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Dando continuidade a nossa série de reportagens sobre os vestibulares das principais universidades públicas de Pernambuco, neste domingo (8), o Portal LeiaJá aborda a disciplina de literatura. Além de ser uma importante matéria da área linguistica, a literatura aborda ações poéticas, movimentos históricos, arte, obra literárias, entre inúmeras representações que devem compor o arcabouço de conhecimento dos indivíduos.

No Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a literatura é trabalhada dentro de questões que abordam linguagens. A prova pode trazer os próprios textos literários, como também pode trabalhar questões que não possuem assuntos de literatura explícitos, mas que acabam servindo como complemento para outros temas, que não têm relação direta com a literatura. Também é possível que apareça no exame textos sobre alguns movimentos literários, cujas respostas já podem ser encontradas no próprio texto.

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De acordo com a professora de literatura Érika Costa, os assuntos Realismo e Modernismo merecem atenção dos “feras”. Por isso, ela destaca que é importante que o aluno conheça bem os contextos históricos dos movimentos. Sobre os autores, ela também salienta a importância do conhecimento prévio. “Se o aluno tem familiaridade com o autor, facilita na solução da questão”, comenta a professora. Sobre as obras, Érika aconselha a leitura de Vidas Secas, Capitães da Areia, Dom Casmurro, Gabriela, Tieta, entre outros livros. 

Figuras de linguagem também têm força no Enem. “A grande marca do texto literário na prova é focar nessas figuras. Podem ter questões que procurem num texto recortes de uma figura de linguagem”, diz a professora. Além disso, ela destaca alguns centenários importantes que estão acontecendo neste ano, como o de Luiz Gonzaga. Segundo ela, pode haver questão que aborde a linguagem coloquial do Rei do Baião em suas canções. “Também é válido atentar para a possibilidade de um quesito pegar um texto de Carlos Drummond de Andrade e relacionar com o tema sustentabilidade”, completa a educadora, orientando sobre a ligação que pode ser feita de textos e autores literários com temas contemporâneos.


Literalmente específica

A prova específica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) é bastante “conteudista”, ou seja, trabalha mais detalhadamente com os conteúdos. “A prova é mais difícil. O aluno tem que estudar muito. Ela aborda do Barroco ao Modernismo”, comenta Érika. Romantismo, Realismo, Naturalismo, Parnasianismo, Simbolismo, Modernismo, entre outros temas são corriqueiros nesta específica. Alguns dos autores que merecem atenção são Manuel Bandeira, Oswald de Andrade, Graciliano Ramos, Clarice Lispector, João Cabral de Melo Neto, entre outros.

Segundo a professora, na UFPE pode aparecer um quesito que “junte Simbolismo com o Barroco”, ou outros assuntos. A ideia é identificar que “existe algo comum enquanto temática, mesmo que pareçam fatos distintos”, explica Érika Costa.

Ler os livros por completo é outra ação essencial na prova da UFPE, uma vez que a abordagem é criteriosa sobre as obras, e apenas a leitura de um resumo não é suficiente. O entendimento de telas artísticas e estudar autores portugueses, como Fernando Pessoa, são atividades importantes no período de preparação.

 

Literatura na UPE

Para a prova da Universidade de Pernambuco (UPE), a professora indica, além das outras abordagens da UFPE, a leitura dos livros Vestido de Noiva, Primeiras Estórias, Casamento Suspeitoso, entre outras obras. Entretanto, há outro destaque. “A UPE valoriza muito os autores pernambucanos”, orienta Érika. Manoel Bandeira, Patativa do Assaré e João Cabral de Melo Neto são alguns que devem ser estudados.

De acordo com Érika, “pode aparecer um texto que debate sobre um autor, porém o questionamento que é feito permeia algo muito específico, que não tenha relação direta com o enunciado do quesito”, fala.

Em todos esses vestibulares, a leitura é um fator essencial que precisa ser trabalhado frequentemente pelos vestibulandos. Interpretação de texto é outra ação que não pode faltar, além, claro, de muito estudo e dedicação.

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Recife vai receber, entre os dias 8 e 13 de maio, a segunda edição da Expoidea. O evento vai discutir temas como tecnologia, sustentabilidade e cultura, e ainda terá uma oficina direcionada ao setor de livros, nos dias 11 e 12, no auditório do Porto Digital.

Com o título “O Nordeste na Feira de Frankfurt", a oficina é uma realização de uma parceria entre a Representação Regional Nordeste do Ministério da Cultura (RRNE/MinC), a Rede Nordeste do Livro, Leitura e Literatura (RNELLL) e o Instituto Delta Zero. Os participantes terão a oportunidade de discutirem assuntos da área de negócios e parcerias para o amadurecimento da economia do segmento, com vistas à participação do Brasil como país homenageado na Feira de Livros de Frankfurt, em 2013.

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As atividades da oficina iniciarão através da Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (APEX), a Fundação Biblioteca Nacional e a Câmara Brasileira do Livro. A ideia principal da ação é incentivar que mais autores brasileiros sejam reconhecidos pela sociedade.

As inscrições para a oficina podem ser realizadas por meio do endereço virtual do evento e mais informações podem ser verificadas pelo e-mail institutodeltazero@gmail.com. O auditório onde a ação será realizada fica na rua do Apolo, 181, no bairro do Recife Antigo, área central da capital pernambucana. Clique AQUI e veja toda a programação do evento.

Serviço
Oficina: "O Nordeste na Feira de Frankfurt"
Data: 11 e 12 de maio
Horário: 9h às 18h
Local: Auditório do Núcleo de Gestão do Porto Digital
Endereço: Rua do Apolo, 181, no bairro do Recife Antigo, no Recife

Convidada a participar do seminário A Literatura Africana Contemporânea, que integra a programação da 1ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura, em Brasília, a poetisa e historiadora angolana Ana Paula Tavares cobrou hoje (16) que governos e instituições privadas assumam um papel mais ativo na divulgação da literatura africana, sobretudo a produzida em países de língua portuguesa.

Ana Paula admitiu que, devido à má divulgação da produção contemporânea, os próprios escritores africanos têm dificuldades para falar sobre o que é feito em outros países além dos seus.

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Segundo a poetisa, a falta de conhecimento de outras "línguas imperialistas" - conforme ela se refere aos idiomas impostos aos povos africanos a partir do século dezenove, quando o continente foi dividido entre as potências europeias - e questões de ordem econômica impedem que mais autores sejam traduzidos, o que dificulta a troca de informações.

"Há barreiras de todo o tipo que dificultam a divulgação da produção literária dos vários países africanos não só para outros continentes, mas entre nós mesmos, africanos. Há barreiras linguísticas, problemas ligados à atividade editorial e ao dinheiro, ao sistema capitalista", afirmou Ana Paula. Ela ainda cobrou ações da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para estimular a circulação de livros de autores do idioma entre os países que compõem o grupo.

"Em Angola, por exemplo, não conhecemos a produção de Moçambique, de Cabo Verde, de São Tomé e Príncipe e dos demais. E o mesmo acontece com eles. Conhecemos os grandes nomes, mas não os mais jovens e os movimentos literários que estão surgindo", comentou a poetisa.

Segundo ela, durante muito tempo, os escritores angolanos foram mais influenciados por autores brasileiros do que pelos de países vizinhos. Apesar das ressalvas, Ana Paula comemorou por autores angolanos – como, por exemplo, José Eduardo Agualusa, Pepetela e Mendes de Carvalho – terem conquistado mais reconhecimento no exterior, nos últimos anos, principalmente no Brasil.

A poetisa afirmou que são os poetas angolanos que, nas últimas três décadas, têm sido mais ousados na experimentação de novas possibilidades de temáticas e linguísticas. Segundo ela, essa experimentação está intrinsecamente ligada ao processo de independência do país, proclamada em 1975. "Há um antes e um depois dos anos 80 do século passado para a literatura angolana. Essa ruptura é mais clara na poesia, nas escolhas feitas pelos poetas, do que nos romances.

Embora haja muitos bons novos romancistas, os que continuaram a surpreender após esse período são os nomes já consagrados desde a década de 1960, ainda durante o período colonial", disse Ana Paula. Autora de Ritos de Passagem (1985), O Lago da Lua (1999) e Dizes-me Coisas Amargas Como os Frutos (2001), Ana Paula nasceu em 1952, na província de Huila, "uma região pastoreira".

Durante o seminário, em que dividiu a mesa com o cabo-verdiano Germano Almeida, contou ter sido criada por uma madrinha branca que a obrigava a só falar em português, por não considerar educado que "uma menina que foi a escola e usava garfo e faca" falasse qualquer um dos dialetos locais. "Ainda hoje ouço aquelas vozes maravilhosas das mulheres falando numa língua que eu não entendia, mas que até hoje busco resgatar na minha poesia.

Hoje, tento fugir dos estereótipos e falar das mulheres angolanas reais. Se possível, trazendo suas vozes para minha obra, porque desde sempre eu percebi que era diferente da grande maioria das mulheres angolanas pelo simples fato de ter conseguido ir à escola".

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