Tópicos | Sérgio Guerra

O tempo voa. Pouca gente lembrou, ontem, entre eles o deputado Claudiano Martins, da passagem do terceiro ano da morte do ex-senador Sérgio Guerra. Independente do que a operação Lava Jato tenha revelado, Guerra era um político extremamente talentoso. Poucas pessoas tinham a capacidade de analise política dele, indissociável da sua intervenção. Era um homem de análise e ação.

 

Foi, na verdade, um dos mais influentes líderes do PSDB nos últimos anos, principalmente no momento de escolha do candidato a presidente - tanto de José Serra, em 2010 quanto do Aécio Neves, em 2014. Sérgio Guerra tinha características muito raras: culto, idealista e destemido na defesa das suas posições.

Até chegar à presidência do partido tucano, o deputado passou pelo PDT e PSB, legenda pela qual foi secretário estadual na gestão de Miguel Arraes. Deputado estadual por dois mandatos, entre 1982 e 1988, chegou ao Congresso Nacional em 1989 ocupando uma das cadeiras da bancada pernambucana na Câmara. Em 2002, chegou ao Senado, mesmo ano em que o PT elegeu Luiz Inácio Lula da Silva.

Na Casa, assumiu a liderança do partido, revelando-se um dos principais críticos do governo do PT. Atuou em várias comissões parlamentares de inquérito (CPIs), entre elas, a dos Correios que investigou um esquema de compra de votos na base do governo. Na campanha de Geraldo Alckmin, em 2006, Guerra assumiu o comando do ninho tucano em um momento de dificuldades para a oposição.

Nesse cenário adverso, ele se destacou como o grande conciliador do PSDB. Naquela ocasião, Alckmin estava com dificuldades para enfrentar o favoritismo do então presidente Lula, que disputava a reeleição. Muitos tucanos abandonaram Alckmin pelo caminho. Sérgio Guerra se manteve ao lado de Alckmin em todos os momentos da disputa.

Em 2010 o cenário se repetiu. Havia disputas internas para indicar o candidato do partido. Durante a campanha, mais uma vez os tucanos enfrentaram dificuldades na disputa com a então candidata petista Dilma Rousseff. Apesar de ter sido abandonado por setores do partido, o candidato do PSDB, José Serra sempre pôde contar com a lealdade do então presidente Sérgio Guerra.

Sua capacidade de conciliação interna possibilitou uma transição sem traumas para consolidar em 2014 o nome do senador Aécio Neves para enfrentar Dilma Rousseff. Sérgio Guerra não era nem de Minas e nem de São Paulo. Como pernambucano, ele conseguiu a confiança e o respeito de todas as alas tucanas.

RUMO À PARAÍBA– O ministro da Integração, Helder Barbalho, anunciou, ontem, a chegada da água do rio São Francisco na Paraíba para o próximo sábado. O ministro e sua equipe técnica estiveram nos reservatórios Barreiro (PE), Campos (PE), na barragem Camalaú (PB) e no açude Poções (PB). “A nossa previsão é de que possamos no próximo sábado fazer a entrega da água na Paraíba e, assim, ver garantida a funcionalidade do Eixo Leste do Projeto de Integração do São Francisco”, afirmou Barbalho.

Caixa preta da Previdência– Deslocado da Secretaria de Planejamento estadual para o Congresso com a missão de bater de frente com o Governo Temer, o deputado Danilo Cabral, que já se antecipou pelo voto contrário à proposta da reforma da Previdência, reforçou, ontem, o movimento na Câmara pela instalação da uma CPI para investigar os desvios históricos no caixa do sistema previdenciário. “A Previdência no Brasil é uma verdadeira caixa preta e precisamos abrir o quanto mais rápido possível”, afirmou.

Oposição na UVP– Na eleição para renovação da diretoria da União dos Vereadores de Pernambuco (UVP), a oposição resolveu lançar uma chapa para enfrentar o presidente Josinaldo Barbosa (PTB), favorito na disputa. O pleito está marcado para o próximo dia 25, durante o Congresso Estadual de Vereadores em Bonito. Foi escolhido candidato a presidente o vereador André Valença (PSD), presidente da Câmara de São Bento do Una, com representantes de todas as regiões do Estado. “Vou atuar em defesa da nossa categoria e em mais capacitação, bem como disponibilizar os serviços essenciais que possam auxiliar os parlamentares no exercício do mandato”, disse Valença.

Faculdades ilegais – O Ministério da Educação confirmou, ontem, a existência de 16 instituições funcionando de forma irregular no Estado, conforme investigações do próprio MEC, que são: Fadire, Funeso, Faisa, Isel, Unig, Isef, Isep, Faec, Flatec, Flated, Flaterj, Ieduc, Cenpi, Iesa, Instituto Belchior e Faculdade Anchieta do Recife. "Dado o volume de diplomas registrados na Unig (83.733), estima-se que existam muito mais instituições envolvidas", conclui o relatório entregue, ontem, à Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa. A maioria dos alunos lesados era do curso de Pedagogia. A audiência foi solicitada pela deputada Teresa Leitão (PT), relatora da CPI das Faculdades Irregulares.

Pacto pela Vida na berlinda– O líder da oposição na Assembleia Legislativa, Silvio Costa Filho (PRB), propôs, ontem, ao presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, Edilson Silva (Psol), a realização de uma audiência pública para discutir o Pacto pela Vida. A ideia, segundo o parlamentar, é trazer para o debate alguns dos idealizadores do programa, que foi responsável pela redução da criminalidade até 2013. “Nos últimos três anos, foram mais de 40% de crescimento na violência e o Governo do Estado parece paralisado, sem poder de reação, enquanto o clima vivido nas ruas é de guerra civil”, alerta.

CURTAS

POLICIAIS– Nas conversas políticas em que participou durante o fim de semana com aliados, o presidente Michel Temer (PMDB) demonstrou resistência em relação à proposta de manter uma aposentadoria especial para policiais. Essa proposta chegou a ser apresentada por deputados preocupados com a resistência desta categoria.

RECURSOS– O Ministério da Educação liberou R$ 51,6 milhões para a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Do total, R$ 38,7 milhões serão destinados ao Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf) para cobrir despesas de contratos e manutenção que os hospitais universitários federais tiveram com obras, reformas, aquisição de equipamentos, ampliações e compra de materiais em 2016.

Perguntar não ofende: Tem operação Lava Jato esta semana?

O Ministério Público Federal denunciou Ildefonso Colares Filho, ex-executivo do grupo Queiroz Galvão, e Erton Medeiros, empresário ligado à Galvão Engenharia, alvos da 33ª fase da operação deflagrada em agosto deste ano na Operação Lava Jato. Segundo a Procuradoria da República, os dois empresários são acusados pelo crime de corrupção ativa pelo oferecimento de R$ 10 milhões em propina, no segundo semestre de 2009, ao então senador Sérgio Guerra (presidente do PSDB-PE, falecido em 2014) e ao deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE) para que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, instalada no mesmo ano, não tivesse resultado efetivo.

A CPI tinha o objetivo de apurar, no prazo de 180 dias, irregularidades envolvendo a Petrobras e a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o que não ocorreu. Um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) elaborado em 2008 apontou indícios de superfaturamento na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. As obras no Complexo Industrial e Portuário de Suape, no município de Ipojuca (local onde está localizada a Refinaria Abreu e Lima), foram orçadas no Plano Plurianual de 2008-2011 com o valor de R$ 10,1 bilhões.

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Na época, em um dos contratos da refinaria, firmado no valor de R$ 429.207.776,71 pelo Consórcio RNEST (integrado pelas empresas Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, Construtora Norberto Odebrecht S.A e Construções Camargo Corrêa S.A.), o TCU identificou indícios de superfaturamento de R$ 58,5 milhões. Para a Procuradoria, Queiroz Galvão e Galvão Engenharia eram diretamente interessadas nas apurações da CPI.

A partir de depoimento prestado na colaboração premiada de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, começou-se a investigar o oferecimento e a promessa de pagamento de propina no valor de R$ 10 milhões aos partidos de oposição e da base aliada do governo federal na época, para que a CPI que investigava a estatal não levasse à responsabilização de nenhum envolvido. Segundo o ex-diretor da estatal, durante o segundo semestre de 2009, período no qual a CPI desempenhava seus trabalhos, ocorreram encontros reservados com os parlamentares Eduardo da Fonte (PP-PE) e Sérgio Guerra (PSDB-SP) em pelo menos quatro ocasiões, nos quais foi discutido o pagamento de propina para que a comissão não tivesse efetividade.

Durante as negociações, Paulo Roberto Costa conseguiu a "autorização" do então ex-deputado federal José Janene (PP-PR) para retirar a propina da quota de propinas do Partido Progressista (PP) na diretoria de Abastecimento da estatal. Após a sinalização positiva de Janene, o então diretor de abastecimento da Petrobras marcou um encontro final para fechar a negociação em uma sala comercial de um prédio na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, em 21 de setembro de 2009.

A sala foi emprestada por um amigo de Fernando Soares, o Fernando "Baiano", também delator da Lava Jato. Além de Paulo Roberto Costa e Fernando Baiano, participaram do encontro Sérgio Guerra, o deputado Eduardo da Fonte e os empreiteiros responsáveis pelo pagamento de propina, agora denunciados, Ildefonso Colares Filho, ligado ao grupo Queiroz Galvão, e Erton Medeiros Fonseca, ex-executivo da Galvão Engenharia.

"Quando ouvidos, os envolvidos negaram ter participado da reunião. Entretanto, além dos depoimentos prestados pelos réus colaboradores, a força-tarefa teve acesso a outras provas que comprovaram a realização da reunião em 2009. A sala onde o encontro foi realizado, por exemplo, possuía um sistema de gravação de áudio e vídeo e toda a negociação espúria foi integralmente gravada e disponibilizada aos investigadores pelo colaborador Fernando Soares", relata a Procuradoria em nota.

Na gravação, Paulo Roberto Costa e Fernando Soares identificaram o momento exato em que o oferecimento de vantagem indevida foi tratado pelos interlocutores das empreiteiras com termos ocultos, como era o usual nessas negociações.

Segundo os delatores, o registro da negociação da vantagem indevida ocorre mais claramente quando Ildefonso Colares menciona querer dar "um suporte" ao então senador Sérgio Guerra. O empresário se manifesta com a seguinte frase: "dando um suporte aí ao senador", numa referência aos valores espúrios que seriam pagos ao parlamentar. Na sequência da gravação o político responde: "conversa aí entre vocês", deixando claro que caberia às duas empresas acertarem a divisão e a forma de pagamento da propina.

De acordo com a Procuradoria, "embora o crime tenha se consumado com a mera promessa de oferecimento de vantagem indevida, segundo Paulo Roberto Costa a propina foi devidamente paga, o que foi também confirmado por Alberto Youssef, responsável por gerenciar o caixa de propina do Partido Progressista".

O relatório final da CPI da Petrobras em 2009 não indiciou ninguém ou sequer mencionava as empresas Queiroz Galvão e Galvão Engenharia. A apuração parlamentar concluiu que "o conjunto de indícios de irregularidades apontados pelo TCU nas obras da Refinaria Abreu e Lima, depois da análise empreendida pela CPI, mostrou-se inconsistente".

Para a força-tarefa, "a referida CPI não chegou a resultados efetivos devido ao grande esquema criminoso que já existia na época dentro da Petrobras, tanto que este se manteve ao longo dos anos seguintes, até ser comprovado pela operação Lava Jato".

Além da denúncia pelo crime de corrupção ativa, os procuradores ainda pedem a fixação de R$ 10 milhões como o montante mínimo para reparação dos danos causados.

O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, afirma que as provas do pagamento de propinas a parlamentares para barrar CPIs da Petrobras, em 2009 e 2014, são perturbadoras.

"Não só porque a casa foi assaltada e o guardião subornado para garantir a impunidade. Não só porque isso aconteceu na mais alta esfera da República. Isso perturba especialmente porque se os parlamentares agiram para barrar a investigação de crimes praticados por terceiros, há uma perspectiva de que poderão agir para barrar a investigação dos crimes que eles próprios praticaram. Na medida em que o número de parlamentares investigados aumenta, nossa preocupação cresce. A sociedade precisa ficar atenta, porque reações contra a Lava Jato já começaram e se fortalecerão, tanto mediante campanhas difamatórias como por meio de iniciativas legislativas", afirma Deltan.

Em nota, a construtora Queiroz Galvão afirmou que "está cooperando com as autoridades e franqueando acesso às informações solicitadas".

Apesar do nome, Resta Um, a 33ª fase da Operação Lava Jato está longe de ser a finalização das investigações dos crimes de corrupção cometidos a partir de contratos da Petrobras. Ao menos é o que indicam os responsáveis pela força-tarefa que guia as apurações do esquema. Em entrevista coletiva, na manhã desta terça-feira (2), para detalhar a nova etapa o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima afirmou que “pode demorar”, mas todos os envolvidos com as irregularidades vão ser punidos.

“Ainda resta muito a ser feito na operação Lava Jato. Apesar do tempo e das dificuldades, o dia de todos os investigados vai chegar. Por mais que possamos demorar um pouco, todos vão ser devidamente investigados e punidos, caso haja comprovação de crime”, garantiu.

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O batismo da 33ª fase, segundo a delegada da Polícia Federal Renata da Silva Rodrigues, faz referência ao chamado “club vip” das principais empreiteiras envolvidas com o cartel que dividia as obras da Petrobras para superfaturamento e pagamentos de propinas. “As investigações vão seguir. Na verdade a alusão é de que a Queiroz Galvão é uma das maiores empreiteiras do país e a última a ser alvo da Lava Jato. Com as coletas já feitas, agora temos indícios mais consistentes”, observou.

A Queiroz Galvão é suspeita de ter pago R$ 10 milhões ao ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra, que morreu em 2014. Além disso, há suspeitas de pagamentos de propinas para o caixa dois da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006, a manutenção de funcionários no exterior para dificultar o trabalho da Justiça e doações de campanhas legais camufladas. 

A empresa Queiroz Galvão, alvo da 33ª fase da Operação Lava Jato, repassou, de acordo com o núcleo responsável pela investigação, mais de R$ 20 milhões em propinas e teria cometido todas as “espécies de crimes” já identificados pela Polícia Federal (PF). Além das doações para campanhas regulares camufladas e irregularidades, de acordo com o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, a empreiteira também teria mantido funcionários no exterior e obstruído investigações, como a CPI da Petrobras em 2009.

“Ela representa todos os pecados e espécies de crimes que verificamos na Lava Jato”, cravou o procurador. “Pagamento de propina do ‘caixa 1’, sob o manto de uma suposta regularidade; do ‘caixa 2’ para campanha de reeleição do ex-presidente Lula em 2006; manutenção de funcionários no exterior, longe da justiça; e o impedimento de investigações no caso da CPI de 2009 com o senador Sérgio Guerra”, acrescentou, detalhando.

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O senador pernambucano, morto em 2014, era presidente do PSDB na época e negociou com operadores do esquema de corrupção para esvaziar a CPI sobre as suspeitas de superfaturamento nas obras da Refinaria Abreu e Lima (Renest), localizada em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR). A conversa entre o político e os empresários já havia sido relatada por diversos colaboradores, no entanto, segundo a delegada da Polícia Federal Renata da Silva Rodrigues a divulgação do vídeo do encontro corroborou os indícios. 

“Embora houvesse relatos da reunião, só recentemente o vídeo foi compartilhado pelo Supremo Tribunal Federal e passível de ser usado nas investigações. Ele mostra de forma muito clara a atuação das pessoas, num encontro de lobistas, com operadores financeiros, agentes públicos e parlamentares. No nosso entender, demonstra uma atuação direta dos investigados de obstruir as investigações”, salientou. 

Resta um

Entre os motivos que desencadearam na deflagração da Resta Um, como foi batizada a nova etapa da Lava Jato, estão indícios, segundo o Ministério Público Federal, de que foram pagos R$ 10 milhões para  evitar que "as apurações da CPI tivessem sucesso em descobrir os crimes que já haviam sido praticados até então".

A empreiteira é a última do “Club VIP” a ser alvo da Lava Jato. Segundo a delegada, os repasses de propinas teve o maior pico em 2012, com um contrato fictício entre a empresa e a KFC no valor de R$1,2 milhão destinados a pagamentos para o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. 

"Temos um novo contrato, num valor bastante alto, um contrato de R$ 1,2 milhão, que está sob análise pericial para demonstrar que foi usado para pagamento de propina. O rastreamento dos repasses ainda não foi concluído, mas já constatamos valores desde 2010. Entre eles, de doações eleitorais oficiais são R$ 7,5 milhões e um contrato simulado com o Consório Ipojuca de R$ 250 mil em 2011. No total, são R$ 20 milhões para pagamentos de propinas e R$ 24 bilhões de contratos com a Petrobras sob investigações”, listou. 

Os valores, sob a ótica da delegada, podem chegar a “números impressionantes”, isto porque, segundo ele, a apuração da PF identificou um dispositivo pessoal de Renato Duque com anotações que fazem um balanço das propinas da Queiroz Galvão. “A Queiroz devia cerca de 37 milhões. Para nós é muito claro que havia um controle de Renato Duque dos valores”, observou.

Consórcio Quip

Além das ações irregulares cometidas diretamente pelos executivos da Queiroz Galvão, a empreiteira também mantinha atos ilícitos a partir do consórcio Quip, do qual ela era a acionista líder. 

“É uma continuidade da Queiroz Galvão para a continuação da lavagem de dinheiro. Há uma série de doações identificadas, com parlamentares envolvidos, mas nosso objeto de investigação não são eles, pois têm foro privilegiado”, afirmou Renata. O consórcio agia mais diretamente com articulações no exterior e segundo a delegada envolve de três a quatro parlamentares.  

Mandados da 33ª fase

A PF prendeu de forma preventiva os ex- executivos da empresa Ildefonso Colares Filho e Othon Zanoide de Moraes Filho. Os dois, que já tinham sido detidos na 7ª fase da Lava Jato, ainda não tem prazo para serem liberados. Há ainda um mandato de prisão contra Marcos Pereira Reis, ligado ao consórcio Quip. Ele, no entanto, está no exterior. 

Além das prisões, foram cumpridas seis de condução coercitiva e 23 de busca e apreensão. As ordens judiciais são cumpridas em São Paulo, no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, em Goiás, Pernambuco e Minas Gerais.

Um vídeo entregue ao Ministério Público Federal, parte da denúncia contra o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), mostra, em 2009, o então presidente do PSDB Sérgio Guerra em uma reunião com o diretor de Abastecimento da Petrobras naquele ano, Paulo Roberto Costa, o próprio Dudu da Fonte, o lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, um executivo da Queiroz Galvão, Ildefonso Colares Filho, e um empreiteiro da Galvão Engenharia, Erton Medeiros.

No encontro, segundo a Procuradoria-Geral da República, os seis discutiram "a necessidade de concluir as investigações da CPI da Petrobras de 2009 preferencialmente com um relatório 'genérico' sem a responsabilização das pessoas".

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Sérgio Guerra morreu em 2010. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou ao Supremo Tribunal Federal nesta quarta-feira, 22, Eduardo da Fonte, por corrupção passiva, por intermediar a solicitação de R$ 10 milhões a Paulo Roberto Costa para que o então senador Sérgio Guerra agisse para barrar a CPI. Segundo a denúncia, a propina saiu de empresas participantes de esquema instalado na Diretoria de Abastecimento da Petrobras.

Na denúncia, Janot afirma que Guerra era membro da CPI no Senado e atuou para que os demais parlamentares do PSDB, partido presidido por ele na época e então de oposição ao Governo, não aprofundassem as investigações. De acordo com o procurador, Eduardo da Fonte "tinha conhecimento do esquema criminoso instalado na Petrobras e interesse na sua manutenção, por isso participou de toda a negociação para a solicitação e o acerto da propina".

O deputado era do PP, partido responsável pela indicação e manutenção de Paulo Roberto Costa no cargo de diretor e beneficiário de contratos firmados por essa Diretoria.

"Como de praxe em situações dessa natureza, a conversa se deu, em muitas passagens, em termos velados, isto é, não se dizia diretamente palavras como 'propina' nem 'vantagem indevida'. Todavia, a simples realização da reunião (...) não deixa dúvidas da ilicitude do que ali se tratava", aponta a denúncia.

Na conversa com seus interlocutores, Guerra disse que não concordava com a Comissão Parlamentar de Inquérito. "Eu tenho horror a CPI (...). Fazer papel de Polícia, parlamentar fazendo papel de Polícia", afirmou.

O vazamento de um acervo de 11,5 milhões de documentos revela movimentações de políticos, empresários, atletas e artistas no paraíso fiscal. Chamados "Panama Papers", de acordo com o jornal O Estado de São Paulo, ao menos 140 personalidades e líderes políticos estão envolvidos em um esquema de corrupção global e indica que ao menos 107 offshores foram criados pelo escritório de advocacia e consultoria panamenho Mossack Fonseca. 

Ele já foi alvo da 22ª fase da Operação Lava Jato e, segundo a investigação feita pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), os documentos expõem o envolvimento dele e de outras pessoas mencionadas como donas de empresas envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras. Fonseca tem escritórios em 35 países, especializado em criar empresas e sociedades, e cobrem um período de quase 30 anos.

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No Brasil, o escritório do panamenho passou por um mandado de busca e apreensão em janeiro, no entanto os investigadores da Lava Jato não tiveram acesso aos documentos localizados no Panamá, que são objetos da apuração internacional feita pelos jornalistas investigativos, do qual o UOL, O Estado de S. Paulo e da Rede TV integram. 

Segundo o jornal O Estado de São Paulo, ao menos 57 envolvidos no escândalo de corrupção da Petrobras no Brasil abriram empresas em paraísos fiscais através da Mossack Fonseca. Algumas empresas, segundo o periódico, eram, inclusive, desconhecidas até agora pela justiça brasileira. Outras, como a Odebrecht e a Queiroz Galvão já são investigadas pela Lava Jato. Segundo a legislação, possuir uma empresa em um paraíso fiscal não é uma prática ilegal desde que seja devidamente declarada à Receita Federal.

Eduardo Cunha

Entre as empresas aparece a Penbur Holdings, que seria de propriedade do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB). A Penbur foi citada pelo empresário Ricardo Pernambucano, em delação premiada, como beneficiária de um acordo feito entre a Carioca Engenharia, de Pernambuco, e Eduardo Cunha para a liberação de recurso do Fundo de Investimento do FGTS para as obras do Porto Maravilha. 

Os registros da Penbur na Mossak Fonseca, de acordo com a "Panama Papers", dão suporte a delação do empresário. Eles mostram que a empresa foi aberta em setembro de 2011, meses antes do pagamento da propina de R$2,5 milhões (em valores atuais). Apesar dos indícios, a assinatura do documento de abertura da empresa não é do deputado federal. 

Em nota, Cunha negou com veemência o envolvimento com a Penbur e "desafiou" qualquer pessoa a provar que tem relação com alguma empresa offshore.

Sérgio Guerra

Segundo a reportagem, também aparecem vinculados a empresas offshores outros políticos brasileiros e seus familiares. Há ligações com PDT, PMDB, PP, PSB, PSD, PSDB e PTB. O portal cita os nomes do deputado federal Newton Cardoso Jr. (PMDB-MG) e o pai dele, o ex-governador de Minas Gerais Newton Cardoso; o ex-ministro da Fazenda Delfim Netto; os ex-deputados João Lyra (PSD-AL) e Vadão Gomes (PP-SP).

O ex-senador e presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, falecido em 2014, também aparece entre os documentos da Mossack Fonseca. Guerra teria adquirido uma empresa offshore com a mulher, Maria da Conceição, e um dos filhos, Francisco. 

A New Deal Corporation emitiu poderes para os três em março de 1992, quando Guerra era deputado federal. A transação foi intermediada por um escritório de Miami (EUA). Em 1994, a companhia foi desativada por falta de pagamento das taxas do ano de 1993. De acordo com a correspondência da Mossack Fonseca, os Guerra não voltaram a manifestar interesse em manter a empresa. A família do pernambucano e o PSDB preferiram não se posicionar sobre o assunto.

O novo delator da Operação Lava Jato Carlos Alexandre de Souza Rocha, o Ceará, confirmou à Procuradoria-Geral da República o pagamento de R$ 10 milhões ao ex-presidente do PSDB senador Sérgio Guerra (PE) - morto em 2014 - para "abafar" a CPI da Petrobras de 2009, às vésperas do ano das eleições presidenciais em que Dilma Rousseff (PT) chegou ao Palácio do Planalto.

A revelação sobre o repasse milionário ao então número 1 do PSDB foi inicialmente revelada em agosto de 2014 pelo primeiro delator da Operação Lava Jato, engenheiro Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. Segundo Costa, o dinheiro foi providenciado pela empreiteira Queiroz Galvão. O doleiro Alberto Youssef, que também fez delação, já havia confirmado o pagamento ao PSDB.

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O partido nega ter recebido valores ilícitos. A empreiteira reiteradamente tem negado o repasse. Ceará fez dezenove depoimentos à Procuradoria-Geral da República, entre 29 de junho e 2 de julho de 2015. No trecho em que fala dos R$ 10 milhões para o PSDB, ele apontou o ex-deputado José Janene (PP/PR), morto em 2010 e apontado como mentor do esquema de propinas na Petrobras. "José Janene falou claramente o seguinte: 'A CPI terminou em pizza'".

Segundo Ceará, o ex-deputado do PP era um dos cabeças do esquema de corrupção instalado na Petrobras.

Foi Ceará quem apontou em sua delação a entrega de R$ 300 mil ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) por um executivo da empreiteira UTC - uma das líderes do cartel que atuou na Petrobras entre 2004 e 2014, corrompendo e superfaturando preços em contratos bilionários, em conluio com políticos e executivos da estatal petrolífera.

"Em 2009, Alberto Youssef disse que, para 'abafar' a CPI da Petrobras, teria que entregar R$ 10 milhões para o líder do PSDB no Congresso Nacional, além de outros valores para outros políticos", registra a Procuradoria-Geral da República. "Parte desse dinheiro deveria ser retirado do 'caixa' do Partido Progressista, formado com propina oriunda de contratos de empreiteiras com a Petrobras."

O PSDB nacional foi procurado e não respondeu aos questionamentos. Em outra ocasião, divulgou nota defendendo que o caso seja investigado. "O PSDB defende que todas as denúncias sejam investigadas com o mesmo rigor, independente da filiação partidária dos envolvidos e dos cargos que ocupam."

A Petrobras informou por meio de nota que não iria se manifestar, "uma vez que o assunto está sendo investigado pelas autoridades competentes".

O doleiro Alberto Yousseff afirmou, em depoimento de delação premiada na Operação Lava Jato, que o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) – falecido em agosto de 2014 - recebeu R$10 milhões em propina do superfaturamento das obras da Refinaria Abreu e Lima. O valor, segundo informações divulgadas nesta terça-feira (3) pelo jornal Folha de São Paulo, foi pago a partir de contratos do consórcio Conest entre 2010 e 2011, para que o governo não criasse dificuldades no andamento das obras.

Além do suposto envolvimento de Campos, de acordo com a reportagem, o deputado federal Eduardo da Fonte (PP) e o ex-deputado federal Sérgio Guerra (PSDB) – falecido em março de 2014 – também foram beneficiados com as irregularidades.

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Da Fonte teria recebido uma parcela do suborno como doação oficial de campanha. O valor foi, segundo o periódico, extraído de um contrato da Queiroz Galvão de cerca de R$2,7 bilhões para a instalação de tubovias na Refinaria. A negociação foi articulada por Fernando Soares, o Baiano.  Do total da propina, R$10 milhões seriam destinados para impedir a criação de uma CPI no Congresso para investigar a estatal, onde Sérgio Guerra passava a ser o beneficiado. 

Defesa

O Portal LeiaJá entrou em contato com o deputado Eduardo da Fonte, que afirmou desconhecer as denúncias. “Condeno a prática de atos ilícitos, todos sabem disso. Vou confiar na Justiça”, resumiu em defesa própria.

Já o PSB e a família de Campos disse, em nota encaminhada ao jornal de circulação nacional, que repelia "veemente a tentativa de envolver uma pessoa que não está aqui para se defender”. "Todo o Brasil sabe que a obra objeto da denúncia é executada pela Petrobras, contratos feitos pela diretoria da empresam sem conexão com o Governo de Pernambuco.”

Paulo Roberto Costa, em delação premiada, apontou data e valores que teriam sido entregues ao ex-senador Sérgio Guerra (PE) para 'travar' CPI da Petrobras. A informação foi dada pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, em um de seus depoimentos no âmbito da delação premiada que fez perante força tarefa do Ministério Público Federal.

Guerra fez parte da Comissão Parlamentar de Inquérito. Ele morreu em março de 2014. Paulo Roberto revelou data e valores que teriam sido repassados ao então senador. Costa disse que entregou propina para Guerra a pedido de empreiteiras que tinham interesse em neutralizar a CPI.

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A delação de Costa está nas mãos do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal. Em seus relatos, o ex-diretor da estatal petrolífera citou pelo menos 32 parlamentares que teriam sido beneficiados pelo esquema de corrupção que se instalou na Petrobras.

O presidente nacional do PSDB e presidenciável, senador Aécio Neves, está organizando uma missa em memória dos 30 dias de falecimento do ex-presidente estadual do partido, deputado federal Sérgio Guerra. A celebração eucarística ocorrerá nesta teraça-feira (8), na Catedral Metropolitana de Brasília, às 19h30.

Segundo informações da assessoria de imprensa do PSDB em Pernambuco, já está confirmada a presença de familiares como a filha de Guerra, Helena Guerra, os presidentes da Câmara e Senado Federal, Henrique Eduardo Alves (PMDB) e Renan Calheiros (PMDB), respectivamente, além de correligionários e amigos do tucano. Já Pernambuco quem participará da solenidade religiosa será o presidente estadual da legenda e deputado federal, Bruno Araújo (PSDB). 

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Falecimento – Sérgio Guerra sofria de um câncer nos pulmões e passou mais de 20 dias internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paul o onde morreu no último dia 6 de março vítima de uma pneumonia. 

O deputado Betinho Gomes (PSDB) divulgou que concorrerá ao cargo de deputado federal nas eleições deste ano. Em nota, o tucano relatou que depois da morte do líder estadual do partido, o deputado federal Sérgio Guerra (PSDB), foi motivado por aliados a concorrer ao cargo. 

Confira a nota na íntegra:

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"Prezados,

Na vida, o destino, às vezes, nos coloca diante de desafios. Na política, não é diferente. E para enfrentá-los temos que sair da nossa zona de conforto e ousar. 

Todos sabem da minha relação política com o deputado Sérgio Guerra; sabem também que, se estivesse vivo, Sérgio seria nosso candidato a deputado federal. Em função desse fatídico acontecimento, comecei a ser questionado por aliados, amigos e correligionários sobre a possibilidade de disputar um mandato de deputado federal. 

No primeiro momento, não considerei a possibilidade. Após ouvir amigos e aliados e avaliar os argumentos apresentados,  entendo que já dei a minha modesta contribuição ao estado de Pernambuco na condição de deputado estadual, sobretudo aos municípios do Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão, que formam as minhas principais bases políticas. 

Considero que chegou a hora de dar um passo à frente e me colocar como candidato a deputado federal. 

Sei o tamanho do desafio. Estou trocando um mandato quase certo de deputado estadual por uma disputa em outro nível e com um grau de dificuldade maior, mas, na política, não há espaço para falta de coragem e ousadia. 

Não poderia disputar um mandato só pela conveniência ou comodidade pessoal. Chegou o momento de ousar! Vou à luta para me tornar um dos 25 deputados federais que representam o nosso Estado em Brasília. 

Por fim, quero agradecer ao meu líder Elias Gomes, que é o grande defensor desta nova missão que vou cumprir. Também agradeço à minha família, sobretudo pela compreensão diante dessa minha decisão.

Betinho Gomes

Deputado estadual"

O presidente da Juventude do PSDB pernambucano, Raffiê Dellon, participou do encontro com o presidente nacional do partido, senador Aécio Neves (MG), realizado em Brasília. No evento, foi anunciada a formação de um grupo de trabalho que ajudará na construção do plano de governo para a sucessão presidencial.

Durante a reunião, Raffiê solicitou ao senador um minuto de silêncio em memória do deputado federal Sérgio Guerra (PSDB) que faleceu no começo deste mês. No encontro, também foram lançados os sites da Juventude do PSDB e do Calendário de Escândalos e Inconsequências do governo Dilma. “Foram tantas denúncias, fraudes, erros e fracassos que conseguimos preencher todos os dias de 2011, 2012 e 2013”, diz a chamada do novo espaço do PSDB na rede.

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O presidente nacional da Juventude tucana, Olyntho Neto, reforçou o uso das redes sociais, além de eventos de formação política, para difundir a mensagem tucana ao eleitorado

Depois da morte do presidente estadual do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e deputado federal, Sérgio Guerra, membros do diretório da legenda em Pernambuco irão preparar um livro sobre a biografia do parlamentar. Para elaborar a obra, a deputada estadual Terezinha Nunes (PSDB) e a presidente do PSDB Mulher PE, Judite Botafogo foram designadas para organizar as informações. 

O livro sobre Guerra será produzido em entendimento com a família do deputado e com a executiva nacional do PSDB. Para a coleta de dados sobre sua trajetória na vida pública do homenageado serão ouvidos jornalistas e lideranças políticas que conviveram com o político, principalmente os das regiões da Mata Norte e Agreste onde o tucano tinha forte presença política.

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O presidente em exercício do PSDB de Pernambuco, deputado Bruno Araújo , revelou que um dos pontos que serão tratados na reunião da Executiva Estadual da legenda será a criação de um Conselho Político da sigla. Esta será o primeiro encontro após o falecimento do ex-líder do partido, Sérgio Guerra.

Outro tema que estará na pauta será a avaliação das chapas proporcionais do PSDB nas eleições deste ano. Bruno Araújo também levará para a reunião a proposta de batizar a sede do PSDB de "Senador Sérgio Guerra". O grupo também pretende, em acordo com a família de Guerra, planejar a biografia do ex-presidente do partido.

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O encontro acontece nesta segunda-feira (17), às 12h, na sede do partido, no Derby.

A Direção Estadual do PSDB se reunirá na próxima segunda-feira (17) para definir os rumos do partido em Pernambuco depois do falecimento do líder da legenda, o deputado Sérgio Guerra. A composição do colegiado e a discussão sobre a aliança com o PSB no Estado estarão em pauta.

O deputado Bruno Araújo (PSDB) coordenará o encontro pela primeira vez como presidente da legenda. A reunião acontecerá na sede do partido no Recife, ao meio-dia.

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O presidente do PSD em Pernambuco, André de Paula, vai tomar posse nesta quarta-feira (12) na Câmara dos Deputados, em Brasília. O pernambucano vai preencher a vaga deixada pelo deputado federal Sérgio Guerra (PSDB), falecido na última quinta-feira (6) vítima de um câncer no pulmão. Esta não será a primeira estadia de André de Paula no legislativo nacional. Ele já cumpriu um mandato de deputado federal, eleito em 1999. Em 2010, André ficou com a vaga de suplente pelo DEM ao receber 63.005 votos.

"Não quero nada festivo. Será uma cerimônia discreta, apenas para cumprir as formalidades", informou, fazendo menção ao falecimento de Guerra. Para André o início efetivo do seu mandato, com direito a festa acontecerá em 2015, já que ele faz planos de disputar a reeleição este ano. 

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André de Paula já foi vereador do Recife, em 1989, deputado estadual por duas vezes, de 1991 a 1998, e secretário de Produção Rural e Reforma Agrária, por três anos, no governo de Jarbas Vasconcelos (PMDB). Na Câmara dos Deputados presidiu as comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS) e de Legislação Participativa (CLP). Foi líder do bloco das Minorias e integrou as comissões especiais de Reforma Política e do Nepotismo.

Nesta quarta-feira (12) será celebrada uma missa em alusão ao sétimo dia do falecimento do deputado federal Sérgio Guerra (PSDB). A cerimônia está marcada para às 18h, na capela da Imaculada Conceição, na oficina cerâmica Francisco Brennand, no bairro da Várzea, zona oeste do Recife.

Sérgio Guerra sofria de um câncer nos pulmões, desde 2012, e morreu na última quinta-feira (6), vítima da falência múltipla dos órgãos, em decorrência da imunidade baixa, obtida com o agravamento cancerigeno, que já atingia o cerébro. O deputado já havia sido submetido a duas cirurgias no cérebro, além de tratamentos com radioterapia para tratar os tumores. Ele era diabético e perdeu um rim aos 12 anos. 

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O velório do tucano aconteceu na sexta (7) e contou com a participação de inúmeros quadros políticos de ordem nacional. Respeitado como o “articulador da oposição”, Guerra arrancou muitas lágrimas de correligionários e familiares durante a despedida. O deputado também era presidente estadual do PSDB e presidente nacional do Instituto Teotônio Vilela. (ITV). 

A trajetória do deputado federal Sérgio Guerra (PSDB) foi registrada, nesta segunda-feira (10), no Plenário da Assembleia Legislativa do Estado (Alepe). O parlamentar era presidente estadual do PSDB e morreu na última quinta (6), em decorrência de um câncer de pulmão. 

O deputado Antônio Moraes (PSDB) destacou a biografia de Sérgio Guerra, que era economista e vinha de uma família de políticos: o pai, Pio Guerra, e o irmão, José Carlos Guerra, também foram deputados federais. O parlamentar lembrou que, antes de chegar ao PSDB, Sérgio foi filiado ao PMDB e ao PSB. Segundo o deputado, graças às articulações realizadas por Guerra, várias obras foram executadas no Estado, como o Complexo de Suape e, mais recentemente, a duplicação da BR- 408. 

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De acordo com o deputado Betinho Gomes (PSDB) Guerra conduzia o partido com brilhantismo. O deputado pediu ao presidente da Alepe, o deputado Guilherme Uchoa (PDT), que envie ofício ao Congresso Nacional solicitando que a Casa apresente um projeto denominando a BR-408 de Rodovia Sérgio Guerra. Na opinião da deputada Terezinha Nunes (PSDB) Guerra foi um dos maiores políticos da história do Brasil. A deputada lembrou, também, que o parlamentar nunca vai ser esquecido pelo movimento de mulheres tucanas, pela atenção que dava ao segmento. 

O deputado Daniel Coelho (PSDB), ressaltou que o líder tucano foi o grande responsável pela reestruturação do partido, ampliando o diálogo com as mulheres, os jovens e os sindicalistas.

O senador e presidenciável, Aécio Neves (PSDB), divulgou nesta segunda-feira (10) um artigo, em um jornal de circulação nacional, destacando a amizade e a atuação política do deputado federal Sérgio Guerra (PSDB) falecido na última quinta-feira (6). Neves participou das últimas homenagens ao pernambucano na última sexta (7), durante o velório o presidenciável intitulou Guerra como um "político destemido" e afirmou que ele fará falta na construção do cenário político nacional para o pleito deste ano. 

Veja o texto na íntegra:

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Sérgio, meu amigo.

Há três dias nos despedimos de você, em uma Recife consternada pela perda do homem público admirado em todo o país. Entre tantos de nós que fomos levar à sua família o nosso respeito, lutei para não me deixar tomar pela emoção da hora. Foi impossível não revisitar nossas caminhadas pelo Brasil e os encontros que marcaram nossa convivência.

Penso que algo estranho acontece quando nos despedimos de pessoas que nos são tão especiais. Por um lado, parece que envelhecemos subitamente, transformados em sobreviventes de outros tempos e histórias já vividas. Por outro, encontramos nessas mesmas histórias novos sentidos e o ânimo necessário para seguir em frente.

Nesses dias, com justiça, o país inteiro ouviu de seus companheiros de jornada –e mesmo de adversários tradicionais– inquestionáveis elogios às virtudes que embalaram a sua vida pública. Quase sempre, o conciliador dedicado à construção de novas convergências em favor do país foi também lembrado como o crítico feroz aos desvios, malfeitos, contradições e desarranjos da vida nacional, especialmente presentes neste nosso trecho de história.

As mais de três décadas de intensa militância política –e nem mesmo as doenças graves que o abateram– foram capazes de esmorecer uma indignação juvenil que, sei, movia-lhe, como se mantivesse intocado o líder estudantil da juventude e aquelas sempre grandiosas esperanças.

Guardo comigo uma grande admiração pela leveza e alegria com que você sempre conduziu as suas responsabilidades, afastando da política o peso do rancor e do confronto pessoal estéril. Talvez por isso, quase todas as suas relações nesse campo tenham se transformado em boas amizades. Da mesma forma, sou testemunha do seu esforço sobre-humano para não permitir que o líder tomado por compromissos se sobrepusesse ao pai dedicado, que de longe se afligia com a caminhada dos quatro filhos.

Outra imagem que ficou foi a do ativista em luta permanente e admirável pelas grandes causas do país. Do Brasil pobre, injusto e desigual, que continua existindo de forma dramática ainda mais visível no Nordeste, razão maior de sua militância política.

Sei que não o ouviremos mais recontando casos acontecidos com a gente simples do sertão pernambucano, de onde tirava exemplos e lições. Não o veremos cobrando à política nacional respeito aos brasileiros. Não o teremos mais à mesa, fazendo a defesa intransigente dos valores democráticos. Mas cuidaremos, querido amigo, com respeito e reconhecimento, para que suas ideias e seus compromissos se multipliquem na voz e na caminhada de cada um de nós pelo Brasil.

Com gratidão, Aécio.

 

A filha do deputado Sérgio Guerra (PSDB), que faleceu na última quinta-feira (06), vítima de um câncer no pulmão, foi a porta voz da família durante o velório e a missa do corpo presente do seu pai nesta sexta (07). Ela acreditava que o líder tucano venceria a luta contra a doença. 

“O sobrenome Guerra faz jus à figura do meu pai porque em todos os momentos a gente achava que ele ia conseguir”, disse Helena, que foi lembrada por líderes partidários como possível sucessora do seu pai.

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Segundo a filha do tucano, o pai sempre teve uma saúde frágil, mas conseguiu vencer vários momentos difíceis da doença.

“Ele estava lúcido até dois atrás quando a infecção voltou com bastante gravidade. Mas eu conversei com ele durante esse tempo, lia jornal para ele, e o que ele sempre quis foi que a gente mantivesse nossa família unida, que cuidasse do nosso irmão pequeno e que defendesse o legado dele”, contou.

Para Helena Guerra, “seu pai era uma referência, o norte que a gente já tinha”. “Ele lutou bravamente e a gente tem muito orgulho disso. Orgulho do pai, do avô, do político que ele é porque o legado dele permanece em Pernambuco. Hoje recebi tantas manifestações de pessoas que vieram de tão longe para falar com ele, não me refiro apenas aos políticos mas a gente do povo. Isso fica, permanece. É isso que fica para a gente, o legado dele de defesa da democracia e de Pernambuco”, disse.

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