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A balança comercial brasileira registrou déficit de US$ 1,339 bilhão na terceira semana de dezembro, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). No período, as exportações somaram US$ 4,131 bilhões e as importações, US$ 5,470 bilhões.

No acumulado de dezembro, há déficit de US$ 561 milhões, resultado de US$ 12,719 bilhões de exportações e US$ 13,280 bilhões de importações.

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Considerando o acumulado do ano, as exportações totalizam US$ 220,329 bilhões e as importações, US$ 225,113 bilhões, o que resultou em saldo negativo de US$ 4,059 bilhões.

A balança comercial brasileira registrou na primeira semana de dezembro de 2014 superávit de US$ 398 milhões, resultado de exportações no valor de US$ 4,468 bilhões e importações de US$ 4,070 bilhões. No ano, o déficit comercial caiu para US$ 3,825 bilhões. As vendas externas somam US$ 212,078 bilhões e as importações, US$ 215,903 bilhões.

Segundo os dados divulgados nesta segunda-feira, 8, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a média diária das exportações, de US$ 893,6 milhões, teve queda de 10% em relação à média de dezembro de 2013 (US$ 992,7 milhões). As vendas de produtos manufaturados caíram 20,8%, por conta de motores e geradores, automóveis, veículos de carga, aviões, calçados, chassis com motor e bombas e compressores.

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Os embarques de semimanufaturados tiveram retração de 9,3% pelas quedas de ouro em forma semimanufaturada, ferro fundido, semimanufaturados de ferro ou aço e açúcar em bruto. As vendas de básicos tiveram aumento de 0,2%, puxadas, principalmente, por soja em grão, algodão em bruto, café em grão, milho em grão, minério de cobre, fumo em folhas, petróleo e carne bovina e de frango.

Nas importações, a média diária da primeira semana de dezembro de 2014, de US$ 814,0 milhões, ficou 6,1% abaixo da média de dezembro de 2013 (US$ 866,5 milhões). Nesse comparativo, decresceram os gastos, principalmente, com combustíveis e lubrificantes (-47,2%), equipamentos mecânicos (-20,7%), cereais e produtos de moagem (-4,4%), borracha e obras (-3,2%) e veículos automóveis e partes (-2,0%).

A queda do preço do minério de ferro deve dificultar a retomada da balança comercial do Brasil. O produto é o principal item da pauta de exportação do País - entre janeiro e novembro, respondeu por 11,5% do total vendido pela economia brasileira.

Em valores, nesse período, os recursos obtidos com a venda do minério somaram US$ 23,8 bilhões. No auge, em 2011, as exportações com o produto chegou a US$ 41,8 bilhões, segundo dados compilados pela Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex).

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Há duas razões para a atual queda na cotação do minério de ferro. Primeiro, há um efeito de ociosidade por causa da maturação de vários investimentos feitos no passado em países produtores - como Brasil e Austrália - e que agora provocam um aumento da oferta do produto. Segundo, a desaceleração da China e consequentemente a menor demanda pelo produto também pressiona para baixo o preço do produto. "O aumento da oferta é o principal fator para a queda dos preços", diz o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). O excedente de oferta é estimado entre 5% e 10%.

O preço médio de exportação do minério de ferro deve encerrar 2014 em US$ 75 - no ano passado, o valor da tonelada exportada foi de US$ 98. "O Brasil também está exportando menos minério de ferro porque a China começou a usar o seu próprio minério", afirma Daiane Santos, economista da Funcex. "Com essa decisão, a China consegue controlar o preço do minério."

Efeito

A desvalorização do preço do minério de ferro e de outras commodities (como petróleo e soja) devem levar o Brasil ao primeiro déficit na balança comercial em 14 anos. No acumulado de janeiro a novembro, as importações superaram as exportações em US$ 4,22 bilhões - o pior resultado para o período desde 1998.

Na segunda-feira, 1, ao divulgar os dados de novembro, o próprio Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MIDC) passou a projetar um déficit para 2014. "Este ano o déficit comercial é muito ruim porque ele agrava o quadro já difícil cenário da conta corrente", diz José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).

O déficit em conta corrente, que inclui balança comercial, serviços, juros, dividendos e remessas, alcançou 3,73% do Produto Interno Bruto (PIB) no acumulado em 12 meses até outubro - o resultado indica uma elevada necessidade de financiamento externo da economia brasileira.

Futuro

Para 2015, a expectativa é de que a capacidade de produção aumente ainda mais, o que deve dificultar a subida do preço do minério de ferro e consequentemente uma melhora da balança comercial do Brasil.

O cenário negativo para a balança é reforçado porque os países compradores de produtos manufaturados das empresas brasileiras, sobretudo a Argentina, estão com uma situação econômica bastante complicada.

Na avaliação do presidente da AEB, a economia brasileira poderá ter até um superávit no ano que vem, mas ele pode ter como causa principal a queda nas importações diante da redução da demanda interna. "É difícil prever o comportamento das importações para 2015. Mas, se as exportações caírem mais do que as importações, o Brasil poderá ter até um superávit", diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação do MDIC, Roberto Dantas, afirmou nesta segunda-feira (1º) que o governo não trabalha mais com a perspectiva de superávit na balança comercial de 2014. Ele explicou que diante do déficit acumulado de US$ 4,221 bilhões até novembro, mesmo que dezembro seja positivo não será suficiente para transformar o resultado em superávit.

"Embora o número de dezembro seja tradicionalmente superavitário, ainda assim, não deverá superar o déficit que está no acumulado do ano", disse. "Houve essa mudança nas expectativas", observou Dantas. Apesar de afirmar que houve a mudança na projeção, ele não divulgou o tamanho do déficit previsto pelo Ministério do Desenvolvimento.

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Ele explicou que fatores que poderiam ter ajudado na manutenção de um superávit não se realizaram, como a recuperação do preço do minério de ferro. Dantas ainda destacou que houve redução nas exportações de carne em novembro, o que afetou o desempenho. "Teve queda de exportações para Venezuela de carne bovina e de frango; para a Arábia Saudita, de frango", justificou. "Houve queda de 10% em volume de carne. Isso afetou o desempenho de novembro", frisou.

Déficit "marginal"

Dantas relativizou o déficit da balança comercial de janeiro a novembro desse ano. Segundo ele, é um déficit "marginal" porque representa apenas 2% das exportações no período. "É importante relativarmos o déficit em relação ao que ocorreu em relação a outros anos", disse.

Dantas comparou com os dados de 1998, até então o pior resultado da balança para os 11 meses do ano. Em 1998, o déficit da balança foi de US$ 6,1 bilhões, 13% do volume exportado de janeiro a novembro daquele ano. "O déficit desse ano é seis vezes menor, em termos relativos, do que o déficit computado em 98", comparou. "Em termos de magnitude, o déficit de 1998 foi mais importante do que o de agora", continuou.

Minério de ferro

De acordo com os dados do MDIC, as exportações de minério de ferro em novembro atingiram 25,956 milhões de toneladas, queda de 16% na relação com igual mês do ano passado. Na comparação com outubro as exportações de minério de ferro cederam 18,3%.

O preço médio das exportações do insumo (FOB) foi de US$ 60,9 por tonelada no mês passado, recuo de 37,4% na relação anual. Ante outubro houve um leve aumento de 2,3%.

O comportamento atual negativo da balança comercial está ligado ao desempenho desfavorável das exportações, que vêm sendo afetadas pela queda no valor das commodities no mercado internacional. A avaliação é do economista-chefe do Besi Brasil, Jankiel Santos, que, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estadoi, disse nesta segunda-feira, 01, que, depois do déficit registrado em novembro, a dinâmica tende a continuar em dezembro.

Nesta segunda-feira, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) anunciou que a balança comercial do penúltimo mês de 2014 apresentou resultado negativo de US$ 2,350 bilhões, com US$ 15,646 bilhões em exportações e US$ 17,996 bilhões em importações. O resultado, que é o pior para o mês da série histórica, ficou dentro do intervalo de estimativas coletadas pelo AE Projeções, já que os economistas do mercado financeiro aguardavam déficit de US$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões, com mediana negativa em US$ 2,7 bilhões.

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O Besi Brasil previa um déficit de US$ 2,800 bilhões para a balança comercial de novembro. "As importações na última semana acabaram vindo menores do que tínhamos em mente", comentou Santos, acrescentando que as exportações vieram exatamente em linha com o esperado pelo banco. "A grande diferença em relação ao ano passado tem a ver com o comportamento das exportações", destacou, quando questionado sobre o porquê de o resultado da balança de novembro de 2014 ter ficado tão diferente do superávit de US$ 1,740 bilhão do mesmo mês em 2013.

A despeito da necessidade de verificar melhor os detalhes desse saldo negativo de novembro, Jankiel Santos ficou em sintonia com os demais colegas de mercado quando opinou sobre o fator que vem atrapalhando as exportações: "Certamente, os preços das commodities têm papel fundamental nesta queda".

No acumulado de janeiro a novembro, o déficit da balança comercial somou US$ 4,221 bilhões, o pior resultado desde 1998 para o período, quando o déficit foi de US$ 6,112 bilhões. Para o fim de 2014, o Besi Brasil continua trabalhando com uma estimativa preliminar de resultado acumulado negativo de US$ 1,500 bilhão.

O déficit registrado em novembro no saldo da balança comercial, de US$ 2,350 bilhões - o pior para o mês na série histórica - mostra que "inevitavelmente o saldo em 2014 será negativo", avalia o economista da Tendências Consultoria Integrada, Bruno Lavieri. Ele trabalha com um déficit comercial da ordem de US$ 1,7 bilhão no fechamento deste ano, o mais baixo desde 1998.

O economista lembra que em 2000 a balança fechou com saldo negativo, mas diz que o dado esperado para 2014 será o pior desde 1998. Ainda, de acordo com ele, o resultado não será pior porque em dezembro a balança poderá registrar um saldo positivo de algo como US$ 2,5 bilhões. "Normalmente dezembro é um mês melhor para a balança porque as importações caem porque (o grosso) são feitas entre outubro e novembro", disse.

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De qualquer forma, segundo o economista, o fato de o governo não estar postergando a contabilidade de importações para o ano seguinte já é um dado positivo. A observação de Lavieri remete ao ano de 2012, quando o governo transferiu para o primeiro trimestre de 2013 a computação das importações feitas pela Petrobras e ao final do ano passado, quando a petrolífera vendeu plataformas de petróleo que nunca saíram do País.

Para 2015, a Tendências trabalha com uma projeção de um saldo positivo de US$ 3 bilhões para a balança comercial. De acordo com ele, no ano que vem as exportações permanecerão fracas por causa da falta de demanda do mercado externo, mas o volume das importações deverá cair por conta da redução do consumo doméstico.

A média das exportações na terceira semana de novembro foi 2,8% menor que a média de US$ 789,7 milhões registrada até a segunda semana do mês. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a retração se explica em razão das exportações de produtos manufaturados (-6,8%, de US$ 316,5 milhões para US$ 294,9 milhões).

O grupo foi afetado principalmente por automóveis de passageiros, óleos combustíveis, bombas e compressores, autopeças e motores para veículos. Os itens classificados como básicos também encolheram, registraram queda de 0,9% nessa base de comparação ao cair de US$ 352,2 milhões para US$ 348,9 milhões. Petróleo, café em grão, carne de frango, bovina e suína estão entre os produtos que derrubaram os básicos.

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O contraponto veio dos semimanufaturados, cujas vendas cresceram 9,7%, passando de US$ 96,6 milhões para US$ 106,0 milhões. Ferro/aço, celulose, alumínio em bruto contribuíram para o avanço.

Do lado das importações, houve retração de 3,9% ao passar de US$ 944,8 milhões para US$ 907,8 milhões. Segundo o ministério, o movimento é explicado pela diminuição nos gastos com equipamentos mecânicos, aparelhos eletroeletrônicos, veículos automóveis e partes, adubos e fertilizantes e químicos orgânicos/inorgânicos.

Novembro

Dados do MDIC mostram que houve uma forte desaceleração das exportações em novembro. Na média diária até a terceira semana, as vendas para o exterior caíram de US$ 1,043 bilhão em igual intervalo de 2013 para US$ 782,3 milhões este ano - um tombo de 25%. O recuo foi puxado por manufaturados (-29,5%), básicos (-23,1%) e semimanufaturados (-19,7%). Nas importações também houve recuo nessa base de comparação, queda de 2,5%.

Os itens manufaturados, segundo o MDIC, encolheram por um menor ritmo de venda de óleos combustíveis, automóveis de passageiros, veículos de carga, açúcar refinado, máquinas para terraplenagem e motores para veículos. Os básicos foram influenciados por quedas em soja em grão, minério de ferro, fumo em folhas, milho em grão, farelo de soja, carne bovina e de frango. Os semimanufaturados encolheram devido a quedas de óleo de soja em bruto, açúcar em bruto, ouro em forma semimanufaturada, ferro fundido, ferro-ligas e celulose. Na comparação com outubro de 2014, a retração das exportações foi de 1,8%.

Nas importações, o resultado foi influenciado por queda de gastos com instrumentos de ótica/precisão (-16,2%), químicos orgânicos/inorgânicos (-16,1%), veículos automóveis e partes (-14,3%), siderúrgicos (-12,9%), equipamentos mecânicos (-12,0%) e farmacêuticos (-11,3%). Frente a outubro/2014, houve crescimento de 9,9%, pelos aumentos em combustíveis e lubrificantes (+51,9%), adubos e fertilizantes (+34,2%), veículos automóveis e partes (+8,2%) e aparelhos eletroeletrônicos (+6,5%).

As exportações brasileiras começaram o mês em queda. Na média de 1 a 9 de novembro em relação a novembro de 2013, houve queda de 19,1% ao passar de US$ 1,043 bilhão para US$ 843,8 milhões. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e foram divulgados nesta segunda-feira, 10. Os três segmentos de produtos puxaram essa retração: manufaturados (-23,2%), básicos (-19,5%) e semimanufaturados (-6,5%).

Segundo o MDIC, os manufaturados recuaram de US$ 439,0 milhões para US$ 337,3 milhões influenciados por vendas menores de veículos de carga, automóveis de passageiros, tratores, máquinas para terraplenagem, óleos combustíveis, suco de laranja não congelado e aviões.

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Nos básicos, as vendas passaram de US$ 456,5 milhões para US$ 367,7 milhões devido a soja em grão, minério de ferro, minério de cobre, milho em grão, farelo de soja e fumo em folhas. Entre os semimanufaturados, que caíram de US$ 124,2 milhões para US$ 116,1 milhões, o recuo foi puxado por quedas de ferro/aço, ferro fundido, óleo de soja em bruto e açúcar em bruto.

O ministério ainda informou que na comparação do intervalo de 1 a 9 com outubro de 2014, o crescimento foi de 5,9% devido ao aumento nas vendas de produtos manufaturados (+13,3%, de US$ 297,7 milhões para US$ 337,3 milhões) e básicos (+3,9%, de US$ 354,0 milhões para US$ 367,7 milhões).

Importações

Enquanto as exportações esfriaram, as importações aumentaram no período de 1º a 9 de novembro. Segundo o MDIC, a média diária deste período, que ficou em US$ 993,2 milhões, é 3,9% maior que a média de novembro de 2013 (US$ 956,2 milhões).

De acordo com o ministério, essa alta foi influenciada por compras de combustíveis e lubrificantes, que cresceram 32,2%, além de aumento de farmacêuticos (+31,5%), adubos e fertilizantes (23,1%), aparelhos eletroeletrônicos (8,5%), plásticos e obras (6,5%) e siderúrgicos (4,5%).

O MDIC informou ainda que frente a outubro de 2014, o crescimento foi de 17,1%. Entre os itens que influenciaram o desempenho se destacam os combustíveis e lubrificantes, com alta de 58,5%, farmacêuticos (+37,6%), adubos e fertilizantes (29,7%), siderúrgicos (24,4%), aparelhos eletroeletrônicos (18,5%) e plásticos e obras (10,3%).

O secretário de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Daniel Godinho, defendeu nesta segunda-feira (3) a política do governo de redução de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis que foi contestada na Organização Mundial de Comércio (OMC), na semana passada, pela União Europeia.

"O Brasil acredita que os regimes contestados pela UE são plenamente compatíveis com as regras multilaterais. Estamos muito confiantes com o resultado do painel", afirmou.

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A União Europeia argumentou que o Brasil aplica altos impostos internos para importações em diversos setores, enquanto os produtos brasileiros podem se beneficiar de isenções ou reduções seletivas.

O secretário de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Daniel Godinho, afirmou nesta segunda-feira (3) que mantém para esse ano a previsão de um superávit comercial em 2014. Ele, no entanto, destacou que é preciso esperar o resultado da balança em novembro que será decisivo para confirmação dessa expectativa.

Godinho destacou que dezembro é um mês tradicionalmente superavitário. Há um esforço do lado das exportações para fechamento de contratos e diminuição de estoques. Também há menor importação de insumos por causa da produção industrial menor no começo do ano.

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O secretário também acredita que deve haver uma melhora na chamada conta-petróleo, principalmente por conta do aumento da produção e das exportações. "Há uma concentração de aumento da produção de petróleo nos últimos meses do ano", afirmou.

De acordo com dados do MDIC, a balança comercial da chamada conta-petróleo registrou um déficit de US$ 13,773 bilhões de janeiro a outubro. Segundo Godinho, se mantido o ritmo das importações no ano, a conta-petróleo deve fechar 2014 com um déficit na casa dos US$ 15 bilhões. "Esse é um dos fatores importantes para o resultado da balança comercial no ano", destacou.

Godinho também espera uma melhora nas vendas de minério de ferro, com possível aumento da quantidade embarcada em novembro e dezembro, além de uma continuidade do aumento da exportação do complexo carne que cresceu 5% de janeiro a outubro e 11% somente em outubro, 11%.

Minério e Argentina

O secretário avaliou ainda que dois fatores em 2014 tiveram um desempenho divergente do esperado pelo ministério e pelos analistas de comércio exterior. Segundo ele, um dos fatores foi a queda de preços internacionais mais acentuada que o previsto. "A expectativa era de que o preço se acomodasse em patamar mais baixo que em 2013, mas a queda foi maior que o previsto pelo MDIC e pelos especialistas", comentou.

Godinho disse que o minério de ferro teve queda no preço na ordem de 20% esse ano em relação a 2013. Somente em outubro, o recuo foi de 40%. Segundo o secretário, se os preços estivessem no mesmo patamar do ano passado, as exportações de minério de ferro teriam sido US$ 5,4 bilhões a mais.

Outro fator que afetou negativamente a balança, afirmou Godinho, foi a queda forte na demanda da Argentina, terceiro parceiro comercial e principal comprador de manufaturados brasileiros. Segundo ele, a demanda da Argentina por produtos brasileiros caiu 27% no ano. A procura por manufaturados diminuiu 29% e de automóveis, 44% no acumulado do ano.

As importações de combustíveis e lubrificantes tiveram queda de 36,2% em outubro na comparação com o mesmo mês do ano passado. Segundo o ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a retração ocorreu pela queda dos preços e das quantidades embarcadas de óleos combustíveis, nafta, petróleo, gás natural e carvão.

No segmento de bens de consumo, queda foi 14% no mês passado, puxada por automóveis de passageiros, móveis, máquinas e aparelhos de uso doméstico e objetos de adorno.

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As importações de bens de capital caíram 12% e as de matérias-primas e intermediários tiveram recuo de 9,3%.

As compras brasileiras da União Europeia diminuíram 17,8% e as provenientes do Mercosul tiveram retração de 12,7%. Os produtos vindos da Argentina tiveram queda de 15,5%. As importações brasileiras dos Estados Unidos apresentaram uma redução de 10,1% e da Ásia, 8,6%.

Nem a crise econômica na Argentina nem a queda nos preços das commodities: o grande vilão para a redução no saldo da balança comercial brasileira desde 2011 foi, na realidade, a política de controle de preços praticada pelo governo Dilma Rousseff, via represamento de preços administrados e desonerações tributárias, como redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis e produtos da linha branca, entre outros.

"A depreciação nominal do câmbio não chegou aos preços", diz o economista e ex-presidente do Banco Central, Affonso Celso Pastore. Em agosto de 2011, o dólar encerrou o mês cotado a R$ 1,5872. Na sexta-feira, a moeda americana fechou em R$ 2,4720. Segundo ele, essa desvalorização nominal do câmbio não gerou uma mudança nos preços relativos, permitindo ganhos de competitividade.

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Em estudo intitulado "Consequências de uma Distorção na Medida de Câmbio Real", elaborado pela consultoria do economista e assinado em conjunto com os colegas Maria Cristina Pinotti e Marcelo Gazzano, Pastore aponta que desde agosto de 2011 o câmbio real registrou valorização, e não desvalorização.

Isso porque os economistas da consultoria A.C. Pastore & Associados não levaram em conta a medida convencional de câmbio real habitualmente usada pelo BC - câmbio nominal multiplicado por um índice de preços internacionais e dividido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) -, mas sim os preços relativos de bens tradables (comercializáveis) e non-tradables (não comercializáveis), refletido no coeficiente entre esses dois tipos de bens no âmbito do IPCA.

Pela medida convencional de câmbio real (medido em relação a uma cesta de moedas), houve uma desvalorização superior a 25% desde agosto de 2011, enquanto que, pelo coeficiente entre os bens comercializáveis (como produtos agrícolas) e não comercializáveis (como serviços), o câmbio real registrou, na realidade, uma valorização de 7% no mesmo período.

Competitividade. "Quando o câmbio se desvaloriza, diz-se que a competitividade do exportador aumenta, mas isso acontece desde que essa desvalorização seja repassada para os preços dos produtos", argumenta Pastore. Pelo mesmo raciocínio, a desvalorização cambial afeta os preços dos produtos importados, tornando-os mais caros e menos competitivos em relação aos fabricados pelos produtores nacionais.

O estudo mostra que, historicamente, tanto a medida convencional de câmbio real quanto o coeficiente entre os preços de bens comercializáveis e não comercializáveis no IPCA sempre convergiram e foram ambos um bom termômetro para projetar o desempenho das exportações, importações e, consequentemente, o saldo da balança comercial. Ou seja, costumava haver uma elevada correlação positiva entre esse coeficiente e a desvalorização real do câmbio, levando o preço de bens comercializáveis a subir mais do que o de não comercializáveis quando a moeda brasileira se desvalorizava.

"Mas, a partir de 2011, com a política de controles de preços, houve uma divergência entre o que a medida convencional de câmbio real passa a prever para a balança comercial e o desempenho previsto pela outra medida", explica Pastore.

Assim, em vez de as exportações e as importações terem reagido na mesma magnitude da desvalorização observada pela medida convencional de câmbio real, elas se mantiveram estáveis ao redor de US$ 20 bilhões por mês desde agosto de 2011, enquanto os saldos comerciais flutuaram ao redor de zero.

Depreciação. "Quando chegou em 2011, tentou-se produzir uma depreciação do câmbio real para aumentar a competitividade, mas ao segurar, por exemplo, o preço da energia elétrica e o reajuste da gasolina, você acabou afetando também o preço do álcool e de vários outros produtos. Ainda, a redução do IPI de automóveis, linha branca e linha marrom reduz diretamente os preços dos bens duráveis de consumo", diz Pastore. "Cada depreciação cambial, por causa do controle de preços, não chegou aos preços, tampouco à inflação, mas o tal ganho de competitividade não chegou à indústria."

Se a política de controle de preços não estivesse em vigor desde 2011, com o repasse livre da desvalorização nominal da moeda brasileira aos preços, Pastore estima que o saldo da balança comercial poderia estar ao redor de US$ 40 bilhões ao mês pela projeção da medida convencional de câmbio real.

"A grande maioria dos economistas já havia concluído que o controle de preços não é uma forma eficaz de combater a inflação e que leva a distorções", afirma Pastore. "Apenas não havia, ainda, atentado para uma dessas distorções, que é a sua repercussão sobre os saldos comerciais."

O corolário desse raciocínio, segundo Pastore, é que o "pass-through" (nível de repasse da desvalorização do câmbio aos preços) não ficou menor porque caiu a absorção da economia brasileira - "haja vista o déficit de conta corrente superior a US$ 83 bilhões em 12 meses" -, mas porque aumentou o grau de microgerenciamento do governo sobre os preços.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A balança comercial brasileira registrou déficit de US$ 602 milhões na quarta semana de outubro (20 a 26), resultado de exportações no valor de US$ 3,793 bilhões e importações de US$ 4,395 bilhões. Com isso, o saldo negativo no mês subiu para US$ 1,186 bilhão. As vendas externas somam até o momento US$ 14,458 bilhões e as importações, US$ 15,644 bilhões. No acumulado do ano, a balança comercial também registra déficit de US$ 1,880 bilhão, com exportações totalizando US$ 188,093 bilhões e importações somando US$ 189,973 bilhões.

Embora as importações estejam em queda, o desempenho das vendas externas tem sido pior. Os dados divulgados nesta segunda-feira (27), pelo ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que as exportações, pela média diária (US$ 803,2 milhões), tiveram queda de 19% em relação a outubro de 2013 (US$ 992,2 milhões).

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As vendas de manufaturados recuaram 29,1% por conta, principalmente, de automóveis de passageiros, aviões, motores para veículos, autopeças, motores e geradores e máquinas para terraplanagem. Os números refletem as dificuldades das empresas brasileiras de colocarem produtos manufaturados no mercado argentino. Os embarques de básicos esse mês caíram 16,3% puxados por soja em grão, minério de ferro, milho em grão, farelo de soja e fumo em folhas. Por outro lado, cresceram em 2,5% as vendas de semimanufaturados em função do aumento nas vendas de celulose, couros e peles, ferro-ligas, açúcar em bruto, semimanufaturados de ferro e aço.

Nas importações, a média diária até a quarta semana de outubro foi de US$ 869,1 milhões e ficou 13,3% abaixo da média de outubro de 2013 (US$ 1,002 bilhão). Nesse comparativo, caíram, principalmente, as compras no exterior de combustíveis e lubrificantes (-35,5%), veículos automóveis e partes (-25,4%), siderúrgicos (-15,9%) e equipamentos mecânicos (-12,4%).

No acumulado do ano, as exportações registram queda de 3,6%, com média diária de US$ 913,1 milhões até a quarta semana de outubro. As importações, por sua vez, têm recuo de 3,1% e média diária de US$ 922,2 milhões no ano.

As importações perderam força no início de outubro. Na média diária até a segunda semana do mês, as compras de itens vindos do exterior ficaram em US$ 826,5 milhões por dia - cifra 17,5% menor que a média de outubro do ano passado (US$ 1,002 bilhão). Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Nessa comparação, esfriaram principalmente os gastos com combustíveis e lubrificantes (-43,2%), veículos automóveis e partes (-32,1%), equipamentos mecânicos (-17,0%) e siderúrgicos (-13,1%).

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O ministério ainda comparou os dados com setembro. No período observado houve retração de 11,5%, puxada por combustíveis e lubrificantes (-44,4%), adubos e fertilizantes (-12,6%), veículos automóveis e partes (-10,1%) e siderúrgicos (-7,8%).

A balança comercial brasileira soma um superávit primário de US$ 140 milhões até 12 de outubro de 2014. Segundo os dados divulgados nesta segunda-feira (13) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações somaram US$ 6,752 bilhões e as importações, US$ 6,612 bilhões. A despeito do resultado positivo acumulado nas duas primeiras semanas, a balança registra déficit de US$ 554 milhões no ano, resultado de exportações de US$ 180,387 bilhões e importações de US$ 180,941 bilhões.

As exportações apresentaram retração nas primeiras semanas do mês. Na comparação entre a média registrada até a segunda semana de outubro (US$ 844,0 milhões) com a de outubro de 2013 (US$ 992,2 milhões), houve queda de 14,9%. Segundo o MDIC, o recuo se explica pela diminuição nas vendas de produtos manufaturados no período, que registraram queda de 26,1%, ao passarem de US$ 427,5 milhões para US$ 316,0 milhões no período.

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O ministério explicou ainda que, no grupo de manufaturados, a queda ocorreu por conta de automóveis de passageiros, aviões, motores para veículos e partes, máquinas para terraplenagem, autopeças e motores para veículos. O grupo de itens básicos também apresentou queda, um recuo de 14,2% no período, ao cair de US$ 418,7 milhões para US$ 359,4 milhões. O segmento foi afetado principalmente por vendas menores de minério de ferro, farelo de soja, milho em grão e soja em grão.

O contraponto das exportações foram os semimanufaturados, com alta de 19,0% (subiu de US$ 123,1 milhões para US$ 146,5 milhões). A expansão das vendas no segmento foi influenciada por aumentos de ferro fundido, açúcar em bruto, ferro-ligas, celulose e couros e peles.

Os Estados Unidos se tornaram o principal comprador de produtos manufaturados do Brasil. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em setembro, enquanto os argentinos compraram US$ 9,8 bilhões, os norte-americanos importaram US$ 10,9 bilhões do Brasil.

O Ministério explicou que contribuiu para esse avanço dos Estados Unidos a perda de fôlego econômico na Argentina, que levou a uma redução expressiva da compra de veículos e outros produtos brasileiros. Houve ainda, neste ano, uma seca na Argentina que levou a uma redução expressiva, de quase 50%, da compra de trigo.

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O MDIC ainda informou que o déficit na balança comercial entre Brasil e Estados Unidos recuou de US$ 8,5 bilhões no acumulado de 2013 até setembro, para US$ 6,6 bilhões em 2014.

O diretor do departamento de estatística e apoio à exportação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Roberto Dantas, afirmou nesta quarta-feira (1°) que o governo mantém a previsão de um saldo pequeno, mas positivo, na balança comercial brasileira ao fim de 2014. Segundo ele, a expectativa se deve em grande parte à perspectiva de melhora da conta petróleo. "É o que estamos apostando para ter um efeito mais acentuado", disse.

Segundo Dantas, a expectativa se deve à perspectiva de aumento da produção interna de petróleo. "Terá aumento da produção devido às novas plataformas. A produção está crescente", disse. De janeiro a setembro, a exportação na conta petróleo subiu 24%, de US$ 15,744 bilhões em 2013 para US$ 19,422 bilhões em 2014. Do lado das importações, ocorreu uma alta de 0,7% no período, de US$ 32,254 para US$ 32,311 bilhões.

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Questionado sobre as medidas de estímulo à indústria, como a volta do Reintegra, Dantas afirmou que os efeitos só devem ser sentidos na economia em 2015. "Isso permitirá reduzir custos, porque você será recompensado", disse.

Recorde

O volume exportado de minério de ferro deve bater recorde ao fim de 2014, segundo Dantas. De janeiro a setembro, a exportação do produto já é recorde: 249,3 milhões de toneladas, ante 234,4 milhões nos nove primeiros meses de 2013. A alta é de cerca de 15 milhões de toneladas.

No acumulado de janeiro a setembro, a quantidade exportada de minério de ferro subiu 6,9% e o preço caiu 17%. Os principais mercados são China, Japão, Coreia do Sul e Países Baixos.

Celulose

De acordo com os dados do MDIC, as exportações de celulose alcançaram 911,7 mil toneladas em setembro, crescimento de 16,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando os embarques somaram 782,2 mil toneladas. Houve um aumento de 7,2% no volume exportado em relação a agosto.

Em receita, a celulose exportada chegou a US$ 439 milhões no mês passado, uma alta de 5,3% na comparação anual. Em setembro de 2013, o Brasil vendeu o equivalente a US$ 417 milhões em celulose. Com relação ao mês anterior, houve um avanço de 7,4%.

Já o preço médio das exportações caiu 9,7%, de US$ 533,1 por tonelada em setembro de 2013 para US$ 481,5 no mês passado. Na comparação mensal, houve uma leve alta de 0,1% no preço praticado. Colaborou Thiago Moreno

As importações brasileiras caíram 2,2% no acumulado de janeiro a setembro de 2014 ante o mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (1°) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A importação média por dia útil foi de US$ 927,3 milhões nos nove primeiros meses deste ano, ante US$ 948,5 milhões no mesmo período de 2013. De janeiro a setembro, houve queda de 5,7% nas compras de bens de capital e de 2,7% nos bens de consumo. As matérias-primas e intermediários apresentaram redução de 1,2% e os combustíveis e lubrificantes, retração de 0,1%.

As compras vindas do Oriente Médio apresentaram alta de 4,6%, devido a petróleo em bruto, óleos combustíveis, ureia, entre outros. A maioria dos mercados fornecedores, entretanto, apresentou queda. A redução das importações do Mercosul foi de 10,7%, sendo que a queda para a Argentina foi de 15,9%, devido a automóveis de passageiros, veículos de carga, autopeças, entre outros. No caso da União Europeia, a queda foi de 4,8%. Da Ásia, a redução foi de 0,9%, sendo que para a China houve crescimento de 1,3%. As compras vindas dos Estados Unidos caíram 0,8% no período, devido a aparelhos de medida, adubos, gasolina, veículos para vias férreas, gás natural entre outros.

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O MDIC anunciou hoje que a balança comercial do País fechou setembro com um déficit de US$ 939 milhões. Com esse resultado, o saldo acumulado do ano voltou a ficar negativo (US$ 690 milhões), depois de, em agosto, a balança comercial ter ficado superavitária para o período acumulado no ano pela primeira vez em 2014. Até agosto, o superávit de 2014 era de US$ 249 milhões.

Petróleo e derivados

O diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação do MDIC, Roberto Dantas, atribuiu o desempenho da balança comercial no mês de setembro ao aumento da importação de petróleo e derivados. Houve alta de 46,4% nas importações de petróleo e derivados no mês passado em relação a setembro de 2013. "Esse é um movimento que não é linear: tem meses em que é maior ou menor, dependendo do embarque", disse, acrescentando que, no ano, o crescimento dessas importações é de 0,7%.

Dantas disse que essa oscilação depende de "uma série de fatores" e citou a demanda interna, a produção e a reposição de estoques. Ele disse, ainda, que o aumento da importação de petróleo em setembro foi puxado pela quantidade, e não pelo preço, dado que o preço caiu 2,5% de agosto para setembro. Segundo o governo, a importação de petróleo alcançou 583 mil barris/dia em setembro. Em agosto, foram 319 barris/dia e, em julho, 541 barris/dia.

Argentina

Segundo informações do MDIC, a balança comercial foi afetada em setembro pela queda do petróleo, pela queda de vendas de soja e minério de ferro para a China e por um tombo nas exportações para a Argentina. A redução do número de negócios com o País vizinho, na avaliação de Dantas, é um dos principais problemas para a balança comercial do País. Apenas as vendas para os argentinos respondem por 77% das quedas das exportações no ano.

No caso da China, a queda do preço de minério de ferro afetou a balança. O técnico do MDIC lembrou que na comparação entre setembro de 2013 e setembro de 2014 o preço do minério caiu 30%. Segundo ele, o aumento de volume exportado compensou parcialmente a redução de preço. "Queda para China é minério de ferro e soja. No ano passado ocorreu uma antecipação de soja e, agora, neste ano, estamos com um volume menor", disse Dantas.

As exportações acumuladas em 2014, até setembro, registraram retração em relação a igual período de 2013, e os produtos manufaturados, os que mais sofreram, apresentaram retração de 7,1% no período. Os semimanufaturados também estão em queda no ano e registraram, até o mês passado, recuo de 4,2%. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e foram divulgados nesta quarta-feira (1°).

No grupo de manufaturados, a queda foi puxada por automóveis de passageiros, cujas vendas encolheram 39,2% no ano. O segmento, no entanto, não é o único no vermelho. Outros itens também apresentaram queda: plataforma para extração de petróleo (-29,1%), açúcar refinado (-28,4%), veículos de carga (-25,5%), autopeças (-24,6%), motores para veículos e partes (-15,3%), pneumáticos (-5,1%) e aviões (-3,3%).

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Alguns segmentos, em contraponto, apresentaram expansão, a exemplo de tubos de ferro fundido (+94,3%), óxidos e hidróxidos de alumínio (+28,0%), máquinas para terraplenagem (+11,6%), motores e geradores elétricos (+10,0%), óleos combustíveis (+6,6%), medicamentos (+6,2%), polímeros plásticos (+5,5%) e bombas e compressores (+2,8%).

Os principais destinos para as exportações brasileiras em 2014, até o momento, foram China (US$ 34,6 bilhões), Estados Unidos (US$ 20,2 bilhões), Argentina (US$ 11,0 bilhões), Países Baixos (US$ 10,5 bilhões) e Japão (US$ 5,0 bilhões).

As importações de combustíveis e lubrificantes cresceram 49,1% em setembro ante o mesmo mês do ano passado, segundo os dados da balança comercial divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior nesta quarta-feira (1°). Segundo o governo, o crescimento ocorreu devido ao aumento dos preços e das quantidades embarcadas de petróleo, gás natural e óleos combustíveis.

As compras de bens de consumo caíram 4,2% no período, devido, principalmente à redução na importação de máquinas e aparelhos de uso doméstico, automóveis de passageiros, móveis, objetos de adorno, partes e peças para bens de consumo duráveis e produtos alimentícios.

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As importações de matérias-primas e intermediários também tiveram queda, de 2,7%. O governo atribui essa redução à queda nas compras de acessórios de equipamento de transporte, partes e peças de produtos intermediários, produtos alimentícios e produtos químicos e farmacêuticos.

Os bens de capital tiveram sua importação reduzida em 2,2% no período, devido a itens como acessórios de maquinaria industrial e máquinas e aparelhos de escritório e serviço científico.

Mercados fornecedores

O aumento da importação de petróleo em bruto, querosenes, óleos combustíveis, ureia e inseticidas levou a um avanço de 102,8% na importação de produtos vindos do Oriente Médio. As compras vindas do Mercosul cresceram 8,2%, sendo que só da Argentina o crescimento foi de 7,4%, devido a veículos de carga, naftas, polímeros plásticos, trigo em grão, ônibus, celulose, entre outros. A importação da Ásia subiu 1,6% no período, sendo 7% de crescimento nas compras vindas da China, devido a aparelhos transmissores/receptores, laminados planos, partes e acessórios de máquinas automáticas, entre outros.

Por outro lado, houve queda de 6,8% nas importações vindas da União Europeia, por conta de autopeças, inseticidas, aparelhos de medida, gasolina, entre outros. A queda da importação dos Estados Unidos foi de 5,3% - neste caso, devido a adubos e fertilizantes, carvão, trigo em grão, motores e turbinas para aviação, entre outros.

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