Tópicos | Bolívia

TEXTO Jullimaria Dutra | EDIÇÃO Raquel Monteath

O terremoto que arrasou o Haiti, em 12 de janeiro de 2010, afetou mais de 4,5 milhões de cidadãos que sofrem até hoje com a escassez de recursos básicos, e que possui mais de 70% de sua população desempregada.

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Dois anos depois da catastrófica e apesar das tímidas investidas em reerguer o país, o Haiti permanece em condições precárias. O balanço de magnitude 7,3 na escala Ricther desalojou 1,5 milhão de cidadãos e, dez meses após a tragédia, um surto de cólera infectou 522.570 pessoas, das quais sete mil morreram.

Confira a galeria de imagens "Especial Haiti: dois anos de devastação"

Diante dos desafios descomunais para realocar milhões de haitianos e retirar um número incalculável de escombros que soterra boa parte de Porto Príncipe, muitos atravessadores (conhecidos como coiotes) passaram a atrair, com maior frequência, haitianos a deixar o país e a entrar no Brasil, só que de forma ilegal, geralmente pelas fronteiras do Acre e do Amazonas.

Foi assim que encontraram um jovem sozinho na estação Corinthians-Itaquera, no metrô de São Paulo. Vítima de uma quadrilha internacional de atravessadores – traficantes de pessoas –, o menino morava com a avó e o irmão mais velho no Haiti. Os responsáveis pelo trajeto do garoto deveriam levá-lo até à Guiana Francesa, onde vive D. Dieula Goin, a mãe do rapaz. A rota passava pelo Brasil, mas ao chegar em São Paulo, os criminosos exigiram mais dinheiro para continuarem o percurso. Como a família se recusou a pagar, abandonaram o menino no metrô.

Mas situações como a do garoto do metrô não intimidam os haitianos que sonham em encontrar oportunidades, uma vez que o país não tem previsão de se reerguer. Porém, após viajarem quilômetros, chegam ao Brasil e acabam dormindo nas ruas, quase revivendo a miséria que esperavam deixar para trás.

O Brasil se tornou um ímã para esses haitianos que, literalmente, percorrem "o caminho das Américas" para chegar ao Brasil: tanto cruzam de ônibus a fronteira com a República Dominicana, quanto lotam embarcações até chegarem a Santo Domingo. Do país vizinho, pegam um voo para o Panamá, seguem para os países espano hablantes que fazem fronteira com o Brasil – Bolívia, Equador, Peru e Acre - e, normalmente, ao chegarem em um desses destinos, seguem a pé até alcançarem as fronteiras das cidades brasileiras.

Essa rota migratória vem aumentando o fluxo de haitianos em massa, principalmente, nas últimas semanas, devido aos rumores (negados pelo Governo) de que o Brasil poderia fechar as fronteiras este ano para os haitianos. O resultado foi a chegada, nos primeiros três dias do ano, de mais de 500 haitianos ilegais e que, junto aos outros 700 compratiotas, estão em alojamentos improvisados, numa localidade de apenas 20 mil habitantes, a cidade de Brasileia, localizada na fronteira com a Bolívia. Situação semelhante ao que ocorreu em Tabatinga, fronteira com Peru e Colômbia, onde 208 imigrantes haitianos se juntaram aos 1.041 que aguardavam sua regularização.

Segundo o Governo, 4 mil haitianos vivem hoje nos estados do Acre e do Amazonas. Destes, 1.600 já estão regularizados. O restante deverá legalizar a situação para poder continuar no país. O Brasil concedeu a eles um visto de residência “humanitária” com validade de cinco anos, o que lhes permite viver e trabalhar no País, já que não podem ser considerados refugiados políticos. Atualmente, são mais de mil haitianos em cada assentamento da fronteira.

 

LIMITAÇÕES - A migração expressiva pela Região Norte obrigou a presidente Dilma Rousseff a limitar a entrada de estrangeiros no país. Em uma reunião realizada nesta terça-feira (10) com as ministras da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, junto ao ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, ficou estabelecido que, por mês, 100 haitianos poderão entrar no Brasil. Os que conseguirem entrar ilegalmente serão notificados para ser efetivada a extradição. Por meio da Lei 6.815 de 1980, ao entrarem no País, os estrangeiros - no caso aqui, os haitianos - precisarão apresentar um visto, emitido gratuitamente pela embaixada brasileira no Haiti, para poder permanecer e exercer atividades laborais de modo regular.

Segundo o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a fiscalização será reforçada nas fronteiras do País. O Planalto Central também pretende atuar em conjunto com os governos do Peru, Bolívia e Equador. "O objetivo é atacar essa rota ilícita de imigração e a ação dos coiotes, que têm atuado de forma bastante forte na entrada ao país". O Brasil promete apoio aos governos do Acre e do Amazonas, por meio dos ministérios da Saúde, do Trabalho e do Desenvolvimento Social.

Confira o vídeo da TVNBR sobre a regularização dos haitianos em solo brasileiro:

A Bolívia virou um tormento na vida da seleção argentina. E, pela terceira partida seguida, os argentinos tropeçaram diante dos bolivianos. Dessa vez, foi em jogo válido pela terceira rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2014, que terminou empatado em 1 a 1, nesta sexta-feira, no Estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires.

A sina argentina diante dos bolivianos começou em abril de 2009, quando Maradona ainda era o técnico e a Bolívia goleou por 6 a 1 em La Paz, pelas Eliminatórias da Copa de 2010. Depois, um novo encontro aconteceu em julho deste ano: mesmo jogando em casa, os argentinos ficaram no empate de 1 a 1, em La Plata, pela Copa América. Agora, veio uma nova igualdade.

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Com o empate desta sexta-feira, a Argentina passa a ter quatro pontos em três rodadas das Eliminatórias da Copa de 2014 - antes, goleou o Chile por 4 a 1 em Buenos Aires e perdeu para a Venezuela por 1 a 0 em Puerto la Cruz. A Bolívia, por sua vez, comemorou bastante o empate no Monumental de Nuñez, quando somou apenas o seu primeiro ponto na competição.

Eleito pela Fifa como o melhor jogador do mundo nos dois últimos anos, Messi teve novamente uma atuação apagada pela seleção argentina. Ele teve trabalho para conseguir escapar da marcação boliviana e, quando surgiu a chance para marcar o gol, falhou na hora de finalizar. Assim, os argentinos sofreram bastante nesta sexta-feira, para frustração da sua torcida.

Num vacilo do zagueiro Demichelis, a Bolívia abriu o placar aos 11 minutos do segundo tempo, com o belo gol do atacante Marcelo Moreno (ex-Cruzeiro). A Argentina empatou aos 15, quando o atacante Lavezzi marcou o gol logo em seu primeiro lance após ter entrado em campo. Depois disso, os argentinos até que pressionaram, mas ficaram mesmo no 1 a 1.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou ontem que romperá um contrato com o consórcio boliviano-brasileiro Brabol, formado pelas empresas brasileiras Petra Construtora e São Luiz Engenharia e pela boliviana Nubro S.A. A informação foi divulgada no site da Agência Boliviana de Informação (ABI).

O contrato é relativo à construção do segundo trecho de uma rodovia que ligará La Paz a Oruro. Segundo a ABI, Morales fez uma inspeção surpresa dos trabalhos na obra. O presidente disse que a rescisão ocorrerá porque o consórcio estava terceirizando a obra e não cumpria o cronograma de execução.

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Morales afirmou que o governo vai executar um boleto dado como garantia. Segundo ele, o valor total da obra é de US$ 245 milhões. O trecho é de 77,42 quilômetros e unirá as cidades de Mantecani e Lequepampa.

A obra não é a mesma que passaria pelo Território Indígena e Parque Nacional Isiboro-Secure (Tipnis), reserva ecológica de 1,2 milhão de hectares, o que gerou grandes protestos indígenas no país que culminaram com a mudança no trajeto da rodovia, que não mais passará pela área.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, promulgou nesta segunda-feira uma lei que declara "patrimônio" e "zona intocável" o Território Indígena e Parque Nacional Isiboro-Secure (Tipnis), reserva ecológica de 1,2 milhão de hectares, colocando fim ao projeto para a construção de uma estrada que cortaria este território, com financiamento do BNDES e que ficaria a cargo da construtora brasileira OAS. Os protestos indígenas desencadearam uma forte crise administrativa no governo de Evo.

Na noite de ontem, a Assembleia Legislativa boliviana, após longo debate, aprovou uma lei que garante que a estrada não será feita neste território. Os protestos indígenas já duravam mais de dois meses. Os índios realizaram uma marcha desde a região de Beni, a cerca de 390 quilômetros de La Paz, até a capital, que foi alcançada pelos manifestantes na quarta-feira da semana passada. Foi em La Paz que eles se reuniram com o presidente boliviano para discutir a questão.

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"Nosso orgulho é havermos chegado até aqui, com a superação de várias dificuldades no trajeto. Evo poderia ter aprovado esta lei bem antes, mas, de qualquer forma, nós o agradecemos", disse Miriam Yuganore, uma das dirigentes da marcha. O líder do movimento, Fernando Vargas, lembrou da repressão policial contra os índios ocorrida em 25 de setembro, e que deixou vários feridos. Os índios alegam que a ordem para a abordagem ostensiva partiu de Evo. "O processo de troca não se dá com a violência, mas com cuidados para não agredir a biodiversidade", frisou Vargas. As informações são da Associated Press.

O melhor time do continente estreou bem nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil. Atual campeão da Copa América, a seleção do Uruguai mostrou seu bom futebol apresentado desde a quarta colocação do Mundial da África do Sul, em 2010, e derrotou a Bolívia por 4 a 2, nesta sexta-feira, no estádio Centenário, em Montevidéu.

O grande destaque da partida não foi nenhum dos três atacantes do Uruguai - Diego Forlán (que joga na Internazionale), Edison Cavani (Napoli) e Luis Suárez (Liverpool). Os dois últimos marcaram um gol cada, mas foi o zagueiro Diego Lugano, atualmente no Paris Saint-Germain e ex-São Paulo e Fenerbahçe, que brilhou ao marcar dois gols.

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Como era de se esperar pelo nível técnico das seleções - a Bolívia ficou em último lugar nas últimas Eliminatórias -, o Uruguai não teve trabalho no confronto, mesmo com o gramado molhado por causa das chuvas em Montevidéu e do susto boliviano, que conseguiu o empate, aos 17 minutos, com Rudy Cardozo. Antes, logo aos três, Suárez havia aberto o placar após aproveitar um escanteio. Aos 25, Lugano marcou o seu primeiro gol, de cabeça, após falta precisamente cobrada por Forlán. E, aos 34, Cavani anotou o terceiro dos uruguaios.

Mesmo com 3 a 1 no marcador, a equipe da casa voltou do intervalo disposta a conseguir uma goleada. Todas as vezes que tinha a posse da bola, os uruguaios levavam perigo ao gol boliviano. Assim, o quarto gol saiu novamente de uma jogada de bola parada. Aos 26 minutos, novamente Lugano estava no lugar certo para marcar seus segundo tento na partida. No final, aos 41, o atacante Marcelo Moreno (ex-Cruzeiro) diminuiu em uma cobrança de pênalti.

Na segunda rodada, na próxima terça, o Uruguai fará a reedição da final da Copa América contra o Paraguai, no estádio Defensores del Chaco, em Assunção. Em julho passado, na Argentina, os uruguaios venceram a decisão por 3 a 0. Já a Bolívia buscará a reabilitação contra a Colômbia, em La Paz.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, nomeou na noite de terça-feira seu novo ministro do Interior, Wilfredo Chávez, em substituição a Sacha Llorenti Solíz, que apresentara sua demissão horas antes, informa o site do jornal La Prensa. Evo Morales também anunciou Rubén Saavedra como o novo titular da pasta da Defesa, que estava vazia deste a renúncia, na segunda-feira, de Cecilia Chacón, que deixou o cargo em protesto à repressão contra um grupo de indígenas no domingo.

Os indígenas protestavam contra a construção de uma rodovia na amazônia boliviana. Financiada pelo governo brasileiro, a rodovia ligará a fronteira do Brasil ao altiplano boliviano.

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As imagens da repressão provocaram uma crise no governo de Evo Morales, cuja base eleitoral é justamente formada pela maioria indígena que compõe a população boliviana. Na manhã de terça-feira, Evo anunciou que a construção da rodovia foi suspensa até que uma solução para a crise seja negociada.

De acordo com o La Prensa, o presidente pediu desculpas pelos excessos cometidos pelos policiais no domingo, mas condenou os ataques ao governo e exigiu provas sobre a morte de um menino. "Quero que me mostrem o menino morto", disse ele.

Segundo Evo, "o melhor opositor de Evo Morales são os meios de comunicação". Ele responsabilizou duas rádios e um meio impresso pela articulação da reação contra seu governo.

Já o advogado e ativista pelos direitos humanos Waldo Albarracín acusou os meios de comunicação estatais de manipular as informações e de serem parciais em relação ao governo, segundo matéria publicada no site do jornal El Diário. De acordo com Albarracín, as informações divulgadas pelos meios estatais minimizam os acontecimento reais.

Vinte e oito pessoas morreram e outras dez ficaram feridas quando o ônibus em que elas viajavam caiu de um barranco em uma zona montanhosa no sul da Bolívia, informou a polícia. O acidente ocorreu no início da tarde de ontem e os trabalhos de resgate seguiram até a noite, segundo o chefe de polícia da região, coronel Plácido Arroyo, em entrevista à emissora Fides.

O ônibus da empresa Copa Moya rolou de uma altura de quase 100 metros na chamada Cuesta de Sama, a 50 quilômetros de seu destino final, na cidade de Tarija. O coletivo havia partido da cidade de Villazón, na fronteira com a Argentina.

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Não se sabe as causas do acidente, porém ele ocorreu quando uma densa névoa atingia a área e a rodovia estava molhada, segundo Arroyo. É o acidente com mais mortos na Bolívia este ano. Em janeiro, 25 pessoas morreram quando um rio que havia transbordado arrastou um caminhão com passageiros e um ônibus, no sul do país. As informações são da Associated Press.

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