Eleitores fazem escolhas, as quais não são estáticas. Os eleitores estão numa trajetória. Nesta, eles recebem influências diversas. Eleitores interagem com outros eleitores e podem consolidar ou mudar as suas escolhas. Informações e fatos emocionais influenciam as escolhas dos eleitores.
O comportamento do eleitor reflete um trem nos trilhos. O eleitor e o trem estão numa trajetória em busca do destino. O destino do trem é a estação. O destino do eleitor é a urna. No decorrer da trajetória, o trem poderá escolher por parar em variadas estações. O eleitor na trajetória, em razão de variados vetores que influenciam as suas escolhas, poderá fazer diversas escolhas. Ou consolidar as escolhas já realizadas.
É comum, como por diversas vezes já abordei neste espaço, analistas de pesquisas e candidatos se preocuparem diante de uma pesquisa quantitativa com a posição dos competidores. Na análise, a qual aparenta ser superficial, o vencedor é o candidato que tem o maior percentual. Em nenhum momento, os analistas e competidores consideram que o eleitor está numa trajetória e, portanto, vulnerável a mudanças.
Estratégias eleitorais importam. Sábios são os competidores que reconhecem que estão numa trajetória e precisam conquistar eleitores ou evitar a saída deles. Estratégias eleitorais construídas com base em pesquisas possibilitam a conquista dos eleitores e evitam a saída destes.
Albert Hirschaman em seu livro Saída, Voz e Lealdade mostra como os consumidores deixam de comprar um dado produto. Revela que consumidores utilizam a voz para reclamarem de certo produto. E que consumidores são leais a dados produtos. As premissas de Hirschaman servem para o mercado político. Ou seja: eleitores deixam de votar em dado candidato, reclamam de candidatos e são leais aos candidatos.
Com base em Albert Hirschaman, constato que os eleitores na trajetória fazem escolhas. Portanto, eles podem abandonar o candidato, reclamar dele ou consolidar a sua lealdade a ele. As estratégias eleitorais são um dos vetores que possibilitam esta dinâmica.
Portanto, as escolhas dos eleitores não são estáticas. Elas mudam. Os que hoje são fortes eleitoralmente podem não ser amanhã.