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Vice-líder do PSDB na Câmara, o deputado federal Daniel Coelho rechaçou, nesta quinta-feira (14), a possibilidade de a legenda participar efetivamente de um eventual governo do vice-presidente Michel Temer (PMDB) – ocupando cargos e ministérios – caso o impeachment seja aprovado. 

Elencando quatro pontos que defenderá junto à direção nacional da legenda, o parlamentar encaminhou uma nota à imprensa, dizendo que não vai participar “da indicação de cargos em um futuro governo” do PMDB e defendendo a manutenção das investigações da Operação Lava Jato. “Não queremos cargos, queremos salvar o Brasil”, crava.

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No texto, onde Daniel Coelho diz “falar do futuro do Brasil”, ele pontua a necessidade do PSDB apoiar no Legislativo uma “Agenda de Reformas para o País e um plano emergencial de superação da crise”. Além disso, afirma que os tucanos não consideram o impeachment como “um atalho para o poder”. 

“O impeachment para o PSDB não é um atalho para o poder. Não é escolha ou desejo, é necessidade e fatalidade histórica. O governo Temer não será um governo do ou com o PSDB. Até porque, quem votou em Temer foram os eleitores de Dilma, essa aliança não fomos nós que celebramos. Um governo do PSDB terá que nascer das urnas”, observa, rebatendo as críticas de petistas que encaram o processo como um “golpe” orquestrado pelo PMDB e pelo PSDB.

Apesar de negar a participação do PSDB, o vice-líder também projeta como deve ser uma gestão de Michel Temer. “O futuro governo Temer deve ser considerado de união nacional e de caráter transitório. Acima dos partidos, deve ser notável em sua composição e ousado em suas atitudes. Deve ser dado ao novo Presidente total liberdade para compor a equipe com os melhores quadros disponíveis para o enfrentamento da crise, fugindo das práticas vigentes do presidencialismo de cooptação e do loteamento de espaços na máquina pública”, argumenta. 

Veja a carta na íntegra:

Está evidente pela pressão da sociedade que ela acordou e mostrou seu poder. Hoje, sabemos que o impeachment tem grande chance de ser aprovado. Não podemos, assim, deixar de falar no futuro do Brasil. Abaixo, seguem alguns pontos que defenderei junto à Direção Nacional do PSDB e à nossa bancada na Câmara dos Deputados caso o impeachment seja aprovado:

1. Que o PSDB discuta e dê apoio parlamentar a uma Agenda de Reformas para o País e a um plano emergencial de superação da crise. Com a reforma política, responsabilidade fiscal, e corte de ministérios e cargos comissionados como pontos essenciais dessa pauta.

2. Que o PSDB não participe do governo institucionalmente e oficialmente. O futuro governo Temer deve ser considerado de união nacional e de caráter transitório. Acima dos partidos, deve ser notável em sua composição e ousado em suas atitudes. Deve ser dado ao novo Presidente total liberdade para compor a equipe com os melhores quadros disponíveis para o enfrentamento da crise, fugindo das práticas vigentes do presidencialismo de cooptação e do loteamento de espaços na máquina pública. O impeachment para o PSDB não é um atalho para o poder. Não é escolha ou desejo, é necessidade e fatalidade histórica. O governo Temer não será um governo do ou com o PSDB. Até porque, quem votou em Temer foram os eleitores de Dilma, essa aliança não fomos nós que celebramos. Um governo do PSDB terá que nascer das urnas.

3. Que o PSDB coloque como premissa básica para qualquer ação no Parlamento a garantia do novo presidente de que não haverá nenhum tipo de interferência na Operação Lava Jato, garantindo o trabalho do Juiz Moro e sua equipe.

4. Além de anunciar minha posição perante a direção do meu partido, afirmo, que independente da decisão do colegiado, eu não participarei da indicação de cargos em um futuro governo. Não queremos cargos, queremos salvar o Brasil. 

​Daniel Coelho​

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