Magno Martins

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Política Diária

Perfil:Graduado em Jornalismo pela Unicap e com pós-graduação em Ciências Políticas, possui 30 anos de carreira e já atuou em veículos como O Globo, Correio Braziliense, Jornal de Brasília, Diário de Pernambuco e Folha de Pernambuco. Foi secretário de Imprensa de Pernambuco e presidiu o comitê de Imprensa da Câmara dos Deputados. É fundador e diretor-presidente do Blog do Magno e do Programa Frente a Frente.

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Foi Lula quem entregou Dilma

Magno Martins, | sex, 04/12/2015 - 10:39
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O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não disparou o processo do impeachment por acaso. Foi tudo obra do gênio político de Lula. Isto porque a decisão do PT de condenar Cunha no Comitê de Ética provocou a fúria do presidente da Câmara.

Na verdade, as notícias levantadas indicam a revolta de Lula quanto ao comportamento errático de Dilma. Em particular, Lula explodiu quando Dilma desdenhou dele na articulação para colocar Henrique Meireles no Ministério da Fazenda.

Lula considera que Joaquim Levy é um bom técnico, mas não tem nenhuma condição de liderar uma saída para a crise econômica dramática que o Brasil vive. Por outro lado, Lula considera que grande parte do sucesso econômico do seu Governo foi por conta da escolha de Meireles para o Banco Central.

O líder do PT entende que a permanência de Levy vai levar o Brasil a um poço mais fundo que o do pré-sal e, o pior, só vai destruir todo o trabalho de resgate social que Lula conquistou para o Brasil. Ou seja, Levy vai levar o Brasil de volta à mais tenebrosa miséria.

E tudo por conta da teimosia irracional de Dilma em manter uma política econômica que só destrói empregos, receitas públicas e privadas, e tudo mais de negativo que o Brasil está vivendo e vai viver mais.

Além de tudo, Lula sente que Dilma não respeita a opinião dele e vai por conta própria levando o País às mais tenebrosas trevas. E se é assim, ele prefere que o Michel Temer assuma, pois se trata de um quadro mais previsível, equilibrado e confiável.

Ou seja, se arrependimento matasse, Lula já estaria para lá do cemitério. E a única maneira dele sobreviver é ter a morte rápida da Dilma. E quanto mais acelerado, melhor.

Sim, tem outro aspecto: Lula estava ficando sozinho na vitrine da corrupção e Dilma assistindo a tudo de camarote. Agora, tudo virou e Dilma entra para o centro do palco sendo a estrela dessa grande confusão chamada Brasil.

QUAL É MAIS BANDIDO? - Para o marqueteiro Marcelo Teixeira, da Makplan, não existe nada mais incoerente no jogo nacional do que acusar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de bandidagem e num outro extremo defender o Governo Dilma. “Um Governo respeitado e competente, que não é o caso de Dilma, é mais importante para a Nação e para o povo do que o presidente da Câmara”, avalia. Segundo ele, Cunha só canta de galo, na verdade, pela fraqueza do Governo e o despreparo da presidente.

Crise aumenta violência– O total de homicídios em Pernambuco já supera o registrado ao longo de todo o ano de 2014. Segundo a Secretaria de Defesa Social (SDS), entre janeiro e novembro deste ano foram apontados 3.540 assassinatos, 13,5% a mais que nos 12 meses de 2014. Novembro teve o segundo pior resultado de 2015, com 352 crimes violentos letais intencionais (CLVI). Outubro foi o pior mês, com 282 assassinatos registrados. "A crise contribui. Não é que o desempregado vá cometer crime, mas ele empregava outros serviços. Com a recessão do País, vemos impacto nos índices de violência", diz o secretário de Defesa, Alessandro Carvalho.

A força do PMDB – O PMDB e o PP terão o maior número de deputados na Comissão Especial do Impeachment: oito e quatro, respectivamente. Apesar de os partidos da oposição não terem maioria na comissão, o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), diz acreditar que a base do Governo não está unida e isso pode contar votos a favor do impeachment. "Tenho convicção que a base aliada está completamente rachada. A presidente Dilma não tem 140 votos", disse. Sobre a comparação com a votação dos vetos presidenciais, Sampaio diz que são temas distintos. "Veto é uma coisa, impeachment é outra".

O temeroso Temer– O vice-presidente Michel Temer, que ontem se reuniu com Dilma e a orientou para não entrar no bate-boca com Eduardo Cunha, soube que o presidente da Câmara deflagraria o processo de impeachment minutos antes da entrevista concedida por ele (Cunha) no salão verde. Em privado, disse que não cogita assumir a defesa do mandato de Dilma, alegando que o PMDB está dividido sobre a matéria. Como presidente da legenda, não considera apropriado tomar partido. Planeja cumprir, com rigor institucional, seus deveres de vice-presidente da República.

Geraldo passa no teste – Pesquisa realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas aponta que a administração do prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), é aprovada por 57,6% dos eleitores da capital pernambucana. O levantamento também conclui que se as eleições municipais de 2016 fossem realizadas hoje, o socialista seria reeleito com 28,3% dos votos. Em seguida aparecem os nomes do ex-prefeito João Paulo (PT), com 19,4%, e o do deputado federal e ex-governador Jarbas Vasconcelos (PMDB), com 19,1%. Foram ouvidas 700 pessoas entre os dias 25 e 26 de novembro passado em diversas regiões do Recife. O grau de confiança do estudo é de 95% e a margem de erro é de 4% para mais ou para menos.

CURTAS

SEM REELEIÇÃO– Um dos oposicionistas recebidos no Jaburu pelo vice-presidente Michel Temer quis saber se disputaria a reeleição na hipótese de o destino lhe entregar a cadeira de Dilma. Ao relatar a conversa a um amigo, Temer disse ter respondido que a presidência da República não está no seu horizonte. Mas se por acaso virar presidente, não ousará reivindicar a reeleição.

ALÔ, OURICURI! – Hoje, estarei em Ouricuri, no Sertão do Araripe, onde faço palestra e lanço meus livros no auditório do Sindicato dos Servidores Estaduais, com início previsto para às 19 horas. Amanhã, vou ao Pajeú para repetir essa mesma agenda em Itapetim, berço imortal da poesia. Ali, o evento está marcado para a Câmara de Vereadores, às 19 horas.

Perguntar não ofende: O PMDB, que assumiria o poder com Temer, fica com Dilma ou apoia o impeachment?

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