Tópicos | cargos no governo de PE

Os primeiros dias de 2014 foram marcados por mudanças no cenário político estadual, uma delas foi à concretização da aliança entre o PSDB e o PSB no âmbito estadual, com a integração de tucanos ao Governo de Pernambuco, liderado por Eduardo Campos (PSB). A nova conjuntura do PSDB, que configurava a bancada de oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), não agradou a todos os tucanos. Entre os que não concordaram com a aliança está o, até agora, líder da oposição na Alepe, Daniel Coelho (PSDB). Em conversa com o Portal LeiaJá, Coelho conta como ficou o clima interno na legenda após a adesão ao socialistas. Além de reafirmar que vai permanecer com posicionamento crítico na Alepe e não fará campanha para o candidato do PSB ao governo. 

Confira a entrevista na íntegra:

##RECOMENDA##

LeiaJá - Mesmo com a adesão do seu partido a base governista o senhor vai continuar como líder da oposição? O PTB já disse que lhe apoia, caso queira permanecer.

Daniel Coelho – Continuar como líder ou não é uma decisão que vamos tomar apenas no retorno do recesso. Precisa ser um assunto conversado, para mim é um assunto menos importante, pois não necessariamente precisa ser líder para fiscalizar, cobrar o governo e fazer oposição. Agora eu continuo com o mesmo perfil de mandato na Assembleia. A questão da liderança é mais ampla porque depende das composições partidárias. A única certeza que tenho é que o nosso posicionamento não vai mudar.

LJ - O senhor já afirmou que não vai apoiar candidatos do PSB ao governo, mas caso precise ter eles no palanque para ser eleito deputado federal como fará?

DC – Não, não há nenhum tipo de obrigação. Pode até ser feita uma coligação proporcional, mas não sou obrigado a pedir voto para alguém e pedir para fazer campanha para mim. O que eu não posso, pela própria legislação e até para respeitar o partido, é pedir voto para o candidato adversário. E isso eu não vou fazer. Mas também o posicionamento de não participar de campanhas do PSB eu já tinha colocado internamente no partido e foi aceito com tranquilidade pelo PSDB na direção local e, inclusive, pela nacional. 

LJ - Como é que ficou o clima dentro do partido após esta mudança, já que Betinho Gomes entregou a secretaria geral da legenda e o senhor já se disse que vai continuar sendo critico e fiscalizando o governo?

DC – Tiveram opiniões divergentes. A minha, inclusive, era com no sentido de candidatura própria. Mas a decisão foi tomada pela vontade da maioria, acho que o clima é de mal entendido e de confronto entre as opiniões, porém a tendência é que ele se acalme até porque o grupo que está na direção, e é majoritário no partido, está respeitando as opiniões divergentes. Eu mesmo não tendo concordado e reafirmando que vou permanecer com a postura crítica na Assembleia, não estou recebendo nenhum tipo de pressão. O partido está muito tranquilo com as posições diferentes, não vamos ter problemas mais graves, daqui para frente à tendência é uma unidade do partido. E a busca agora te que ser em torno, inclusive, da candidatura de Aécio (Neves). Objetivo comum para todos do PSDB.

LJ - O senhor concorda com a firmação de Sérgio Guerra ao dizer que o PSDB nunca foi oposição ao PSB?

DC – Não, não posso concordar. Não sei exatamente o que Sérgio queria dizer, mas não é um fato, porque o partido dele esteve oficialmente na oposição, como o apoio da direção partidária e não apoiou o PSB nas últimas eleições estaduais e municipais (Recife). Não tem muito sentido dizer que não esteve. Você tinha uma divisão de alguns que ficavam na oposição e outros que apoiavam o governo, mas oficialmente a legenda estava na oposição.

LJ - A aliança com o PSB já era esperada, mas o senhor acredita que assumir os cargos foi a melhor forma de selar esta coligação?

DC - A minha opinião é que deveríamos seguir um caminho próprio, isso foi o que eu defendi na eleição municipal e para esta eleição. Acho, por princípio, que esta deve ser sempre a postura do partido. Agora a maioria, inclusive, considerando uma conjuntura nacional entendeu por este caminho, então a gente não pode só querer democracia quando está na maioria, se eu sou minoria dentro do processo tenho que compreender. A minha opinião foi colocada internamente com a clareza de que por mim deveríamos ter seguido com uma candidatura própria. 

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando