Adriano Oliveira

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Conjuntura e Estratégias

Perfil:Doutor em Ciência Política. Professor da UFPE - Departamento de Ciência Política. Coordenador do Núcleo de Estudos de Estratégias e Política Eleitoral da UFPE.

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Indagações inquietantes

Adriano Oliveira, | qua, 05/06/2013 - 17:16
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A alta aprovação da gestão do governador Eduardo Campos tem relação com a aliança Lula/Dilma?A alta aprovação da gestão da presidenta Dilma tem relação com o lulismo? Se o eduardismo tem dependência do lulismo e do dilmismo, qual será a força eleitoral do governador Eduardo em Pernambuco na eleição para governador? Se o dilmismo depende do lulismo, qual será a contribuição deste para o sucesso eleitoral de Dilma em 2014?

As indagações postas podem ser respondidas por pesquisas eleitorais – qualitativas e quantitativas. E as respostas sugerem variados cenários já que as fraquezas dos atores serão mostradas. Quando os competidores identificam previamente as fraquezas dos oponentes, estratégias eficazes são criadas e cenários surgem. Admitam a veracidade da hipótese de que pesquisas revelam que existe associação significativa entre a aprovação da gestão de governo do PSB e a percepção de que Eduardo é aliado de Dilma/Lula. Diante desta plausível constatação, a candidatura de Eduardo à presidente poderá lhe trazer prejuízos eleitorais em Pernambuco.

Admita-se a veracidade da hipótese de que o lulismo influencia a percepção positiva dos eleitores para com Dilma. Neste caso, o contexto econômico desfavorável pode não ser forte ameaça para o desempenho de Dilma em 2014, pois o lulismo despertará nos eleitores de que Lula e Dilma juntos são os mais preparados e aptos para trazerem o Brasil de volta ao rumo do crescimento. Ou melhor: ao consumo intenso. A força do lulismo entre os eleitores também contribuirá para que as agremiações partidárias não abandonem a coalizão dilmista.

Por outro lado, se pesquisas revelam que a força eleitoral de Eduardo em Pernambuco independe de Lula/Dilma? Neste caso, Eduardo terá condições de fazer o seu sucessor e com isto ditar as regras do jogo na escolha do seu candidato. Se assim for, a candidatura de Armando Monteiro passa a depender fortemente das escolhas de Eduardo. E se o lulismo não influenciar positivamente o desempenho eleitoral de Dilma? Os principais candidatos da oposição adquirem envergadura para vencerem a disputa presidencial em um contexto de forte crise econômica.

Competidores não mais desprezam pesquisas. Mas podem desprezar as boas indagações que precisam estar nas pesquisas e as interpretações adequadas dos dados e dos contextos eleitorais. O ato de construir cenários depende da interpretação do contexto. Estratégias eficazes são construídas em razão de boas pesquisas, da interpretação adequada das pesquisas e do contexto eleitoral e da construção de cenários plausíveis. Portanto, os atores, antes da tomada de decisão no que condiz ao posicionamento político-eleitoral em 2014, não devem desprezar as respostas das indagações sugeridas.

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