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Além de serem consideradas por analistas insuficientes para resolver a crise fiscal e compensar a suspensão da reforma da Previdência, a maior parte das medidas apresentadas pelo governo tramita há tempos no Congresso. "À exceção da privatização da Eletrobras, são todas medidas que estavam dormindo. E o que dorme não é tão relevante, senão já teria sido pautado", disse o especialista em contas públicas Raul Velloso.

Em tramitação desde 2013 e parado há mais de um ano, o projeto da nova lei de licitações, agora tornado prioridade, tem o objetivo de reduzir gargalos e burocracias para empresas públicas e privadas. O projeto foi aprovado no Senado em 2016 e enviado à Câmara, onde não avançou.

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Os projetos do novo cadastro positivo e da emissão da duplicata eletrônica estão parados desde o ano passado. O cadastro positivo - que prevê a formação de um banco de dados de bons pagadores e, em tese, dar a eles acesso a taxas de juros mais baixas - é uma das principais bandeiras do Banco Central.

A intenção em retomar as discussões para a criação de regras para os cancelamentos de compra e venda de imóveis na planta - os distratos - pegou de surpresa as principais associações empresariais do ramo.

A equipe econômica corre o risco de frustração de receitas mesmo com medidas que têm capacidade para beneficiar a área fiscal. Na avaliação da pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), Vilma Pinto algumas iniciativas podem criar uma expectativa que não se concretizará.

"Pode ter um erro de projeção muito alto. Veja o exemplo da repatriação em 2017: o governo esperava um valor elevado e conseguiu só R$ 1,6 bilhão."

A dificuldade do governo daqui para frente também será definir uma estratégia de votação no Congresso diante da reação negativa dos presidentes da Câmara e do Senado. Além disso, as medidas encontram-se em estágios diferentes. "Gostaria de ver o governo e as lideranças afunilarem estas 15 prioridades para votação", afirma o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita.

A economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, classifica a lista do governo como incompleta e sem prioridades. Avalia que, diante do pouco tempo que resta ao governo, o pacote deveria conter medidas factíveis com visão fiscal. "Não está claro que há (no pacote) uma estratégia de governo."

O governo terá ainda de enfrentar uma dificuldade adicional: não poderá contar com "ressalvas" na elaboração do Orçamento de 2019 para garantir o cumprimento da chamada "regra de ouro", que impede a emissão de títulos da dívida para bancar despesas correntes, como salários. Esse é o entendimento de consultores da Câmara e do Senado. A restrição pode colocar a equipe econômica numa encruzilhada, devido ao impedimento de mudar a Constituição para flexibilizar a regra enquanto vigorar a intervenção no Rio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No Rio Grande do Norte, o ano começou com greves e protestos contra o governo estadual. Além da crise na segurança pública, o Estado enfrenta uma grave crise fiscal. O governo não tem previsão de quando conseguirá depositar os salários de dezembro e o 13.º dos servidores, em um total de R$ 700 milhões.

O acúmulo de dívidas pela maioria dos funcionários públicos levou muitos a se reunirem em campanhas de arrecadação de alimentos, que estão sendo feitas nos batalhões de polícia e hospitais públicos. "Todos os meses estão sendo pagos com atraso. Dependo desse dinheiro para tudo: alimentação, remédios, água, luz. Meu IPTU está atrasado", diz a pensionista Iracy Cortez, de 73 anos. Com o nome negativado nos serviços de proteção ao crédito, ela não consegue tomar empréstimos.

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Policiais fizeram uma paralisação nos serviços que se estendeu por 22 dias. O movimento só chegou ao fim depois que o Estado prometeu pagar os servidores da segurança pública até o dia 30. Com as demais categorias, não houve negociação - servidores da saúde estão em greve há 60 dias.

O secretário das Finanças, Gustavo Nogueira, destaca que as transferências da União caíram 10% de 2017 para 2014, enquanto a folha de pessoal cresceu 23%, acentuado a crise fiscal. "Isso é insustentável", diz. Ele destaca que o governo mandou à Assembleia Legislativa um projeto de lei de teto de gastos no ano passado que ainda não foi aprovado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em plena crise fiscal, o governo federal pode perder R$ 300 bilhões da dívida que tem a receber dos Estados e municípios. Decreto Legislativo, que está prestes a ser votado pela Câmara dos Deputados, reduz de R$ 463 bilhões para R$ 163 bilhões o saldo credor do Tesouro Nacional dessas dívidas, renegociadas no final da década de 90 e início dos anos 2000.

A proposta é considerada uma "bomba fiscal" pela equipe econômica. O decreto só não foi votado na quinta-feira, 25, porque a base aliada obstruiu a sessão.

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De autoria do deputado Esperidião Amin (PP-SC), o decreto suspende metodologia da troca de indexador de IGP-DI para a taxa Selic ou IPCA mais 4% (o que for menor) que corrige os contratos de renegociação da dívida dos Estados e municípios.

A metodologia de cálculo definida pelo Tesouro tem base nos juros compostos, sistema de matemática financeira amplamente utilizado no País que leva em consideração um regime em que juros são gerados em cada período e acrescentados ao capital principal para o cálculo dos juros no período posterior. Já o decreto que entrará em votação quer que o cálculo seja feito com base em juros simples, pelo qual a taxa de juros é somada ao capital inicial durante o período da aplicação. Em alguns casos, a União teria de devolver recursos aos Estados.

A mudança proposta pelo Tesouro foi definida no final do ano passado, em decreto preparado pelo Ministério da Fazenda que regulamentou a lei que permitiu a troca de indexador e deu um alívio nas dívidas dos governos regionais, tanto no fluxo de pagamentos como no estoque. A mudança ainda não foi implementada porque o Tesouro Nacional está acertando os termos dos aditivos dos contratos. A previsão era de que os aditivos estivessem todos assinados até o final de março.

Um integrante da equipe econômica informou à reportagem que a operacionalização da troca de indexador pelo Tesouro será interrompida, caso o decreto legislativo seja aprovado.

Decreto Legislativo não pode ser vetado pela presidente Dilma Rousseff. "Não tem o que fazer. Vai parar a substituição dos indexadores que está em andamento com os Estados", disse a fonte da equipe econômica, argumentando que o Tesouro não teria como tornar operacional a mudança, porque a parte do decreto do governo que diz como se faz a conta para a troca do indexador não estaria mais em vigor.

Dessa forma, o efeito que a proposta de Amin teria de imediato, se aprovada, seria inviabilizar as discussões que estão sendo feitas, segundo o governo.

Votação

O projeto estava na pauta de votação ontem. Mas após obstrução comandada pela liderança do governo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), encerrou a sessão sem votar o projeto.

O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), pediu aos deputados da base que passassem a obstruir a votação, após tentar, sem sucesso, acordo para adiar novamente a votação da proposta. Ele pedia que a Câmara só votasse a matéria após reunião entre União e secretários estaduais de Fazenda, na próxima segunda-feira, para discutir o tema.

Em uma das formas de obstrução, o líder do governo apresentou requerimento para adiamento da votação. O pedido foi rejeitado em votação simbólica, mas o governo pediu votação nominal. A votação, contudo, não foi concluída, pois o quórum da sessão caiu, ao não alcançar os 257 votos mínimos, metade dos 513 deputados.

Irritado com o governo, Cunha prolongou a votação do requerimento de adiamento até as 14 horas, horário prometido por ele para acabar a sessão. Sem a votação, o presidente da Câmara informou que convocará sessão extraordinária para a próxima terça-feira, cuja pauta única será a proposta.

Para o Ministério da Fazenda, a aprovação do decreto abriria um precedente perigoso para toda a economia, já que o sistema de juros compostos é usado pelo sistema financeiro, Estados e municípios.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes (PSDB), assinou um decreto que será publicado nesta segunda-feira (22), no Diário Oficial, bloqueando 10% dos vencimentos recebidos pelo prefeito, vice-prefeito, secretários e cargos comissionados. Segundo o tucano, essa medida tenta desonerar os cofres públicos e representará uma economia de R$ 2,5 milhões nesses últimos três meses do ano.

No documento consta que o montante decorrente do contigenciamento será devolvido aos respectivos funcionários na medida que as contas do município voltem a ser equilibradas. As ações tiveram início em março deste ano com a redução de 25% dos custos de combustível e telefonia. Outras medidas dizem respeito a revisão de contratos, cancelamento de aluguel de carros, da exoneração de 517 cargos comissionados.

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Um dos motivos alegados por Elias leva em conta a redução do repasse do Fundo de Participação dos Municipios (FPM), a diminuição de receita própria e de impostos como o ICMS. “Só no Fundo de Participação Municipal (FPM) houve uma diminuição de R$ 2 milhões”, destacou o prefeito. A desaceleração da economia e a redução de impostos na compra de automóveis e produtos da linha branca influenciaram na conteção dos gastos.

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