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A Nasa e a empresa aeroespacial privada Axiom Space revelaram nesta quarta-feira (15) um protótipo da nova geração de trajes espaciais que serão usados pelos astronautas na próxima missão à Lua.

O traje, apresentado em um evento no Centro Espacial Johnson em Houston, Estados Unidos, oferece maior flexibilidade e proteção térmica do que o usado pelos astronautas da missão Apollo, que pousaram na Lua há mais de 50 anos.

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A vestimenta tem muitas camadas protetoras, uma mochila com sistemas de suporte vital, luzes e uma câmera de alta definição montada na parte superior de um capacete em forma de bolha.

O programa espacial americano Artemis busca voltar à Lua até o final de 2025, pela primeira vez desde o término das históricas missões Apollo em 1972. Um passo inicial para uma possível viagem a Marte.

A Axiom Space obteve um contrato de 228,5 milhões de dólares (cerca de 1,2 bilhão de reais) para projetar o traje, chamado oficialmente de Unidade de Mobilidade Extraveicular Axiom, para a missão Artemis III.

O chefe de engenharia da empresa, Jim Stein, vestiu o traje espacial nos escritórios da Nasa, moveu os braços e realizou agachamentos e flexões de joelhos para mostrar a ampla gama de movimentos que ele oferece.

O traje projetado por Stein estava coberto por uma camada preta com detalhes azuis e laranjas necessários para "ocultar o design patenteado", segundo a Axiom Space.

A versão final será branca, uma cor tradicionalmente usada para refletir o calor e proteger os astronautas das temperaturas no complexo ambiente lunar.

Na mochila descrita como um "sistema de suporte vital portátil", "estão todas as partes e componentes necessários para manter alguém vivo", disse Russell Ralston, subdiretor do programa de atividade extraveicular da Axiom Space.

É "como um tanque de oxigênio muito sofisticado e ar condicionado combinados em um único objeto", explicou.

Projetado para ser usado por até oito horas seguidas, o traje apresenta várias camadas: uma interna, denominada bexiga, que retém o ar no interior como se fosse um balão, e outra de contenção, que mantém sua forma.

Uma camada isolante, fabricada com diferentes tecidos, protege os astronautas das fortes flutuações de temperatura na Lua, enquanto a camada externa é projetada para resistir a rasgos e poeira.

- Fraldas -

A Artemis III está prevista para até o final de 2025, cerca de 12 meses após Artemis II, na qual quatro astronautas - três americanos e um canadense, que serão revelados em 3 de abril - voarão ao redor da Lua em uma espaçonave chamada Orion, sem pousar.

A primeira missão Artemis foi concluída em dezembro com o retorno à Terra de uma cápsula Orion não tripulada após uma jornada de 25 dias ao redor da Lua.

Os astronautas da Artemis III pousarão pela primeira vez no polo sul da Lua.

Nas missões Artemis, a Nasa planeja enviar uma mulher e uma pessoa não branca à Lua pela primeira vez. Apenas 12 pessoas, todos homens brancos, já pisaram na superfície lunar.

A agência espacial espera estabelecer uma presença duradoura na Lua para depois poder realizar uma longa viagem (de anos) até Marte.

Embora a Axiom Space descreva o traje espacial revelado na quarta-feira como "revolucionário", há uma coisa que não mudou desde a época da Apollo.

"Seguimos usando fraldas nos trajes espaciais", disse Ralston. "Sinceramente, são uma solução muito eficaz. Às vezes o simples é o melhor, e este é um desses casos."

A agência norte-americana Nasa anunciou nesta quarta-feira (1º) que concedeu contratos a duas empresas para o desenvolvimento da próxima geração de trajes espaciais para missões à Estação Espacial Internacional (ISS) e à Lua.

Os vencedores do Contrato de Serviços de Atividade Extraveicular (xEVAS) foram a Axiom Space, que organizou voos comerciais para a ISS e está trabalhando em sua própria estação espacial privada, e a Collins Aerospace.

"A história será feita com os trajes quando chegarmos à Lua. Teremos nossa primeira pessoa negra e nossa primeira mulher a usar e usar esses trajes no espaço", disse Vanessa Wyche, diretora do Centro Espacial Johnson da Nasa, em Houston, estado do Texas (sul).

Os valores dos contratos ainda não foram anunciados, mas estão limitados a US$ 3,5 bilhões combinados até 2034.

A Nasa pode acabar escolhendo as duas empresas, apenas uma, ou adicionar mais empresas posteriormente.

Os especialistas da agência norte-americana estabeleceram as normas técnicas exigidas das empresas responsáveis pelo projeto, certificação e produção dos trajes, bem como os equipamentos de apoio para as missões ISS e Artemis retornarem à Lua.

"O traje espacial existente tem sido o carro-chefe da agência por 40 anos", disse Dina Contella, gerente de integração de operações da ISS. No entanto, salientou que a nova geração destas roupas especiais será mais flexível, versátil e durável.

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