Tópicos | Tatiane Spitzner

O professor de Biologia Luis Felipe Manvailer foi condenado pela morte da mulher, a advogada Tatiane Spitzner, em julho de 2018, em Guarapuava, Paraná. Ele vai cumprir pena por fraude processual, feminicídio e ainda terá de pagar multa de R$ 100 mil por danos morais para a família da vítima. Ele, que não poderá recorrer da pena em liberdade, foi acusado de asfixiar a mulher e jogá-la do 4º andar do prédio onde moravam.

A pena é de 31 anos, 9 meses e 18 dias. O julgamento, conduzido pelo magistrado André Scussiatto, durou sete dias. Manvailer continuará detido no Presídio Industrial de Guarapuava, onde já está preso há dois anos e nove meses.

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Durante seu depoimento no domingo, 9, Manvailer chegou a pedir desculpas à família de Tatiane pelas agressões, comprovadas por meio de câmeras de segurança, mas negou assassinato.

Antes da decisão, o júri chegou a ser adiado por duas vezes, mas nessa terceira tentativa - que definiu a condenação - foram ouvidas 14 testemunhas e dois assistentes técnicos.

O Ministério Público do Paraná ofereceu nesta segunda-feira (6) a denúncia contra Luís Felipe Manvailer pela morte da advogada Tatiane Spitzner. Os promotores usaram casos de violência doméstica seguidos e graves contra a mulher relatados por testemunhas para pedir a manutenção da prisão preventiva do acusado. Entre as situações mencionadas estão a destruição de peças de roupa da qual ele não gostou e até ofensas e apelidos humilhantes, como "bosta albina", devido à sua cor de pele

Segundo o texto dos promotores, Manvailer, preso desde 22 de julho, "praticou todas as formas de violência familiar e doméstica contra Tatiane Spitzner". O MP alega violência psicológica ao citar que ele obrigava a mulher a fazer todos os serviços domésticos, não ajudava nas tarefas e a proibia de contratar uma diarista. Além disso, o homem também é acusado de violência patrimonial, por impedir que a vítima usasse o dinheiro que recebia do trabalho de forma livre, como para fazer compras.

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De acordo com o documento da denúncia, o marido da vítima chegou a rasgar roupas dela por não gostar do modelo. O acusado também não teria aceitado o divórcio e teria ficado dias sem conversar com a mulher; quando não, chegou a expressar sentir "ódio mortal" e "nojo" dela.

Ele também foi denunciado por violência física, com agressões graves e em série, gravadas pelas câmeras de segurança, como "tapas, puxões de cabelo, empurrões, chutes, socos, golpes de artes marciais, que inclusive deixaram a vítima desacordada por aproximadamente dois minutos no dia do crime". 

Segundo o Ministério Público, além destes comportamentos, também são indícios de que é necessária a manutenção da prisão de Luis Felipe Manvailer devido ao "comportamento extremamente agressivo e perigoso" que ele apresentou na execução dos crimes, pela "conduta intensamente violenta, cruel e brutal", por ter mexido "artificiosamente no local do crime" e por tentar fugir para o Paraguai.

Imagens de câmeras de segurança do prédio onde a advogada Tatiane Spitzner, de 29 anos, morreu após cair do 4º andar mostram uma sequência de agressões feita contra ela pelo marido, o professor Luís Felipe Mainvailer, de 32 anos, antes da queda. O vídeo obtido pela polícia reforça as suspeitas de que o homem foi o responsável por jogar a vítima do prédio, matando-a na hora, em Guarapuava, no interior do Paraná.

Às 2h34 do dia 22 de julho, um carro branco para em frente ao edifício. Nele estão Mainvailer e Tatiane. É possível notar que o homem desfere tapas contra a ela, puxando-a e empurrando-a na sequência. Em um momento chega a abrir a porta, mas ela é fechada na sequência.

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Outras imagens publicadas pelo site G1 mostram quando o homem continua as agressões contra a mulher no estacionamento, no momento da chegada ao prédio. Ela tenta correr, mas é alcançada por ele, que a imobiliza. Tatiane continua sendo atacada enquanto sobe para o apartamento.

Às 3h01, já após a queda, ele sobe pelo elevador carregando o corpo da vítima, que foi recolhido por ele da calçada e posto no interior do apartamento. No elevador, ele demonstra desespero e tem manchas de sangue na camisa. Quatro minutos depois de retirar o corpo do elevador, ele volta com um pano com o qual parece limpar vestígios de sangue. Às 3h07, ele desce para o estacionamento e sai de carro, enquanto a polícia já estava na portaria do prédio para apurar o que havia acontecido.

O professor foi preso naquela mesma madrugada após se envolver em um acidente na Rodovia BR-277, no sentido de Foz de Iguaçu. Segundo a polícia, o suspeito tentava fugir para o Paraguai.

A discussão entre os dois no dia 22 teria ocorrido na comemoração do aniversário de Manvailer, quando a vítima teria pedido para olhar o telefone do marido. "A partir dali começaram as discussões, seguiram dali pra casa discutindo ainda e em casa, de acordo com ele, a discussão aumentou o tom, ela veio pra cima dele, que a imobilizou no sofá, e de acordo com ele, ela tomou o rumo da sacada e teria se atirado de repente", relatou o delegado Francisco Sampaio.

O delegado, porém, não acreditou nessa versão. "Essa versão não me parece nem um pouco verossímil, até porque alguns vizinhos foram ouvidos já, no sentido que ela gritava por socorro por várias vezes, inclusive quando foi até a sacada", concluiu.

Mainvailer foi indiciado na semana passada por feminicídio. O delegado Bruno Miranda Maciozeki, responsável pelo caso, afirmou que as evidências contra o marido são decisivas. "Ele retirou o corpo do local e apagou as manchas de sangue no hall do edifício. As imagens do circuito interno de monitoramento do prédio mostram agressões brutais contra a vítima na garagem antes da queda", conta o delegado. A defesa do professor nega que ele tenha praticado o crime.

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