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Envolto de muita polêmica, o edital das eleições para presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Pernambuco foi cancelado nessa quarta-feira (5). As oposições do sindicato reclamavam de ter sido dado apenas um dia para a inscrição das chapas. Agora a responsabilidade de coordenar as novas eleições é do Ministério Público do Trabalho (MPT).

O presidente do sindicato Patrício Magalhães, no cargo há 33 anos, informou que devido às reclamações, a diretoria cancelou as eleições que ocorreriam nos dias 10 e 11 de fevereiro e pediu ao MPT que organizasse o novo edital. Mas segundo o líder da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Roberto Carlos Torres, foi a oposição que procurou o MPT.

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“Patrício nunca iria fazer isso. Nós que fomos ao ministério, levando o estatuto e provando que a eleição era antidemocrática”, comenta Roberto. “As eleições seriam na próxima segunda, mas a posse só ocorreria em dezembro, então qual a necessidade dessa pressa no período de inscrição de chapas?”, indaga o líder.

A CUT informou que Patrício Magalhães também era responsável por escolher os presidentes da mesa avaliadora das eleições e pela posse da urna de votos, privilégios que deve perder com o novo edital.

Na próxima semana, o Ministério Público convocará sindicato e oposição para passar as instruções e detalhes sobre o novo edital. Atualmente o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Pernambuco possui duas oposições: a CUT e a Conlutas, que entraram na justiça juntas. De acordo com a CUT, ainda não se sabe se as oposições vão fazer chapas únicas ou divididas.

Protesto - No último dia 31 de janeiro a Oposição dos Rodoviários realizou uma paralisação no Recife. Por cerca de 3 horas vários veículos ficaram parados no centro e em terminais de integração da cidade.

A mobilização foi motivada por uma briga interna da categoria. A Oposição buscava cancelar o edital para eleição lançado pelo Sindicato. O protesto prejudicou a vida de vários passageiros, que não tinham outro meio de transporte para chegar aos trabalhos e escolas.

A simbiose entre CUT e PT, que teve seu auge no governo Luiz Inácio Lula da Silva, arrefeceu no mandato de Dilma Rousseff, mas essa relação ainda precisa ser revista, afirmam auxiliares da presidente. "Aquela CUT dos anos 1980 acabou. Se antes ela renegava a negociação com os patrões e com o governo, justamente por se opor ao sistema político e empresarial instalado, ela foi aos poucos cedendo. Passou de uma central radicalmente contra o sistema para uma que representa o sistema de forma plena, como ocorre hoje", disse o professor Ricardo Antunes, cientista político da Unicamp.

O posicionamento da CUT acabou fazendo a central perder grupos importantes nos últimos anos. A extrema esquerda deixou a entidade em 2005 para criar a Conlutas, que devolve tudo o que recebe do imposto sindical, e tem no Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP) sua trincheira mais forte. Já o grupo que sempre apoiou o imposto sindical, mas se incomodava com as críticas feitas pela CUT, saiu em 2007 para criar a CTB, braço sindical do PC do B.

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"A CUT é contrária ao dinheiro repassado pelo Estado, embora aceite ele como todas as outras. Ela sabe que na vida real é impossível fazer luta sindical sem esses recursos", disse o presidente da CTB, Wagner Gomes. Para o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, presidente da Força Sindical desde 1999, a CUT vive um "drama que piora a cada dia". "Eles teriam que romper com o governo federal para voltar a chamar a atenção, a liderar o movimento sindical como sempre fizeram. Mas estão anestesiados, não entram em nenhuma bola dividida, e isso tem aberto muito espaço para nós." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

A Oposição Rodoviária de Verdade/CSP-Conlutas está organizando um novo ato para esta sexta-feira (5). A mobilização está programada para ocorrer às 14h, na Praça do Derby, ainda sem definição de roteiro.

Em nota publicada no perfil do Facebook, a oposição define a manifestação como um “ato de solidariedade aos rodoviários e contra a ameaça de repressão violenta por parte do governo do estado”.

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“Muitas entidades, sindicatos e estudantes estão comovidos com a orientação de Eduardo Campos de colocar policiais nas ruas para oprimir a categoria. Eles estão querendo pressionar quem está lutando para conquistar os seus direitos”, afirmou Aldo Lima, líder da oposição. 

Confira a nota na íntegra:

Ato de Solidariedade aos rodoviários e contra a ameaça de repressão violenta por parte do governo do estado e sua política de bate e arrebenta da época da ditadura militar e tb para defender o direito da população, dos estudantes e trabalhadores em exigir a TARIFA ZERO como melhor forma de garantir a mobilidade urbana.

Participe, Hoje as 14h na Praça do Derby.

#SomosTodosRodoviários

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