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O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados reúne-se nesta terça-feira (15) para leitura, discussão e votação do parecer do deputado João Marcelo Souza (MDB-MA), relator do Processo 14/19 (REP 15/19), contra o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP).

O PT acusa o parlamentar de quebra de decoro por ter destruído uma charge que denunciava violência policial contra negros em uma exposição na Câmara, em novembro de 2019.

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Em depoimento ao Conselho de Ética, Coronel Tadeu se disse arrependido. Ele afirmou ainda que se comprometeu a ressarcir o dano, apesar de nunca ter sido cobrado, e que se retratou, inclusive por meio de grandes veículos de comunicação.

A reunião está prevista para as 14 horas, no plenário 11.

*Da Agência Câmara de Notícias

 

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados instaura, nesta quarta-feira (11), processos contra sete deputados do PSL. Um, o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP), está sendo processado por quebra de decoro, a pedido do PT, por ter retirado uma placa sobre genocídio negro, que integrava uma exposição sobre o Dia da Consciência Negra e retratava um jovem negro algemado e um policial. Tadeu retirou a placa do local e a quebrou.

O PT argumenta que a destruição "reforça as estatísticas de uma cultura racista e de violência diária contra a população negra". Após a abertura do processo contra Coronel Tadeu serão sorteados os nomes que vão compor a lista tríplice para a escolha do relator do caso.

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Também serão abertos nesta quarta outros seis processos, todos pedidos pelo PSL contra deputados do próprio partido em consequência da disputa pela liderança da legenda, em meados de outubro, protagonizada pelos deputados Eduardo Bolsonaro (RJ) e Delegado Waldir (GO).

Carla Zambelli é processada pelo partido por tuítes em que defende a substituição de Waldir.

O PSL afirma que as palavras de Zambelli ultrapassaram a linha que separa o debate político da violência moral. “Usar da palavra em meio público de comunicação para exclusivamente ofender a honra dos colegas de partido representa manifesto abuso da prerrogativa individual do parlamentar de participar ativamente da vida política do País.”

O processo contra o deputado Daniel Silveira (RJ)  envolve uma reunião reservada em que se discutia a disputa pela liderança da legenda. Silveira gravou o encontro e a gravação foi, posteriormente, divulgada por diversos veículos de comunicação.

“Sem permissão e com intenção de prejudicar seu partido, registrou partes das conversas e manipulou manifestações. Assim, agiu de modo desleal, imoral, abusando da confiança, tornou uma reunião séria em chacota nacional”, acusa o PSL.

A denúncia contra Carlos Jordy (RJ) refere-se a postagens feitas pelo parlamentar nas redes sociais que questionam a opção de seus colegas de partido pela permanência do então líder Delegado Waldir.

O PSL afirma que Jordy faz “a absurda suposição de que todos devem ser obedientes à vontade do presidente, pois só foram eleitos pelo apoio que o então candidato Jair Bolsonaro havia franqueado aos candidatos do PSL”.

A deputada Alê Silva também é processada pelo partido por sua atuação nas redes sociais a respeito do assunto.

“A deputada, injustificadamente, desdenha dos colegas de partido ao inflamar uma revolta intrapartidária. De forma direta, e sem apresentar os elementos de convicção, a representada reverbera infundada acusação de traição contra o presidente”, diz a denúncia.

Já Filipe Barros (PR), que também defendeu a troca da liderança, é acusado pelo PSL de atacar a honra de seus colegas de partido ao tentar impor uma contradição a quem havia apoiado o presidente da República na época da campanha eleitoral e, depois, manifestar interesse na permanência do atual líder do partido.

“Filipe Barros chegou a acusar diretamente a deputada Joice Hasselmann [então líder do governo no Congresso] de conduta ilícita e não republicana, ao imputar prática delituosa de ameaça e corrupção contra seus pares”, afirma o PSL no processo.

Por fim, o deputado Bibo Nunes (RS) é processado pelo partido por atacar a honra de seus colegas de partido ao chamá-los de traidores numa rede social.

“Essa manifestação, bastante irônica, demonstra o seu desprezo pela legítima ocupação dos cargos partidários, colaborando assim para o desentendimento e desmoronamento da solidez parlamentar, o que configura maltrato à fidelidade partidária.”

André Janones

Ainda nesta quarta, o Conselho de Ética vai analisar o processo movido pelo Solidariedade contra o deputado André Janones (Avante-MG). O partido alega que Janones fez uma transmissão pelo Facebook ofendendo os membros do Parlamento e trazendo "dados inverídicos sobre a atuação do Poder Legislativo".

Janones afirma que "desenvolve trabalho de fiscal do povo em todo o estado de Minas Gerais e via redes sociais", e que sua fala está amparada pela imunidade parlamentar. O próprio Supremo Tribunal Federal, segundo Janones, reconhece que "o congressista tem liberdade para proferir palavras duras durante o debate político".

O deputado JHC (PSB-AL) sugeriu o arquivamento do caso, mas o parecer foi rejeitado no fim de outubro, por 5 votos a favor e 11 votos contra.

Agora os deputados vão avaliar o parecer apresentado pelo deputado Diego Garcia (Pode-PR) que recomenda o prosseguimento do processo.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a condenar, nesta quarta-feira (20), a destruição, pelo deputado Coronel Tadeu (PSL-SP), de uma placa contra o genocídio negro, na terça-feira (19). A arte do cartunista Carlos Latuff é parte de uma exposição sobre o Dia da Consciência Negra, comemorado nesta quinta-feira (20).

A mostra apresenta a história de diversas personalidades negras do país e está montada no túnel que faz ligação entre as comissões e o plenário principal. A placa tem uma charge do cartunista Carlos Latuff, com um policial de costas com revólver na mão e um jovem negro caído no chão com a legenda 'O genocídio da população negra'. Sob o argumento de que o conteúdo ofendia o trabalho dos policias militares, o deputado gravou um vídeo destruindo a placa e foi alvo de críticas.

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Rodrigo Maia condenou a violência e afirmou que o gesto não pode virar um precedente para outros atos semelhantes, porque desrespeita a livre manifestação artística na Câmara. “Estamos vendo uma solução para esse problema. É lamentável, [ocorrer em] uma exposição que a Câmara autorizou. Uma coisa é fazer uma crítica a uma peça e chegar à conclusão de que ela não está no lugar adequado, outra coisa é tirar essa peça com violência. Então, a gente tem que encontrar um caminho para encerrar esse episódio para que não se repita”, disse.

Sobre a recolocação da placa na exposição, o presidente da Câmara disse que está avaliando o caso com a diretoria responsável pela exposição. “Vamos ver se se consegue encontrar um caminho no qual se respeite o trabalho do artista e valorize nossa polícia. Não devemos generalizar, porque, quando se generaliza contra a política, a gente não gosta, então não deve generalizar a PM [Polícia Militar], mas também não deve generalizar a violência contra as exposições livres”, ponderou.

Mais tarde, o líder do governo na Câmara, deputado Vitor Hugo (PSL-GO), ao falar sobre o episódio, disse que os policiais militares são alvo de preconceito. “Fazer uma generalização de que todos os policiais contribuem para a morte de negros no Brasil é uma visão parcial do problema e, certamente, tão preconceituosa quanto o racismo.”

Na avaliação de Vitor Hugo, Coronel Tadeu fez, com seu gesto, uma defesa dos policiais militares. “Nós entendemos a atitude do Coronel Tadeu como uma defesa dos policiais militares e dos profissionais de segurança pública. É ter preconceito com um grupo de brasileiros que expõem suas vidas todos os dias em prol do restante da sociedade”, afirmou.

 

Em discurso na Câmara dos Deputados, nessa terça-feira (19), o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), o mesmo que participou da destruição da placa da ex-vereadora Marielle Franco no ano passado, defendeu a retirada da placa sobre genocídio negro do plenário e disse que se mais negros morrem é porque “tem mais negros no crime”.

"É evidente que mais negros morrem. Eu tive o prazer e o desprazer de operar em todas as favelas do Estado do Rio de Janeiro. Lá tem mais negros com arma, tem mais negros cometendo o crime, mais negros confrontando a polícia, e mais negros morrem", disse.

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Daniel Silveira também quis “apertar a mão” do deputado federal Coronel Tadeu (PSL), responsável por ter rasgado a placa que continha uma charge de um homem negro sendo morto pelas mãos da polícia militar. O painel de autoria do artista Carlos Henrique Latuff fazia parte da exposição “(Re)existir no Brasil: Trajetórias Negras Brasileiras” do Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado neste 20 de novembro.

Sobre o genocídio negro nas periferias do Brasil, Silveira classificou como uma “falácia”, uma vez que, segundo ele, os dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre o índice de assassinatos às pessoas negras não são verdadeiros.

Presidente da Câmara critica deputado que vandalizou o quadro

Durante o debate entre os parlamentares, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se colocou contra o ato de vandalismo à peça em exposição. “Numa democracia, não é porque nós divergimos da posição da outra pessoa que nós devemos agredi-la fisicamente e verbalmente ou retirar de forma violenta uma peça de uma exposição que foi autorizada pela presidência da Câmara”.

Rodrigo Maia também desaprovou os deputados que defenderam o Coronel e reiterou que a importância do Dia da Consciência Negra, bem como o diálogo, “é um dia em que nós deveríamos estar defendendo a inclusão dos negros na política, a igualdade de oportunidades e não agredindo um cartaz, que pode inclusive, ser injusto por parte da polícia. Mas isso nós deveríamos ter resolvido com o diálogo e não com agressão”, concluiu.

O que diz o Ipea

No mais recente estudo divulgado pelo órgão em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Atlas da Violência de 2017 revelou que em dez anos (2007-2017), a taxa de homicídios de pessoas negras cresceu em 33,1%, enquanto os assassinatos aos não negros aumentou em 3,3%. De acordo com a pesquisa, só no ano de 2017, 75,5% das vítimas de homicídio no Brasil eram negras. 

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"Não há arrependimento. Quem foi atacada foi a Polícia Militar", afirma o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP) que entrou no centro do debate político nesta terça-feira (19), ao arrancar um cartaz em um exposição sobre o racismo na Câmara.

Na imagem, um policial de arma na mão e um rapaz negro estendido no chão, com a camisa do Brasil e algemado. No cartaz, lia-se a frase "O genocídio da população negra".

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O ato do deputado provocou reação imediata de deputados que acusaram o militar de racista. Tadeu se defende elogiando a exposição e negando qualquer tipo de preconceito.

Por que o senhor arrancou o cartaz?

A exposição é maravilhosa, sobre racismo. Sou favorável à pauta. Mas, no meio de tanto cartaz bonito, você vê uma agressão como essa contra a Polícia Militar? Isso é inaceitável.

O senhor se arrepende de seu ato?

Essa é uma casa de debate e, por ser a casa do debate, você precisa incentivar cada vez mais esse debate. Não me sinto arrependido. Fiz o meu papel eleito por quase 100 mil famílias de policiais do Estado de São Paulo. Só que, no momento em que venho para a Câmara dos Deputados, eu deixo de representar os policiais e passo a representar toda a sociedade. Eu não poderia admitir uma agressão daquela altura. Quem sabe que a forma não foi tão acertada, mas a medida foi correta. Não há arrependimento. Quem foi atacada foi a Polícia Militar.

O senhor fala em contraponto, mas já havia um ofício da Frente de Segurança Pública pedindo a retirada do material. O senhor não acha que ultrapassou o limite?

Infelizmente, eu não sabia que havia o ofício. Se eu soubesse que havia um pedido formal de retirada, eu não teria feito isso. Meu estilo não é de usar esse tipo de atitude.

O senhor está sendo acusado de ter quebrado o decoro parlamentar...

De jeito nenhum. Não ofendi um parlamentar. Não ofendi nenhuma pessoa. Simplesmente eu exerci o meu mandato. Mais do que nunca defender quem precisa ser defendido. E, aqui, estamos tratando de uma agressão e não de uma exposição. Estamos tratando de uma agressão a um determinado público. E isso não pode ser permitido.

O senhor foi acusado de racismo por essa atitude...

Nesse momento as vítimas de racismo foram os polícias que foram acusados de serem os executores, homicidas. A mensagem é imprópria e não deveria estar dentro da Câmara dos Deputados.

A sua atitude hoje ocorre no dia em que está confirmado que a morte da menina Agatha Moreira, de oito anos, no Rio, foi causada por um tiro partido por um policial...

Pergunta ao policial se ele queria matar a menina. Quantas vítimas de bala perdida nós temos. O fato de ser hoje é apenas uma mera coincidência. Aquele projétil não tinha aquele endereço e, infelizmente, ele vitimou uma criança. Polícia não quer matar inocente.

Quatorze parlamentares da oposição ajuizaram representação ao procurador-geral da República, Augusto Aras, solicitando a abertura de inquérito civil e criminal contra os deputados federais Daniel Silveira (PSL-RJ) e Coronel Tadeu (PSL-SP), que arrancou à força um cartaz com críticas ao genocídio negro e à Polícia Militar. O parlamentar gravou o ato e divulgou em suas redes sociais.

O cartaz em questão exibia uma charge do cartunista Latuff, na qual um rapaz negro aparece morto enquanto um policial militar se afastaria carregando uma arma. A arte integrava a exposição (Re)Existir no Brasil - Trajetórias negras brasileiras, que visibilizava a morte de jovens negros em meio ao Dia da Consciência Negra, lembrado nesta quarta-feira (20).

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Ao destruir o cartaz, Coronel Tadeu afirmou que 'policiais não são assassinos'.

"Policiais são guardiões da sociedade, sinto orgulho de ter 600 mil profissionais trabalhando pela segurança de 240 milhões de brasileiros", escreveu, ao divulgar o vídeo em que comete o ato.

Na representação a Aras, os deputados de oposição afirmam que a 'a atitude não condiz com a postura esperada de qualquer cidadão, muito menos um parlamentar eleito'.

Em relação a Daniel Silveira, os deputados destacam fala do parlamentar no plenário da Câmara. Ele afirmou que a 'maior população carcerária é formada por negros no Brasil porque mais negros cometem crimes'.

"Agora, não venha atribuir à Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro as mortes, porque um negrozinho bandidinho (sic) tem que ser perdoado", declarou.

A fala, segundo os deputados, tem conotação racista, configurado como crime inafiançável e imprescritível no Código Penal.

Daniel Silveira é o mesmo parlamentar que, em outubro do ano passado, ainda quando era candidato ao cargo na Câmara, rasgou uma placa em homenagem à vereadora assassinada Marielle Franco, morta em março de 2018 em circunstâncias ainda hoje não esclarecidas.

"Obviamente, a liberdade de expressão e imunidade parlamentar não são ilimitados e precisam respeitar outros direitos previstos na Constituição Federal", argumentam os parlamentares. "Dessa forma, a liberdade de se expressar não pode se confundir com o discurso de ódio, o incentivo à violência e a reprodução de preconceitos sociais, raciais, étnicos e de gênero. Houve, no caso, clara incitação e apologia à violência".

Assinam a peça os deputados federais Áurea Carolina (PSOL-MG), David Miranda (PSOL-RJ), Talíria Petrone (PSOL-RJ), Benedita da Silva (PT-RJ), Orlando Silva (PCdoB-SP), Bira do Pindaré (PSB-MA), Ivan Valente (PSOL-SP), Fernanda Melchionna (PSOL-RS), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Edmilson Rodrigues (PSOL-PA), Glauber Braga (PSOL-RJ), Luiza Erundina (PSOL-SP), Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e Sâmia Bomfim (PSOL-SP).

A reportagem busca contato com os deputados Coronel Tadeu e Daniel Silveira. O espaço está aberto a manifestações.

O deputado federal Coronel Tadeu (PSL-SP) ironizou, nesta quarta-feira (16), os colegas de partido que têm articulado uma debandada da sigla, que passa por uma crise interna que opõe aliados do presidente da sigla, Luciano Bivar (PSL-PE) e do presidente Jair Bolsonaro.

"Eles querem sair, mas querem levar o fundo partidário, o dinheirinho para a campanha, o mandato. Adorei esse conservadorismo", disse o parlamentar à Rádio Eldorado. "O conservador tem que ser legalista. É um despreparo completo, eles não podem sair nessas condições que eles querem. É impossível. A lei é clara: ou espera uma janela partidária ou espera fusão de um partido com outro, ou seria expulso e brigaria na Justiça."

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Na terça-feira (15), mais um capítulo desta crise foi escrito: o deputado Delegado Waldir, líder do PSL na Câmara, se uniu à oposição para tentar obstruir a medida provisória que trata sobre a reformulação da estrutura do Poder Executivo. A votação foi adiada por duas horas, mas a obstrução caiu. Deputados bolsonaristas iniciaram um movimento para destituir Waldir da função.

De acordo com Tadeu, a obstrução foi "uma saída regimental" utilizada por deputados do PSL para que pudessem continuar uma reunião que estava sendo realizada no gabinete da liderança em que se discutia a crise no partido.

"A obstrução foi feita porque todo nós estávamos na sala da liderança decidindo o que fazer com esse papelão que essa meia dúzia está fazendo e nós não poderíamos estar no Plenário, porque teve votação nominal", disse. "É apenas uma estratégia de adiar. Tanto é que depois que acabou a reunião, todos nós fomos para o plenário e votamos 100%. É uma saída regimental para continuarmos a reunião."

Tadeu condenou os ataques a Bivar, mas se definiu como "bolsonarista" e disse que não vê motivo para sair do partido. "Um grupo de deputados, de forma imatura, passou a fazer ataques ao presidente Luciano Bivar. Esse grupo se posicionou como bolsonarista numa infantilidade sem precedentes. Colocaram isso em todos os meios de comunicação. Isso causou esse eventual 'racha'. Acusam quem não está com eles de não ser bolsonarista. Uma mentira."

Na contramão das manifestações feitas nesta semana pela liderança do PSL na Câmara, o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP) afirma que a maioria dos parlamentares da legenda posicionou-se de maneira contrária à recriação dos ministérios das Cidades e da Integração Nacional e afirmou que a medida faz com que fique "declarado o toma-lá-dá-cá" no governo do presidente Jair Bolsonaro. Em entrevista ao Broadcast Político, plataforma de notícias em tempo real do Grupo Estado, ele afirmou que um grupo de parlamentares da sigla levou esse posicionamento ao presidente, em um encontro reservado.

De acordo com o parlamentar, não haveria objeção ao desmembramento de pastas caso houvesse o entendimento de que é de fato necessário desafogar o Ministério do Desenvolvimento Regional do ponto de vista administrativo. No entanto, ele afirmou que a decisão ocorreu em um "momento muito estranho" e em meio a pressões do chamado Centrão por cargos no governo.

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"Nesta semana, surgiu a possibilidade de recriação de dois ministérios. Nesse ponto, eu e o PSL fomos contrários a esse tipo de comportamento. Porque fica declarado um toma-lá-dá-cá", afirmou o parlamentar, reconhecendo que houve uma contrapartida em troca de apoio no Congresso, tendo em vista a votação da MP 870 - que trata da reforma administrativa - e da reforma da Previdência. "Essa contrapartida não caiu bem no PSL. Por que isso neste momento? Porque a gente sabe que há uma pressão em relação à Comissão Especial da Previdência", emendou.

"O partido (PSL) está contrário mesmo a essa decisão. Não acho que é o melhor momento para criar um ministério sem a menor necessidade. E por que condicionar isso a outro assunto que não tem nada a ver, que é a reforma da Previdência?", continuou. "Não queremos que transpareça para a população que o presidente Bolsonaro cedeu e agora está disposto a fazer o toma-lá-dá-cá. Isso é horrível para o governo. Aprova-se a Previdência, no entanto a imagem do governo cai em total descrédito. É isso que não queremos."

Armas.

O deputado também comentou a assinatura do decreto que flexibilizou o porte de armas, assinado nesta semana por Bolsonaro. Sobre o entendimento de que haveria pontos inconstitucionais no texto, o parlamentar disse não compartilhar dessa avaliação. Ele apontou como exemplo de um dos "benefícios" trazidos pelo decreto a flexibilização do porte em áreas rurais.

Citando especificamente o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ele apontou a necessidade de reação a invasões de propriedades em que há depredação do patrimônio. "Isso não vai mais acontecer. Entrou na minha propriedade, então se prepara para eu defender a minha vida, da minha família e a minha propriedade."

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