Tópicos | proteínas

Pesquisa realizada pela plataforma online Kantar, no primeiro trimestre deste ano com 3.800 pessoas, revela que o consumo de proteínas tem caído na mesa dos brasileiros, à exceção da carne de porco. Em consequência da inflação, o consumo de proteínas caiu 9% no período, contra -6% do segmento de alimentos e bebidas.

“As proteínas, de forma geral, vêm caindo, algumas com mais intensidade, caso da carne bovina. Mas a gente vê, desde o início do cenário inflacionário mais alto, que o consumo de proteínas é menor desde o ano passado”, disse nesta segunda-feira (12) à Agência Brasil a diretora do Painel de Uso da Kantar, Divisão Worldpanel, Aurelia Vicente.

##RECOMENDA##

A carne bovina, que tinha participação de 43,1% no primeiro trimestre de 2021, agora está com 39%. A trajetória de queda já era sinalizada em igual período de 2022, quando o consumo caiu para 40,5%. Já a carne suína fez o caminho inverso, subindo de 4,6%, entre janeiro e março de 2021, para 7,6%, no mesmo período de 2022 e, neste ano, para 9,1%.

Aurelia Vicente destacou que mesmo as proteínas mais baratas, como salsichas e linguiças, que se destacaram em 2022, perderam importância na mesa dos brasileiros na comparação com o primeiro trimestre do ano passado. O consumo de linguiças caiu de 15,4% para 14,9% e o de salsichas, de 4,8% para 3,8%. No curto prazo, o consumo de carne de aves também apresenta recuperação e, após alta de preços em 2022, a participação passa de 25,9% para 28,6% no primeiro trimestre de 2023.

Peixes e frutos do mar demonstraram estabilidade nos três primeiros meses deste ano, comparativamente ao mesmo período de 2022, com 4,3% de share, embora apresentando retração em relação a 2021 (6%).

Cenário futuro

Segundo Aurelia Vicente, até pelo início do cenário de queda da inflação mais recente, já se começa a ver uma retomada do consumo de carne de frango, por exemplo. “É um cenário que vem muito pela necessidade de equilíbrio do bolso [do consumidor] mesmo. As pessoas querem continuar com alguma proteína no prato e acabam indo para algo que caiba dentro do bolso. A gente vê o movimento dessas proteínas mais baratas (salsichas e linguiças) ganhando esse espaço, não só em classes mais baixas, mas principalmente nessas classes, virando justamente a principal proteína. Ou seja, ganhando esse espaço que antes era muito forte de bovinos e aves.”

Para a diretora da Kantar, no curto e no médio prazos, a questão vai depender do comportamento dos preços. “O Brasil tem preferência pelas carnes bovina e de frango e, quando as pessoas tiverem possibilidade, vão voltar a comprar com mais intensidade”, disse Aurelia. Ela ressaltou que isso será um reflexo do comportamento de preços, não só da carne, mas de outras categorias que são commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado externo), como arroz e feijão”. O brasileiro tem intenção de consumir, mas existe o impeditivo dos preços altos hoje em dia, ressaltou. 

Desde 2020, a plataforma Kantar realiza semanalmente pesquisas semelhantes, ouvindo 3.800 pessoas.

O consumo de suplementos proteicos é cada vez mais popular no Brasil. Caso do whey protein, das barrinhas de proteínas e das bebidas lácteas altamente proteicas, entre outros. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (ABIAD) mostram que as vendas desses suplementos aumentaram nada menos que 75% nos últimos cinco anos. Os produtos antes restritos às academias de ginástica são cada vez mais consumidos pela população em geral.

Mas a suplementação proteica é realmente necessária ou apenas mais uma moda passageira? Especialistas dizem que, em geral, pessoas jovens, saudáveis e que têm uma boa alimentação consomem a quantidade diária necessária de proteína. No entanto, a suplementação pode ser importante para veganos, vegetarianos, mulheres na menopausa, idosos com mais de 65 anos e pessoas com doenças crônicas. Sem falar, claro, naqueles que praticam atividade física intensa e buscam aumentar sua massa muscular.

##RECOMENDA##

A proteína é um dos três macronutrientes (os outros dois são carboidratos e gorduras) que nos fornecem energia e, por isso mesmo, parte importante da dieta cotidiana. A proteína é necessária para fortalecer os músculos e para produzir determinados hormônios e enzimas. O corpo não é capaz de estocar proteína; é necessário consumi-la diariamente, de acordo com nossa idade, sexo, condições de saúde e nível de atividade física.

Diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendam que jovens adultos saudáveis consumam pelo menos 0,8 grama de proteína por quilo de peso por dia. Entretanto, esse é o mínimo necessário para não ser considerado desnutrido. Para muitos especialistas, a meta diária deve ser um pouco mais alta.

ENVELHECIMENTO. Conforme envelhecemos, especialmente depois dos 65 anos, pode ser necessário um consumo ainda maior, que garanta a preservação dos músculos, algo entre 1 a 1,2 grama de proteína por quilo de peso, preferencialmente acompanhado de exercícios físicos. Para uma pessoa que pesa 80 quilos, por exemplo, isso significa incorporar de 16 a 32 gramas de proteína por dia na alimentação.

"Os músculos são um patrimônio; é importante construir massa muscular ao longo da vida. Já está demonstrado que quem tem menos massa muscular tem prognóstico pior em caso de doença", explicou Márcia Soares, coordenadora do curso de suplementação nutricional da UFRJ. "Quando envelhecemos, temos uma perda natural de massa muscular, temos mais degradação do que síntese."

Estudos já demonstraram que, em média, as pessoas começam a perder massa muscular gradualmente entre os 30 e os 40 anos. Muitas mulheres na menopausa, independentemente da idade, costumam relatar fraqueza muscular e falta de disposição.

Depois dos 60 anos, a perda muscular se acelera ainda mais, para mulheres e homens. Quando fica muito acentuada, ela é chamada de sarcopenia e pode causar problemas de saúde.

TRATAMENTO. A gestora de projetos Juliana Gongora teve um tumor na hipófise em 2017, o que acabou provocando uma menopausa precoce, aos 33 anos.

"Perdi muita massa magra, muscular e óssea, meu corpo mudou completamente", contou ela, hoje com 39 anos. "Tive a recomendação de um endocrinologista de ter uma dieta mais rica em proteínas, fazer musculação e tomar whey protein", lembra.

Veganos e vegetarianos podem ter mais dificuldade de alcançar a meta diária de proteínas. Nesses casos, a suplementação também é recomendada.

Mudanças radicais devem ser acompanhadas por especialistas

Os especialistas alertam, no entanto, que as necessidades diárias de proteína de cada indivíduo podem variar muito, dependendo das circunstâncias e das condições de saúde. Pessoas doentes podem precisar de um pouco mais de proteína, assim como indivíduos que se exercitam muito. Por isso, todos recomendam uma consulta com um especialista antes de fazer mudanças radicais na dieta.

"O adulto que não tem problemas de saúde e come uma dieta saudável não precisa de suplementos proteicos", afirmou a geriatra e especialista em nutrição Katie Dodd, em entrevista ao The New York Times. "Mas, se por alguma razão não conseguem atingir a quantidade ideal de proteína por meio da alimentação, os suplementos podem ser usados."

Whey protein é uma ótima fonte de proteína porque é rico em aminoácidos, os blocos formadores das proteínas, e é bem absorvido pelo organismo. O efeito é particularmente positivo quando o consumo é combinado com exercícios físicos. O mesmo acontece com a creatina, os iogurtes enriquecidos em proteína e as barrinhas.

"Uma barrinha de proteína, por exemplo, pode ter mais proteína do que a barrinha comum. Mas, ainda assim, é muito pouco. As quantidades devem ser adequadas", explicou o endocrinologista Eduardo Portugal, da Universidade Federal de São Carlos (UFScar). "No caso do whey protein, costumo indicar o isolado ou hidrolisado; o tipo concentrado tem muita gordura, lactose, pode fazer mal para quem tem intolerância, por exemplo."

EXERCÍCIO. Portugal, entretanto, lembra que o exercício físico é fundamental. "As pessoas buscam sempre o que é mais fácil, querem tomar uma pílula mágica e ficar com o abdômen trincado", disse.

"Isso não vai acontecer. Sem esforço, não tem resultado. O exercício faz muita diferença. Para quem está buscando apenas resultados estéticos, pode ser melhor pagar um personal do que gastar dinheiro com suplementos."

De qualquer forma, o ideal é que o consumo da quantidade necessária de proteína seja espalhado ao longo do dia, para que o organismo seja capaz de absorvê-la com mais eficácia, sem desperdício.

O consumo a longo prazo de proteína em excesso pode causar problemas nos rins e no fígado, sobretudo para quem já apresenta alguma condição.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Comer proteínas magras, como nozes, frango e peixe, reduz o risco de morrer, em comparação com uma dieta rica em carnes vermelhas, ovos e laticínios - de acordo com um amplo estudo publicado na segunda-feira na revista Journal of the American Medical Association (JAMA) Internal Medicine.

As conclusões confirmam o que muitos especialistas em Saúde vêm dizendo há décadas, mas também revelam algumas surpresas. Por exemplo, dietas ricas em carnes vermelhas e proteínas gordurosas, como ovos e queijo, não estavam ligadas a um maior risco de morrer entre as pessoas saudáveis.

No entanto, para as pessoas com algum fator de risco - como beber muito álcool, ter excesso de peso, ser sedentário, ou fumar - o risco de morte pode aumentar com o consumo de carnes vermelhas.

Liderado por pesquisadores da Universidade de Harvard, o estudo abrangeu um período de três décadas e mais de 130.000 pessoas, mas foi observacional. Por isso, não analisou as razões biológicas por trás das mudanças no risco de morte segundo a dieta, nem demonstrou relações de causa e efeito.

"Nossas descobertas sugerem que as pessoas deveriam considerar comer mais proteínas vegetais do que proteínas animais e, quando elas tiverem de escolher entre as fontes de proteína animal, peixe e frango são provavelmente as melhores escolhas", disse o coautor Mingyang Song, pesquisador no Hospital Geral de Massachusetts.

"Embora estudos anteriores tenham se centrado principalmente na quantidade total de proteínas ingeridas - que é importante -, de uma perspectiva dietética mais ampla, os alimentos que as pessoas consomem para obter proteínas são igualmente importantes", acrescentou.

Os pesquisadores descobriram que carnes vermelhas processadas e não processadas, incluindo carne de porco e de boi, são os tipos de proteínas mais ligados a um maior risco de mortalidade. A taxa de mortalidade mais baixa foi observada entre pessoas que ingerem proteínas, principalmente através de pães, cereais, massas, feijão, nozes e leguminosas.

Song disse que os pesquisadores ficaram surpresos ao ver que não havia um maior risco aparente de morrer entre as pessoas saudáveis que comem carne vermelha. "Esperávamos encontrar correlações mais fracas no grupo com um estilo de vida saudável, mas não esperávamos que iriam desaparecer completamente", afirmou.

O pesquisador ressaltou, porém, que um olhar mais atento aos dados mostrou que os membros do grupo com estilo de vida não saudável consomem em geral mais carnes vermelhas, ovos e laticínios ricos em gordura, enquanto o grupo com estilo de vida saudável consome mais peixes e aves.

De acordo com o médico e pesquisador em nutrição Ian Johnson, do Instituto de Investigação Alimentar e que não participou do estudo, a pesquisa é "robusta" e "parece apoiar o consenso crescente de que dietas baseadas em alimentos vegetais são melhores para a saúde a longo prazo do que dietas que contém grandes quantidades de carnes e produtos lácteos".

Johnson observou, no entanto, que o estudo, por ser baseado em dados de questionários, "diz pouco sobre os mecanismos. Está longe de estar claro se as proteínas vegetais são benéficas, ou se as proteínas animais são prejudiciais para a saúde, ou se esses níveis de proteína são simplesmente marcadores para outra coisa".

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, rebateu críticas de mercado segundo as quais o banco utiliza seus recursos para "subsidiar" empresas, ao ser questionado pelo Broadcast, serviço de notícia em tempo real da Agência Estado, sobre a ajuda da instituição para o crescimento do setor de proteínas brasileiro. "Não foram recursos subsidiados como têm reiterado por aí", disse, acrescentando que eles são de uma carteira específica com remuneração a taxas de mercado.

Ainda segundo Coutinho, o BNDES não apoiou somente uma empresa do segmento. "O BNDES apoiou a transformação de todo um setor produtor de proteínas na direção do crescimento", afirmou o executivo, que participou de evento realizado em São Paulo pela Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha. Ele ressaltou que o setor de proteína tem um papel relevante e de destaque na economia global.

##RECOMENDA##

Entretanto, o presidente do BNDES admitiu que, no processo de esforço do banco de fomento em estimular o avanço do setor de proteínas, houve alguns casos de empresas que, após o apoio da instituição, apresentaram algumas dificuldades financeiras. Mas, conforme Coutinho, no geral, os casos de sucesso acabaram absorvendo as dificuldades.

Dentre os exemplos de ajuda ao setor de proteínas estão o frigorífico Independência. A empresa, que chegou a ser a quarta maior do segmento de carne bovina no País, recebeu recursos da BNDESPar em 2008, acabou entrando em recuperação judicial e, no ano passado, teve seus ativos vendidos para a JBS. Além da Marfrig Global Foods, que, somente agora, começa a dar seus primeiros sinais efetivos de sua virada financeira, com uma melhor estrutura de capital e operacional. A BNDESPar começou a fazer seus aportes na companhia desde 2007.

China - Sobre viagem à China, de onde retornou nesta manhã, Coutinho disse que há entre autoridades e empresários chineses uma compreensão de que o Brasil é uma economia forte e complementar à chinesa. Além disso, ressaltou que os chineses sabem da importância da contribuição deles nos setores de transportes e logística brasileiros. Essa foi a percepção que Coutinho disse ter trazido à presidente Dilma Rousseff em seu retorno.

Ele contou que foi à China a pedido da presidente Dilma, em uma viagem preparatória para a visita que o presidente chinês, Xi Jinping, fará ao Brasil em julho. Coutinho disse que se reuniu com representantes de empresas e bancos chineses para tratar de investimentos na área de transportes. Também esteve com o primeiro vice-ministro chinês Li Keqiang, com representantes do Eximbank chinês e fundos de investimentos.

Alimentos ricos em proteínas animais e, portanto, acidificantes, aumentariam sensivelmente o risco de diabetes tipo 2, a mais comum, revelou um estudo publicado esta terça-feira (12) por cientistas do Inserm. "Este é o primeiro estudo a estabelecer um vínculo entre a carga ácida da alimentação e um aumento significativo do risco de diabetes tipo 2", comentou o doutor Guy Fagherazzi, um dos autores do estudo publicado na revista Diabetologia, da Associação Europeia de Estudo do Diabetes.

A acidez do nosso organismo depende diretamente daquilo que comemos e alguns alimentos teriam um efeito acidificante, enquanto outros teriam um efeito basificante ou alcalinizante uma vez absorvidos pelo nosso organismo.

##RECOMENDA##

Ela é medida pela escala PRAL (sigla em inglês para carga ácida renal potencial), que permite classificar os alimentos em função de sua carga ácida ou básica. Segundo o doutor Fagherazzi, as carnes, sobretudo aquelas processadas industrialmente, assim como os queijos e os produtos derivados de leite fazem parte dos alimentos mais acidificantes, enquanto as frutas e os legumes, ao contrário, são alcalinizantes.

Os cientistas do Inserm (Instituto Nacional da Saúde e da Pesquisa Médica francês) estudaram a alimentação de umas 66.000 mulheres filiadas ao plano de saúde dos professores franceses MGEN (Mutuelle Générale de l'Education nationale) durante um período de 14 anos, durante o qual 1.372 das estudadas desenvolveram diabetes tipo 2.

Ao comparar a composição de sua alimentação e ao ajustar os resultados para eliminar outros fatores de risco (especialmente obesidade, sedentarismo e tabagismo), eles descobriram que 25% que seguiam a dieta mais acidificante apresentavam um risco 56% maior de desenvolver diabetes tipo 2 em comparação com as 25% de mulheres que seguiam uma alimentação mais alcalinizante.

O risco aumentou 96% em mulheres de constituição física normal e que ingeriam alimentos com carga ácida maior, enquanto a alta foi claramente menor (28%) nas obesas ou com sobrepeso, o que leva a crer que "nas mulheres que já apresentam riscos, o efeito da alimentação seria menor", revelou o doutor Fagherazzi.

Para explicar o fenômeno, o cientista levantou a hipótese de que uma dieta acidificante "ocasionaria um aumento do risco de resistência à insulina, ou seja, a incapacidade do corpo de secretar insulina quando precisa para regular a glicemia".

Ele admitiu, contudo, que outros trabalhos serão necessários para confirmar os resultados deste primeiro estudo sobre o tema. Uma pesquisa anterior, publicada em 2011, já tinha evocado a existência de um vínculo entre a resistência à insulina e a carga ácida da alimentação.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando