiou a transformação de todo um setor produtor de proteínas na direção do crescimento", afirmou o executivo, que participou de evento realizado em São Paulo pela Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha. Ele ressaltou que o setor de proteína tem um papel relevante e de destaque na economia global.

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Entretanto, o presidente do BNDES admitiu que, no processo de esforço do banco de fomento em estimular o avanço do setor de proteínas, houve alguns casos de empresas que, após o apoio da instituição, apresentaram algumas dificuldades financeiras. Mas, conforme Coutinho, no geral, os casos de sucesso acabaram absorvendo as dificuldades.

Dentre os exemplos de ajuda ao setor de proteínas estão o frigorífico Independência. A empresa, que chegou a ser a quarta maior do segmento de carne bovina no País, recebeu recursos da BNDESPar em 2008, acabou entrando em recuperação judicial e, no ano passado, teve seus ativos vendidos para a JBS. Além da Marfrig Global Foods, que, somente agora, começa a dar seus primeiros sinais efetivos de sua virada financeira, com uma melhor estrutura de capital e operacional. A BNDESPar começou a fazer seus aportes na companhia desde 2007.

China - Sobre viagem à China, de onde retornou nesta manhã, Coutinho disse que há entre autoridades e empresários chineses uma compreensão de que o Brasil é uma economia forte e complementar à chinesa. Além disso, ressaltou que os chineses sabem da importância da contribuição deles nos setores de transportes e logística brasileiros. Essa foi a percepção que Coutinho disse ter trazido à presidente Dilma Rousseff em seu retorno.

Ele contou que foi à China a pedido da presidente Dilma, em uma viagem preparatória para a visita que o presidente chinês, Xi Jinping, fará ao Brasil em julho. Coutinho disse que se reuniu com representantes de empresas e bancos chineses para tratar de investimentos na área de transportes. Também esteve com o primeiro vice-ministro chinês Li Keqiang, com representantes do Eximbank chinês e fundos de investimentos.

A presidente Dilma Rousseff voltou na tarde desta sexta-feira a defender os subsídios do governo federal para habitação, nesse caso ao programa Minha Casa, Minha Vida. Assim como fez em Ipatinga (MG) esta semana, a presidente aproveitou o discurso durante cerimônia de entrega de 982 moradias do programa Minha Casa, Minha Vida, em Parnaíba (PI), para alfinetar os opositores e críticos dos subsídios, sem citar nomes. "Tem muita gente falando. Ou melhor, tem pouca gente falando e muito. Pouca gente que fala que o governo federal não pode sair por aí dando subsídio. Dizer que o dinheiro dos impostos não pode ser usado para garantir melhores condições de vida para os que mais precisam", afirmou a presidente, pedindo aos futuros moradores que "entrem de cabeça erguida nos novos lares.

Segundo ela, o governo usa "o dinheiro dos impostos para beneficiar com Justiça quem não tem condição de comprar a casa própria". Dilma adotou um tom social no discurso e afirmou que o Brasil "tem de ser País que olhe principalmente para aqueles que mais precisam" e que "foi isso que fizemos desde o começo do governo Lula", afirmou. "Tem gente que achava que apenas os que eram ricos podiam utilizar os recursos do governo federal", completou. Além do evento em Parnaíba, nesta sexta-feira, Dilma participou duas cerimônias de formatura do Pronatec, uma em João Pessoa (PB) e outra em Teresina (PI).

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Uma proposta sobre o subsídio para a aviação regional foi apresentada às companhias aéreas, que devem dar seu parecer até a semana que vem, disse o ministro da Aviação Civil, Wellington Moreira Franco, em rápida conversa com jornalistas. Ele não revelou o valor proposto pelo governo de subsídio ou detalhes sobre o cálculo. "Nós avaliamos do ponto de vista técnico e financeiro, mas elas (as aéreas) vão avaliar do ponto de vista operacional", acrescentou.

Na semana passada, o ministro havia comentado que o subsídio teria como base o valor do combustível de aviação, principal item do custo das aéreas, que responde a quase 40% das despesas das companhias.

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Moreira Franco participou nesta quarta-feira (9), em São Paulo, de reunião com as empresas aéreas e as concessionárias de aeroportos sobre a transferência das operações para as novas instalações nos aeroportos privatizados. Moreira Franco disse que um calendário de transferência deverá ser conhecido até esta quinta-feira (10).

Ele reiterou que a transferência será "cautelosa". "O objetivo, claro, é que funcionem o mais rápido possível, algumas áreas estarão operando antes da Copa, outras não", afirmou. Ele salientou que a preocupação das empresas está na tecnologia. "Tem áreas que do ponto de vista tecnológico mudam completamente o ambiente em relação onde as companhias estão, então não é um processo que se faça com rapidez", afirmou.

Os empresários sempre desconfiaram que a intervenção pesada do Estado é um dos segredos do sucesso da máquina de exportação chinesa, além da mão de obra barata e do câmbio desvalorizado. Agora eles têm certeza. A China possui pelo menos 3 mil programas de subsídios diferentes para apoiar suas indústrias.O número espantoso é uma das conclusões de um estudo feito pelo escritório King & Spalding por encomenda da Confederação Nacional da Indústria (CNI). É a primeira radiografia dos subsídios chineses a chegar ao Brasil. "Os dados assustam pela mobilização do Estado chinês e mostram o tamanho do problema", diz José Augusto Fernandes, diretor executivo da CNI.

Segundo Christopher Cloutier, do King & Spalding, a rede de apoio estatal chinesa é tão extensa, porque o Partido Comunista dá as linhas gerais, que são adaptadas pelas províncias. Ele afirma que as 22 províncias e 11 regiões autônomas da China têm "pelo menos 100 programas de subsídios cada".Na Organização Mundial de Comércio (OMC), Pequim reconhece apenas 93 programas nacionais de apoio estatal - nenhum deles proibido pelas regras internacionais. A China, no entanto, não declara os subsídios provinciais e municipais. Um levantamento do governo dos Estados Unidos identificou outros 200 programas.

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Baseado no 12.º plano quinquenal chinês, o estudo da CNI se concentrou em setores importantes para o Brasil, como têxtil, bens de capital, eletroeletrônicos e químicos. Os programas de subsídios chineses variam muito, mas alguns instrumentos são comuns: compras governamentais, garantia de preços de insumos, controle do comércio exterior, crédito subsidiado, desonerações, e doação de terras.

Apesar de décadas de reformas, a presença do Estado na economia chinesa ainda é muito grande. As estatais representam 40% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. A Comissão de Administração e Supervisão de Estatais, um órgão com status de ministério, controla mais de 100 grandes empresas e estima-se que seja o maior "acionista" do planeta. Os programas de compras governamentais beneficiam 45 setores e movimentam 300 bilhões de yuans (quase US$ 50 bilhões). Dos setores contemplados pelos subsídios chineses, a estrela mais recente é o de máquinas e equipamentos. Chamado de "símbolo da força chinesa", recebe vários tipos de apoio, como crédito subsidiado e estímulo à exportação. Várias províncias estabeleceram como meta crescimento de 8% a 10% por ano.

O setor de eletroeletrônicos é outro também bastante subsidiado. Desde 2009, os chineses que vivem no interior recebem uma espécie de "Bolsa Geladeira" - uma ajuda em dinheiro para adquirir eletrodomésticos. São vales de US$ 400 para comprar uma geladeira, US$ 160 para um telefone celular, US$ 160 para uma máquina de lavar etc. Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, os efeitos do apoio estatal não se restringem ao mercado interno chinês. "Os subsídios afetam os preços internacionais e desestimulam investimentos em outros países." Mesmo com o foco em alto valor agregado, a China não deixou de lado os setores tradicionais. Pequim controla e subsidia a produção de aço, têxtil e calçados, entre outros. Só para citar um exemplo: o algodão, insumo do setor têxtil, sofre intervenções para estabilizar o preço.

Os programas de incentivo à exportação, proibidos pela OMC, são amplamente difundidos. No município de Hululao, as empresas recebem de 0,04 yuan a 0,5 yuan para cada dólar exportado a mais. Esse tipo de programa é comum em várias cidades. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O setor privado tem duas alternativas para combater os subsídios chineses: solicitar investigações de medidas compensatórias no País ou abrir processos na Organização Mundial de Comércio (OMC). Ambas as opções são complexas, caras e politicamente delicadas, mas a tendência é que se tornem mais comuns. Até hoje o Brasil iniciou apenas 22 investigações de subsídios - nenhuma contra a China. É uma fatia ínfima comparada com os 445 processos antidumping.

"Diante do desafio chinês, os países têm de utilizar todas os instrumentos que as regras internacionais permitem", diz Felipe Hees, diretor do Departamento de Defesa Comercial (Decom), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Exterior. Ele espera um aumento dos pedidos do setor privado por medidas contra subsídios e está estruturando uma coordenação no órgão para tratar do assunto.

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Segundo Carlos Abijaodi, diretor industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o setor vai pedir mais sobretaxas contra subsídios, mas não tem "convicção" de que sejam suficientes para combater o apoio estatal chinês. O aumento dessas medidas contra a China é uma tendência global. Os Estados Unidos já aplicaram 30 medidas, seguidos por Canadá (10), Austrália (3) e a União Europeia (1). "O Brasil precisa aprender a utilizar as medidas compensatórias e também se preparar para ser cobrado", diz Ana Caetano, do Veirano Advogados.

Status

O protocolo de entrada da China na OMC prevê que o país pode ser considerado uma "economia de mercado" a partir de 2016. Ainda há dúvidas se os chineses cumpriram os requisitos necessários, mas os demais países temem que o novo status dificulte a aplicação de medidas antidumping.

Para Domingos Mosca, consultor da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), a China está usufruindo os benefícios do comércio global sem fazer a sua parte. "Isso está destruindo a indústria global." O impacto no Brasil é intenso. A China elevou as exportações para o Brasil de US$ 1,3 bilhão em 2001, quando entrou na OMC, para US$ 34,3 bilhões no ano passado. As importações de produtos têxteis, por exemplo, saltaram de US$ 93 milhões em 2001 para US$ 2,9 bilhões em 2011 - alta de 3.007%.

Os ministros de Planejamento da Argentina, Julio de Vido, e da Economia, Amado Boudou, anunciaram hoje o fim dos subsídios estatais para vários setores do país. Segundo assessores dos dois ministros, o corte dos subsídios será de 100% para bancos, companhias financeiras e de seguros, cassinos e aeroportos.

Para os demais setores, como de energia e transportes, que representam o maior volume de recursos, será criada uma comissão para revisar e adaptar cada situação específica. Essa medida era indicada por economistas e analistas do país como forma de ampliar a receita e reduzir o gasto público.

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Num ano de orçamento apertado, o governo federal quer cortar em R$ 1,5 bilhão os desembolsos do Tesouro Nacional com subsídios do programa Minha Casa Minha Vida. No entanto, os candidatos a mutuário não serão prejudicados. Eles continuarão a ter direito a um subsídio de até R$ 23 mil bancado pelos cofres públicos. A diferença é que os recursos que sairiam do Tesouro agora virão do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

A diminuição dos recursos do Orçamento para subsidiar a aquisição da unidade habitacional foi divulgada ontem no Diário Oficial da União. A portaria interministerial n.º 409, assinada pelos ministros de Cidades, Mário Negromonte, da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Miriam Belchior, reduziu de 25% para 17,5% a participação dos recursos do Orçamento nos subsídios da casa própria. Para compensar essa queda, a parcela do FGTS saltou de 75% para 82,5%.

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Para 2011, a previsão é de que sejam liberados R$ 6,6 bilhões em subsídios para o Minha Casa, Minha Vida. Deste total, R$ 5,5 bilhões serão do FGTS. Pela estimativa anterior, o fundo contribuiria com R$ 4 bilhões.

A segunda etapa do programa Minha Casa, Minha Vida prevê a construção de 2 milhões de unidades habitacionais para famílias com renda de até R$ 5 mil. Dos 2 milhões, R$ 1,2 milhão será destinado para famílias com renda de até R$ 1,6 mil, 600 mil para quem ganha até R$ 3,1 mil e o restante para quem tem um orçamento mensal de até R$ 5 mil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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