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Um ano depois do assassinato do jornalista britânico Dom Phillips (1964-2022) e do indigenista brasileiro Bruno Pereira (1980-2022), a edição de 2023 da Feira do Livro abre os trabalhos nesta quarta-feira (7), com homenagens a ambos. Organizado pela Associação Quatro Cinco Um e pela Maré Produções, a Feira do Livro ocorre até o dia 11 de junho (domingo), na Praça Charles Miller, em frente ao Estádio do Pacaembu, em São Paulo. 

Financiada com a Lei de Incentivo à Cultura, a entrada será gratuita para quem quiser acompanhar algumas das 94 tendas e 23 bancadas do evento ao longo dos cinco dias. Ao todo, serão 60 autoras e autores, e 144 expositores. Dentre eles, nomes conhecidos como o fotógrafo Bob Wolfenson, a professora Patrícia Hill Collins, o escritor Itamar Vieira Junior, e o também escritor Milton Hatoum.  

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A sessão de abertura da feira, que entra em segunda edição, contará com a participação do líder Yanomami Davi Kopenawa, que lançará um livro em colaboração com Bruce Albert e com o jornalista britânico, correspondente do jornal The Guardian no Rio de Janeiro, Tom Phillips. O encerramento da feira do ano passado quando os autores que se apresentaram prestaram uma homenagem a Bruno e Dom, cujos corpos haviam sido descobertos pela polícia, no Vale do Javari, Amazonas. 

A Universidade Guarulhos (UNG) reúne, nos dias 14 e 15 de abril, no Anfiteatro F, 50 escritores da cidade e editoras independentes durante a 1ª edição do Festival Literário (FliUNG). Além de ser um espaço para o fomento à leitura, o evento com entrada gratuita, tem como objetivo divulgar e valorizar o trabalho de autores locais. Para abrir a programação no dia 14, às 19h, o Festival recebe, em parceria com a Academia Guarulhense de Letras (AGL), o I Encontro Castelo Hanssen de Jornalistas Escritores.

 

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A cerimônia é em homenagem ao poeta, escritor, jornalista, membro da AGL e um dos fundadores do grupo literário Letraviva, Aristides Castelo Hanssen (1941-2020). Durante o encontro, painéis serão mediados pelas jornalistas e escritoras Karla Maria e Fátima Gilioli. Os temas são “Livros-reportagem e a pesquisa acadêmica, possibilidades de ampliar vozes e realidades ‘esquecidas’, marginalizadas e apagadas da história”; “Quando a realidade é matéria-prima da ficção (crônicas, contos e romances)”; e “As tantas possibilidades de atuação no jornalismo na promoção da cultura, da literatura e da memória: livros corporativos, autoconhecimento, jornalismo cultural e o ghostwriter ampliam a atuação do jornalista”.  

 

Já no dia 15, das 10h às 16h, o FliUNG contará com a exposição de outras obras literárias em diversos gêneros, lançamentos e comercialização de livros, no saguão do Prédio F. Os visitantes poderão ainda participar de um bate-papo com os escritores, das 13h às 16h. O prédio F está localizado na rua Soldado Basílio Ponto de Almeida, 96 – Vila Almeida, Guarulhos.

 

“Precisamos valorizar a literatura guarulhense. É uma grande satisfação para a UNG receber e promover espaços de diálogos com escritores da cidade e editoras independentes. Que os alunos, professores e toda a sociedade possam aproveitar a oportunidade em nosso campus e compartilhar conosco deste grande evento literário”, ressaltou o reitor da Instituição, Yuri Neiman.  

 

Para Karla Maria, membro da AGL desde 2020, a homenagem ao jornalista Castelo Hanssen incentiva a leitura das obras literárias, o acesso à cultura e valoriza o bom jornalismo. “O encontro será um momento para dialogarmos com estudantes da UNG, futuros jornalistas, para que possamos voltar a valorizar e mostrar para a sociedade qual é o papel social do jornalista. Não há outro caminho para melhorar a nossa realidade e a do nosso país sençao pela cultura, pela leitura”, afirmou a jornalista autora de três livros-reportagem. 

 

 

 

Atendendo a pedido da Procuradoria-Geral da República, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou a abertura de inquéritos para investigar executores, financiadores e 'autores intelectuais' dos atos golpistas do dia 8, quando radicais invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes.

Ao requerer as investigações, no último dia 12, o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, pediu para apurar supostos crimes de terrorismo, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, ameaça, perseguição e incitação ao crime.

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Alexandre de Moraes acolheu a alegação da PGR sobre a 'necessidade de otimização de recursos, uma vez que há requisitos específicos para responsabilização penal por autoria intelectual e por participação por instigação, que diferem, em parte, dos requisitos aplicáveis aos executores materiais e daqueles aplicáveis aos financiadores e por participação por auxílio material'.

Os três inquéritos se somam à investigação sobre 'agentes públicos responsáveis por omissão imprópria', que mira condutas do governador afastado Ibaneis Rocha (MDB), do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, do ex-secretário de Segurança Pública interino do DF Fernando de Sousa Oliveira e do ex-comandante geral da Polícia Militar do DF Fábio Augusto Vieira. O ex-presidente Jair Bolsonaro também é investigado, sob suspeita de instigar os atos.

No bojo de tal investigação, a PF já colheu o depoimento de alguns investigados - Vieira, Ibaneis e Oliveira. Resta ainda a oitiva de Torres, que se calou diante da PF na quarta, 18, sob alegação de que sua defesa não teve acesso aos autos. A Polícia Federal já requereu novo depoimento e aguarda o aval do ministro Alexandre de Moraes.

Além disso, o Ministério Público Federal quer investigar os deputados diplomados André Fernandes (PL-CE), Clarissa Tércio (PP-PE) e Silvia Waiãpi (PL-AP) por incitação aos atos golpistas. Tal pedido de apuração tem como base publicações dos parlamentares nas redes socais.

Ao justificar a necessidade dividir as investigações em quatro frentes, Carlos Frederico Santos indicou que o caso envolve crimes multitudinários, praticados por multidões. Segundo o subprocurador, tais delitos envolvem um 'vinculo subjetivo entre pessoas que podem até não se conhecer, mas que atuam de forma conjunta para uma mesma finalidade'.

Segundo a PGR, já foram requeridas diligências como o compartilhamento de provas com outros órgãos de investigação, além do envio de pedidos de informações às plataformas Facebook, TikTok, Twitter e Instagram, para que forneçam a relação de perfis de usuários que foram reconhecidos como 'difusores massivos de mensagens atentatórias ao regime democrático, ao resultado das eleições e aos Poderes da República'.

Com mais de uma centena de pedidos de impeachment enviados à Câmara sem nenhum encaminhamento, a oposição quer unir deputados de campos políticos diversos na tentativa de dar andamento, no Legislativo, ao afastamento do presidente Jair Bolsonaro. A iniciativa é do deputado Bohn Gass (RS), líder do PT, e conta com apoio até de ex-aliados do presidente no Congresso.

Gass quer juntar parlamentares e representantes da sociedade civil que apresentaram pedidos de impedimento de Bolsonaro para pressionar e debater medidas que viabilizem a abertura de um processo. "Vamos criar um movimento para colocar na ordem do dia a necessidade do impeachment", disse o deputado. "Vamos unir forças, não serão ações individualizadas. A ideia está em construção", emendou ele.

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A oposição vai tentar atrair nomes como o do deputado Alexandre Frota (PSDB-SP), autor de quatro protocolos de impeachment. Um deles acusa Bolsonaro de crime de responsabilidade ao ajudar a convocar as manifestações a favor de seu governo, contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF), no ano passado. Frota foi eleito pelo PSL, mas acabou expulso do partido e concorda com a formação do bloco.

"É uma ideia que vem em um momento importante. Estou inteiramente à disposição, independentemente se é PT ou qualquer outro partido, para criar um texto único que possa servir para isso", afirmou o deputado ao Estadão/Broadcast.

Ex-líder de Bolsonaro no Congresso, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) também disse estar disposta a aderir. Ela apresentou pedido de impeachment contra Bolsonaro em abril do ano passado. Acusou o presidente de crimes de responsabilidade, previstos na lei do impeachment, e também de crimes comuns.

Moro

O pedido de Hasselmann menciona o episódio da demissão do então ministro da Justiça Sérgio Moro e sua declaração de que Bolsonaro tentou interferir na escolha da direção da Polícia Federal para obter relatórios de inteligência da corporação. A deputada também acusa Bolsonaro de "falsidade ideológica" por incluir assinatura forjada de Moro no decreto de exoneração do então diretor-geral da PF Maurício Valeixo.

Políticos e partidos foram responsáveis por protocolar 25 dos 112 pedidos de impeachment contra Bolsonaro. Deste total, sete foram arquivados. O mais recente pedido de afastamento foi apresentado pela Executiva Nacional do PDT, partido comandado por Carlos Lupi, que acusa o chefe do Executivo de ameaça ao livre exercício dos poderes.

O episódio citado pelo PDT é o da pressão de Bolsonaro sobre o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO). Em conversa telefônica com o senador, na noite de sábado, Bolsonaro disse que ele deveria ingressar com pedidos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) logo após a Corte ter determinado a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado sobre ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia.

Dar ou não andamento aos pedidos de impeachment é prerrogativa do presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), líder do Centrão e aliado do governo. A maioria das ações, no entanto, chegou à Casa ainda na gestão de Rodrigo Maia (DEM-RJ). Na última segunda-feira, 12, o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) acionou o Supremo para que seja fixado prazo para Lira analisar os pedidos na fila.

No Brasil, diversos profissionais dos quadrinhos tentam emplacar suas histórias no concorrido mercado do entretenimento. Muitos carregam referências das revistas americanas, as HQs, e dos quadrinhos japoneses, os mangás. É o caso do ator e quadrinista Elyan Lopes, 37 anos, de Niterói (RJ), que se inspira nos personagens de "Os Cavaleiros do Zodiaco", no conceito da jornada do herói e, para se aproximar do público brasileiro, busca ideias em novelas antigas.

A principal obra de Lopes é a HQ "Alfa – A Primeira Ordem". A história é ambientada em diversos locais do Brasil, como o bairro da Lapa (SP) e no Congresso Nacional, em Brasília. "É uma ficção e homenagem às clássicas histórias de superação não só brasileiras, mas universais", conta o quadrinista.

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Assim como em todos os setores do entretenimento, o trabalho de um quadrinista vem acompanhado por inúmeros desafios, e o segmento de super-heróis nacionais é encarado por vários brasileiros com preconceito. "Quadrinhos sofrem principalmente com distribuição, a força vem do amor e dedicação por intermédio das publicações independentes que a duros percalços são motivos de muito orgulho", relata Lopes. "Felizmente temos tido iniciativas louváveis por parte dos sites de financiamentos coletivos, como o Catarse", complementa.

O ator e quadrinista Elyan Lopes | Foto: Arquivo Pessoal

Para incentivar a produção de quadrinhos nacionais, Lopes criou um canal no YouTube que aborda o tema, onde entrevista quadrinistas e divulga os lançamentos. Outra iniciativa do artista, foi a criação do Dia do Super-Herói Brasileiro, que ele espera colocar no calendário nacional para celebrar os autores e suas obras.

A mão do editor

Atualmente, algumas distribuidoras apostam no material nacional, entre elas, a Editora Kimera, de Niterói (RJ). "Acredito que estamos vivendo o melhor período desde os anos 1990, quando, perambulando por qualquer banca de jornal, pipocavam títulos independentes e existiam muitas pequenas editoras publicando de tudo, desde super-heróis, álbuns de figurinha e HQs de sátiras a cartuns infantis", comenta o quadrinista e CEO da editora, Vanderlei Sadrack.

Muitos personagens conhecidos dos quadrinhos migraram para outras mídias, como animação, série e cinema, o que contribuiu para despertar o interesse do público nas publicações. "Consequentemente pegamos carona nesta onda, produzimos e consumimos muitas HQs nacionais", detalha o CEO.

Distribuir revistas no Brasil, tem sido um grande desafio. Por isso, a Edirora Kimera decidiu apostar em vendas online e na divulgação em redes sociais. "Com isso diminuímos o investimento inicial e aumentamos a produção de novos títulos. Esse modelo de vendas vem atendendo todo o território brasileiro", complementa Sadrack.

Atualmente, a Editora Kimera é responsável por distribuir as HQs brasileiras "Alfa – A Primeira Ordem", "Dragões do Futuro", "Bombeiro Mascarado" e "Timerman".

 

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Uma nova proposta de imposto do governo federal prevê uma taxa de 12% em cima dos livros. A ideia não agradou os autores, que recebem 10% das vendas de suas obras, nem o consumidor final, que poderá pagar mais caro pelo livro.

A assistente jurídica Juliana Kowalski, 28 anos, é apaixonada por livros e sempre espera os títulos entrarem em promoção para poder comprá-los. Mas, o novo imposto pode dificultar ainda mais a aquisição de novas obras para sua coleção. "Às vezes, eu preciso junta dinheiro ou esperar o salário melhorar para comprar uns dois livros por R$ 20 ou R$ 30", relata.

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Juliana lamenta que são poucas as pessoas que têm o hábito de ler e diz que o novo imposto pode desestimular ainda mais esse público, livrarias físicas enfrentarão dificuldades, e o consumidor terá que optar entre comprar um livro ou pagar as contas do mês, isso sem falar no desânimo dos autores. "Não sei onde vai parar a cultura e a educação, isso desanima qualquer leitor", desabafa.

Juliana Kowalski, na escadaria da Livraria Cultura, em SP | Foto: Arquivo Pessoal

A proposta de reforma tributária atinge quem escreve, edita, publica, vende e, sobretudo, quem lê. "Esse novo imposto é uma ofensa à integridade intelectual. Ler mudou a minha vida e, por conta disso, comecei a escrever. Escrever é terapêutico e prazeroso por si só e me deu a oportunidade de tocar o coração das pessoas", comenta a escritora e fundadora do Grupo Bendita, Samantha Silvany, conhecida pelos livros "500 Dias Sem Você" (2019) e "Manual do Borogodó" (2019).

Na lista dos prejudicados com esta possível situação estão os autores iniciantes, já que, por se tratar de um investimento de risco, as editoras serão muito mais rigorosas para publicar novos nomes no mercado. "Escritores já reconhecidos também serão prejudicados, afinal, o livro encarecerá para o consumidor, o que dificulta a conquista de ser um best-seller. Também diminuirão as oportunidades de um novo contrato", prevê Samantha.

No atual modelo de publicação das editoras, o autor recebe em média de R$ 2 a R$ 3 reais por livro, e a nova taxa pode diminuir ainda mais esse lucro. "Também dificultará muito a democratização da leitura e o acesso à informação, especialmente entre aqueles que já não têm tantas condições", explica a escritora.

Outro medo de Samantha é de que o livro se torne um artigo de luxo, quando deveria ser um direito de todos. "Precisamos defender o livro. Precisamos defender o Brasil. Precisamos nos defender contra a ignorância. Precisamos de meios para facilitar o acesso à leitura, e não o contrário", finaliza.

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O jornalista e escritor João Carlos Pereira foi o convidado, na sexta-feira (22), do Café com Letras, um projeto em conjunto dos cursos de Letras e Psicologia da UNAMA - Universidade da Amazônia. No encontro com alunos e professores, o autor participou de uma conversa a respeito de suas obras e projetos.

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João Carlos Pereira, jornalista da TV Liberal e comentarista do Cirío há 20 anos, falou sobre o seu novo livro (ainda sem título), em que conta histórias e curiosidades sobre a maior festa religiosa do Estado. “Eu não fui buscar nada na internet. Não fui buscar em livros, nada disso. Eu fui direto até as fontes, até quem tinha algo pra contar”, disse o escritor. 

O evento contou com a presença de alunos e docentes da instituição, como o psicólogo, doutor em Teoria da Literatura e um dos organizadores do projeto, José Guilherme de Oliveira Castro. “Vamos entrevistar sempre um escritor, para que a comunidade conheça não só a figura do escritor, mas também a sua obra, e com isso aprenda a valorizar as letras da terra”, destacou.

O projeto Café com Letras ocorre no campus Alcindo Cacela da UNAMA, de 15 em 15 dias, e faz parte do Grupo de Pesquisa de Interfaces do Texto Amazônico (GITA), um conselho de ensino e pesquisa formado em 2017 na Universidade da Amazônia.

Por Afonso Serejo.

A polícia cingalesa divulgou, nesta quarta-feira (1º), os nomes de nove pessoas que cometeram os atentados suicidas que deixaram 253 mortos no Domingo de Páscoa, em 21 de abril, e anunciou que os bens dos autores serão confiscados.

O porta-voz da Polícia, Ruwan Gunasekera, confirmou que os autores dos atentados suicidas em dois hotéis de luxo, dos três que foram atacados, eram dois irmãos pertencentes a uma família rica de Colombo especializada na exportação de especiarias.

O grupo de islamistas que organizou estes atentados coordenados em três hotéis de luxo e em três igrejas enviou um homem-bomba para cada um desses locais. A exceção foi o hotel Shangri-La, onde houve duas explosões provocadas por dois homens.

Um dos homens-bomba do hotel Shangri-La foi identificado como Zahran Hasim, chefe do grupo extremista local que organizou estes atentados reivindicados pelo grupo Estado Islâmico (EI).

Hashim era chefe do grupo National Thowheeth Jama'ath (NTJ), que foi proibido de atuar no país. Ele cometeu o atentado acompanhado de Ilham Ahmed Mohamed Ibrahim. Já o irmão mais velho de Ilham, Inshaf Ahmed, foi responsável pelo atentado suicida no Cinnamon Grand Hotel.

O terceiro hotel atacado, o Kingsbury, foi alvo de uma deflagração ativada por Mohamed Azzam Mubarak Mohamed. Sua mulher foi detida pela polícia, acrescentou o porta-voz.

A igreja de Santo Antônio foi atacada por um morador de Colombo, Ahmed Muaz. Seu irmão foi detido. O autor do atentado suicida na igreja São Sebastião foi Mohamed Hasthun, morador do leste do Sri Lanka, onde Hashim vivia.

A igreja evangélica de Sion, em Batticaloa (leste), também foi atacada pelo cingalês Mohamed Nasser Mohamed Asad.

Outro indivíduo - que não conseguiu cometer o atentado planejado em um hotel de luxo, mas detonou uma bomba perto de uma pousada perto da capital - foi identificado como Abdul Latheef. Ele estudou no Reino Unido e na Austrália.

Pouco depois dos atentados nos hotéis, Fathima Ilham, mulher do mais jovem dos dois irmãos, acionou os explosivos que levava com ela. Matou seus dois filhos e três policiais que haviam se deslocado para sua residência.

"Vamos recorrer a leis sobre financiamento do terrorismo para confiscar seus bens", acrescentou o porta-voz Ruwan Gunasekera.

Uma das principais características do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é a apresentação de questões com textos longos. Esse formato, para muitos estudantes, é sinônimo de cansaço, já que as densas leituras ao longo da prova podem tomar um percentual importante de tempo dos candidatos.

Durante a preparação para a prova, uma das estratégias que devem ser adotadas pelos concorrentes é justamente o desenvolvimento do gosto pela leitura, seja dos assuntos relacionados diretamente às questões do Exame ou fatos da atualidade. Em Linguagens, por exemplo, os estudantes podem se deparar com quesitos que abordem grandes obras literárias. Mas diante de tantos assuntos para estudar, envolvendo ainda as áreas de matemática e Natureza, é indispensável a leitura completa de livros literários ou é mais indicado direcionar a atenção apenas aos resumos das obras?

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Para o professor de Linguagens e redação Diogo Xavier, como o Enem não define uma relação de livros indicados à leitura, os estudantes devem buscar obras em períodos literários mais recorrentes. O educador orienta, contudo, que os alunos escolham ao menos uma obra para ler por mês.

“Vale a pena eleger algumas obras para ler, se possível uma por mês. E que seja, antes de tudo, uma leitura de deleite. Mas é impossível ler completamente todas as obras relevantes da literatura brasileira. Nesse sentido, a leitura e os resumos se fazem importantes para guardar aspectos relevantes das obras analisadas”, ressalta Xavier. É importante ainda atentar para a produção de poesias. “Manoel Bandeira, por exemplo, é um dos mais importantes poetas brasileiros, e teve influências de diversos estilos literários ao longo de sua carreira. Vale a pena dedicar duas leituras ao seu livro de estreia, ‘A cinza das Horas’”, acrescenta o professor.

Segundo o professor de redação e Linguagens Felipe Rodrigues, é relevante que o candidato busque resumos, mas não deixe de ler por completo, ao menos, livros dos autores mais citados nas últimas cinco versões do Enem. “Como exemplo Clarice Lispector, inerente ao Modernismo: A Hora da Estrela e Perto do Coração Selvagem. Os demais, pegue grandes resumos e, principalmente, análises, como contam em alguns manuais literários. É válido lembrar que o fato da leitura e interpretação das obras, soma numa das provas contidas no Exame, a redação”, diz Rodrigues.

O professor de literatura Talles Ribeiro, em entrevista ao LeiaJá, também destacou dicas para os candidatos do Enem. Confira no vídeo a seguir:

Para ajudar os candidatos, os professores Diogo Xavier e Felipe Rodrigues prepararam resumos de obras que podem contribuir na preparação para o Enem. Confira:

Diogo Xavier

Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, é marco do Realismo no Brasil. Brás Cubas, um defunto-autor (não autor defunto, como o próprio personagem explica), narra, sem compromissos com nenhuma espécie de polidez, a trajetória de sua vida, revelando o caráter, as hipocrisias, as vaidades de todas as personagens.

Assim, Brás Cubas vai contando a sua vida, começando sobre sua morte, seu enterro e seus últimos momentos terrenos. A narração é mesclada com digressões, uma característica marcante de Machado de Assis, que consiste num desvio momentâneo do assunto sobre o qual se está falando para inserir comentários. Sem contar a ideia do narrador intruso, que por vezes dialoga com os leitores. Merece destaque, a passagem de Marcela, em sua adolescência, mulher mais velha e interessada em bem materiais (Marcela amou-me durante quinze meses e dez contos de réis); Quincas Borba, protagonista de outra obra machadiana, fundador da filosofia que chamou de humanitismo; e Virginia, sua ex futura esposa que acabou virando sua amante, mostrando mais uma visão frequente no autor, a do casamento como instituição falida.

A hora da Estrela, de Clarice Lispector, foi publicada em 1977. De um lado, retrata a história da ingênua Macabéa, migrante nordestina pobre em luta pela sobrevivência na cidade grande; de outro, o drama do escritor e seu processo de criação ao retratar uma pessoa distante de seu universo socioeconômico e ser capaz de se comunicar com ela: “Tentarei tirar ouro do carvão”, diz ele. A moça alagoana, sem recursos para lidar com os códigos urbanos numa cidade do porte do Rio de Janeiro, despreparada para enfrentar a competição

Felipe Rodrigues:

Macunaíma - Mário de Andrade: publicado em 1928, traz uma linguagens romântica e moderna. A relação que se nota no livro é dos elementos constitutivos do Brasil, suas riquezas, desde o descobrimento, com o foco nos detalhes indianistas. As relações e análises da tradição, costumes diversos e atualidade indígena são essenciais para a leitura da obra.

O Crime do Padre Amaro - Eça de Queirós: com publicação definitiva em 1880, os entraves com as vertentes do naturalismo e as barreiras das questões ideológicas, baseadas nos princípios religiosos, são os maiores choques na produção literária. O fato da quebra do celibato, quebra a concepção do idealismo romântico da época, trazendo críticas sociais como ênfase; a importância da difusão do realismo-naturalismo, sem dúvidas, deve ser observada.

Leitura e interpretação aprofundada são procedimentos fundamentais para os estudantes que se deparam com os extensos textos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Antes da prova, sobretudo, é preciso reforçar exercícios textuais e dedicar uma atenção especial a obras que, costumeiramente, são cobradas no processo seletivo.

Professor de literatura e redação, Luiz Fernando alerta que os feras devem fortalecer o hábito da leitura. É um processo que, segundo o docente, reforça não apenas o estudante em termos de conteúdos pedagógicos, mas o ajuda a se formar enquanto cidadão crítico. “É fundamental que o candidato do Enem desenvolva o hábito da leitura, não só para a literatura. Quanto mais leitura, mais informações esse candidato vai ter. Ele terá mais facilidade de interpretar. Ele precisa não só ler a parte de Linguagens, mas também outras áreas do saber, porque o Enem trabalha a interdisciplinaridade e a relação entre textos. E a presença da geografia, filosofia, história e da sociologia para a literatura é de fundamental importância, porque são ciências que se dialogam entre sei”, exemplifica o professor.

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No que diz respeito às características da prova, Luiz Fernando ressalta os textos literários cobrados nas questões e a forma como eles dialogam com outros elementos. “O Exame cobra muito texto literário, para a interpretação de fragmentos de poemas e de trechos de romances dos principais autores da literatura, como Machado de Assis, João Cabral de Melo Neto e Carlos Drummond de Andrade. E outra coisa muito clássica é relacionar a literatura com outras linguagens, como um poema com uma pintura ou um trecho de um romance com uma escultura. Então, a literatura, que é a arte que se manifesta por meio da palavra, dialoga com outros tipos de arte”, frise o educador.

A pedido do LeiaJa.com, o professor elencou algumas obras e autores que precisam da atenção dos candidatos. De acordo com Luiz Fernando, são livros abordados nas últimas edições do Enem. Confira, a seguir, as dicas do professor:

DOM CASMURRO – MACHADO DE ASSIS

Dom Casmurro é o nome de um romance escrito por Machado de Assis em 1899 e publicado no ano seguinte pela Livraria Garnier. Após Memórias Póstumas de Brás Cubas e Quincas Borba, esta obra completa a chamada "trilogia realista" de Machado de Assis.

Dom Casmurro está dividido em 148 capítulos, na sua maioria curtos. O enredo não é dinâmico e a narrativa é interrompida a todo momento por pensamentos ou lembranças fragmentadas. A narração é feita em primeira pessoa por Bento Santiago, que relata a história de sua vida. Trata-se de uma pseudo-biografia de um homem envelhecido que parece preencher sua solidão com a recordação de um passado que marca seu sofrimento pessoal. É uma visão amarga e doída de quem foi machucado e traído pela vida, e por isso, vai-se isolando e ensimesmando. O título da obra reflete tal ideia: Casmurro é um termo referente ao homem calado e metido consigo. O “Dom” é uma ironia, pois atribui importância, destaque a este homem isolado.

A história se passa por volta de 1857, na cidade do Rio de Janeiro. O narrador realiza uma trajetória pelos bairros e ruas do Rio, desde o Engenho Novo, onde escreve sua obra, até a Rua de Matacavalos, onde passou sua infância e conheceu Capitu (Capitolina). Bentinho e Capitu casam-se em 1865 e separam-se 1872. Depois de alguns anos tentando ter um filho, Capitu dera à luz Ezequiel, cujo nome é uma homenagem ao melhor amigo de Bentinho, Ezequiel Escobar, a quem conheceu quando estudaram juntos no seminário. Bento enxerga no filho a figura do amigo recém-falecido, afogado na praia, e fica convencido de que fora traído pela mulher, o que faz Bento recorrer ao suicídio. Neste momento Ezequiel entra em seu escritório, e Bento decide matar a criança, desistindo no último momento. Ao invés disso, fala ao garoto que não é seu pai, e Capitu escuta tudo, lamentando-se pelo ciúme de Bentinho, que, segundo ela, fora despertado pela casualidade.

Após inúmeras discussões, o casal decide separar-se e o protagonista se torna, pouco a pouco, o amargo Dom Casmurro. Capitu morre no exterior e Ezequiel tenta reatar relações com ele, mas a semelhança extrema com Escobar faz com que Bento Santiago continue rejeitando-o. Ezequiel acaba por morrer de febre tifóide durante uma pesquisa arqueológica em Jerusalém. Ao final, o narrador parece menosprezar um pouco a própria obra e convence-se de que o melhor a fazer agora é escrever outro livro, agora sobre "a história dos subúrbios".

VIDAS SECAS- GRACILIANO RAMOS

Quando a narrativa começa, Fabiano e sua família, formada pela esposa Sinha Vitória, os filhos identificados apenas como Menino mais novo e Menino mais velho e a cachorrinha Baleia, caminham sob o escaldante sol do Nordeste. Encontram uma casa abandonada e ali se abrigam, na expectativa da passagem do período de seca.  

A chuva chega, e com ela aparece o patrão, dono da terra, expulsando Fabiano do lugar. Para continuar na terra, o matuto se oferece para trabalhar como vaqueiro. Recebe roupas, animais de criação e alguns produtos para iniciar o serviço, instalando-se em definitivo na fazenda.  

Os produtos consumidos pela família eram oferecidos no armazém do patrão, mas a preços abusivos. Por isso, Fabiano resolve ir comprar algumas coisas na cidade mais próxima. Um militar, o Soldado Amarelo, o convida para jogar baralho. Os dois se dão mal no jogo e o policial desconta em Fabiano, prendendo-o. Ao voltar para casa, encara o mau humor de Sinha Vitória, inconformada com sua atitude. 

A família conhece alguns momentos de alegria e de felicidade limitada. Isso se dá, por exemplo, quando o inverno chega trazendo a chuva. No entanto, a ameaça da cheia causa apreensão em Sinha Vitória. Também se dirigem à cidade para uma ocasião festiva, mas não se sentem à vontade ali. A revolta que Fabiano sente no lugar se repete em outros momentos, mas ele sempre se vê diante da necessidade de conter sua fúria. 

Quando desconfia de erros no seu pagamento, por exemplo, reclama com o patrão em termos que provocam sua demissão. Arrepende-se das coisas ditas, pede desculpas e recupera sua colocação. Em outro momento, reencontra o Soldado Amarelo, que se perdera no campo, e vê a oportunidade de vingar-se da prisão injusta. No entanto, acaba por reconhecer no policial uma autoridade que deve ser respeitada e mais uma vez contém sua revolta. 

As aves de arribação que cortam os céus em certa ocasião funcionam como prenúncios da seca, que está de volta. A família se prepara para nova fuga. Fazem-no de madrugada, tanto para aproveitar a temperatura mais amena, quanto para escapar de uma eventual perseguição do patrão.   Assim, terminam sua história exatamente como a haviam começado: fugindo da seca.

A HORA DA ESTRELA – CLARICE LISPECTOR

Narrada por Rodrigo S.M. (narrador-personagem), um escritor à espera da morte, o livro retrata a vida dramática, desde sonhos e conflitos de Macabéa, a protagonista da história. Nordestina órfã de pai e mãe, e criada por uma tia que a maltratava muito, Macabéa é uma alagoana pobre de 19 anos que possui um corpo franzino e só come cachorro quente. Além disso, ela é feia, virgem, tímida, solitária, ignorante, alienada e de poucas palavras.

Quando foi morar no Rio de Janeiro, conseguiu um emprego de datilógrafa na cidade. No entanto, chegou a ser despedida pelo patrão, seu Raimundo, que por fim, teve compaixão de Macabéa, deixando-a permanecer com o trabalho. No Rio de Janeiro, Macabéa morava numa pensão e dividia o quarto com três moças. Todas eram balconistas das Lojas Americanas, e no livro são mencionadas como “as três Marias”: Maria da Penha, Maria da Graça e Maria José. Um de seus maiores prazeres nas horas vagas é ouvir seu rádio relógio, emprestado de uma das Marias.

Mesmo destituída de beleza Macabéa (ou Maca, seu apelido) consegue encontrar um namorado, o nordestino ambicioso metalúrgico Olímpico de Jesus Moreira Chaves. O namoro termina quando Glória, o contrário de Macabéa, bonita e esperta, rouba seu namorado.

Quando foi à Cartomante, a impostora chamada Madame Carlota, Macabéa descobrirá por meia das cartas sua “sorte”. No entanto, ao sair de lá, atravessa a rua muito contente pelas palavras que acabara de ouvir, sendo atropelada por uma Mercedes Benz amarelo. Foi ali que ocorreu sua "hora da estrela", o momento em que todos a enxergam, e ela se sente uma estrela de cinema. A obra possui uma grande ironia em seu término, posto que só no momento da morte é que Macabéa obtém a grandeza do ser.

CAPITÃES DE AREIA- JORGE AMADO

No início da obra há uma série de reportagens fictícias que explicam a existência de um grupo de menores abandonados e marginalizados que aterrorizam a cidade de Salvador e é conhecido por Capitães da Areia. Após esta introdução, inicia-se a narrativa que gira em torno das peripécias desse grupo que sobrevive basicamente de furtos. Porém, apesar de certa linearidade, a história é contada em função dos destinos de cada integrante do grupo de forma a montar um quebra-cabeça maior.

O chefe do grupo Capitães da Areia é um jovem chamado Pedro Bala, um menino loiro e filho de um grevista morto no cais. Tinha ido parar na rua por volta dos cinco anos de idade e desde jovem já se mostrava corajoso e o mais capacitado a se tornar o líder das crianças. O grupo ocupava um trapiche abandonado na praia e era formado por mais de cinquenta crianças, sendo que algumas vão sendo apresentadas aos poucos durante a narrativa.

Uma delas era o Professor, que sabia ler e passava as noites lendo livros à luz de vela. Algumas vezes ele lia as histórias para os outros do grupo ou então criava as suas próprias narrativas a partir do que lera. Outra personagem que compõe o grupo é Gato, conhecido assim por ser tido como um dos mais bonitos ali. Quando entrou no grupo um dos meninos tentou se relacionar com ele, mas Gato não quis. Sendo muito vaidoso, tentava andar arrumado na medida do possível e de acordo com sua realidade de menino de rua. Gato se apaixona por uma prostituta chamada Dalva, que irá ter um romance com o jovem após ser abandonada por seu amante.

Outra personagem que merece destaque é Sem Pernas, um menino que uma vez fora pego pela polícia e por isso passou a ser um jovem amargo e que odiava a tudo. Por ser manco, às vezes era usado nos assaltos a casas: ele batia nas portas das casas dizendo que era um órfão aleijado e pedia ajuda. Ganhando confiança dos moradores, ele descobria o que tinha de valor na casa e depois relatava aos Capitães da Areia.

Por fim, outras personagens são: Volta Seca, que se dizia afilhado de Lampião e sonhava integrar o bando desse; Pirulito, um menino de forte convicção religiosa e que irá abandonar o roubo; Boa Vida, jovem esperto e que se contenta com pouco; e o negro João Grande, que tinha o respeito dos demais do grupo por sua coragem e tamanho. Ao lado dessas personagens centrais que formam o grupo, encontra-se ainda o Padre José Pedro, que era amigo dos meninos e procurava cuidar deles da forma que considerava mais correta, e a mãe-de-santo D. Aninha.

Em certo momento da narrativa, a varíola passa a assustar os moradores da cidade. Um dos meninos do grupo contrai a doença e é internado. Nessa altura, surge Dora e Zé Fuinha, cuja mãe também morreu por causa da varíola, e eles passam a integrar o bando. No início alguns jovens tentaram se relacionar com Dora, mas são impedidos por Pedro Bala, Professor e João Grande. Porém, Dora e Pedro Bala passam a ter certo envolvimento amoroso.

Certo dia alguns dos meninos foram pegos em um assalto, mas foram protegidos por Pedro Bala e somente ele e Dora foram levados presos. Ela foi levada para um orfanato, enquanto Pedro Bala foi torturado pela polícia e mantido preso em uma solitária por oito dias. Algum tempo depois, os meninos conseguem ajudar Pedro a se livrar do reformatório e partem para libertar Dora também. Porém, encontram-na muito doente e ela passa apenas mais alguns dias com os meninos antes de morrer.

Após a morte de Dora o grupo vai sofrendo algumas alterações. Pirulito parte com o Padre José Pedro para trabalhar com ele na igreja, Sem Pernas acaba morrendo em uma fuga da polícia e Gato vai para Ilhéus com Dalva, de quem é cafetão. Já Professor conseguiu entrar em contato com um homem que lhe oferecera ajuda e tornou-se pintor no Rio de Janeiro retratando as crianças baianas. Por fim, Volta Seca conseguiu se tornar um cangaceiro de seu “padrinho” Lampião. Após cometer muitas mortes e crimes, a polícia prende Volta Seca e ele é condenado.

Cada vez mais fascinado com as histórias de seu pai sindicalista que morrera em uma greve, Pedro Bala passa a se envolver em greves e lutas a favor do povo. Assim, movido por ideais comunistas e revolucionários, Pedro Bala passa o comando do bando para outro menino e parte para se tornar um militante proletário.

GRANDE SERTÃO: VEREDAS- GUIMARÃES ROSA 

Durante a primeira parte da obra, o narrador em primeira pessoa, Riobaldo, faz um relato de fatos diversos e aparentemente desconexos entre si, que versam sobre suas inquietações sobre a vida. Os temas giram em torno das clássicas questões filosóficas ocidentais, tais como a origem do homem, reflexões sobre a vida, o bem e o mal, deus e o diabo. Porém, Riobaldo não consegue organizar suas ideias e expressa-las de modo satisfatório, o que gera um relato bastante caótico. Até que em certo ponto aparece Quelemén de Góis, que o ajuda em parte, e Riobaldo dá início à narrativa propriamente dita.

Riobaldo começa a rememorar seu passado e conta sobre sua mãe e como conhecera o menino Reinaldo, que se declarava ser “diferente”. Riobaldo admira a coragem do amigo. Quando sua mãe vem a falecer, ele é levado para viver com seu padrinho na fazenda São Gregório, onde conhece Joca Ramiro, grande chefe dos jagunços. Selorico Mendes, o padrinho, coloca-o para estudar e após um tempo Riobaldo começa a lecionar para Zé Bebelo, um fazendeiro da região. Pouco tempo depois, Zé Bebelo, que queria pôr fim na atuação dos jagunços pela região, convida Riobaldo para fazer parte de seu bando, o que esse aceita. Assim começa a história da primeira guerra narrada em “Grande Sertão: Veredas”.

O bando dos jagunços liderado por Hermógenes entra em guerra zontra Zé Bebelo e os soldados do governo, mas logo Hermógenes foge da batalha. Riobaldo resolve desertar do bando de Zé Bebelo e encontra Reinaldo, que faz parte do bando de Joca Ramiro. Ele decide então juntar-se ao grupo também.

A amizade entre Riobaldo e Reinaldo se fortalece com o passar do tempo e Reinaldo o confidencia em segredo seu nome verdadeiro: Diadorim. Em certo momento dá-se a batalha entre o bando de Zé Bebelo e de Joca Ramiro, onde Zé Bebelo é capturado. Então, ele é julgado pelo tribunal composto dos líderes dos jagunços, dos quais Joca Ramiro é o chefe supremo. Hermógenes e Ricardão são favoráveis à pena capital. No fim do julgamento, porém, Joca Ramiro sentencia a soltura de Zé Bebelo, sob a condição de que ele vá para Goiás e não volte até segunda ordem. Após o julgamento, Riobaldo e Reinaldo juntam-se ao bando de Titão Passos, que também lutou ao lado de Hermógenes.

Após longo período de paz e bonança no sertão, um jagunço chamado Gavião-Cujo vai até o grupo de Titão informar que Joca Ramiro foi traído e morto por Hermógenes e Ricardão, que ficam conhecidos como “os judas”. Nesse ponto da narrativa, Riobaldo tem um caso amoroso com a prostituta Nhorinhá e, posteriormente, com Otacília, por quem se apaixona. Diadorim dica com raiva e durante uma discussão com Riobaldo ameaça-o com um punhal.

Os jagunços se reúnem para combater “os judas” e assim começa a segunda guerra, organizada sob novas lideranças: de um lado Hermógenes e Ricardão, assassinos de Joca Ramiro e traidores do bando; de outro, os jagunços liderados por Zé Bebelo, que retorna para vingar a morte de seu salvador. Em certo momento da narrativa os dois bandos se unem para tentar fugir do cerco armado pelos soldados do governo, mas o bando de Zé Bebelo foge na surdina do local e deixam Hermógenes e seu bando lutando sozinhos contra os soldados. Riobaldo entrega a pedra de topázio a Diadorim, o que simboliza a união entre os dois, mas esse recusa dizendo que devem esperar o fim da batalha.

Quando o grupo de Zé Bebelo chega às Veredas-Mortas, em dado momento Riobaldo faz um pacto com o diabo para que possam vencer o bando de Hermógenes. Sob o nome Urutu-Branco, ele assume a chefia do bando e Zé Bebelo deserta do grupo. Riobaldo pede para um jagunço entregar a pedra de topázio à Otacília, o que firma o compromisso de casamento entre os dois.

O bando liderado por Riobaldo (ou Urutu-Branco) segue em caça por Hermógenes, chegando até sua fazenda já em terras baianas. Lá eles aprisionam a mulher de Hermógenes e, não o encontrando, voltam para Minas Gerais. Em um primeiro momento, acham o bando de Ricardão e Urutu-Branco o mata. Por fim, encontram o grupo de Hermógenes no Paredão e há uma grande e sangrenta batalha. Diadorim enfrenta Hermógenes em confronto direto e ambos morrem. Riobaldo descobre, então, que Diadorim é na realidade a filha de Joca Ramiro, e se chama Maria Deodorina da Fé Bittancourt Marins.

Tão importante quanto a resolução de cálculos de matemática e física, é ler obras literárias. Na dura caminhada de preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), os estudantes precisam organizar o estudo dos números em paralelo à leitura de livros considerados estratégicos para a resolução da prova.

Nesta nova edição do programa ‘Vai Cair No Enem’, produzido pelo LeiaJá, os feras recebem dicas sobre autores literários que geralmente são cobrados no Exame. No vídeo a seguir, confira uma aula com o professor Caio Nunes:

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Os autores dos atropelamentos na Catalunha formaram uma célula em um povoado próximo aos Pirineus, de onde planejavam ataques em grande escala, segundo a investigação em curso.

Marroquinos e um espanhol

A polícia divulgou nesta sexta-feira (18) a identidade de três dos cinco agressores mortos e de um foragido.

O grupo é formado por jovens, todos moradores de Ripoll, um povoado de menos de 10 mil habitantes.

- Younès Abouyaaqoub é objeto de muitas questões porque não foi detido. Tem 22 anos, nasceu em Mrirt, no Marrocos, e ignora-se seu grau de envolvimento.

- Moussa Oukabir, 17, nasceu em Ripoll mas tinha nacionalidade marroquina. Seu vizinho, Mohamed Hychami, 24, era natural de Mrirt, e Said Aallaa, 18, nasceu em Naur, no Marrocos. Os três foram mortos pela polícia na quinta-feira, após atropelar pedestres com um Audi A3 no balneário de Cambrils.

- Outros quatro suspeitos estão detidos: três marroquinos e um espanhol, de 21, 27, 28 e 34 anos.

Entre eles está Driss Oukabir, irmão mais velho de Moussa, detido na quinta-feira. Outro detido é um espanhol oriundo do enclave africano de Melilla, um dos principais focos de jihadistas na Espanha.

Criados na Catalunha

A maioria dos envolvidos morava há bastante tempo na Catalunha e não precisou se deslocar muito para cometer os atentados, reivindicados pelo grupo Estado Islâmico.

A Catalunha é a região da Espanha com a maior comunidade muçulmana, cerca de 500 mil sobre um total de 1,9 milhão no país em 2016, segundo a União das Comunidades Islâmicas da Espanha.

Também é a região com mais detidos por vínculos com jihadistas, ao lado de Madri e os enclaves de Ceuta e Melilla, no Marrocos.

Sem antecedentes terroristas

Nenhum dos envolvidos nos ataques tinha antecedente relacionado ao terrorismo, mas alguns possuíam ficha na polícia por crimes comuns.

Em uma casa de Melouiya, povoado de origem da família Oukabir situado na região rural pobre do Atlas, no centro do Marrocos, Said Oukabir, pai de Moussa, se disse "consternado".

A cidade na Espanha onde vivia a maior parte dos agressores, Ripoll, é uma localidade tranquila que vive de serviços e da indústria, com cerca de 10 mil habitantes - incluindo 1.200 estrangeiros - nos pés dos Pirineus, a cerca de 100 km de Barcelona.

O homem oriundo de Melilla foi detido em Alcanar, 200 km a sudoeste de Barcelona, onde na manhã de quinta-feira uma explosão destruiu uma casa, deixando um morto e sete feridos.

No local foram encontrados cerca de 30 bujões de gás, que supostamente seriam utilizados em ataques.

O homem que morreu na explosão e outra vítima estariam vinculados à célula terrorista.

Segundo a polícia, o grupo fabricava bombas para "atentados em grande escala".

A explosão levou a que cometessem atentados em Barcelona e Cambrils de modo precipitado, "que não tiveram a envergadura que planejavam", segundo o chefe da polícia Josep Lluis Trapero.

Armados com facas

Os cinco suspeitos mortos em Cambrils carregavam falsos cinturões de explosivos, além de facas e um machado no carro utilizado para o atropelamento.

Segundo especialistas, seu objetivo era morrer como mártires, já que a polícia não duvida em atirar quando vê cinturões de explosivos, mas talvez esperassem fazer algum refém e ganhar tempo.

Três veículos alugados pelos agressores foram recuperados pela polícia e estão sendo periciados. As pessoas que alugaram os veículos também estão sendo investigadas.

Após 15 anos de existência, pela primeira vez a Festa Literária Internacional de Paraty convidou mais homens do que mulheres para sua programação. A edição contará com 24 mulheres e 22 homens nas 22 mesas do evento, que acontece dos dias 26 a 30 de junho. Além disso, em 2017 autores menos conhecidos e pequenas editoras ganharão mais destaque.

Outro diferencial dessa edição é que, segundo os organizadores, 30% dos autores escolhidos são negros. No ano passado, uma carta aberta publicada por professoras da UFRJ acusavam a Flip de estar promovendo um "Arraiá da Branquidade". As críticas eram direcionadas ao fato de que não havia autoras negras em meio às escolhidas para o evento.

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Em 2017, além desse aumento de autores, o homenageado Lima Barreto também representa os afrodescendentes, e Lázaro Ramos será o responsável por dar voz ao escritor na abertura do evento.

Por trás dessas mudanças há a volta de uma mulher à frente da curadoria. Nesta edição, Josélia Aguiar substitui Paulo Werneck, que comandou a programação por três anos. Ela é a segunda mulher a assumir esse posto, que não tinha uma figura feminina desde 2005-2006, quando Ruth Lanna foi a primeira mulher curadora. 

"Não estou criando uma programação como resposta às edições anteriores, ou para atender às expectativas mais imediatas", diz Josélia, que explica ainda: "Não foi fácil, sabemos que isso não representa ainda o mercado. A oferta de homens é maior, eles são mais premiados, mais conhecidos". Segundo a curadora, é preciso repensar a representatividade nesses eventos. 

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Desenhistas, cartunistas, editoras, autores e produtores de quadrinhos brasileiros que possuem obras publicadas entre o dia 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2016 podem participar do 29º Troféu HQMIX. As inscrições devem ser feitas por meio do site oficial do prêmio, até o dia 28 de fevereiro. O investimento no ato da inscrição é de R$ 15 por publicação inscrita. 

Cada publicação poderá ser inscrita em até duas categorias com o pagamento de apenas uma taxa. O candidato deve enviar o link com o PDF da obra, assumindo a veracidade do seu trabalho. Pode ser em baixa resolução, mas que permita sua leitura para a análise da arte e do texto pela Comissão.

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Para as inscrições do evento e exposição, é necessário enviar um link com fotos e descrição das atividades. Nas categorias Tese, Mestrado e Doutorado, também será necessário enviar o link com o trabalho completo.

Na primeira fase de seleção serão escolhidos 10 concorrentes por categoria. Na final haverá uma votação em que os profissionais inscritos de todo o Brasil irão eleger um finalista de cada categoria para receber o prêmio.

A comissão organizadora do 29º Troféu HQMIX é composta por Gualberto Costa e José Alberto Lovetro (JAL), entre outros integrantes. O Troféu HQMIX foi criado em 1988, pela dupla JAL e Gualberto Costa, no programa TV MIX, da TV Gazeta, e apadrinhado pelo apresentador do programa Altas Horas, Serginho Groisman. A votação nacional é feita pela categoria dos desenhistas de HQs e Humor Gráfico, por meio da Associação dos Cartunistas do Brasil (ACB) e do Instituto Memorial das Artes Gráficas do Brasil (IMAG).

Confira as categorias que são contempladas pelo Troféu HQMIX:

Adaptação para os Quadrinhos

Publicação composta por adaptação de obra anterior (literatura, cinema, teatro etc.)  por meio da transposição de linguagem, por exemplo, da verbal para a visual.

Arte-finalista Nacional

Desenhista brasileiro que prepara e finaliza tecnicamente uma arte, dando os últimos retoques e realçando o traço do desenho.

Colorista Nacional

Artista brasileiro que acrescenta cor à arte branco e preto.

Desenhista Nacional

Desenhista brasileiro que trabalha em qualquer meio (lápis, tinta, pintura, colagem etc.) para ilustrar suas histórias ou de outras pessoas.

Destaque Internacional

Artista brasileiro que tem seus trabalhos publicados no exterior.

Edição Especial Estrangeira

Obra estrangeira em quadrinhos publicada em volume único.

Edição Especial Nacional

Obra nacional em quadrinhos publicada em volume único.

Editora do Ano

Editora com maior destaque e relevância no ano anterior ao da realização da cerimônia de premiação.

Livro Teórico

Publicação composta por pesquisas, ensaios, textos profissionais, acadêmicos ou científicos voltados para temas relacionados aos quadrinhos.

Publicação em Minissérie

Obra publicada que se completa em mais de uma edição. Assim só poderá ser inscrita quando for publicada sua última publicação sequencial completando a história.

Novo Talento – Desenhista

Desenhista brasileiro que se distingue pela qualidade do seu trabalho e alcança destaque no mercado de quadrinhos por seus primeiros trabalhos.

Novo Talento – Roteirista

Roteirista brasileiro que se distingue pela qualidade do seu trabalho e alcança destaque no mercado de quadrinhos por seus primeiros trabalhos.

Produção para outras Linguagens

Obra baseada em quadrinhos que foi transformada em outras mídias, como adaptações para o cinema ou TV, documentários, peças teatrais, livros etc.

Projeto Editorial

Publicação de quadrinhos que tenha uma proposta editorial diferenciada ou especial.

Publicação de Aventura/terror/fantasia

Obra com temáticas de aventura, terror e fantasia. Tanto em um dos itens como combinando entre os três aqui declarados.

Publicação de Clássico

Obra de republicação de quadrinhos antigos.

Publicação de Humor

Obra com temática de humor

Publicação de Tira

Publicação de coletâneas de tiras originalmente publicadas em jornais, internet ou de material inédito.

Publicação Independente de Autor

Obra publicada pelos próprios autores, sem relação direta com editoras.

Publicação Independente de Grupo

Obra de coletâneas, antologias ou mixes, seguindo um tema ou não, publicada pelos próprios autores, sem relação direta  com editoras.

Publicação Independente Edição Única

Obra de um único número (one-shot), publicada pelos próprios autores, sem relação direta com editoras.

Publicação Infantil

Publicação produzida e destinada para o público infantil.

Publicação Juvenil

Publicação produzida e destinada para o público juvenil.

Publicação Mix

Publicação de coletânea de vários autores em um mesmo volume, seguindo um tema ou não.

Roteirista Nacional

Escritor que elabora ou adapta roteiro para os quadrinhos.

Web Quadrinhos

Premiação para autor que produz material original de quadrinhos para a internet.

Web Tira

Premiação para autor que produz material original de tiras para a internet.

Evento

Premiação para eventos, salões ou festivais, cuja temática seja ligada aos quadrinhos.

Exposição

Premiação para evento de exibição ou mostra pública de obras cuja temática seja ligada aos quadrinhos.

Tese de Conclusão de Curso

Trabalho acadêmico de avaliação final de graduação com tema na área dos quadrinhos, elaborada seguindo metodologia específica.

Dissertação de Mestrado

Trabalho acadêmico resultado de pesquisa com tema na área dos quadrinhos, elaborada seguindo metodologia específica.

Tese de Doutorado

Trabalho acadêmico resultado de pesquisa própria com tema na área dos quadrinhos, elaborada seguindo metodologia específica.

Categorias outorgadas pela COMISSÃO ORGANIZADORA

Mestre do Quadrinho Nacional

Premiação que honra os criadores nacionais ou radicados no Brasil por suas contribuições, e que sejam importantes para o desenvolvimento dos quadrinhos brasileiro.

Homenagem Especial

Premiação em reconhecimento e mostra de admiração ao trabalho realizado em prol dos quadrinhos no Brasil.

Grande Contribuição

Premiação que reconhece personalidades, instituições, eventos, obras ou quaisquer atividades que tenham contribuído de forma importante ou relevante aos quadrinhos no Brasil.

Uns chamam de doutrinação, outros de debate. Os projetos de lei número 823/2016, apresentado na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe); número 867/2015, em tramitação na Câmara dos Deputados; e número 193/2016, com consulta pública aberta no Senado Federal, tratam da forma que os professores apresentam os conteúdos em sala de aula dividem opiniões sobre suas intenções.

Os projetos que correm na Câmara e no Senado visam implementar, entre as diretrizes e bases da educação nacional, o Programa Escola sem Partido. Já na Alepe, o projeto estabelece normas aos professores, como “não abusar da inexperiência, da falta de conhecimento e/ou da imaturidade do aluno com a finalidade de cooptá-lo para determinada corrente político-partidária”.

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Esse estabelecimento, de acordo com quem é a favor do projeto, é um fator determinante para o que é chamado de “doutrinação”. “É o abuso da liberdade de ensinar do professor em prejuízo da liberdade de aprender e da liberdade de consciência e de crença dos alunos”, explica o coordenador do Movimento Escola sem Partido, o advogado Miguel Nagib, em entrevista ao Portal LeiaJá.

De acordo com Nagib, o movimento surgiu em 2004, como resposta à “doutrinação e a propaganda ideológica, política e partidária nas escolas e universidades, e à usurpação ‒ pelo governo, pelas escolas e pelos professores ‒ do direito dos pais sobre a educação religiosa e moral dos seus filhos”.

Outra corrente que representa o movimento tem no livro 'Professor não é educador', escrito pelo Mestre em filosofia Armindo Moreira, sua referência. De acordo com o editor da obra, o empresário Edésio Reichert, os docentes ocupam um espaço que não lhes pertence. “O professor ultrapassa a linha de sua responsabilidade, que é a da instrução, ao querer ‘educar’ seus alunos, ‘dando conselhos’, ‘se colocando como exemplo’, e deixando de lado os conteúdos do currículo, deixando de lado a efetiva instrução”, afirma ao LeiaJá.

Abaixo, em vídeo enviado por Edésio, o editor fala do Escola sem Partido:

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No lado de quem é contra a implementação da lei que visa a regulação da forma como os docentes devem lecionar está o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe). O presidente, Fernando Melo, considera que o projeto Escola sem Partido tem uma visão política por trás de suas intenções explicitadas.

De acordo com Melo, caso os projetos sejam aprovados, como aconteceu em Alagoas, os profissionais da educação poderão sofrer censura. “Professores que ousaram discutir esse tema da questão da cidadania, questão da política, a questão do processo democrático em si, esse professores passam a sofrer ameaças (...). Então nós [Sintepe] achamos que essa pressão que é feita utilizando-se a legislação para prejudicar o professor traz um problema de ordem moral, como também afeta a categoria”, explica.

Doutor em Educação pela Universidade Federal de Pernambuco e professor de filosofia da instituição, Flávio Brayner é um especialista contra o Escola Sem Partido. “O modelo que se quer criar é de um professor que apenas transmita conteúdo sem que ele mesmo nem sequer saiba porque é que são aqueles conteúdos e não outros”, aponta.

Segundo o especialista, o Programa Escola sem Partido, se aprovado, terá como consequência vetar direitos. “Se a gente faz um programa de escolas em que a criticidade deixa de fazer parte do dia a dia de nossas vidas, nós estamos suprimindo das pessoas a capacidade de elas avaliarem e examinarem as experiências que elas têm”, pontua.

Uma questão apontada por educadores é de que é impossível uma educação voltada à cidadania sem o estímulo à capacidade crítica e ao debate, bem como a abordagem das diferenças e contradições sociais existentes. E que não se tem como estimular uma visão crítica do mundo em seus alunos sem que o professor tenha também a liberdade para essa crítica. Muitos apontam também que a origem dos projetos de lei está em grupos religiosos, nunca de educadores, pedagogos ou especialistas em educação.

Projeto

Com a iminência de se tornar uma lei nacional, a justificativa do Programa Escola sem Partido apresenta argumentações que sugerem que professores cometem crimes dentro das instituições de ensino. Entre eles, infrações de artigos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

“Não há dúvida de que os estudantes que se encontram em tal situação estão sendo manipulados e explorados politicamente, o que ofende o art. 5º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), segundo o qual ‘nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de exploração’, apresenta a justificativa do projeto. A possível lei ainda prevê que será afixado nas paredes de salas de aula e deprofessores um cartaz explicando os termos da lei.

O projeto prevê ainda que as regras seriam aplicadas "às avaliações para o ingresso no ensino superior" e "às provas de concurso para o ingresso na carreira docente".

Procurados pela reportagem do Portal LeiaJá, o deputado Izalci Lucas Ferreira e o senador Magno Malta não se pronunciaram sobre seus projetos. O deputado Pastor Cleiton Collins não foi encontrado para comentar sua participação.

O LeiaJá ainda identificou que projetos de lei que tramitam na Câmara dos Deputados e no Senado Federal são iguais, têm o mesmo texto. 

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O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) exige do aluno uma preparação intensa e conhecimento em diversas matérias. A literatura é uma delas e é preciso estar atendo ao universo das letras para se dar bem na prova. Para ajudar aos feras neste sentido, o Portal LeiaJá conversou com a professora Fátima Amaral, que indicou 10 autores indispensáveis na hora de colocar a leitura em dia para a prova. 

1 - Manoel de Barros

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Poeta brasileiro do século 20, pertencente cronologicamente à geração de 45, mas, formalmente, ao pós-Modernismo brasileiro. Entre suas obras estão Poemas Concebidos sem Pecado, Livro Sobre Nada, O fazedor de amanhecer e Poesia Quase Toda. 

2 - Mário Quintana

Mário Quintana, além de poeta, também foi jornalista e tradutor. Gaúcho, escreveu suas primeiras poesias na sua cidade natal, Alegrete, mudando-se posteriormente para Porto Alegre, onde trabalhou em diversos jornais locais. Entre suas publicações estão Rua dos Cataventos, Canções, Sapato Florido, Baú de Espantos e Preparativos de Viagem, além de várias antologias. 

3 - João Cabral de Melo Neto

Pertencente à geração de 45 do Modernismo Nacional, João Cabral apresentava características surrealistas em suas poesias, além de um rigor formal e estruturação física. A professora Fátima sinaliza duas de suas obras: Morte e Vida Severina, de 1955, que retrata a árida realidade de um retirante nordestino saindo de sua terra em busca de uma vida melhor e Educação pela Pedra, de 1965, uma coletânea que reúne 48 poemas do escritor. 

4 - Clarice Lispector

Clarice Lispector, uma ucraniana naturalizada brasileira, foi autora de romances, ensaios e contos. Fátima indica aos estudante a leitura dos contos claricianos, por serem de uma compreensão mais fácil pois, segundo ela, trata-se de uma escritora um pouco "difícil para o adolescente". Ela aponta os livros Laços de Família e A Hora da Estrela, que traz uma estrutura na qual "o narrador é que constroi a história aos olhos do leitor".  

5 - Cecília Meireles


A educadora salienta que o gênero da poesia tem um peso bastante significativo no Enem e uma boa pedida é investir neste tipo de leitura. A poeta Cecília Meireles entra nesta lista. Representando uma das primeiras vozes femininas de grande expressão na literatura brasileira, ela teve mais de 50 obras publicadas como Espectros, Mar Absoluto, Cânticos e Vaga Música. 

6 - Manuel Bandeira


Escritor pernambucano da primeira fase do Modernismo brasileiro, é considerado o mestre do verso livre. Entre suas publicações estão na Rua do Sabão, Crônicas da Província do Brasil, Meus Poemas Preferidos e Estrela da Manhã.

7 - Carlos Drummond de Andrade


Poeta, contista e cronista da segunda geração do Modernimo Brasileiro, é considerado por muitos como um dos mais influentes poetas nacionais. Entre suas obras estão Receita de Sentimento do Mundo, A Rosa do Povo e Brejo das Almas.

8 - Ferreira Gullar

Ferreira Gullar é escritor, poeta, crítico de arte, biógrafo, tradutor, memorialista e ensaísta e um dos fundadores do neoconcretismo. Um gato chamado gatinho, Em alguma parte alguma, Poema Sujo e Muitas Vozes são algumas de suas obras publicadas. 

9 - Graciliano Ramos

Romancista brtasileiro muito conhecido pelo livro Vidas Secas. Considerado um dos melhores ficcionistas do modernismo e um dos mais importantes prosadores do movimento. A professora Fátima indica a obra São Bernardo, voltada para o drama social existente no Nordeste.

10 - Machado de Assis

Cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta, é considerado por muitos como um dos mais importantes nomes da literatura brasileira. A indicação da educadora é a leitura de Dom Casmurro, que traz uma certa "aventura" que, segundo ela, os alunos apreciam bastante. Ela também alerta para que sejam observados a análise que é feita no texto sobre o personagem, assim como a contrução do texto e os recursos nele usados.

Segundo a professora Fátima, é importante que o aluno esteja familiarizado com a linguagem de cada autor para responder à prova e recorrer às antologias destes escritores é uma boa opção: "A cobrança dos examinadores será em cima dos textos artísticos", explica. Ela lembra, também, que é importante se dedicar à leitura reservando um tempo especial para esta atividade - a despeito da pressa em atender a todas as demandas que o Enem exige - e deixa mais uma dica: "O aluno é ansioso, ele quer rapidez, mas ele precisa dispôr de tempo para se dedicar a desbravar essas contruções dos autores para entender a mensagem de cada um". 

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Autores e editores inscritos na 5ª edição do Simpósio Hipertexto e 1ª edição do Colóquio Internacional de Educação com Tecnologias poderão participar do lançamento coletivo de livros. Após a cerimônia de abertura do evento, que acontece no dia 13 de novembro no Centro de Convenções da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), será oferecido um espaço reservado para que os autores inscritos possam expor suas produções e autografá-las para o público. Os interessados devem enviar as informações sobre suas obras até o dia 15 de outubro.

Serão aceitas obras publicadas em 2012 e 2013, que estejam de acordo com os eixos temáticos centrais – linguagem, aprendizagem e tecnologia – ou com os subtemas do Simpósio Hipertexto. Cada participante deverá enviar via correio um exemplar da obra, até o dia 30 de setembro. Os exemplares recebidos são destinados à premiação dos melhores trabalhos apresentados no evento pelos estudantes da graduação.

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Entre os autores que já participaram do Lançamento Coletivo do Simpósio Hipertexto estão grandes nomes como Pierre Lévy (University of Ottawa), Antonio Carlos Xavier (UFPE), Carla Viana Coscarelli (UFMG), Ana Elisa Ribeiro (Cefet-MG), Joice Armani Galli (UFPE) e Luiz Fernando Gomes (UNISO).

O Jabuti divulga nesta quarta-feira (18), no site, os finalistas das 27 categorias - a apuração foi ontem, 17. Em romance, concorrem O Mendigo Que Sabia de Cor os Adágios de Erasmo de Rotterdam, de Evandro Ferreira, Barba Ensopada de Sangue (Daniel Galera), O Que Deu Para Fazer em Matéria de História de Amor (Elvira Vigna), Mar Azul (Paloma Vidal), Sagrada Família (Zuenir Ventura), O Céu dos Suicidas (Ricardo Lísias), Quiçá (Luisa Geisler), Valentia (Deborah Goldenberg), Carbono Pautado (Rodrigo Leão), Era Meu Esse Rosto (Marcia Tiburi) e Glória (Victor Heringer).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Estão abertas, no site da Fundação Biblioteca Nacional, o edital público para seleção dos projetos inscritos no Programa de Intercâmbio de Autores Brasileiros no Exterior, previstos para serem realizados até dezembro de 2013. O anúncio foi feito por meio do Diário Oficial da União dessa terça-feira (4).

Estão previstos R$ 200 mil para que a concessão de apoio financeiro a editoras e instituições estrangeiras com o objetivo de promover a participação de autores brasileiros em eventos literários no exterior. Os recursos são provenientes do Programa e Fomento à Cultura Brasileira (Fomento a Criação e Difusão Literária e Científica) que tem vigência de dois anos.

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O prazo para inscrição de projetos neste edital encerrará no dia 17 de setembro de 2013.

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