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Representantes de municípios e empresas do interior paulista abastecidos pelo Sistema Cantareira estão reunidos nesta sexta-feira, 21, em Valinhos para discutir a atual crise hídrica do Estado e apresentar as medidas locais para contingenciar água. Os níveis do Cantareira chegaram nesta sexta-feira, 21, a 14,5% de sua capacidade - pior nível desde que ele foi criado em 1974.

O presidente do Consórcio das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), o prefeito de Indaiatuba, Reinaldo Nogueira, abriu o encontro e defendeu o adiamento da renovação da outorga que permite a Sabesp explorar o sistema. Ela vence em agosto deste ano e União e Estado já discutem adiar para 2015 o processo.

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Os representantes do consórcio, entidade que representa municípios e empresas usuárias da água do PCJ, também vão apoiar a transposição da represa Jaguari, em Igaratá, que pertence à bacia do rio Paraíba do Sul, para socorrer o Cantareira. A proposta foi apresentada essa semana pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) e provocou a reação de governo e entidades do Rio de Janeiro - que usa a água do Paraíba.

A proposta inclusive foi um dos itens que constou no documento "Mandamentos da Estiagem", com 25 medidas a serem disrcutidas e implantadas para evitar o esvaziamento dos reservatórios do Cantareira, que foi aprovado em 7 de fevereiro.

O item 23 da carta diz "Esstudo de viabilidade para transposição de bacias, em regimes de emergência, como por exemplo através dos reservatórios de Igaratá e Paraibuna". A 72ª reunião plenária do Consórcio do PCJ começou por volta das 9h de hoje.

O Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE) e a Agência Nacional de Águas (ANA) devem adiar para agosto de 2015 a renovação da outorga do Sistema Cantareira, que dá direito à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) de retirar água de represas formadas por rios da região de Campinas e abastecer 47% da Grande São Paulo. Os órgãos vão se reunir para tomar a medida e evitar que a crise do sistema prejudique o debate.

"Estamos negociando ainda com a ANA. Nessa escassez, discutir outorga agora não tem clima", afirmou o diretor-presidente do DAEE, Alceu Segamarchi, nesta quinta-feira (20), em Campinas. A outorga vence em agosto deste ano. Segamarchi negou que seja uma decisão política. "É uma decisão conjunta. Todo mundo, os comitês, todos estão pensando a mesma coisa."

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A outorga foi renovada pela primeira vez em 2004. No processo, tanto a Sabesp como as cidades do interior fazem seus pedidos sobre o volume de água a ser usado. Hoje, a Grande São Paulo tem direito a até 31 mil litros de água por segundo e a região de Campinas a 5 mil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), falou nesta quinta-feira (20), em sua conta no Twitter sobre a possibilidade de transposição do rio Paraíba do Sul apresentada pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Em nota, Cabral negou que tenha autorizado a captação na bacia do Paraíba do Sul.

"Jamais permitirei que se retire água que abastece o povo do estado do Rio de Janeiro. O governador (Geraldo) Alckmin, com quem tenho excelente relação, me ligou para expor essa ideia. Disse a ele que formalizasse a proposta e que eu enviaria aos órgãos técnicos. Mas já adianto: nada que prejudique o abastecimento das residências e das empresas do estado do RJ será autorizado".

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A transposição das águas do rio Paraíba do Sul precisa ser autorizada pela Agência Nacional de Águas (ANA) que ainda não recebeu pedido formal para análise da proposta.

O racionamento de água no Sistema Cantareira deixou de ser decretado em janeiro porque foi autorizada pela União e pelo Estado uma liberação maior de água do que ele poderia produzir sem comprometer os níveis. A medida pode ter agravado o esvaziamento das represas e é investigada pelo Ministério Público Estadual e Federal.

Um documento de janeiro da Agência Nacional de Águas (ANA) já alertava sobre a necessidade de racionamento no Cantareira. Chamado de Boletim de Monitoramento dos Reservatórios do Sistema Cantareira, ele aponta que o Cantareira poderia produzir dentro de uma margem de segurança 25,8 mil litros por segundo em janeiro. Nesse item, há a observação "RACIONAMENTO" em vermelho.

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A ANA explicou que a quantia seria inferior à vazão mínima estipulada de 27,8 mil litros de água por segundo para garantir o abastecimento público dos 8,8 milhões de pessoas da Grande São Paulo e 5,5 milhões do interior. São 24,8 mil litros por segundo para a Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp) abastecer 47% da Região Metropolitana e 3 mil litros por segundo para as cidades da região de Campinas.

Segundo a ANA, a liberação maior de água para a Sabesp bem como o uso do chamado "banco de água" (uma reserva do sistema que é usada nos períodos de estiagem) evitou o racionamento registrado no documento. "Foi autorizado (a retirada de) 27,8 mil litros por segundo mais a vazão disponível no banco de água. Por isso, não houve racionamento", confirmou a ANA, em nota.

O documento da agência foi anexado ao inquérito civil aberto em novembro pelo Ministério Público Estadual, que juntamente com o Ministério Público Federal investiga as medidas de partilha da água autorizadas à Sabesp. "Questionamos a ANA em Brasília sobre essa observação de racionamento e eles não souberam explicar na ocasião. O que fica claro é que desde que começou a crise a ANA e o Estado não têm respeitado a curva de aversão a risco, que estipula o quanto se pode usar de água do Cantareira para não secá-lo, e têm adotado decisões que fogem ao critério técnico", afirmou a promotora Alexandra Facciolli Martins.

No documento da ANA, a Sabesp solicitou vazão média de 29,2 mil litros de água por segundo para janeiro e foi atendida integralmente. As cidades do interior solicitaram 7 mil litros de água por segundo e tiveram liberados 3 mil litros por segundo. "Isso mostra que foi feita uma divisão desigual entre as partes e que liberações maiores do que as permitidas pela outorga têm sido feitas para evitar o racionamento, mas agravando o risco de o sistema secar. O problema é que a estiagem ainda vai começar", diz a promotora.

Sem comentários

O Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), do Estado, informou que não comenta as medidas. A Sabesp, por meio de nota, informou que segue as determinações dos órgãos reguladores e o abastecimento nas cidades está sendo mantido. Citou ainda as medidas de incentivo à economia como ações para evitar o racionamento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Zimmermann, citou nesta quarta-feira,19, o relatório da última reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), realizada na semana passada, que alterou de "baixíssima" para "baixa" a probabilidade de risco de para o abastecimento, e admitiu que a mudança no termo ocorreu devido a um mês de fevereiro ruim em chuvas. "Mas a não ser que ocorra uma seca pior do que se planejou, o sistema será atendido adequadamente", ressaltou.

Zimmermann tentou minimizar as avaliações de que a grande necessidade atual de despacho de usinas térmicas no País seja uma crise. Em apresentação na Câmara dos Deputados, ele disse que o uso dessa eletricidade mais cara no Brasil ainda está muito abaixo do verificado em outros países. "A geração térmica muitas vezes é colocada como problema de crise, mas 68% da energia do mundo é térmica e são todos países viáveis. No Brasil, quando se estão gerando muitas térmicas isso é só 20% da nossa energia", afirmou, em audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio.

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Zimmermann detalhou que, dos quase 16 mil megawatts (MW) médios de térmicas disponíveis no País, cerca de 10 mil MW são usinas a gás natural. O secretário votou a dizer que o Brasil está hoje em equilíbrio estrutural, dentro do planejamento cujo critério de risco tolera um déficit de 5%. Ou seja, segundo ele, não há risco de racionamento.

"Mas hoje temos sobra de 6 mil MW médios, e muitos projetos de usinas à frente", completou. Ainda assim, Zimmermann relatou que em janeiro e fevereiro a pior seca do Nordeste coincidiu com secas de Sudeste e Sul. De acordo com ele, ainda que em março as chuvas não estejam sendo fortes, as primeiras precipitações já começaram a ajudar o Sudeste, onde estão principais reservatórios do País.

O volume de água armazenado nos reservatórios do Sistema Cantareira registrou mais uma queda nesta terça-feira, 18, de 0,1 ponto porcentual, passando para 14,9% da sua capacidade total, novo recorde negativo. De acordo com dados da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp), há um ano o índice era de 59,4%.

A escassez prolongada deste verão é a principal causa para os baixos níveis do sistema. Em janeiro, choveu apenas 36% da média histórica prevista para o mês. No mês de fevereiro, a pluviometria acumulada sobre o Cantareira alcançou apenas 33,8% do previsto. Em março, o volume de precipitações está dentro da média, tendo chovido até hoje cerca de 79% do esperado para o mês. As chuvas, no entanto, não foram suficientes para a recuperação dos mananciais.

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A maior preocupação do comitê anticrise, formado pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), é com o início do período seco, agora em abril. Com a redução do volume já insuficiente de chuvas, os níveis críticos do Cantareira devem cair ainda mais. Se mantido o pior cenário de escassez, o comitê estima que o esgotamento do volume útil do sistema acontecerá em julho, mês da Copa do Mundo.

A alternativa passaria a ser a exploração do volume morto, que fica abaixo dos níveis operacionais das reservas. A Sabesp já anunciou o investimento de R$ 80 milhões para explorar os cerca de 400 milhões de metros cúbicos armazenados nos fundos do reservatórios. A previsão é de que as obras terminem em maio.

Paralelamente, a concessionária adotou uma série de medidas para garantir o abastecimento da Grande São Paulo. Além de incentivar a redução do consumo de água com descontos nas tarifas, a Sabesp vai transferir o atendimento de até 3 milhões dos 8,8 milhões de consumidores abastecidos pelo Cantareira para os Sistemas Alto Tietê e Guarapiranga. Nesta terça, o índice do Alto Tietê estava em 37,8%, e o do Guarapiranga em 76,1%.

O nível de água nos reservatórios que constituem o Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de quase 9 milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo, continua caindo. Nesta segunda-feira, 17, o volume armazenado recuou para 15,0%, novo recorde de baixa. No domingo, a reserva era de 15,2%. Já há um ano, a marca era de 58,9%, de acordo com dados de monitoramento feito pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

O principal motivo para a queda é a escassez prolongada de chuva sobre as reservas, que se estendem desde o norte da cidade de São Paulo até o sul do Estado de Minas Gerais. A quantidade de chuva sobre essa região atingiu 128,2 milímetros (mm) em março, o equivalente a apenas 69% da média histórica no mês. No começo do ano, a estiagem foi ainda mais grave. Em fevereiro e janeiro choveu apenas 36,0% e 33,8% da média nesses meses, respectivamente.

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Apesar da situação ainda crítica, o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), negou na sexta-feira, 14, que a Sabesp esteja reduzindo o fornecimento em algumas partes da cidade de São Paulo por causa dos baixos níveis de reserva do Sistema Cantareira. No entanto, alguns moradores reclamam que o corte de água vem se repetindo nos últimos dias.

No começo de fevereiro, a Sabesp anunciou uma campanha para estimular a redução no consumo, oferecendo desconto de 30% na conta de quem economizar 20% do seu consumo de água, devido a falta de chuvas. Além disso, a companhia está providenciando a instalação de equipamentos para captar a água do chamado "volume morto" do Sistema Cantareira, um volume adicional que fica no fundo dos reservatórios.

Diante de uma estiagem bem mais severa do que a pior já registrada na história, o comitê anticrise que monitora a situação do Sistema Cantareira antecipou para julho - mês da Copa do Mundo - a previsão de esgotamento do chamado "volume útil" do manancial que abastece 47% da Grande São Paulo e a região de Campinas.

Na estimativa anterior, feita há quase um mês, o grupo afirmava que se a seca fosse tão grave quanto à de 1953 a água acabaria em agosto.

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O novo cenário pressiona ainda mais a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) a instalar os equipamentos necessários para captar a água do chamado "volume morto" do Sistema Cantareira. Trata-se de cerca de 400 bilhões de litros que ficam no fundo dos reservatórios, uma reserva estratégica nunca utilizada. A Sabesp informou que iniciará a operação em maio, dois meses antes do possível fim do "volume útil", que é a quantidade represada acima do nível das bombas.

Em fevereiro, após determinação da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), que lideram o comitê anticrise, a Sabesp contratou duas empresas por R$ 52 milhões para realizarem obras emergenciais para uso do "volume morto" nas represas Jaguari e Jacareí, em Joanópolis, e Atibainha, em Nazaré Paulista. As duas primeiras são consideradas o coração do Cantareira e armazenam 82% da água do manancial, mas estão com apenas 9,4% da capacidade.

A companhia também comprou 17 bombas flutuantes por R$ 5,3 milhões de uma empresa de Santa Catarina, além de tubos, cabos, painéis e geradores. O custo total da operação é estimado em R$ 80 milhões. Desde o início de março, o uso do "volume morto", que antes era tratado como eventual, tornou-se inevitável para que o racionamento não seja generalizado.

Parâmetros

As perspectivas ficaram mais pessimistas porque a seca atual do Cantareira é mais crítica que a de 1953, até então a pior da história e que servia de parâmetro para os técnicos dos governos estadual e federal. Desde janeiro deste ano, a quantidade de água que entrou nos reservatórios do Sistema Cantareira corresponde a 15% da média histórica, mesmo com a volta das chuvas neste mês. Em 1953, o pior índice foi o de janeiro: 39%.

Naquele ano, a vazão média de água que abastecia as represas oscilou entre 24,5 mil litros e 26,7 mil litros por segundo no primeiro trimestre. Em fevereiro deste ano, a vazão foi de apenas 8,5 mil litros e neste mês estava em 15,2 mil litros até sexta-feira, ou seja, 43% menor do que a pior média registrada.

Por outro lado, no mesmo período, a quantidade de água liberada para abastecer cerca de 14,3 milhões de pessoas das Regiões Metropolitanas de São Paulo e Campinas foi de 29,7 mil litros por segundo, ou seja, déficit de 14,5 mil litros por segundo. O pior é que até agora nenhuma das medidas anunciadas pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) foi suficiente para brecar a queda do "volume útil" do Sistema Cantareira, que ontem caiu mais um pouco, chegando a 15,2% da capacidade.

Outras estratégias

Quando a Sabesp lançou o plano que dá desconto de até 30% na conta para quem reduzir ao menos 20% do consumo, o sistema estava com 21,9% da capacidade. A partir de então, o governo de São Paulo passou a adotar uma série de estratégias.

Primeiro, começou a remanejar água das Bacias do Alto Tietê e Guarapiranga para 3 milhões de pessoas antes abastecidas pelo Cantareira. Em seguida, contratou uma empresa por R$ 4,5 milhões para produzir chuva artificial sobre os reservatórios que estão secos, liberou a exigência de gasto mínimo dos grandes consumidores e reduziu em 10% a vazão máxima para a Grande São Paulo. Na última semana, o governo de São Paulo cortou em 15% a quantidade de água vendida para São Caetano e Guarulhos - essa última cidade anunciou que promoveria racionamento por falta de água para distribuir à população. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Embora a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) tenha negado ao jornal O Estado de S. Paulo, na semana passada, estar fazendo racionamento de água, moradores de bairros da zona norte da capital e da Região Metropolitana continuam relatando falta de abastecimento durante as madrugadas.

"Nesta semana fiquei todos os dias sem água da meia-noite às 10h. Quero ver até quando isso vai continuar", disse a cabeleireira Ana Souza, moradora da Rua dos Filhos da Terra, no Jaçanã. "Só consigo tomar banho por causa da caixa d’água. E a descarga não enche. Então, de manhã, eu e meu filho temos de usar o banheiro para só depois dar a descarga", relata.

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A cerca de 6 quilômetros dali, na Vila Ede, região da Vila Gustavo, a diarista Morgana Cristina Moreira Lopes enfrenta o mesmo problema. "Eu tomo banho nas casas das patroas. Mas meus filhos estão tendo de se virar com balde e uma canequinha. Ainda bem que está calor."

Moradora de Osasco, na Região Metropolitana, a zeladora Kátia Simões teme perder eletrodomésticos. "Se eu ligar a máquina de lavar e não tiver água, ela vai ‘pifar’. E a Sabesp é que não vai me dar outra", reclama. "Enquanto isso, nos bairros ricos tem gente lavando a calçada com mangueira."

Procurada pela reportagem, a Sabesp alegou não ter tempo hábil para enviar técnicos aos endereços citados e verificar o que acontecia. Na semana passada, quando o jornal O Estado revelou os problemas no abastecimento, quatro endereços foram enviados para que a companhia verificasse o porquê da falta d’água e até hoje não houve resposta. Colaborou Fabiana Cambricoli. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A redução no fornecimento de água por parte da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para a cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo, é considerada racionamento e pode ser contestada legalmente pela prefeitura do município afetado.

A opinião é do professor Paulo Affonso Leme Machado, especialista em direto ambiental e de recursos hídricos. "Evidentemente quando você deixa de fornecer água, e aí no caso é contratual, é claro que você está estabelecendo uma diminuição, que em português significa racionar. Racionamento."

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Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o especialista afirmou que os municípios que forem afetados, por meio de suas procuradorias, podem acionar na Justiça a Sabesp por tratamento desigual. "Não tenho a pretensão de dizer o que eles têm de fazer, mas acredito que eles podem fazer é bater às portas da Justiça."

Equidade

Para Paulo Affonso, o argumento jurídico possível é o desrespeito ao princípio de equidade, usando a Constituição Federal e a Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei 9433/97). Pelo princípio, a medida só poderia ser adotada se fosse para todas as cidades.

Ao diminuir o fornecimento de água para Guarulhos, a Sabesp alegou que a medida foi necessária para atender a determinação da Agência Nacional das Águas (ANA) e do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), do Estado, de redução de uso do Sistema Cantareira, pela companhia estadual, para abastecer cidades da Grande São Paulo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mesmo com as chuvas do último final de semana, o índice que mede o volume de água armazenado nos reservatórios do Sistema Cantareira retornou ao pior nível já registrado desde o início de sua operação, em 1974. Segundo dados da Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp), o índice nesta terça-feira corresponde a somente 15,8% da capacidade total das reservas, mesma marca da última sexta-feira (7).

Ainda de acordo com as informações disponibilizadas pela concessionária, não há registro de chuvas sobre a região do Cantareira nesta terça-feira. No mês, o volume de chuvas acumulado soma 92,8 milímetros (mm), o que representa pouco mais de 50% da média prevista para março.

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O Sistema Cantareira é responsável pelo abastecimento de mais de 10 milhões de usuários. Desses, 8,8 milhões são clientes da Sabesp. Para evitar o racionamento após a redução da vazão de captação máxima do sistema de 31 mil litros por segundo para 27,9 mil litros por segundo, a concessionária anunciou a transferência do abastecimento de cerca de 2 milhões de consumidores para os sistemas Alto Tietê e Guarapiranga.

Nesta terça-feira, o índice do Alto Tietê teve alta 0,1 ponto porcentual, para 38,4%, enquanto o Guarapiranga subiu de 71% para 71,2%.

Ontem, o consórcio PCJ, que representa as demais cidades que dividem a outorga do Sistema Cantareira com a Sabesp, divulgou nota considerando que "tais reservatórios são insuficientes para garantir o abastecimento da Grande São Paulo, sobretudo na estiagem". Ainda segundo a entidade, a alternativa apresentada pelo governo estadual e pela concessionária "levou à falsa impressão de que a Região Metropolitana de São Paulo está totalmente protegida e que possui um sistema interligado, de vários reservatórios, que garante seu abastecimento em qualquer situação".

Também em nota, a Sabesp informou que sistema integrado de abastecimento da Grande São Paulo é suficiente para o abastecimento de água. "A empresa esclarece que está tomando todas as providências para manter a normalidade do abastecimento dos 20 milhões de habitantes na Grande São Paulo". Em resposta às críticas do consórcio PCJ, o órgão disse que investiu desde 2004 mais de R$ 9,2 bilhões para ampliar a oferta de água na região.

Após protestos e fechamento de estabelecimentos por conta da falta de água, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) anunciou que, até o final deste mês de março, uma obra de ampliação do sistema de abastecimento de água será realizada em Fernando de Noronha. O arquipélago está sem chuvas desde junho de 2013, o que caracteriza a pior seca dos últimos 50 anos. 

Único manancial de abastecimento da ilha, o açude Xaréu secou e os dessalinizadores (ferramentas que tornam potável a água do mar) não são suficientes para atender toda a demanda. Com o fornecimento comprometido, moradores da ilha atearam fogo em pneus, na BR-363, em reivindicação. Nas redes sociais, locais chegaram a propor a invasão da Vila do DPV (Departamento de Proteção de Voo), zona militar onde o fornecimento não foi comprometido. 

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Em caráter emergencial, a obra de ampliação deve estar pronta em seis meses, de acordo com a Compesa. Atualmente, a Ilha conta com a água de uma bateria de quatro dessalinizadores, com capacidade de 27 m³/hora; após a nova obra, o número deve subir para 60m³/hora. O investimento do projeto é de R$ 4,7 milhões.

No ano passado, quando o açude Xaréu conseguiu armazenar água, o regime de abastecimento era de um dia com água e sete sem; no final de fevereiro de 2014, a realidade dos moradores de Noronha era de um dia com fornecimento e nove dias sem. Três carros-pipa estão fazendo distribuição de água, diariamente, das 6h às 22h, segundo a Companhia. 

Com informações da assessoria

A tensão substituiu o glamour no badalado Arquipélago de Fernando de Noronha diante da falta d'água que atinge o local há cerca de três semanas. O açude Xaréu, único manancial de abastecimento da ilha, secou e os dessalinizadores (que tornam potável a água do mar) não são suficientes para atender a demanda em época de férias.

A população local começou a se manifestar no sábado (8) com um protesto na BR-363. A via foi interditada por cerca de duas horas em horário de voos, impedindo turistas de deixarem o local. Na madrugada deste domingo, 9, um incêndio atingiu a vegetação às margens da pista do aeroporto. Está sendo investigada a possibilidade de uma ação criminosa.

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Há registro de fechamento de restaurante e de pousadas por causa da escassez de água e turistas chegam a usar piscinas para tomar banho. Nesta segunda-feira (10), o conselho distrital de Fernando de Noronha está reunido - com representação da comunidade e dos empresários - em busca de uma solução. A população pressiona e ameaça novo protesto nesta quarta-feira (12). A Companhia de Abastecimento de Pernambuco (Compesa) informou em nota que está realizando todas as ações possíveis para minimizar os efeitos da estiagem, que lembra ser a pior dos últimos 50 anos, com reflexo direto no abastecimento local.

Depois de atingir 15,8% - o menor nível da história - na última sexta-feira, o volume armazenado no Sistema Cantareira, o maior abastecedor de água da região metropolitana de São Paulo, subiu para 16,1% neste domingo. O nível já havia aumentado no sábado para 16,0%.

Antes, o volume de água armazenado no Sistema Cantareira, conforme a Sabesp, havia subido apenas no sábado anterior (01/03), quando passou de 16,4% no dia 28 de fevereiro para 16,6%.

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A recuperação deste fim de semana veio após as fortes chuvas que caíram sobre São Paulo na sexta-feira. Com o aumento, o Sistema chega ao mesmo volume da quarta-feira, segundo dados da Sabesp.

Além dos 8,8 milhões de moradores da Grande São Paulo que receberam estímulo com desconto na conta para economizar água, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) apelou para uma carteira especial de clientes.

Comércio e indústria que consomem mais de 500 mil litros por mês foram chamados a ajudar na tentativa de evitar o racionamento generalizado na Região Metropolitana por causa da seca histórica do Sistema Cantareira. São fábricas, shoppings, supermercados, hotéis e outros grandes estabelecimentos que mantêm contratos específicos com a Sabesp para consumir um volume mínimo de água por mês em troca de tarifas mais baixas. Na prática, quanto maior o consumo, menor o valor do metro cúbico cobrado. Mas, se a empresa não atinge o gasto mínimo dentro da faixa de consumo escolhido, ela é obrigada a pagar pelo volume total.

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Por causa da seca no Cantareira, a Sabesp suspendeu a exigência de consumo mínimo para esse grupo, chamado de clientes de demanda firme. Com isso, as empresas e indústrias que mantêm esse tipo de contrato, que têm duração de um ano e são renováveis, podem diminuir o consumo de água para um volume abaixo do mínimo acordado sem ter prejuízo financeiro. A medida foi adotada pela Sabesp no início do mês passado, juntamente com o plano de bônus para os moradores da Grande São Paulo, que dá até 30% de desconto na fatura para quem economizar ao menos 20% de água no mês. O prazo de duração também é o mesmo: até setembro ou até a normalização do Cantareira.

Com o bônus, a Sabesp disse que a população diminuiu a demanda de água em 2,4 mil litros por segundo, volume suficiente para atender mais de 800 mil pessoas - a população de São Bernardo do Campo. A companhia, contudo, não informou nem o número de clientes de demanda firme nem o volume de água que teria sido economizado por eles.

Para um cliente assinar esse tipo de contrato é preciso que o imóvel seja um comércio ou uma indústria, com volume médio de água nos últimos 12 meses igual ou superior a 500 mil litros e este consumo seja mantido durante a vigência do contrato. Ao todo, são sete faixas de consumo oferecidas. Para quem gasta mais de 40 milhões de litros por mês, por exemplo, a tarifa é 34% mais barata do que para quem consome 500 mil litros mensais.

Segundo a Sabesp, todos os clientes de demanda firme "foram visitados pessoalmente e receberam orientações para evitar o desperdício e contribuir para a redução de consumo" desde fevereiro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O nível do Sistema Cantareira, maior abastecedor de água da Grande São Paulo, subiu para 16% da capacidade total das reservas neste sábado (8), retornando ao patamar visto na quinta-feira (6), após as fortes chuvas que atingiram a capital ontem, conforme dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Ontem, o índice apresentou novo recorde negativo, de 15,8%. Foi o menor nível já visto desde que o complexo de abastecimento começou a funcionar, em 1974.

Antes, o volume de água armazenado no Sistema Cantareira, conforme a Sabesp, havia subido apenas no último sábado (01/03), quando passou de 16,4% no dia 28 de fevereiro para 16,6%. Esta semana, o governador Geraldo Alckmin anunciou que a concessionária cumprirá a medida determinada pelas agências reguladoras que prevê a diminuição da vazão máxima de captação do Cantareira de 31 metros cúbicos (m?) por segundo para 27,9 m?/s. O corte representa uma redução de 10% na retirada máxima de água a qual a Sabesp tem direito, mas fica acima da vazão de captação primária, de 24,8 m?/s.

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A determinação da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Departamento de Água e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE) entra em vigor nesta segunda-feira (10) e tem como objetivo conter a contínua queda no volume de água armazenado no sistema. Para manter o abastecimento após a redução, a Sabesp irá transferir o abastecimento de 1,8 milhão dos 8,8 milhões de consumidores atendidos pelo Cantareira para os Sistemas Alto Tietê e Guarapiranga.

Mesmo com as chuvas registradas no início deste mês, o volume de água armazenado nos reservatórios do Sistema Cantareira permanece em queda. Nesta quinta-feira, 6, o índice caiu para 16% ante o nível de 16,1% registrado ontem, 5. A marca é a pior já registrada na história do sistema.

Ao longo dos seis primeiros dias do mês, choveu 47,4 milímetros (mm) na região do Cantareira, na divisa entre os Estados de São Paulo e Minas Gerais. O volume já representa mais de 25% da média histórica para março. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), de hoje até sábado deve chover de 40 a 100 milímetros no leste e nordeste do Estado, atingindo a região dos reservatórios.

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O volume de chuvas dos próximos dias deve ser determinante para adoção ou não de um racionamento de água na capital paulista. Na última semana, a presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Dilma Pena, afirmou que se as chuvas ficarem dentro da média, o abastecimento na Grande São Paulo não deverá ser comprometido. "Se chover nos próximos meses a média de cada vez, a média, não mais, não será necessário usar o volume morto. Somente com gestão de demanda, com o bônus que temos dado, e com a gestão do sistema, passaremos o ano muito bem", garantiu.

Desde o início do ano, a Sabesp colocou em prática uma série de medidas a fim de evitar um corte no abastecimento. No dia 1º de fevereiro, a concessionária anunciou um programa de bonificação para os clientes que economizarem em 20% o seu gasto médio mensal. O desconto nas tarifas, de 30%, será mantido até agosto ou até a normalização dos níveis dos reservatórios.

A Sabesp anunciou ainda o investimento de R$ 80 milhões na compra de bombas e em obras de infraestrutura para a exploração de uma reserva adicional de 400 milhões de metros cúbicos abaixo dos níveis operacionais de captação do sistema, o chamado volume morto. Sozinho, o Sistema Cantareira é responsável pelo abastecimento de 8,8 milhões de clientes da concessionária.

Apesar das chuvas do feriado, o nível de água dos reservatórios do sistema Cantareira teve nova queda nesta quarta-feira (5). De acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o índice é de 16,1% - volume 0,1% menor que no dia anterior.

O sábado (1°) foi o dia que mais choveu durante o Carnaval, com 39,2 mm de precipitação, o que corresponde a 21,3% da média histórica de precipitação para março. O acumulado dos cinco primeiros dias do mês é de 44,7 mm. Durante fevereiro choveu apenas 36% do previsto para a época.

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No sistema Alto Tietê, que abastece a Zona Leste da capital e alguns municípios da região metropolitana, também houve queda da quantidade de água de terça-feira (4) para quarta. A escassez de chuvas na região fez com que o nível dos reservatórios baixasse de 38,4% para 38,3%.

Um mês após o início da política de incentivo à redução de consumo de água na Grande São Paulo, foi possível economizar, em média, 1.985 litros por segundo - o equivalente a 14 banhos de 15 minutos. Apesar disso, e da chuva que voltou à capital, o nível dos reservatórios do Sistema Cantareira - que abastece 47% da Grande São Paulo - continua baixo. Ontem, o índice foi de 16,4% para 16,2%.

De acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), a economia aumentou desde que foi implementado o bônus. Na primeira semana, houve redução de 500 litros/segundo. Na segunda semana, foi de 2.120 litros/segundo. Já na terceira e quarta semanas, o alívio chegou a 2.320 e 3 mil litros por segundo, respectivamente.

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Considerando a média diária de consumo por pessoa na região, que é de 161 litros, a cada dia seria possível abastecer cerca de 1,065 milhão de pessoas com a economia obtida de 1.985 litros/segundo. Isso representa 12,1% das cerca de 8,8 milhões de pessoas na capital paulista que dependem do Sistema Cantareira. Se o consumo diário por pessoa passasse a ser o proposto pela Sabesp, que é de 128 litros, essa economia atual equivaleria ao abastecimento de 1,3 milhão de pessoas.

Cantareira

Apesar do avanço, as preocupações com o nível dos reservatórios aumenta a cada dia. Segundo a Sabesp, o índice pluviométrico acumulado em março na Cantareira é de 39,3 milímetros até agora. Para o mês, a média histórica de chuvas é de 184,1 milímetros.

Já em fevereiro choveu somente 73 milímetros, ante uma média histórica de 202,6 milímetros de chuva prevista para o mês. Em janeiro, choveu 87,8 mm, quando a média do mês é de 259,9 mm.

O sistema atingiu neste ano seu pior quadro para os meses de janeiro e fevereiro desde que foi construído, em 1974. O nível dos reservatórios registrou quedas durante quase todo o verão, a época mais chuvosa - em que as represas deveriam estar sendo recarregadas para garantir o fornecimento de água na estiagem, que começa no próximo mês.

Desde dezembro só houve um dia em que se registrou aumento no nível de abastecimento do sistema. De 28 de fevereiro para 1.º de março (sábado), o volume de água passou de 16,4% para 16,6% e voltou ao patamar observado no dia 27, conforme as informações do portal da Sabesp. Também só houve um dia em que o nível ficou estável, em 17 de fevereiro, com 18,5% da capacidade.

E não é só no Sistema Cantareira que há registro de quedas. No Sistema Alto Tietê, que abastece a zona leste e alguns municípios da Grande São Paulo, o nível de armazenamento passou de 38,6% para 38,4%. A pluviometria acumulada no mês chegou a um total de 28,4 milímetros, enquanto a média histórica de chuvas para o sistema é de 175,4 milímetros.

Previsão

Uma nova frente fria avança sobre o Sul do Brasil e a partir desta quarta-feira (5)  deve estimular o aumento da instabilidade sobre São Paulo. Nos próximos 15 dias poderá chover pelo menos metade da média normal de chuva para março, segundo os mapas de previsão da empresa Climatempo. A maioria das áreas paulistas deve receber de 100 a 200 milímetros de precipitação nesse período. No entanto, há dúvidas se será possível afastar o risco de racionamento.

Apesar das fortes chuvas que caíram na Grande São Paulo nos últimos dias, as reservas de água do Sistema Cantareira voltaram a diminuir. Segundo dados disponíveis no site da Sabesp, neste sábado (1°) o índice que mede o volume armazenado do sistema que abastece quase metade da Grande São Paulo caiu de 16,6% da capacidade ontem para 16,5% hoje. No acumulado do mês, a pluviometria totaliza 39,3 mm. A média histórica de chuvas para março é de 184,1 mm.

O cálculo considera a manutenção das vazões de afluência dos rios e da captação de água da Sabesp e dos municípios do Consórcio das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), entidade que representa as demais empresas e cidades que também utilizam o Sistema Cantareira para abastecimento de água. O total do volume de chuvas necessário soma 1.000 milímetros, praticamente o dobro do que costuma chover entre fevereiro e março.

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Já no sistema Alto Tietê, que abastece a Zona Leste e alguns municípios da Grande São Paulo, o nível de armazenamento passou de 38,9% para 38,8%. A pluviometria acumula no mês um total de 27,6 mm, enquanto a média histórica de chuvas para o mês nesse sistema é de 175,4 mm.

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