Magno Martins

Magno Martins

Política Diária

Perfil:Graduado em Jornalismo pela Unicap e com pós-graduação em Ciências Políticas, possui 30 anos de carreira e já atuou em veículos como O Globo, Correio Braziliense, Jornal de Brasília, Diário de Pernambuco e Folha de Pernambuco. Foi secretário de Imprensa de Pernambuco e presidiu o comitê de Imprensa da Câmara dos Deputados. É fundador e diretor-presidente do Blog do Magno e do Programa Frente a Frente.

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Indignação contra a roubalheira

Magno Martins, | seg, 14/12/2015 - 10:28
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Um dos comentaristas do programa Frente a Frente, ancorado por este blogueiro pela Rede Nordeste de Rádio, o publicitário José Nivaldo Júnior, da Makplan, dizia, ontem, numa roda de amigos, que a louvação e importância que alguns setores da sociedade dão a povo nas ruas, a propósito das manifestações de ontem pelo impeachment, em todo o País, são coisas que se reportam ao século XIX.

“Os códigos do terceiro milênios são outros”, arrematou o polêmico, atualizado e crítico marqueteiro. Na verdade, José Nivaldo está se referindo à ebulição provocada em todos os segmentos da sociedade pela internet, as redes sociais e o mundo globalizado. Numa sociedade online, as instituições funcionam, como estão relativamente cumprindo seus papeis, sem necessariamente a voz rouca das ruas.

Mas, independentemente disso, é digno de comemoração à volta do povo às ruas. Mesmo sem o devido tempo para organizar, mobilizando as pessoas apenas pelas redes sociais, os movimentos defensores do impeachment de Dilma colocaram caras pintadas nas ruas em todo o País.

Poderia ter uma amplitude maior? Pouco importa. Os que saíram de casa para pedir o fora Dilma, a cassação de Eduardo Cunha e uma limpeza em geral no Congresso não dependeram de máquina pública, não ganharam lanches nem refrigerantes bancados pelo poder ou organizações infiltradas. Estavam ali pelo inconformismo e pelo sentimento de indignação.

Indignação contra o maior assalto aos cofres públicos da história republicana patrocinado pelo PT com a chegada de Lula ao poder. Nunca se roubou tanto neste País! Os delatores fazem acordo para reduzir suas penas com a garantia de devolver 100 milhões de dólares. De boca cheia, falam em 100 milhões de dólares como se tratassem de dois contos de réis.

A dinheirama que a quadrilha do PT instalou no poder desviou R$ 42 bilhões da Petrobras, fala-se em R$ 25 bilhões dos fundos de pensões e R$ 60 bilhões do BNDES. O desgoverno fechou suas contas com um déficit de R$ 150 bilhões, aprovado, pasmem, pelo Congresso, sem que a presidente fosse enquadrada na Lei de Responsabilidade Fiscal.

Só na semana passada, o País assistiu, impactado, a mais três escândalos: R$ 200 milhões desviados de apenas um trecho da Transposição, entre Sertânia (PE) e Monteiro (PB); um sobrepreço bilionário nas obras da refinaria de Abreu e Lima e a prisão, por roubo, através de licitações desviadas, de dois lobistas da Hemobrás, além da demissão dos diretores Rômulo Maciel e Mozart Sales.

Enquanto Dilma diz que não rouba, mas deixa roubar, três milhões de brasileiros, coitados, passaram a ficar inadimplentes com os seus seguros de saúde, sem assistência médica. Se morrerem, depositem a culpa na brutal recessão que Dilma jogou no nosso colo. No mercado de trabalho, 1,5 milhão de trabalhadores com carteira assinada perderam seus empregos, enquanto mais sete milhões na informalidade foram jogados pela janela.

Este é o legado do PT, de Lula e Dilma, que alguns, certamente movidos por outros interesses não republicanos, ainda têm coragem de defender. É triste ouvir argumentos na linha de que todos roubaram no passado, o PT também pode roubar. Pode não! O PSDB e tantos outros que se locupletaram do poder pagaram o preço, que foi a derrota para a oposição.

O PT, que o povo tanto confiou, na condição de maior partido de oposição, não poderia ter seguido a cartilha do PSDB e outros partidos que governaram o País. Ao contrário, jogou, infelizmente, a ética no lixo. Governou com os mesmos que diziam ser assaltantes, como Sarney, Collor, Jader Barbalho, Roberto Jeferson, Jucá e tantos outros.

Tinha que dar no que deu!

SEM COMEMORAÇÃO – Os protestos de ontem, apesar de menores que outros convocados meses atrás e, também em 2013, podem ganhar musculatura no pior momento para a presidente Dilma: se o processo ganhar terreno e for levado à votação em plenário. Para isso, o andamento do impeachment ainda precisa avançar no Congresso Nacional e superar o atual movimento de judicialização ao qual está sendo submetido no Supremo Tribunal Federal (STF).

Elias contratou empresa investigada– Em Jaboatão, o prefeito Elias Gomes (PSDB) já contratou os serviços de consultoria da Ecoplan Engenharia Ltda, a mesma empresa envolvida no escândalo de desvio de R$ 200 milhões em um dos trechos da Transposição. Com data de 15 de abril de 2011, o contrato, no valor de R$ 1.515.168,70, foi assinado através da Secretaria de Assuntos Jurídicos, para consultoria de apoio e gerenciamento dos processos de contratações de bens e serviços pela Prefeitura.

Irmão na linha de frente– Embora o PSB não tenha assumido, oficialmente, posição pelo impeachment, o advogado Antônio Campos, irmão do ex-governador Eduardo Campos e pré-candidato a prefeito de Olinda, foi às ruas, ontem, defender o afastamento da presidente Dilma. "O país precisa de um rumo e [o vice-presidente] Michel Temer tem diálogo para isso. Como presidente do Conselho de Ética do PSB, escrevi uma carta propondo ao partido o posicionamento pró-impeachment. Espero que seja acolhida", afirmou.

 

Adeus, PT! – Para quem não leu ainda a entrevista do senador Paulo Paim nas páginas amarelas de Veja apenas uma frase de quem está rasgando a filha de filiação ao PT: “É triste ver que o sonhou acabou. Ver aonde chegamos. Infelizmente, o PT hoje é um partido como todos os outros que sempre criticamos”. Paim está abandonando o barco depois de 30 anos de militância e diz que a gota d água foi a decepção com o Governo Dilma.

Pagamento e contas em dia– Camaragibe, administrada pelo tucano Jorge Alexandre, faz parte dos seletos 4% de municípios com as contas em dia em todo o País. Segundo levantamento oficial, 96% das prefeituras estão no chamado “cadastro negro” e sem direito, portanto, a verba federal. Na sexta-feira passada, aliás, Alexandre pagou o 13º salário integral dos servidores, injetando recursos da ordem de R$ 6 milhões na economia.

CURTAS

RAZÕES– Presente ao ato pelo impeachment, ontem, no Recife Antigo, o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho, também subiu no carro de som. "Sobram razões para que ela (Dilma) seja destituída. É preciso mais do que nunca o povo na rua para vencer as barreiras que querem impor ao processo de impeachment", afirmou.

ALÔ, BEZERROS! – Começo mais uma semana de lançamentos e palestras sobre a conjuntura nacional, hoje, pela cidade de Bezerros, às 19 horas, na Câmara de Vereadores. Amanhã, será a vez de Quipapá e na quinta-feira a ilha de Fernando de Noronha.

Perguntar não ofende: Teremos recesso do Congresso, apesar da maior crise dos últimos 50 anos?

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