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O doleiro Alberto Youssef quer se isolar na Operação Lava Jato. Sob argumento de que a delação premiada que fez foi crucial para o estouro da incrível Operação Juízo Final - sétima fase da Lava Jato que pôs na cadeia os principais executivos das maiores construtoras do País -, Youssef pede a suspensão do processo sobre desvios nas obras da Refinaria Abreu e Lima a partir da separação do feito. Assim, os outros acusados continuam sendo processados, ele não. "A deflagração da sétima fase da assim denominada ‘Operação Lava Jato’ bem demonstrou o quão eficaz vem sendo a colaboração de Alberto Youssef para o deslinde da causa, como um todo", assinala o criminalista Antonio Figueredo Basto, defensor do doleiro.

Subscrevem a petição com Figueredo Basto outros quatro advogados que compõem o núcleo jurídico da defesa de Youssef: Luis Gustavo Rodrigues Flores, Rodolfo Herold Martins, Adriano Sérgio Nunes Bretas e Tracy Joseph Reinaldet.

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Os advogados transcrevem trecho da decisão do juiz Sérgio Moro, condutor da Lava Jato, reconhecendo que as revelações do doleiro, de fato, abriram caminho para a Juízo Final. "Alberto Youssef, confrontado com a planilha já referida, confirmou a sua autenticidade e declarou que os valores lançados a título de’repasses’ seriam destinados a entrega para agentes públicos, enquanto ‘comissões’ seriam valores a ele devidos pelas vendas intermediadas entre o Consórcio Nacional Camargo Correa e a Sanko Sider."

O criminalista Figueredo Basto sustenta que "a colaboração de Alberto Youssef vem sendo decisiva para os desdobramentos da ‘Operação Lava Jato’, inclusive para o bloqueio de valores e recuperação de ativos aos cofres públicos". Ele aponta para a perspectiva de que o acordo firmado pelo doleiro terá reflexos na ação penal. Sua estratégia consiste no desmembramento do processo em relação a Youssef, "bem como suspensão do feito, para que, somente depois da homologação do acordo, o processo retomasse o seu curso".

Na prática, o criminalista pede o sobrestamento da ação penal com relação a seu cliente "até a definição completa acerca da homologação do acordo de colaboração premiada celebrada com o Ministério Público Federal".

O sócio da Sanko-Sider Comércio de Produtos Siderúrgicos, Márcio Andrade Bonilho, afirmou nesta quinta-feira, durante depoimento à CPI Mista da Petrobras, que pagou R$ 33 milhões em comissão ao doleiro Alberto Youssef. Segundo ele, o pagamento foi feito porque Youssef intermediou negócios da empresa com construtoras. Bonilho sustentou também que soube que o doleiro havia repassado parte do dinheiro a dois executivos da construtora Camargo Corrêa. Ele negou irregularidades nas transações.

O empresário declarou que contratou Youssef porque ele tinha um "bom tráfego" entre as empreiteiras, mas que veio a saber somente depois que se tratava de um doleiro. "Eu não entrei no Google para checar o nome dele", disse.

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Segundo Bonilho, a Sanko fechou 12 negócios a partir dos contatos do doleiro e pagava a ele comissões que variavam 3% e 15% da margem de lucro. O principal deles foi o do consórcio CNCC, liderado pela Camargo Corrêa, para a obra da refinaria de Abreu e Lima. Só nesse contrato, a Sanko-Sider recebeu R$ 198 milhões.

O depoimento não convenceu os parlamentares da oposição que acompanharam a sessão da CPI. O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) acusou o empresário de mentir ao dizer que não sabia quem era Youssef. "Seria muito bom se o senhor viesse a esta CPMI e falasse a verdade. O senhor tentou, aqui, nos enrolar, nos enganar e está usando da mentira", disse.

Como integrantes de um clube secreto, os beneficiários das "malas" enviadas pelo doleiro Alberto Youssef eram obrigados a dar uma senha previamente informada pelo esquema antes de embolsar o dinheiro. Ao fazer as entregas, os subordinados de Youssef recebiam um endereço, um nome, o horário e uma senha de controle a ser exigida na hora da entrega.

O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso a um bilhete para a entrega de R$ 40 mil a um executivo em São Bernardo do Campo (SP). No papel, está escrito "senha: Feliz 2014", frase que o enviado de Youssef deveria ouvir antes de entregar os valores.

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As investigações da Lava Jato também identificaram que Youssef e seus subordinados se referiam à propina com apelidos como "carbono, papel, documento, páginas de contrato e vivos". Conforme um interlocutor do doleiro, a senha só era exigida quando a entrega era para clientes "novatos".

O bilhete orienta a entrega de R$ 40 mil ao engenheiro Ricardo Kadayan, da Ductor Implantação de Projetos Limitada. O bilhete informa um endereço e o horário das 14h às 16h. Não há comprovação de que o dinheiro foi entregue. Kadayan afirmou que o endereço é o de sua residência, mas negou conhecer Youssef ou qualquer entrega de dinheiro. "Eu não tenho nada a ver com isso. Desconheço qualquer assunto a respeito."

O bilhete não cita a Ductor, que atua em áreas como fiscalização e supervisão de projetos, obras e serviços de engenharia. A empresa disse não conhecer o doleiro. Nem Kadayan nem a Ductor são investigados pela PF. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A empreiteira UTC, uma das principais doadoras de campanhas eleitorais, emprestou de R$ 900 mil a R$ 1 milhão em dinheiro vivo ao doleiro Alberto Youssef na época em que foram sócios na construção de um hotel em Salvador, por volta de 2008. A declaração foi dada pelo presidente da UTC, Ricardo Ribeiro Pessoa, em depoimento à Polícia Federal ontem. Pessoa está preso desde a última sexta-feira, quando foi deflagrada a sétima fase da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção alimentado por algumas das maiores construtoras do País e por diretorias da Petrobrás.

O empreiteiro falou ainda sobre as doações legais da UTC para campanhas eleitorais. Sobre "contatos com tesoureiros ou arrecadadores de partidos", ele declarou ter tido contato "próximo" com João Vaccari, que lhe pedia dinheiro para o PT, e com uma pessoa identificada no relato policial apenas como "Dr. Freitas", que seria o arrecadador do PSDB. Procurada, a assessoria do PSDB sugeriu procurar o tesoureiro da legenda José Gregori, que não respondeu aos contatos da reportagem.

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O empreiteiro disse aos policiais que foi apresentado a Youssef pelo falecido deputado federal José Janene (PP). Ele e o doleiro tinham interesses comuns em negócios na capital baiana. O depoimento não detalha a evolução da relação pessoal entre a dupla. "Youssef possuía uma empresa de nome GFD, vindo a adquirir uma participação em um empreendimento hoteleiro em Salvador construído pela UTC. A parceria foi considerada interessante, haja vista que Youssef traria consigo as empresas Tieko Aoki, dona da marca Blue Tree, a qual se tornaria administradora do hotel sob a bandeira Spot Light", afirmou Pessoa aos policiais.

O presidente da UTC disse que "eventualmente" Youssef "solicitava dinheiro emprestado e, posteriormente, devolvia". Ele não soube dizer quanto tempo levava para reaver as quantias, mas que nunca cobrou juros do doleiro. "A UTC possuía em caixa na época em que isso ocorreu, por volta do ano de 2008, cerca de R$ 900 mil a R$ 1 milhão, sendo esses recursos eventualmente emprestados ao mesmo", declarou. No depoimento não há referência ao uso que Youssef fazia do dinheiro.

Parte do que a UTC repassou em dinheiro vivo a Youssef, no entanto, serviu para "pagar uma chantagem por parte de uma mulher, de nome Monica Santos, com quem teve um breve relacionamento há cerca de 22 anos". Pessoa disse que perdeu o contato com Monica até 2012, quando ela começou "a lhe importunar". O presidente da empreiteira disse acreditar "ter dado cerca de R$ 800 mil a Monica Santos", mesmo sendo aconselhado por advogado a registrar um boletim de ocorrência contra ela.

O responsável na UTC pelo controle das operações financeiras em espécie com Youssef, segundo Ricardo Pessoa, era o diretor empresa Walmir Pinheiro, que também foi preso na última sexta-feira, mas teve seu alvará de soltura expedito nessa terça-feira. Os policiais questionaram Ricardo Pessoa sobre os pagamentos feitos pela UTC às empresas Piemonte e Auguri, que, de acordo com as autoridades, eram usadas pela empresa Toyo para pagar propinas e obter contratos com a Petrobrás. Pessoa afirmou no depoimento que acredita ter pago R$ 40 milhões em dez prestações. Ele afirmou que precisou fazer os pagamentos após a Mitsui deixar uma parceria com a UTC. "A mesma recusou-se a pagar Julio Camargo pelo serviço, assumindo a UTC esse ônus".

O deputado Nilson Leitão (PSDB-MT) começou a coletar na tarde desta terça-feira (28) assinaturas para a criação de uma comissão externa da Câmara dos Deputados para visitar no hospital o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato. Youssef está internado desde o último sábado (25) em Curitiba, após forte queda de pressão arterial.

O tucano defende que o Congresso precisa acompanhar de perto a evolução do estado de saúde do principal delator do esquema de corrupção que teria se instalado na Petrobras. "Queremos saber a real situação dele", disse Leitão. Boletim divulgado hoje informa que o doleiro mantém quadro clínico estável e começou a fazer fisioterapia e reposição de nutrientes. Segundo o boletim do hospital Santa Cruz, Youssef apresenta exames dentro da normalidade e continua "consciente, lúcido e orientado".

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No dia da eleição, a Polícia Federal desmentiu boatos de que o doleiro havia sido envenenado. Youssef passou mal no sábado, dois dias depois de a revista Veja publicar que ele teria afirmado à PF que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff sabiam do suposto esquema de corrupção na estatal. Ele tem problemas cardíacos e já havia apresentado quadro similar em outras duas ocasiões.

O doleiro Alberto Youssef apresenta quadro clínico estável, informou boletim médico do hospital Santa Cruz, onde ele está internado em Curitiba. O documento, divulgado às 17h30, diz que Youssef está consciente, lúcido e orientado. O boletim afirma ainda que os exames apontam quadro de normalidade do paciente.

Mais cedo, a Polícia Federal desmentiu boatos que foram espalhados pelas redes sociais dando conta de que Youssef havia sido envenenado. De acordo com informação publicada no Twitter, a previsão é de que o doleiro tenha alta nas próximas 48 horas. Ainda segundo a PF, após ter alta Youssef deve retornar à carceragem da PF na Superintendência Regional em Curitiba.

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Youssef passou mal no sábado, dois dias depois de a revista Veja publicar que ele teria afirmado à PF que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff supostamente sabiam do esquema de corrupção na Petrobras que desviou R$ 10 bilhões.

Ele tem problemas cardíacos e já apresentou quadro similar em outras duas ocasiões. Na nota divulgada pela manhã, a PF informou que o doleiro teve uma "forte queda de pressão arterial causada por uso de medicação no tratamento de doença cardíaca crônica".

O doleiro Alberto Youssef, que está internado na UTI do Hospital Santa Cruz, em Curitiba (PR), desde a tarde de sábado, 25, está com o quadro estável e pode ser liberado em até 48 horas, ao contrário do inicialmente informado, que ele ficaria internado por mais 48 horas. Em nota divulgada pelo Hospital no início da tarde deste domingo, 26, assinada pelo cardiologista Rubens Zenóbio Darwish e o diretor clínico Arthur Leal Neto, os exames realizados por Youssef contatam "sinais vitais dentro da normalidade", informa.

"Até o momento (Youssef) apresenta exames laboratoriais e outros exames complementares dentro da normalidade, conforme última avaliação médica, o paciente apresenta-se consciente, lúcido e orientado, com sinais vitais dentro da normalidade. Necessita de observação e monitorização contínuas", disse.

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A nota também esclarece as condições de chegada do doleiro ao hospital. "Alberto Youssef deu entrada na UTI Coronariana do Hospital Santa Cruz no dia 25/10/2014, às 16h20, devido a episódio de síncope a esclarecer: Chegou com quadro clínico estável, apresentando sinais de desidratação e de emagrecimento importante. Na avaliação inicial não apresentava sinais de intoxicação exógena e/ou medicamentos e quadro cardiológico estável", explica.

Segundo fonte ligada ao hospital ele chegou a receber a visita das filhas e está 16 quilos mais magro em comparação ao período pré-prisão.

Desde que foi internado na tarde de sábado, a Polícia Federal tem emitido notas sobre as condições de Youssef. Na última, a PF voltou a desmentir boatos de que Youssef teria sido envenenado e que está escoltado no hospital com dois policiais federais e tão logo tenha condições mais favoráveis de saúde voltará para sua cela da carceragem na Superintendência da PF, em Curitiba (PR), onde está detido desde 18 de março, quando foi deflagrada a Operação Lava Jato.

O presidente da CPI mista da Petrobras, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), afirmou nesta quarta-feira que não descarta marcar o depoimento do doleiro Alberto Youssef para a próxima quarta-feira (22), às vésperas do segundo turno das eleições. A oposição cobrou ontem de Vital do Rêgo a presença do doleiro no mesmo dia em que a CPI vai ouvir o atual diretor de Abastecimento da estatal, José Carlos Cosenza.

O colegiado já havia aprovado um requerimento de convocação de Youssef e, pelo regimento do Congresso, cabe ao presidente da CPI marcar o dia do depoimento. Vital tinha sinalizado na terça-feira ser contrário a levar Youssef no momento à CPI. O senador argumentou que a presença do doleiro poderia ser improdutiva porque ele está participando, no momento, de um acordo de delação premiada. Ele citou o exemplo do ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, outro que fez um acordo de delação premiada, que no mês passado ficou calado durante depoimento aos parlamentares da CPI. Hoje, contudo, Vital disse que levar o doleiro, que está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR), à CPI está na ordem das "prioridades" dele. Ele disse que pode marcar o depoimento do doleiro para quarta-feira (22) ou na semana subsequente (29), mas é preciso conversar e discutir a logística com a PF, encarregada de escoltar Youssef a Brasília. O presidente da CPI, entretanto, sinalizou que a tendência é marcar o depoimento para o dia 29. "Acredito que, depois do segundo turno, na volta dos trabalhos, seja o mais provável. Depressa. Espero que ele venha para falar como falou na Justiça", afirmou.

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Na semana passada, Youssef e Paulo Roberto Costa prestaram depoimentos públicos à Justiça Federal do Paraná acusando, entre outras pessoas, o tesoureiro do PT, João Vaccari, de ser o responsável por cobrar propinas de empreiteiras sob contratos da estatal. Em nota, Vaccari negou as acusações.

Partidos que apoiam a candidatura do tucano Aécio Neves querem explorar, na CPI, as recentes declarações de ambos. Aliado da presidente Dilma Rousseff, a quem tem ajudado na campanha no seu Estado, a Paraíba, Vital resiste a acatar as sugestões da oposição com o argumento de que a CPI não pode ficar "contaminada" pelo ambiente eleitoral.

A presidente Dilma Rousseff está reunida no Palácio da Alvorada na manhã desta sexta-feira, 10, com seus coordenadores de campanha para avaliar os estragos que podem ser provocados em sua campanha à reeleição pelas denúncias do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef.

Em depoimentos à Justiça, os dois disseram que PT, PMDB e PP ficavam com uma porcentagem dos contratos assinados pela empresa estatal. Dilma está também gravando programas eleitorais para serem exibidos pelas emissoras de rádio e TV. Não está decidido ainda, mas a presidente poderá, antes de decolar às 13h30 para o Rio Grande do Sul, dar entrevista coletiva à imprensa no Alvorada.

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No governo, as denúncias foram recebidas com perplexidade e muita preocupação. As primeiras orientações são de que a campanha não deve ficar na defensiva, mas "responder à altura" todas as denúncias. Além disso, deve insistir com o discurso de que a presidente Dilma nunca jogou denúncia de corrupção para baixo do tapete e que é a Polícia Federal de seu governo quem apura e descobre os mal feitos, prendendo os responsáveis por eles.

Depois de cumprir sua primeira agenda por cinco cidades do Nordeste, a presidente embarca para Canoas (RS), onde se encontra com lideranças locais e participa de carreata. No Rio Grande do Sul, Dilma obteve 43% dos votos e Aécio Neves, 41%. Dilma quer os 12% de votos do Rio Grande do Sul de Marina Silva, do PSB, derrotada no primeiro turno.

No sábado, a presidente irá à Contagem, Minas Gerais, para, mais uma vez, sair em busca dos votos de Marina, que somaram 14% do eleitorado local. Dilma quer assegurar a vantagem de 3% dos votos que obteve em seu Minas, terra do seu adversário Aécio Neves (PSDB), assim como conquistar os 14% de Marina.

Com quase 45 minutos de atraso, a CPI mista da Petrobras abriu na manhã desta quarta-feira, 8, a sessão para ouvir o depoimento de Meire Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef. Meire já relatou, segundo a revista Veja, que o doleiro, preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, circulava com "malas e malas de dinheiro" em esquema de lavagem de dinheiro que teria como destino políticos do PT, PMDB e do PP.

O pedido da comissão para ouvi-la foi aprovado no dia 17 de setembro. Na mesma ocasião, o colegiado também havia aprovado requerimento para ter acesso à cópia dos depoimentos de Meire Poza à Justiça Federal do Paraná.

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Nos bastidores, Meire tem dito que vai contar o que sabe sobre o envolvimento de políticos com Youssef. Logo após o primeiro turno das eleições, a sala da CPI está lotada de parlamentares, assessores políticos e jornalistas.

O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) chegou a questionar o vice-presidente da CPI, senador Gim Argello (PTB-DF), sobre o atraso e cobrou a abertura dos trabalhos - marcada originalmente para começar às 10h15.

Segundo ele, para se ouvir uma depoente, é preciso apenas da presença do presidente e do relator da CPI e mais um parlamentar - exigência cumprida. Foi aí que Gim abriu a sessão, justificando que o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), teve dificuldades para vir da Paraíba para Brasília.

Uma ex-contadora do doleiro Alberto Youssef resolveu colaborar com as investigações da Operação Lava Jato e afirmou que ele movimentava grandes quantias em dinheiro vivo "sem justificativa contábil". Ela revelou como o doleiro construiu um império, inclusive com participação na rede hoteleira, e contou que o esquema avançou sobre os caixas de prefeituras e Estados, que dirigiam recursos municipais para fundos operados por ele. Citou Paranaguá (PR), Cuiabá (MT), Petrolina (PE), Hortolândia (SP), Holambra (PR) e Tocantins.

Em dois depoimentos à Polícia Federal, Meire Bonfim da Silva Poza detalhou suas funções na GFD Investimentos, empresa de fachada de Youssef, e relatou as operações de empreiteiras. Youssef está preso desde março.

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Meire depôs pela primeira vez no dia 23 de julho. Dois dias depois, retornou à PF e disse estar disposta a colaborar com as investigações alegando que não participou de esquema criminoso. Ela relata que em julho de 2011 lhe pediram que elaborasse um contrato de serviços com uma construtora, sendo que "o objeto que deveria constar do contrato era o estudo de viabilidade de plataformas de petróleo, atividade estranha à GFD".

Segundo Meire, a GFD nada fez e apenas emitiu uma nota de serviços no valor de R$ 300 mil. A simulação se repetiu outras três vezes, com a empresa de Youssef fornecendo notas frias para a empreiteira e embolsando R$ 2,32 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Justiça Federal decretou nova prisão preventiva do doleiro Alberto Youssef. Alvo maior da Operação Lava Jato, investigação sobre lavagem de dinheiro que pode ter alcançado R$ 10 bilhões, Youssef foi preso em São Luís (MA), dia 17 de março. A nova ordem de prisão não tem relação com a Lava Jato, mas com outra acusação.

No último domingo, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, mandou soltar todos os acusados da Lava Jato, inclusive o doleiro. Mas recuou depois que a Justiça Federal no Paraná o alertou sobre o risco de fuga de Youssef, que teria "contas milionárias no exterior". Os processos antigos de Youssef que estavam suspensos voltaram a correr, já que ele teria quebrado o acordo de delação premiada pelo retorno à atividade criminosa. O doleiro fez delação premiada em 2003 no âmbito do caso Banestado, evasão de US$ 30 bilhões nos anos 1990.

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A pedido do Ministério Público Federal - petição subscrita por cinco Procuradores da República -, a Justiça Federal decretou nesta quarta feira uma nova prisão preventiva do doleiro. O caso envolve crimes de gestão fraudulenta de instituição financeira, evasão de divisas e corrupção ativa. Segundo a acusação, Alberto Youssef teria, entre janeiro de 1998 a agosto de 1999, aberto, em agências bancárias em Londrina, 43 contas em nome de "pessoas interpostas" e movimentado R$ 345, 97 milhões.

Ainda segundo a acusação, as contas seriam utilizadas para a realização de operações dólar cabo, ou seja, transferências internacionais fraudulentas. Também segundo a denúncia, Alberto Youssef, para utilizar as contas, pagaria vantagem indevida a gerente do Banestado em agência de Londrina. Alberto Youssef confessou os crimes.

A prisão preventiva foi decretada diante dos indícios de que Youssef retomou suas atividades criminosas "de modo profissional e habitual" e a fim de prevenir a prática de novos crimes. Como o caso não se insere na Operação Lava Jato, a ação penal tramitará no primeiro grau de jurisdição, sem remessa ao STF. O mandado de prisão já foi cumprido. Como o caso não está no âmbito da operação, a Justiça Federal não terá que remeter os autos ao Supremo.

O juiz Sergio Moro, da Justiça Federal do Paraná, acatou na tarde desta quarta-feira, 23 a denúncia proposta pelo Ministério Público Federal contra o doleiro Alberto Youssef e outros seis investigados pela Polícia Federal, presos pela Operação Lava Jato, um esquema de lavagem de dinheiro que chegou a movimentar R$ 10 bilhões nos últimos quatro anos.

Além dessa denúncia, o MPF também ofereceu outras quatro, mas que estão sendo analisadas e poderão ser acatadas nos próximos dias. O ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa é citado em apenas uma denúncia, enquanto Youssef aparece em mais uma, além da primeira. O doleiro é acusado de ter remetido US$ 444,6 milhões para fora do Brasil entre julho de 2011 e março de 2013, por conta da utilização de empresas de importação inexistentes.

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A primeira oitiva com as testemunhas de acusação deve acontecer no dia 30 de maio, na sede do MPF. Segundo a decisão do juiz a denúncia foi acatada por existir elementos suficientes para a investigação. No despacho, há detalhes sobre as operações fraudulentas em que diversas empresas estão envolvidas.

Além disso, a denúncia detalha outras operações feitas por Youssef e Carlos Alberto Pereira da Costa: "os acusados Alberto Youssef e Carlos Alberto teriam internalizado, por meio fraudulento, valores previamente evadidos, de USD 3.135.875,20 entre 31/08/2010 e 03/05/2011, mediante quatro contratos de câmbio com investimentos a título de Capitais Estrangeiros a Longo Prazo na empresa GFD Investimento Ltda., ocultando e dissimulando a natureza e origem criminosa dos valores, o que caracterizaria crime de lavagem de dinheiro".

Além de Youssef e Carlos Alberto, também foram denunciados Leonardo Meirelles, Leandro Meirelles, Pedro Argese Júnior, Esdra de Arantes Ferreira e Raphael Flores Rodriguez. Leonardo Meirelles era um dos sócios do laboratório Labogen, que chegou a firmar convênio de R$ 31 milhões com o Ministério da Saúde no ano passado, mas era mais utilizado como passagem de dinheiro para o exterior.

No total, foram realizadas 3.649 operações de câmbio entre julho de 2011 e 17 de março deste ano, data das prisões de Youssef e Carlos Alberto. Na ação, a Justiça Federal individualizou a participação de cada um dos envolvidos nas ações da quadrilha. Segundo a descrição da Justiça Alberto Youssef era o líder do grupo criminoso, mandante e executor dos crimes.

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