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A Academia Brasileira de Letras (ABL) reabriu esta semana, para o público, as bibliotecas Lúcio de Mendonça e Rodolfo Garcia. A Biblioteca Lúcio de Mendonça reúne obras dos acadêmicos, e em função do seu perfil especializado, funcionará em regime de agendamento, que pode ser feito no site da ABL. Já a Biblioteca Rodolfo Garcia (BRG), devido ao seu caráter geral, abrirá de segunda-feira a quinta-feira, no horário das 13h às 17h, para consulta local e empréstimo de obras.

Segundo o diretor das bibliotecas, acadêmico Arno Wehling, ocupante da cadeira 37 da instituição, o recesso forçado pela pandemia do novo coronavírus (covid-19) e pelo isolamento social, a partir de março de 2020, limitou as atividades da academia. Mudadas as circunstâncias, disse o acadêmico à Agência Brasil, após a amenização da crise sanitária este ano, a ABL anunciou a reabertura das duas bibliotecas, com todos os cuidados ainda exigidos pela situação.

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“Será importante recebermos na biblioteca a visita de todos os interessados na difusão do conhecimento”, disse Wehling. “A cultura só é fecunda se contribui para a circulação e o debate das ideias. A ABL, desde sua fundação, tem esse objetivo. Nunca é demais lembrar o que repetiu Machado de Assis na sessão de encerramento, quando da fundação da academia: A ocupação mais honrosa e útil dos homens é trabalhar pela extensão das ideias humanas”, disse o diretor.

Acervo

A BRG fica no segundo andar do Palácio Austregésilo de Athayde, sede da ABL, região central do Rio de Janeiro. O espaço é composto por terminais de acesso ao acervo, rede wi-fi, salas de estudo individuais. O público pode levar seu próprio material de estudo ou notebook e, ainda, utilizar o serviço de empréstimo de livro.

Com um acervo de aproximadamente 130 mil obras, a BRG objetiva perpetuar o conhecimento e integrar a sociedade para além do âmbito institucional. A biblioteca foi inaugurada em setembro de 2005 com a proposta de atender um público diversificado, como estudantes, profissionais de múltiplas áreas e pesquisadores. O nome homenageia o quarto ocupante da cadeira 39 da academia, o historiador e intelectual Rodolfo Garcia.

O acervo reúne obras de temática cultural, ampla, voltada para a literatura, filosofia, linguística, história e ciências sociais. É composto por obras de referência, periódicos, monografias, materiais especiais (audiovisuais, por exemplo) e de coleções particulares de personalidades históricas dos meios políticos, intelectuais e literários, além de raridades dos séculos 19 e 20, informou a ABL.

Já a Biblioteca Acadêmica Lúcio de Mendonça teve origem na própria época de criação da ABL, a partir da doação do romance Flor de Sangue, por Valentim Magalhães, registrada na ata de 28 de dezembro de 1896. Sua criação oficial, entretanto, ocorreu em 13 de novembro de 1905, por proposta de Rodrigo Octavio, seu primeiro diretor, sob a presidência de Machado de Assis.

Desde sua fundação, a ABL recebe doações de coleções particulares de acadêmicos, de personalidades do mundo literário e cultural e de bibliófilos. Fazem parte do seu acervo primeiras edições de obras clássicas da literatura mundial, além de um grande número de obras raras dos séculos 16 a 20. Destaque para a edição princeps (primeira edição) de Os Lusíadas, de 1572, e um raríssimo exemplar das Rhythmas, impresso em Lisboa, no ano de 1595, de Luís de Camões.

A Biblioteca Lúcio de Mendonça atende aos acadêmicos da casa e pesquisadores com um acervo bibliográfico de aproximadamente 20 mil volumes. O acervo é formado pelas coleções Acadêmica, ABL, Referência, Camoniana, Periódicos e obras raras dos séculos 16 a 18, além de coleções particulares de Alberto de Oliveira, Afrânio Peixoto, Domício da Gama, Machado de Assis, Manuel Bandeira e Olavo Bilac.

Instalada no 2º andar do Petit Trianon, a biblioteca ocupa área de 250 metros quadrados e é dividida em três ambientes. Além de livros, tem um acervo museológico composto por móveis de época, esculturas e quadros de grandes pintores.

 

O cantor, compositor e ex-ministro da Cultura, Gilberto Gil, foi empossado hoje como novo ocupante da cadeira 20 da Academia Brasileira de Letras (ABL), sucedendo ao jornalista e advogado Murilo Melo Filho. Gil foi recebido na ABL pelo também acadêmico Antonio Carlos Secchin.

Em seu discurso de posse, Gil disse que, entre as tantas honrarias que a vida lhe proporcionou, entrar na ABL tem uma dimensão especial. “Não só porque a ABL é a casa de Machado de Assis, escritor universal, afrodescendente como eu, mas também porque a ABL representa a instância maior, que legitima e consagra, de forma perene, a atividade de um escritor ou criador de cultura em nosso país. Sou filho de uma professora primária e um médico. A eles devo o meu amor às letras e música. A imagem dos meus pais está comigo nessa noite e sua memória para mim é uma benção”, disse.

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Em outro trecho Gil citou as alegrias e perdas ao longo da vida: “Tive grandes êxitos e alegrias nesta vida, mas também muitas tristezas, a maior e mais dolorosa, a perda do meu filho Pedro Gil. Mas não desanimo e é preciso resistir sempre. Apesar dos tempos politicamente sombrios que vivemos aposto na esperança contra a treva física e moral. Que haja ao menos a chama de uma vela até chegarmos a toda a luz do luar”.

Apesar de dizer que não cantaria, Gil acabou cantando durante o discurso, os versos: “Se a noite inventa a escuridão, a luz inventa o luar. O olho da vida inventa a visão, doce clarão sobre o mar”.

Eleição

Eleito com 21 votos no dia 4 de novembro do ano passado, Gilberto Gil vai estreitar os laços da Academia com a música e a cultura popular brasileira. O baiano Gilberto Passos Gil Moreira nasceu no dia 26 de junho de 1942, em Salvador, sendo filho primogênito do médico José Gil Moreira e da professora primária  Claudina Passos Gil Moreira.

Embaixador da Boa Vontade da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e nomeado Artista da Paz pela agência da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Gil lançou mais de 50 álbuns que mesclam influências do rock, de gêneros tipicamente brasileiros, de música africana, funk, música disco e reggae.

Seu interesse pela música surgiu quando ainda garoto, aos 3 anos de idade. Com 9 anos, ao mesmo tempo que cursava o ginasial, em Salvador, estudava música na Academia Regina. Seu instrumento preferido era o acordeão, mas aprendeu também a tocar violão. Em 1960, Gilberto Gil ingressou na Universidade Federal da Bahia para cursar administração de empresas. No ano seguinte, ganhou um violão de presente de sua mãe. Aos 18 anos, integrou o conjunto Os Desafinados, onde praticava o que aprendia na academia de música. Em 1963, compôs sua primeira música Felicidade Vem Depois, um samba no estilo bossa-nova, que nunca foi gravado.

Tropicália

Gil foi um dos criadores do Movimento Tropicalista nos anos de 1960, ao lado de Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa e Tom Zé, e é autor de músicas consagradas como Procissão, Domingo no Parque e Aquele Abraço. Com Domingo no Parque, que ele cantou com os Mutantes, no 3º Festival da Música Popular Brasileira, em 1967, obteve o segundo lugar. O festival foi o ponto de partida para o Tropicalismo.

O Movimento Tropicalista, entretanto, foi considerado subversivo pela ditadura militar e Gilberto Gil foi preso, junto com Caetano Veloso. Em 1969, Gil se exilou na Inglaterra. Nesse mesmo ano, lançou o disco Gilberto Gil, com a música Aquele Abraço, última música que gravou no Brasil, um dia antes de partir para a Europa. Aquele Abraço acabou se tornando o maior sucesso do compositor e agora imortal da ABL.

No início de 1972, Gilberto Gil voltou do exílio e, em 1976, junto com Caetano, Gal e Bethânia, formou o conjunto Doces Bárbaros, que rendeu um álbum e turnês pelo país. Em 1978, se apresentou no Festival de Montreux, na Suíça. Nesse mesmo ano, ganhou o Grammy de Melhor Álbum de World Music com “Quanta Gente Veio Ver”.

Livros

Pai de oito filhos, Gil tem quatro obras literárias assinadas: O poético e o político e outros escritos, de 1988, com Antonio Risério; Gilberto bem perto, de 2013, com Regina Zappa; Cultura pela Palavra, de 2013, com Juca Ferreira; e Disposições amoráveis, de 2016, com Ana de Oliveira.

Agraciado com várias comendas nacionais e internacionais ao longo de sua carreira musical e política, e detentor de vários prêmios no Brasil e no exterior, Gilberto Gil foi ganhador em 2015 e 2016 do 26º e 27º Prêmios da Música Brasileira. No primeiro, ganhou na categoria Melhor DVD Especial, com o DVD Gilberto Sambas ao Vivo e, no ano seguinte, na categoria Melhor Álbum de MPB, com o CD Dois Amigos, um Século de Música, feito em parceria com Caetano Veloso. O cantor, compositor e ex-ministro é casado com Flora Giordano Gil, neta de italianos, o que lhe permitiu obter, em 2009, a cidadania italiana.

A atriz Fernanda Montenegro, considerada uma das damas do teatro nacional, tomou posse nessa sexta-feira (25) à noite, na Academia Brasileira de Letras (ABL). Única concorrente à vaga, ela recebeu, no dia 4 de novembro do ano passado, 32 dos 35 votos possíveis e, aos 92 anos, é a primeira mulher a assumir a cadeira 17, sucedendo o diplomata Affonso Arinos de Melo Franco (1930-2020). 

Em seu discurso, Fernanda Montenegro agradeceu a classe artística e destacou a  posse de uma atriz para a ABL “William Shakespeare deixou eternizado esse  conceito estrutural da afirmação de uma arte. O mundo é um palco e todos nós, seres humanos, somos atores nesse palco. Agradeço muito ao meu coração e minha razão por estar sendo aceita nesta casa, protagonista, referenciada, da nossa mais alta cultura, que é a Academia Brasileira de Letras”, disse. 

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“Emocionada, tomo posse da cadeira número 17. Sou atriz, venho desta mística arte arcaica que é o teatro. Sou a primeira representante da cena brasileira a ser recebida nesta casa. Esse meu ofício expressa uma estranheza compreensão. A raiz dessa arte está na complexidade de só existir através do corpo e da alma de ator ou de uma atrizao trazer a literatura dramática para a verticalidade cênica”, acrescentou

Logo após ser eleita, Fernanda manifestou em sua rede social, que a Academia Brasileira de Letras é um referencial cultural de 125 anos. “Abrigou e abriga representantes que honram a diversidade da nossa criatividade em várias áreas. Vejo a academia como um espaço de resistência cultural. Agradeço a oportunidade”. 

A atriz recebeu a notícia da eleição por meio da também imortal da ABL, Nélida Piñon.

Arlete Torres

Fernanda Montenegro é o nome artístico de Arlette Pinheiro Monteiro Torres, nascida no dia 16 de outubro de 1929, no Rio de Janeiro. Atriz e escritora, ela é considerada uma das melhores atrizes do país. Foi a primeira latino-americana e a única brasileira indicada ao Oscar de Melhor Atriz, em 1999, pelo filme Central do Brasil, do diretor Walter Salles. Foi também a primeira brasileira a ganhar o Emmy Internacional na categoria de melhor atriz pela atuação na série Doce de Mãe, da TV Globo, de 2013.

"Pelo reconhecimento ao destacado trabalho nas artes cênicas brasileiras", Fernanda Montenegro foi condecorada, em 1999, pelo então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, com a maior comenda civil do país, a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito. Além dos cinco prêmios Molière, ela ganhou em 1998 o Urso de Prata no Festival de Berlim, pela interpretação de Dora no filme Central do Brasil. 

Em 2013, foi eleita a 15ª celebridade mais influente do Brasil pela revista Forbes. Durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016, Fernanda leu o poema A flor e a náusea, de Carlos Drummond de Andrade, dublado em inglês pela também atriz Judi Dench.

Foi a primeira atriz contratada pela TV Tupi, em 1951, onde participou de 80 teleteatros. Em telenovelas, sua estreia ocorreu em 1954, como protagonista de A Muralha, na RecordTV. Trabalhou na maioria das emissoras produtoras de teledramaturgia, como Band, TV Cultura, RecordTV e Rede Globo, onde está desde 1981, além das extintas TV Excelsior, TV Rio e Rede Tupi.

Na área da literatura, a atriz publicou, em 2018, o livro Fernanda Montenegro: Itinerário Fotobiográfico e, no ano seguinte, lançou o livro Prólogo, Ato, Epílogo, pela Companhia das Letras, escrito em parceria com Marta Góes.

Nesta quinta-feira (11), o cantor e compositor Gilberto Gil foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. O baiano recebeu 21 votos para ocupar a cadeira de número 20, que tem como patrono o médico e jornalista Joaquim Manuel de Macedo. Ele acompanhou a cerimônia de forma virtual, em sua casa, no Rio de Janeiro. Com isso, Gil vai substituir o jornalista Murilo Melo Filho, morto em maio de 2020.

Participaram da votação 34 acadêmicos, com interação presencial e também on-line. Quem disputou a vaga conquistada pelo músico foram o poeta Salgado Maranhão e o escritor Ricardo Daunt. Até o final do ano, serão escolhidos mais três pessoas para a Academia. Na semana passada, Fernanda Montenegro foi eleita para assumir a cadeira de número 17. Gil deve assumir o posto na ABL em março de 2022.

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Dono de um talento arrebatador, Gilberto Gil encanta os brasileiros com sua arte há mais de 50 anos. No currículo, o cantor coleciona nove Grammys, sem contar nos encontros musicais que teve em diversos momentos da carreira. Entre 2003 e 2008, durante os dois mandatos do ex-presidente Lula, Gil exerceu o cargo de ministro da Cultura. 

A Academia Brasileira de Letras (ABL) elegeu hoje (4) a atriz Fernanda Montenegro para a cadeira 17, na sucessão do acadêmico e diplomata Affonso Arinos de Mello Franco, morto no dia 15 de março do ano passado. Fernanda era candidata única à vaga e foi eleita por 32 dos 35 votos.

O presidente da ABL, Marco Lucchesi, comemorou a eleição da dama do teatro nacional para a instituição. “É um momento importante, primeiro pela renovação que se dá com a eleição na Academia Brasileira de Letras. É um sinal de novos horizontes. Isso é sempre importante. Por outro lado, Fernanda é uma grande intelectual, uma representante importante da cultura brasileira. Ela já é parte do imaginário de nosso país e, de alguma forma, ela talvez nos obrigue a aumentar as cadeiras de 40 para 80. Se trouxer todas as personagens que amamos, vamos ter que dobrar o número de cadeiras [da ABL]. Então, vamos ficar com ela, que vale muito”, disse Lucchesi.

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Os ocupantes anteriores da cadeira 17 foram Sílvio Romero (fundador), Osório Duque-Estrada, Roquette-Pinto, Álvaro Lins e Antonio Houaiss.

Permanecem vagas ainda as cadeiras 20, do jornalista Murilo Melo Filho, morto no dia 27 de maio de 2020; a 12, do professor Alfredo Bosi, morto no dia 7 de abril de 2021; a 39, do vice-presidente da República Marco Maciel, morto no dia 12 de junho deste ano; e a cadeira 2, ocupada pelo professor Tarcísio Padilha, que morreu no dia 9 de setembro.

Carreira

Fernanda Montenegro, nome artístico de Arlette Pinheiro Monteiro Torre, nasceu em 16 de outubro de 1929, no bairro do Campinho, zona norte do Rio de Janeiro. Atuou em um palco pela primeira vez aos 8 anos de idade, para participar de uma peça na igreja. Sua estreia oficial no teatro, entretanto, ocorreu em dezembro de 1950, ao lado do marido Fernando Torres, no espetáculo 3.200 Metros de Altitude, de Julian Luchaire.

Na TV Tupi, participou, durante dois anos, de cerca de 80 peças, exibidas nos programas Retrospectiva do Teatro Universal e Retrospectiva do Teatro Brasileiro. Ganhou o prêmio de Atriz Revelação da Associação Brasileira de Críticos Teatrais, em 1952, por seu trabalho em Está Lá Fora um Inspetor, de J.B. Priestley, e Loucuras do Imperador, de Paulo Magalhães. 

Mudou-se para São Paulo em 1954, onde fez parte da Companhia Maria Della Costa e do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). Com o marido, formou sua própria companhia, o Teatro dos Sete – acompanhada também de Sergio Britto, Ítalo Rossi, Gianni Ratto, Luciana Petruccelli e Alfredo Souto de Almeida. A estreia da companhia fez sucesso com a peça O Mambembe (1959), de Artur Azevedo, atraindo centenas de espectadores ao Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Em 1963, estreou na TV Rio, com as novelas Amor Não é Amor e A Morta sem Espelho, ambas de Nelson Rodrigues. Nesse período, na recém-criada TV Globo, participou da série de teleteatro 4 no Teatro (1965), dirigida por Sérgio Britto. Em 1967, também integrou o elenco da TV Excelsior, interpretando a personagem Lisa, em Redenção, de Raimundo Lopes.

Ao longo da carreira, Fernanda participou também de minisséries como Riacho Doce (1990), Incidente em Antares (1994), O Auto da Compadecida (1999) e Hoje é Dia de Maria (2005).

Em 1999, Fernanda Montenegro foi condecorada com a maior comenda que um brasileiro pode receber da Presidência da República, a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito “pelo reconhecimento ao destacado trabalho nas artes cênicas brasileiras”. Na época, uma exposição no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro, comemorou os 50 anos de carreira da atriz. Em 2004, aos 75 anos, recebeu o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Tribeca, em Nova York, por sua atuação em O Outro Lado da Rua, de Marcos Bernstein.

Fernanda Montenegro completou 92 anos de idade no dia 16 de outubro. Considerada uma das melhores atrizes do Brasil, Fernanda foi a primeira latino-americana e a única brasileira indicada ao Oscar de Melhor Atriz por seu trabalho em Central do Brasil (1998). Foi, ainda, a primeira brasileira a ganhar o Emmy Internacional na categoria de melhor atriz pela atuação na série Doce de Mãe, da TV Globo, em 2013.

Fernanda Montenegro deve se tornar a próxima imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL). Segundo a Folha de São Paulo, ela é a única inscrita a vaga da cadeira de número 17 da instituição, que era ocupada pelo diplomata Affonso Arinos de Mello Franco, falecido em março de 2020.

A atriz de 91 anos confirmou sua candidatura à vaga no dia 6 de agosto e as inscrições se encerraram em 3 de setembro. A eleição confirmará Fernanda como imortal no dia 4 de novembro.

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Na literatura, Fernanda Montenegro lançou em 2019 em parceria com Marta Goés, sua autobiografia, contando sua vida e carreira na dramaturgia.

A Academia Brasileira de Letras é composta por 40 cadeiras com membros efetivos e perpétuos, onde é preciso ser brasileiro nato e ter publicado ao menos um livro, de qualquer gênero literário para concorrer a uma vaga após o falecimento de algum dos membros.

Recentemente a atriz comemorou nas redes sociais que a série Gilda, Lúcia e o Bode, que protagonizou, foi indicada ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro como melhor Série de ficção da TV aberta pela Academia Brasileira de Cinema.

 

A Academia Brasileira de Letras (ABL) lançou a nova edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp). Nela foram incluídas mil novas palavras, fato que não acontecia desde 2009. Entre as expressão adicionadas pela ABL estão telemedicina, home office, emoji, crossfit, feminicídio, sororidade, Covid-19, live-action, loockdow, entre outras.

Esta inclusão no vocabulário da língua portuguesa é reflexo de palavras nascidas durante a pandemia do novo coronavírus, do desenvolvimento científico e tecnológico, além de termos técnicos e registros de nomes de povos indígenas, língua e família linguística. A mudança foi orientada pelo presidente da Comissão de Lexicologia e Lexicografia da ABL, o professor Evanildo Bechara.

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" A Academia Brasileira de Letras viu-se no dever de atualizar a obra para oferecer ao público uma edição aumentada em seu universo lexical e em dia com a evolução da língua, refletindo as mudanças da nossa sociedade", explicou a instituição por meio da assessoria.

Todas as palavras incluídas pela ABL no vocabulário da língua portuguesa podem ser consultadas através do site da instituição.

 

 

O presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), Marco Lucchesi, foi reeleito por unanimidade para o cargo e será, depois do imortal Austregésilo de Athayde, o acadêmico que conquistou mais eleições consecutivas para a presidência da instituição. Lucchesi vai iniciar seu quarto mandato em 2021.

Antes de assumir, pela primeira vez, em 2018, a academia considerou importante estender a presidência de dois para quatro anos. "Eu sou o primeiro presidente dessa nova fase que a academia decidiu. Só que, a cada ano, é como se houvesse uma espécie de consulta para verificar se é possível continuar com aquela presidência ou não", disse Marco Lucchesi à Agência Brasil.

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Participam também da chapa eleita o secretário-geral, Merval Pereira; o primeiro-secretário, Antônio Torres; o segundo-secretário, Edmar Bacha; e o tesoureiro, José Murilo de Carvalho. A cerimônia de posse está marcada para a próxima sexta-feira (11), às 17h, de forma digital, devido às medidas de isolamento social impostas pela pandemia do novo coronavírus.

Resistência

O presidente da ABL avaliou que a prorrogação do mandato de dois anos para quatro anos permite rever todo o processo em curso e inaugurar novas formas de atuação. Lucchesi acredita que uma das prioridades para o próximo ano é contribuir para que as associações culturais resistam bravamente à incerteza econômica que se coloca atualmente, não só no Brasil, mas em várias partes do mundo, com a pandemia.

Lucchesi pretende dar continuidade à refundação administrativa da academia. "Talvez tenha sido a tarefa mais difícil e importante, sem a qual as vicissitudes hoje teriam sido muito maiores e muito mais intensas". O trabalho deverá ser aperfeiçoado no ano que vem.

A ABL anunciou, recentemente, o relançamento do Prêmio Machado de Assis, graças a patrocínio da distribuidora de energia Light. Marco Lucchesi pretende, em sua última gestão na presidência da ABL, aprofundar o setor de lexicologia e lexicografia e preparar o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp). 

Terá continuidade também a captação de palavras novas que ficam flutuando no espectro do noticiário, para inserção no site da instituição. Outro trabalho que será ampliado, e que a pandemia tornou urgente, é a digitalização dos arquivos e bibliotecas da casa.

Esperança

Marco Lucchesi destacou que as atividades presenciais da ABL serão retornadas "só e quando for possível". Ele disse que quer voltar a promover encontros presenciais e visitas a aldeias indígenas, periferias e terras quilombolas, porque acredita que não basta incluir um livro na cesta básica. "Tudo isso nós fizemos com bastante intensidade. Mas não é o fato de distribuir livros e de auxiliar no processo dessa malha de cultura; mas é presentificar-se; é retomar a ida aos cárceres e prisões, às unidades sócio-educativas, porque eu tenho uma grande esperança, que é materializável e muito bela".

Lucchesi narrou que em visita, antes da pandemia, ao Centro Dom Bosco, antigo Instituto Padre Severino, situado na Ilha do Governador, zona norte do Rio, onde ficam os menores em conflito com a lei, ele viu uma grande cidade feita de Lego por adolescentes infratores.

"Essa cidade tem acessibilidade, vigilância, cuidado com o meio ambiente. Tudo foi feito por adolescentes de distintas facções. No entanto, apesar das diferenças das facções, que não são pequenas, eles conseguiram, juntos, construir essa cidade para o futuro, essa cidade para a qual eles jamais tiveram acesso porque foram sempre, praticamente, colocados à revelia da modernidade, do que a modernidade tem de melhor".

A Academia Brasileira de Letras (ABL) firmou o primeiro acordo de cooperação e amizade com instituições similares africanas. O presidente da ABL, Marco Lucchesi, disse hoje (16) à Agência Brasil que o protocolo assinado constitui um fato inédito e marca a grande proximidade que existe entre o Brasil e a África.

O acordo envolve as academias Angolana de Letras, de Ciências de Moçambique, Caboverdiana de Letras, São-tomense de Letras, além da Academia de Ciências de Lisboa e da ABL. “Foi um protocolo mútuo, bastante aberto, e nos permite sonhar, quando for necessário, mas, sobretudo, ele tem o aspecto simbólico muito importante de proximidade com a África”, afirmou Lucchesi.

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Foram levantadas várias perspectivas práticas de colaboração entre as academias. Entre elas, a publicação mútua de obras dos acadêmicos, “o que já vai dando uma circulação sanguínea de ideias, de formas de ver o mundo, de contribuições”, disse Lucchesi. Há intenção também de promover conferências e mesas redondas virtuais nos diversos países para assuntos de interesse comum.

O presidente da ABL destacou que espera o surgimento de novas ideias, como publicações conjuntas, após o período de pandemia da covid-19.

Marco Lucchesi avaliou que, no atual cenário, o acordo é motivo de grande esperança. “Neste momento tão difícil de colecionar sonhos ou de projetar ideias para o futuro, porque o presente está muito pesado, a meta é atravessarmos a espessura do presente e planejarmos diversas ações para já e, com o final da pandemia, se Deus quiser, fazermos aproximações físicas, inclusive”.

Reunião pela internet

Segundo Lucchesi, a reunião para firmar o acordo não foi simples de se viabilizar pela internet tendo em vista os fusos horários diferentes e o envolvimento das academias com os compromissos em seus países diante da pandemia do novo coronavírus, cujo combate é mais forte em algumas regiões do que em outras.

“Não foi simples. Mas fomos todos tomados por uma grande alegria e um desejo de cooperação”, comentou.

Ele lembrou que, desde um acordo assinado com a Marinha, em 2018, têm sido doados livros de escritores brasileiros para os países de língua portuguesa. “Assim vamos construindo uma rede de proximidade de uma mesma língua, expressa em diversas formas. Mas é sempre esse legado comum”.

ABL e Câmara

Internamente, no Brasil, a ABL e a Biblioteca da Câmara dos Deputados estão realizando doações de livros a comunidades carentes, mais desprotegidas e vulneráveis, em todo o país, além de hospitais. A ação integra acordo de cooperação assinado em 2019 entre a Câmara Federal e a ABL, com o objetivo de desenvolver ações conjuntas para disseminação da cultura nacional e promoção de ações de valorização da leitura.

Até o momento, já foram distribuídos cerca de 70 kits com 12 livros novos cada, da Editora Câmara. Nessa primeira leva, foram atendidas comunidades de Belém (PA), Porto Alegre e Eldorado do Sul (RS), São Luis (MA), Fortaleza e São Gonçalo do Amarante (CE), Mauá, Guarulhos e São Paulo (SP), Salvador (BA), Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes (PE), Sabará, Betim, Belo Horizonte e Santa Luzia (MG), Paraty, Nova Iguaçu e Duque de Caxias (RJ).

O presidente da ABL destacou que, durante a pandemia, as comunidades mais vulneráveis precisam de comida e de medidas de profilaxia. “Mas nós entendemos que o livro também pode fazer parte tanto de uma forma, como de outra. O livro dentro da cesta básica. Toda vez que for possível associar cesta básica ao livro, nós trabalhamos com duas fomes: a fome dramática que, infelizmente, o nosso povo está vivendo, e a fome de leitura. Uma coisa não exclui a outra”.

Quando essa associação não é possível, a parceria entre a ABL e a Biblioteca da Câmara dos Deputados destina as doações para formação de bibliotecas em centros universitários, centros preparatórios de enfermeiros, asilos e bibliotecas comunitárias. “Por enquanto, estamos perto de 70 kits, mas vamos ampliar no território nacional. Queremos ampliar isso drasticamente”, disse Lucchesi.

O cineasta Carlos José Fontes Diegues, conhecido como Cacá Diegues, foi eleito hoje (30) para ocupar a cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras, fundada por Machado de Assis, que pertencia ao também cineasta Nelson Pereira dos Santos, morto em abril deste ano. A votação foi feita hoje por escrutínio secreto. 

Diegues venceu outros dez candidatos, entre eles, a escritora Conceição Evaristo e o diplomata Pedro Corrêa do Lago. Dos atuais 39 membros, apenas cinco são mulheres.

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Os demais concorrentes foram Raul de Taunay, Remilson Soares Candeia, Francisco Regis Frota Araújo, Placidino Guerrieri Brigagão, Raquel Naveira, José Itamar Abreu Costa, José Carlos Gentili e Evangelina de Oliveira.

A cadeira 7 da ABL foi ocupada anteriormente por Valentim Magalhães (fundador), que escolheu o poeta baiano Castro Alves como patrono, seguindo-se Euclides da Cunha, Afrânio Peixoto, Afonso Pena Júnior, Hermes Lima, Pontes de Miranda, Dinah Silveira de Queiroz e Sergio Corrêa da Costa.

Nascido em 19 de maio de 1940, em Maceió, Cacá Diegues é um dos fundadores do Cinema Novo. A maioria dos 18 filmes que realizou foi selecionada por grandes festivais internacionais, como Cannes, Veneza, Berlim, Nova York e Toronto, e exibida comercialmente na Europa, nos Estados Unidos e na América Latina, o que o torna um dos realizadores brasileiros mais conhecidos no mundo.

Diegues exilou-se na Itália e depois na França, após a promulgação do AI-5, em 1969, durante o regime militar. Foi casado com a cantora Nara Leão, da qual se separou em 1977, 12 anos antes de ela falecer. Com Nara, teve dois filhos: Isabel e Francisco. Desde 1981, é casado com a produtora de cinema Renata Almeida Magalhães, com quem teve a filha Flora. 

 

O casarão da Academia Pernambucana de Letras (APL) está em obras há um ano e será reaberto ao público na próxima segunda-feira (12) às 16h. Na ocasião haverá uma homenagem ao escritor Marcos Vinicios Vilaça. Os acadêmicos Merval Pereira, da Academia Brasileira de Letras (ABL), e José Paulo Cavalcanti, da APL, estarão à frente das saudações ao homenageado. 

Obras

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As obras no casarão, que é patrimônio tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e corria risco de desabar, eram para conservação das fachadas, cobertas, estucaria, forros e azulejos. A reforma custou R$ 2 milhões e foi custeada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), através da lei de incentivo à cultura. 

Visita Guiada

Após a reabertura, será possível agendar visitas guiadas em grupos no casarão, a partir do dia 17 de janeiro. Os horários disponíveis são às terças e quintas-feiras, das 14h30 às 17h30. O agendamento deverá ser feito através do site da academia.

Integrante da Academia Pernambucana de Letras (APL), o jornalista e escritor Raimundo Carrero concorre, agora, a uma vaga na Academia Brasileira de Letras (ABL). Perto de completar 70 anos, o escritor que já recebeu vários prêmios e deve ocupar a cadeira de número 40 da Academia, que era do jurista Evaristo de Moraes Filho, que faleceu em julho deste ano.

O escritor, que possui 14 livros editados, já teve suas obras consagradas em várias regiões e, com algumas delas, conquistou vários premiações literárias, como Melhor Romancista, da APCA em 1995 e 201; o Jabuti, em 2000 e o Prêmio São Paulo de Literatura de Melhor Livro do Ano, em 2010. Autor de vários livros, Carrero ganhou destaque com algumas obras em especial, como ‘A história de Bernarda Soledade’, ‘Sombra severa’, ‘Maçã agreste’, ‘Somos pedras que se consomem’ e ‘O senhor agora vai mudar de corpo’, último trabalho publicado após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC).

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Atualmente, a ABL conta com cinco pernambucanos na academia. São eles : Marcos Vilaça, Geraldo Holanda Cavalcanti, Marco Maciel, Evaldo Cabral de Mello e Evanildo Bechara.

Raimundo Carrero - Nascido no município de Salgueiro, em 1947, Raimundo Carrero mudou logo cedo para a capital pernambucana e teve o seu primeiro contato com a literatura ao encontrar caixas de livros abandonadas por seu irmão mais velho. Já na adolescência, chegou a cursar ciências sociais na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), mas sempre atuou como jornalista, nas áreas de TV, rádio e impresso. 

O jornalista mineiro Zuenir Ventura, de 83 anos, é o novo imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL). O escritor recebeu 35 votos de 37, resultado expressivo na eleição realizada nesta quinta-feira (30), na sede da instituição. Entre os concorrentes de Zuenir, Thiago de Mello, John Müller e Olga Savary. Zuenir irá ocupar a cadeira número 32, ocupada anteriormente por Ariano Suassuna

O mineiro se formou em Letras pela hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1958, depois passou pelo Centro de Formação de Jornalistas em Paris (França), onde tornou-se correspondente do jornal A Tribuna. Zuenir chegou a ser preso em 1968, sob acusação de subversão. 

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Além de um Jabuti, também ganhou dois Prêmio Esso e o Prêmio Vladimir Herzog com a reportagem que investigou a morte de Chico Mendes para o Jornal do Brasil, em 1989. Entre os livros publicados pelo novo imortal da ABL, 1968 - O Ano que Não Terminou1968 - O que Fizemos de Nós e Cidade Partida, livro que rendeu ao escritor o Prêmio Jabuti.

A morte do grande escritor, poeta e dramaturgo Ariano Suassuna emocionou não só a família e amigos próximos, como também pessoas públicas. Muitas notas de pesar foram escritas por artistas, políticos e instituição para lamentar a perda do imortal. Na Paraíba, estado em que Ariano nasceu, foi decretado luto oficial. O governador do Estado, Ricardo Vieira Coutinho, declarou que a perda do autor é irreparável. A Academia Brasileira de Letras (ABL) também declarou luto de três dias. A Academia de Letras de Pernambuco (APL) e a Câmara Brasileira de Livros se manisfestaram rendendo homenagens a Ariano.

Ricardo Vieira Coutinho, governador do Estado da Paraíba

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 “Hoje, como governador, lamentamos o dever institucional de assinar decreto instituindo três dias de luto oficial em razão de seu falecimento. Ariano, que por tantos anos nos fez rir, nos obriga a chorar o último capítulo de sua premiada trajetória. Mas não nos impede, ao mesmo tempo, de reverenciar o brilhantismo de sua existência, já que, segundo o próprio, ‘O homem nasceu para a imortalidade. A morte foi um acidente de percurso’.Agora, mais do que nunca, temos a convicção, parodiando o que ele mesmo dizia, de que existem apenas dois tipos de pessoas neste mundo: as que reconhecem a sua genialidade e as que estão erradas.Em nome de toda a equipe do Governo e de toda a Paraíba, manifestamos o mais profundo sentimento de pesar e solidariedade, pela perda irreparável do nosso Dom Quixote das Caatingas, mestre Ariano Suassuna, cuja passagem espiritual deixa triste nossa alma, embora infle a atenuante vela da história. Que Deus lhe dê abrigo e nos traga conforto”

Geraldo Holanda Cavalcanti, Academia Brasileira de Letras

“A morte de Ariano Suassuna confrange e entristece a Academia Brasileira de Letras. No espaço de um mês, é o terceiro grande acadêmico que parte. Estendemos à família de Ariano nossos profundos sentimentos de pesar. E à multidão de seus amigos, leitores e admiradores no Brasil e no mundo, nossa solidariedade  pela imensa perda. Ariano reunia em sua pessoa as extraordinárias qualidades de homem de letras e de intelectual no melhor sentido da palavra, alguém que, dispondo de uma cultura invulgar, era, ao mesmo tempo, um homem de ação. À sua maneira ocupava-se e preocupava-se com os problemas sociais, focado nos da sua região. Não podemos esquecer seu engajamento com o Movimento Armorial, através do qual buscava revigorar a identidade nordestina e suas peregrinações, levando, com humor, sua mensagem por todo o Brasil”

Karine Pansa, presidente da Câmara Brasileira de Livros

"A literatura e o teatro acabam de perder um dos mais importantes escritores de nosso tempo, Ariano Suasunna, membro da Academia Brasileira de Letras. Com a sabedoria e a simplicidade de um mestre, produziu verdadeiras obras-primas para retratar a cultura nordestina. E fazia isso, não apenas com seu incontestável talento, mas também com todo o amor que sentia pela sua terra. Suassuna dizia que o homem nasceu para a imortalidade e que a morte era um acidente de percurso. Tenha certeza, Suassuna, sua imortalidade já estava em suas obras, que sempre estarão vivas na memória de todos os brasileiros e, especialmente, na de seu querido povo nordestino"

Academia Pernambucana de Letras

"A Academia Pernambucana de Letras lamenta profundamente o falecimento do escritor Ariano Suassuna, ocupante da cadeira n. 18, desde 1993. Idealizador do Movimento Armorial, deixa um vasto acervo bibliográfico traduzido em vários idiomas como inglês, francês, espanhol, alemão, holandês, italiano e polonês"

Nascido no ano de 1927 em Nossa Senhora das Neves (atual João Pessoa), o escritor Ariano Vilar Suassuna foi um dos principais escritores da literatura nacional. Dono de um estilo literário único, ele ocupava a cadeira nº 32 da Academia Brasileira de Letras. Ainda criança se mudou para o sertão e, posteriormente, seguiu para o Rio de Janeiro, onde seu pai foi assassinado por motivos políticos, causando assim a volta da família para a Paraíba. Idealizador do movimento Armorial, ele morreu nesta quarta-feira (23) em decorrência de um AVC.

Em 1942, Ariano passou a morar no Recife. Na capital pernambucana ele terminou seus estudos secundários e iniciou a Faculdade de Direito. Na academia ele conhece Hermilo Borba Filho e juntos fundam o Teatro do Estudante de Pernambuco, escrevendo Uma Mulher Vestida de Sol, sua primeira peça teatral, já em 1947. Os anos seguintes foram bastante produtivos, com uma média de um espetáculo por ano, ele se viu obrigado a retornar a Taperoá devido a problemas pulmonares em 1950.

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Dois anos depois, já de volta à 'Veneza brasileira', Suassuna passa a se dedicar à advocacia, mas não deixa de lado sua paixão pelo teatro e escreve algumas de suas principais obras. Em 1955 escreveu o Auto da Compadecida, sua obra mais conhecida e considerada um dos textos mais populares das artes cênicas nacionais. Ainda durante a década de 1950, ele passou a lecionar na Universidade Federal de Pernambuco, instituição em que trabalhou até o ano de 1994.

Foi membro fundador do Conselho Federal de Cultura em 1967. Na década de 1970 iniciou o Movimento Armorial, que incentivava o desenvolvimento e o conhecimento das formas de expressão populares nordestinas tradicionais. Desde 1993 integra a Academia Pernambucana de Letras e em 2000 entrou para a Academia Paraibana de Letras.

Morreu nesta quinta-feira, 03, o poeta, crítico literário e ensaísta carioca Ivan Junqueira, aos 79 anos. Desde 2000, Junqueira era o titular da cadeira nº 37 da Academia Brasileira de Letras, antes ocupada por João Cabral de Melo Neto. Junqueira teve falência múltipla dos órgãos.

O acadêmico nasceu em 3 de novembro de 1934 no Rio, onde estudou medicina e filosofia, mas acabou no jornalismo. Durante a carreira, ele passou por vários dos principais jornais da cidade, como "Correio da Manhã" e "O Globo", e também trabalhou no meio editorial.

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Como ensaísta e crítico literário, também contribuiu para diversos veículos do País, inclusive "O Estado de S. Paulo". Detentor de muitos prêmios literários, sua poesia já foi traduzida para o inglês, alemão, espanhol, francês, italiano, dinamarquês, russo e chinês.

Na quinta-feira (5), a Academia Brasileira de Letras elegeu a nova Diretoria para o ano de 2014. Em sessão ordinária, ficou determinado que o acadêmico Geraldo Holanda Cavalcanti será o presidente, substituindo a escritora Ana Maria Machado, que dirigiu a Academia nas duas últimas gestões. A posse ocorrerá na quinta-feira(19), às 17h, no Salão Nobre do Petit Trianon, Rio de Janeiro.

Pernambucano de 84 anos, Geraldo Holanda Cavalcanti ocupa a Cadeira número 29. Eleito em 2010 para a Academia, o também crítico literário foi embaixador junto à UNESCO, no México e junto à União Europeia. Em 1976, foi eleito Secretário-Geral da União Latina, organismo internacional dedicado à promoção das línguas e culturas de expressão latina. Geraldo já ganhou prêmios no Brasil e no exterior, entre os quais está o Prêmio da União Brasileira de Escritores e o Prêmio Internazionale Eugenio Montale.

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Os demais eleitos são Domício Proença Filho, como secretário-geral; Antonio Carlos Secchin, primeiro-secretário; Merval Pereira, segundo-secretário e Rosiska Darcy de Oliveira para tesoureiro. 

Começa nesta quarta-feira (9) a Feira Internacional do Livro de Frankfurt, um dos principais encontros da literatura mundial que espera este ano reunir oito mil expositores e 300 mil visitantes envolvidos no mercado literário. Com status de país homenageado, o Brasil será representado por 70 autores e 168 editoras nacionais. Ao todo, foram investidos $ 18,9 milhões para a realização da feira.

Participaram do discurso de abertura oficial, que aconteceu nesta terça-feira (8), o escritor mineiro Luiz Ruffato, a carioca Ana Maria Machado, presidente da Academia Brasileira de Letras, e o ministro das Relações Exteriores da Aleamanha, Guido Westerwelle. O discurso final foi do vice-presidente brasileiro, Michel Temer, que foi vaiado por parte do público presente. Na sequência, a ministra da Cultura Marta Suplicy inaugurou o Pavilhão do Brasil em Frankfurt.

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Além dos autores e editoras, o Pavilhão do Brasil conta com representantes do Ministério da Cultura (MinC), Ministério das Relações Exteriores (MRE), Fundação Biblioteca Nacional (FBN), Fundação Nacional de Artes (Funarte) e Câmara Brasileira do Livro (CBL). Desde 2012, 110 obras produzidas no Brasil foram traduzidas e publicadas na Alemanha.

A lista dos escritores brasileiros que participarão do evento é formada por 32 autores de prosa, 11 infantojuvenis, nove autores na área de conhecimentos e biografias, sete poetas e cinco crítico. Fazem parte ainda quatro autores de história em quadrinhos ou romance gráfico, que vão participar de mesas, leituras e debates da programação.

Polêmica - Antes da abertura do evento a seleção de escritores brasileiros feita pelo MinC foi alvo de críticas. A imprensa alemã questionou o fato da lista ser formada por apenas um negro, Paulo Lins, e um índio, Daniel Munduruku. 

Quem também teceu críticas foi Paulo Coelho, que cancelou sua participação na feira em protesto à ausência na seleção de autores como Eduardo Spohr, Thalita Rebouças e Raphael Draccon. "Dos 70 convidados, só conheço 20, nunca ouvi falar dos outros 50. São, presumivelmente, amigos dos amigos dos amigos", acusou Paulo Coelho, em entrevista ao jornal alemão Welt am Sonntag.

Conheça os autores brasileiros que participarão da Feira do Livro de Frankfurt 2013 

Prosa

1. Adriana Lisboa (RJ)

2. André Sant’Anna (MG)

3. Andrea del Fuego (SP)

4.  Antonio Carlos Vianna (SE)

5. Beatriz Bracher (SP)

6. Bernardo Ajzemberg (SP)

7. Bernardo Carvalho (RJ)

8. Carlos Heitor Cony (RJ)

9. Carola Saavedra (RJ)

10. Cíntia Moscovich (RS)

11. CristovãoTezza (SC)

12. Daniel Galera (RS)

13. Férrez (SP)

14. Ignácio de Loyola Brandão (SP)

15. João Almino (RN)

16. João Ubaldo Ribeiro (BA)

17. Joca Reiners Terron (MT)

18. Lourenço Mutarelli (SP)

19. Luiz Ruffato (MG)

20. Luiz Bras (MS)

21. Marçal Aquino (SP)

22. Marcelino Freire (PE)

23. Michel Laub (RS)

24. Nélida Piñon (RJ)

25.  Nuno Ramos (SP)

26. Patrícia Melo (RJ)

27. Paulo Coelho (RJ)

28. Paulo Lins (RJ)

29. Ronaldo Correia de Brito (CE)

30. Sérgio Sant’Anna (RJ)

31. Teixeira Coelho (SP)

32. Veronica Stigger (RS)

 

Poesia

1. Affonso Romano de Sant’Anna (MG)

2.  Age de Carvalho(PA)

3. Alice Ruiz (PR)

4.  Chacal (RJ)

5. Heitor Ferraz (SP) 

6. Nicolas Behr (DF)

7.  Paulo Henriques Britto (RJ)

 

Infantojuvenil

1.   Ana Maria Machado (RJ)

2.   Angela-Lago (MG)

3.  Daniel Munduruku (PA)

4.  Eva Furnari (SP)

5.  Fernando Vilela (SP)

6.  Marina Colasanti (RJ)

7.  Mauricio de Sousa (SP)

8.  Pedro Bandeira (SP)

9.  Roger Mello (DF)

10. Ruth Rocha (SP)

11. Ziraldo (MG)

 

Crítica

1.  Flora Süssekind (RJ)

2.  José Miguel Wisnik (SP)

3.  Luiz Costa Lima (MA)

4.  Maria Esther Maciel (MG)

5.  Walnice Nogueira Galvão (SP) 

 

Conhecimentos/Saberes/Biografias

1.  Fernando Morais (MG)

2.  José Murilo de Carvalho (MG)

3.  Mary Del Priore (RJ)

4.  Lilia Moritz Schwarcz (SP)

5.  Manuela Carneiro da Cunha (Portugual - SP)

6.  Maria Rita Kehl (SP)

7.  Miguel Nicolelis (SP)

8.  Ruy Castro (MG)

9. Rosiska Darcy de Oliveira (RJ) 

 

 HQ

1.  Fábio Moon (SP)

2.  Fernando Gonsales (SP)

3.  Gabriel Bá (SP)

4.  Lelis (MG)

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso confirmou seu favoritismo e foi eleito nesta quinta (27) à tarde para a cadeira de nº 36 da Academia Brasileira de Letras, ocupada antes pelo jornalista João de Scantimburgo, que morreu em março.

A eleição aconteceu na sede da ABL, no Rio, e Fernando Henrique conseguiu 34 dos 39 votos possíveis - 24 acadêmicos votaram em pessoa e outros 14, por carta. Houve uma abstenção. Após oficializada a vitória, o ex-presidente comemorou com amigos na Fundação Eva Klabin, na Lagoa, zona sul do Rio.

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"Resisti alguns anos à sugestão de vários amigos para me apresentar à ABL. Primeiro, porque não sou propriamente o que se denomina de um ‘homem de letras’", escreveu ele, em sua página no Facebook. "Segundo, porque temia que pudesse haver confusão entre minha produção intelectual e minhas posições políticas. Ao saber, porém, que desde sua fundação a Academia contemplava intelectuais em geral, e não apenas escritores, e tendo também passado mais de dez anos fora de cargos públicos, sem mais aspirar a nenhum deles, arrisquei submeter meu nome à apreciação dos acadêmicos."

No mesmo texto, Fernando Henrique comenta a honraria de ontem, 27. "Eleito, só me resta agradecer a generosidade dos que hoje me recebem como companheiro, reafirmando minha satisfação e meu desejo de ajudá-los no esforço para que a ABL continue cumprindo os desígnios de seus fundadores, primeiros ocupantes de cadeiras, dentre os quais Machado de Assis, Ruy Barbosa e Joaquim Nabuco."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-presidente e sociólogo Fernando Henrique Cardoso concorre nesta quinta-feira, 27, à cadeira 36 da Academia Brasileira de Letras, vaga desde a morte de João de Scantimburgo, aos 97 anos, no dia 22 de março. A eleição será no Petit Trianon, no Rio de Janeiro. Ele foi o primeiro a se candidatar e é favorito entre 11 concorrentes.

Para ser eleito, o candidato precisa de 20 votos (metade do número de imortais mais um). Se ninguém atingir a meta, é realizado um segundo escrutínio no mesmo dia. Depois, uma terceira e quarta votação, ali mesmo. Caso não haja consenso, uma nova eleição é aberta.

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Disputam a cadeira com Fernando Henrique Cardoso, Felisbelo da Silva, J.R. Guedes de Oliveira, Gildasio Santos Bezerra, Jeff Thomas, Carlos Magno de Melo, Eloi Ghio, Diego Mendes Souza, Alvaro Corrêa de Oliveira, José William Vavruk e Arlindo Vicentine. A última imortal eleita foi Rosiska Darcy de Oliveira.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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