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É tempo de campanha na Academia Brasileira de Letras. Até o dia 11 de abril, 11 autores saem em busca dos votos dos acadêmicos na tentativa de garantir um lugar na imortalidade. É a corrida pela cadeira 10, que teve até agora seis ocupantes e está vaga desde o dia 23 de dezembro, quando o poeta alagoano Lêdo Ivo morreu na Espanha, aos 88 anos. Também a ocuparam, por ordem cronológica: Evaristo da Veiga, Rui Barbosa, Laudelino Freire, Osvaldo Orico e Orígenes Lessa.

O prazo para a inscrição das candidaturas terminou no domingo e na lista há nomes que aparecem pela primeira vez, como os de João Almino (1950) e Antonio Cicero (1945), e o eterno candidato Felisbelo da Silva, mais de oito décadas de vida e 600 livros escritos que tenta, pela 10.ª vez, o reconhecimento.

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Considerando a produção literária, Cicero e Almino são os nomes mais fortes desta disputa. Porém, é importante esclarecer que apesar de trazer a palavra Letras no nome, a ABL, fundada, entre outros, por Machado de Assis em 1897, não é apenas uma casa de escritores. Claro, é preciso ter escrito livros para ingressar lá, mas nem sempre as qualidades literária e estética da obra são levadas em conta.

Pelo charmoso Petit Trianon, sede da Academia no Rio de Janeiro, passaram profissionais de áreas de atuação diversas - um aviador (Santos Dumont), um presidente em pleno governo ditatorial (Getúlio Vargas), uns tantos políticos (José Sarney, Marco Maciel), um cineasta (Nelson Pereira dos Santos), um cirurgião plástico (Ivo Pitanguy), entre outros. Por esse perfil, não deveria ter causado tanta comoção a eleição do colunista político Merval Pereira, que ganhou do literato Antonio Torres a posse da cadeira de Moacyr Scliar em 2011. Mas para os que acreditam que a ABL deve, sim, ser uma casa de escritores a boa notícia é que dois dos candidatos favoritos são reconhecidos pelo público e pela crítica como escritores.

João Almino é escritor premiado - seu mais recente livro, Cidade Livre, venceu o Passo Fundo Zaffari & Bourbon de Literatura e foi finalista em outras importantes premiações. Ele tem duas vantagens sobre Antonio Cicero, outro forte concorrente. É diplomata - e a ABL gosta disso. E se contar semelhanças com Lêdo Ivo, a quem esperam suceder, a outra vantagem seria sua origem: ambos são nordestinos - Ivo era de Maceió; Almino, de Mossoró (RN).

As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

O poeta, escritor e jornalista Lêdo Ivo morreu neste domingo, aos 88 anos, em Sevilha, na Espanha, onde estava a passeio. Lêdo Ivo ocupava a cadeira número 10 da Academia Brasileira de Letras (ABL) e será homenageado pelos acadêmicos em sessão extraordinária marcada para o dia 10 de janeiro. O corpo será cremado na Espanha e as cinzas serão trazidas pela família para o Rio.

Nota divulgada pela ABL informa que "Lêdo Ivo foi vítima de infarto às 2h e morreu nos braços do filho, o artista plástico Gonçalo Ivo, que vive em Paris e o acompanhava na visita a Sevilha".

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Nascido em Maceió (AL) em 18 de fevereiro de 1924, Lêdo Ivo estudou na cidade natal até 1940, quando mudou-se para Recife e depois para o Rio, onde cursou a Faculdade Nacional de Direito.

Estreou na literatura com As imaginações, de poesias, em 1944. No ano seguinte, publicou Ode e elegia, que lhe rendeu o prêmio Olavo Bilac, da ABL. O romance de estreia, As alianças, foi publicado em 1947. Escreveu dois livros de memórias, Confissões de um poeta (1979) e O aluno relapso (1991). Com Finisterra, o poeta recebeu quatro prêmios, entre eles o Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro. Lêdo Ivo também foi premiado no México, em Cuba e na Espanha.

"Poeta e ficcionista versátil, de obra variada que abarcava vários gêneros, Lêdo Ivo gozava de uma vitalidade assombrosa para seus quase noventa anos e sua saúde frágil. Falava alto, gostava de comer bem, se esmerava em contar histórias divertidas. Nos últimos tempos, essa disposição estava sendo comprovada o tempo todo, nas sucessivas viagens que se multiplicavam , fossem para participar de festivais internacionais de poesia, fossem para receber homenagens no exterior, sobretudo nos países de língua hispânica", disse a presidente da ABL, Ana Maria Machado, na nota oficial.

O historiador da arte Jorge Coli acusa a Academia Brasileira de Letras (ABL) de ter censurado a transmissão pela internet de uma conferência sua com o título "Sexo não é mais o que era". Ele tratava de questões como pornografia, erotismo e sexualidade no universo das artes e se referia a quadros como "A origem do mundo", do pintor francês Gustave Courbet, de 1866, que mostra a genitália de uma mulher, e obras do norte-americano Jeff Koons.

Professor da Unicamp, Coli divulgou no site da série de conferências, intitulada "O futuro não é mais o que era", um texto em que diz que sua fala "sublinhava o caráter conservador do moralismo atual e criticava os puritanismos repressivos que oprimem o imaginário". Para ele, a postura da ABL corrobora sua tese. "Ilustrou, de modo preciso, o acerto de minha tese sobre a hipocrisia pudibunda (termo no qual certamente ela ainda censurará as duas últimas sílabas) de nosso tempo". E concluiu: "Não apenas os acadêmicos são imortais: eles também não têm sexo, como os anjos".

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Foi na quarta-feira (12), no teatro da ABL, no Rio de Janeiro, e a conferência estava anunciada no site da academia. Procurada nesta sexta-feira (14), a ABL informou que não era um evento "da Academia, mas na Academia", e que a transmissão ao vivo por seu site, que acontece nos casos da programação própria da casa, não é uma "obrigação contratual". A decisão de suspender a transmissão foi da diretoria da casa, que considerou o conteúdo inconveniente levando-se em consideração que menores integram o público-alvo de sua página.

"A suspensão da transmissão, ao vivo, da conferência em questão, foi autorizada por não estar em conformidade com os parâmetros que permitem a sua utilização, notadamente diante das advertências apresentadas pelo conferencista, professor Jorge Coli, entre outras, de que envolvia imagens impróprias até 18 anos e de que iria tratar de pornografia. O público-alvo das mensagens da Academia via internet abrange todas as idades, em destaque jovens estudantes de todos os graus de ensino. A diretoria da ABL é contra toda a forma de censura, mas é também consciente de sua responsabilidade pela matéria que divulga no seu site", informou.

Coli afirma em seu texto, replicado nas redes sociais, que a palestra foi interrompida quando ele citou "trecho de um autor que continha algumas palavras indelicadas: crítica de Philippe Murray ao quadro de Courbet publicada em 1991 na revista Art Press". A ABL nega a interrupção. No site da série, no entanto, internautas reclamaram do corte súbito sem mais explicações. "Coincidência com o tema 'hard' me leva a crer que se trata de um puro e simples ato de censura por parte da ABL", escreveu um deles.

Patrocinado pelo Ministério da Cultura e a Petrobras, o ciclo de conferências na ABL é organizado pelo filósofo Adauto Novaes. Reúne intelectuais de renome e vai até 10 de outubro. Propõe-se a investigar "a percepção do tempo na contemporaneidade a partir de inspirações filosóficas de pensadores clássicos". A reportagem procurou Coli no fim da tarde desta sexta-feira, mas ele não atendeu o telefone porque, segundo Novaes, estava em outra conferência. "Faço esses ciclos há 30 anos e é a primeira vez que acontece isso", disse Novaes. "A transmissão da conferência foi interrompida e eu só fui saber no fim. Não sei se o problema foi com as imagens. 'A origem do mundo' pode ter chocado a Academia. Não foi um problema técnico, foi algo deliberado da Academia. É um site que era transmitido para estudantes e eles têm lá suas normas. Eu acho que essas normas devem ser discutidas".

Novaes acredita que a ABL se provou conservadora. "A gente jamais imagina que possa haver qualquer tipo de censura com uma conferência. O Coli mostrou como hoje vemos uma regressão nos costumes em relação ao que tivemos nos anos 60. As instituições hoje são muito mais conservadoras".

São Paulo - A Academia Brasileira de Letras (ABL) concedeu na quarta-feira(6) o Prêmio Machado de Assis de 2011 ao contista curitibano Dalton Trevisan. O mais importante prêmio da instituição é conferido anualmente pelo conjunto da obra e o vencedor recebe R$ 100 mil. O Machado de Assis será entregue a Trevisan em julho, mês em que a ABL completa 115 anos de fundação.

O escritor, de acordo com a comissão, conquistou o prêmio por ser "um dos mais importantes narradores da ficção brasileira contemporânea". Ainda segundo o parecer, Trevisan é "portador de uma linguagem predominantemente interiorizante, porém sensível às movimentações sociais".

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As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

A Academia Brasileira de Letras (ABL) elegeu, nesta quinta-feira (8), a jornalista e escritora Ana Maria Machado como a nova presidente da instituição, com unanimidade nos votos. A jornalista vai substituir o acadêmico Marcos Vinícius, que desde 2006 era presidente da ABL.

Essa é a segunda vez que uma mulher ocupa a cadeira de presidência da ABL, a primeira foi a escritora Nélida Piñon, em 1997. A cerimônia de posse de Ana Maria e da nova diretoria está marcada para a próxima quinta-feira (15), às 17h, na Sede da instituição, no Salão Nobre do Palácio Petit Trianon, no Rio de Janeiro.

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A nova mesa será composta também pelo diplomata e escritor Geraldo Holanda Cavalcanti, como secretário-geral, por Domício Proença Filho, crítico e romancista eleito como primeiro-secretário, o escritor Marco Lucchesi como segundo-secretário e o professor e filósofo brasileiro Evanildo Cavalcante Bechara, ocupando o cargo de tesoureiro da Academia. Todos esses nomes ocupam as cadeiras de imortais na Academia Brasileira de Letras.

Ana Maria Machado nasceu no Rio de janeiro, em 1941, e conta com mais de cem livros publicados no Brasil ao longo dos seus 40 anos de carreira. Ela começou como pintora, depois trabalhou como jornalista no Correio da Manhã, no Jornal do Brasil e em O Globo, além de escrever para a revista Realidade. Foi presa pelos militares durante a ditadura militar e, em seguida, deixou o Brasil partindo para o exílio na Europa, voltando apenas em 1972.

Com o passar dos anos, a escritora ganhou vários prêmios, entre eles o prêmio o Hans Christian Andersen, em 2000, considerado o prêmio Nobel da literatura infantil mundial, e em 2003 ocupou a primeira cadeira dos Imortais na Academia Brasileira de Letras, substituindo o Dr. Evandro Lins e Silva.

A 16 dias de completar 70 anos, a escritora Ana Maria Machado foi eleita hoje presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL) para o exercício de 2012. Além de Ana Maria, a nova diretoria terá Geraldo Holanda Cavalcanti como secretário-geral, Domício Proença Filho como primeiro-secretário, Marco Lucchesi no posto de segundo-secretário e Evanildo Bechara como tesoureiro. Eles tomarão posse no dia 16, em solenidade na sede da ABL, no centro do Rio.

"Daremos continuidade à linha de atividades voltadas para a promoção dos melhores valores da cultura nacional e da língua portuguesa. Dirigiremos nossa ênfase para duas celebrações em particular: o centenário de morte do Barão do Rio Branco e a celebração do centenário de nascimento de Jorge Amado", disse.

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Ao longo deste ano, a ABL foi dirigida por Marcos Vinicios Vilaça, e Ana Maria desempenhou a função de secretária-geral. Ela ingressou na Academia em 24 de abril de 2003, substituindo Evandro Lins e Silva na cadeira 1.

Em 40 anos de carreira dedicada à literatura infantil e adulta, Ana Maria escreveu mais de cem livros, publicados no Brasil e em mais de 18 países, e vendeu mais de 18 milhões de exemplares.

Nascida no Rio, ela inicialmente se dedicou à pintura, mas se formou em Letras na atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e começou a escrever artigos, fazer traduções e dar aulas. Exilou-se na Europa em 1969, durante o governo militar. Quando voltou ao Brasil, em 1972, começou a trabalhar no "Jornal do Brasil". Passou por diversos veículos de comunicação até 1980, quando decidiu se dedicar exclusivamente à literatura.

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