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Os seis principais reservatórios que abastecem a capital paulista e a Grande São Paulo registraram queda no nível de água armazenada neste sábado, 17, segundo relatório diário da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). O principal deles, o Sistema Cantareira, registrou queda de 0,1 ponto porcentual e opera hoje a 6% de sua capacidade.

O volume armazenado de água está 1,2 ponto porcentual inferior ao registrado em 1º de janeiro. O Sistema Cantareira tem pluviometria acumulada no mês de 60,1 mm, enquanto a média histórica para o período é de 271,1 mm.

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O sistema Guarapiranga registrou chuvas de 3 mm, mas mesmo assim passou de 39,9% para 39,7% de sua capacidade. O reservatório do Alto Tietê, que teve chuvas de 0,1 mm, opera com 10,6% de sua capacidade, após redução de 0,2 ponto porcentual.

Os sistemas Alto Cotia e Rio Grande também tiveram redução de 0,2 ponto porcentual. Alto Cotia passou de 29,6% para 29,4%, enquanto Rio Grande recuou de 69,9% para 69,7%. O sistema Rio Claro teve recuo maior, passando de 25,1% para 24,5%.

Moradores dos bairros Itaim e São Camilo, em Itu, no interior de São Paulo, reclamam que a água chega às torneiras com a cor turva e cheiro de peixe. A cidade ficou dez meses sob racionamento e só após a volta das chuvas, em dezembro do ano passado, os moradores voltaram a receber água para encher as caixas.

O problema é que, nesses bairros, o líquido não se presta para consumo, nem para o preparo de alimentos, segundo os moradores. Alguns resistem a tomar banho e até a lavar as mãos por causa do odor da água.

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Em um condomínio de prédios do bairro Itaim, famílias que ocupam mais de trezentos apartamentos passaram a comprar água para o consumo e para os serviços domésticos. A água sai das torneiras leitosa e, às vezes, com tonalidade amarronzada. Eles relatam que o maior incômodo é o cheiro.

Parte das donas de casa passou a levar a roupa suja para lavanderias ou casas de parentes. Análises feitas por uma empresa contratada pelos moradores constatou ausência de cloro na água - o produto é usado durante o tratamento para purificar a água.

A concessionária Águas de Itu informou que, após a crise hídrica do ano passado, existe a possibilidade dos reservatórios extras adquiridos por muitos moradores terem acumulado sujeira por conta da falta de circulação do líquido.

Outra hipótese é de a água ter ficado muito tempo parada nos reservatórios. A empresa informou que, há uma semana, realizou obras de manutenção na rede que atende os bairros Itaim e São Camilo, mas foram feitas descargas para descartar a água que ficou parada na tubulação.

Segundo a concessionária, análises mostraram que a qualidade da água está dentro dos parâmetros exigidos para consumo.

O calor forte e o aumento no consumo estão levando cidades das regiões de Sorocaba e Campinas, que sofreram com a falta de água em 2014, a manter medidas de economia mesmo com os reservatórios cheios por conta das chuvas. Os municípios querem evitar o risco de novos racionamentos caso a temporada chuvosa deste ano seja curta. Em algumas cidades, até o rodízio continua mesmo com água à disposição. Moradores também mudaram hábitos e reduziram o consumo.

Em Valinhos, os 102 mil habitantes já se acostumaram a ficar sem água nas torneiras durante 18 horas em dois dias da semana. O rodízio, o mais longo do Estado, iniciado em fevereiro de 2014, foi mantido apesar das chuvas terem recuperado o nível dos mananciais. De acordo com o Departamento de Água e Esgoto (DAEV), a medida é necessária porque 50% da cidade depende das águas do Rio Atibaia para abastecimento. O rio é formado pela vazão efluente (de saída) do Sistema Cantareira, que continua com nível muito crítico. Na cidade, quem desperdiça água é multado em cerca de R$ 360. Desde o início do racionamento foram aplicadas mais de 500 multas, mas a cidade reduziu em 25% o consumo de água.

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Em Itu, os moradores ainda mantêm hábitos de economia adquiridos durante dez meses de racionamento drástico, em 2014. A comerciante Maria Marlene, de 56 anos, moradora do bairro Cidade Nova, mantém a caixa reserva de 500 litros sempre cheia. Ela também não se desfez dos baldes e bacias comprados na época da crise e se acostumou a usar a água da máquina de lavar roupas para higienizar os banheiros. "A gente espera que aquela situação não se repita, mas é melhor ficar prevenida", disse.

O racionamento foi suspenso no início de dezembro, mas não se vê morador lavando carro ou calçada na rua. Quando o fazem, é com água já usada. Os reservatórios, que chegaram a secar no auge da estiagem, estão agora com 90% da capacidade. Mesmo assim, o comitê de gestão da água criado durante a crise, continua monitorando o consumo e as ações da concessionária. A multa instituída pela Justiça de R$ 500 por moradia ou comércio que ficar sem água mais de 48 horas, a ser paga pela prefeitura e pela concessionária, ainda está em vigor.

Mesmo com todos os mananciais usados para abastecimento em nível normal e os reservatórios bem abastecidos, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Salto lançou uma campanha contra o desperdício, com folhetos distribuídos nas ruas, outdoors e veiculação em rádios e jornais. Um carro de som percorre a cidade alertando para a existência de uma lei municipal de 2012 que pune com multa de R$ 241 quem lava calçadas, carros ou de alguma forma desperdiça água. Campinas e Piracicaba também realizam campanhas para economia de água.

Alerta

Mesmo com as chuvas, o Rio Camanducaia, um dos formadores da bacia do Piracicaba e que terá um reservatório de apoio ao Sistema Cantareira, entrou em nível de alerta nesta segunda-feira, 12, por ter vazão abaixo de 2 metros cúbicos por segundo. No início da tarde, a vazão era de 1,82 m3/s no ponto de captação conhecido como Dal Bo, em Jaguariúna. Resolução conjunta da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE) estabelece redução de captação quando o nível passa do estado de alerta para o de restrição. A medida ainda não está oficialmente em vigor: a resolução deve ser publicada esta semana, segundo a ANA.

Cinco dos seis principais reservatórios de São Paulo registraram queda nesta sexta-feira, 09, de acordo com dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). O principal deles, o Sistema Cantareira, perdeu volume de água e opera com 6,7% da sua capacidade - o menor nível desde o acréscimo da segunda cota do volume morto, em outubro - após ter se mantido dois dias com 6,8%.

A perda de 0,1 ponto porcentual no Cantareira ocorreu após a região registrar apenas 1,4 milímetro na pluviometria do dia, de acordo com a Sabesp. No início de janeiro, tem chovido abaixo da média na área do manancial: o volume acumulado do mês é de 47,1 mm, cerca de 60% do valor caso o regime histórico de chuvas estivesse se repetindo.

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Quando os 105 bilhões de litros de água da segunda cota do volume morto foram adicionados no cálculo da Sabesp, no dia 24 de outubro, o nível do reservatório saltou de 3% - o menor valor desde da sua história - para 13,6%. Desde então, o Cantareira registra quedas consecutivas.

A última vez que o volume armazenado de água no sistema aumentou foi no dia 26 de dezembro, quando o reservatório subiu de 7,2% para 7,4%. Na ocasião, havia chovido apenas 3,2 mm. O cálculo feito pela Sabesp para aferir a capacidade do manancial também considera uma primeira cota do volume morto, de 182,5 bilhões de litros, que passaram a ser bombeados em maio.

Outros mananciais

Após 1 mm de chuvas, o Sistema Guarapiranga foi o único a se manter estável. Segundo a Sabesp, o reservatório permanece com 39,9% há três dias.

Antes com 11,7% da capacidade, o Alto Tietê voltou a cair 0,1 ponto porcentual e opera com 11,6%. O cálculo já leva em conta 39,4 bilhões de litros de água do volume morto, adicionados em dezembro. Nas últimas 24 horas, a pluviometria foi de 0,1 mm.

Tanto o Sistema Rio Grande quanto o Rio Claro caíram 0,3 ponto porcentual - a maior baixa registrada nesta sexta-feira. O nível do primeiro desceu de 71,9% para 71,6%, enquanto o segundo está com 28,7%, contra 29% do dia anterior.

O menor dos mananciais, o Alto Cotia, também caiu 0,1 ponto porcentual. Não houve chuvas sobre a região, segundo a Sabesp, e o sistema desceu de 30,9% para 30,8%.

Quase um ano após o início da crise hídrica paulista, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) iniciou ontem, com a entrega em domicílio de economizadores de água para torneiras, o último pacote de ações para tentar evitar o colapso do sistema de abastecimento da Grande São Paulo. Na quarta-feira, 7, a empresa deve anunciar o começo da multa para quem não reduzir o consumo, após a regulamentação da medida pela agência fiscalizadora estadual.

O novo secretário de Saneamento e Recursos Hídricos, Benedito Braga, disse que as soluções a curto prazo para a crise estão restritas às chuvas e à diminuição do consumo de água pela população. "No prazo de seis meses, você não consegue fazer nenhuma obra. O que nós queremos é que o consumidor consuma menos. A curtíssimo prazo, é isso que tem de ser feito", disse ele, em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, no domingo.

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Na segunda-feira, 5, técnicos da Sabesp começaram a entregar em bairros da zona norte da capital, região abastecida pelo Sistema Cantareira, um kit contendo quatro redutores de vazão para torneiras. Segundo a companhia, até fevereiro serão distribuídos 6,3 milhões de kits na Grande São Paulo, que podem reduzir em até 20% o consumo.

Dificuldade técnica

Para instalar o redutor, porém, é preciso remover a torneira da parede. Diante da dificuldade de alguns clientes, a Sabesp informou que colocará um vídeo explicativo em seu site nesta terça-feira, 6.

Mas a principal aposta do governo Geraldo Alckmin (PSDB) para reduzir o consumo de água durante a crise é a multa, que já recebeu aval técnico e jurídico da Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo (Arsesp) e deve ser regulamentada amanhã. A medida prevê sobretaxa de 20% na conta para quem não reduzir o consumo ao padrão de gasto anterior à crise (fevereiro de 2013 a janeiro de 2014), e de 50% para quem consumir 20% ou mais do que a média pré-seca.

Segundo Alckmin, os clientes que conseguirem justificar o aumento do consumo de água, como famílias que cresceram em 2014, ficarão isentos da multa. Para o presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP), Marco Antonio Araújo Junior, a sobretaxa, da forma como foi anunciada, é "abusiva e ilegal".

"A lei determina que essa tarifa só pode ser aplicada após declaração pública de racionamento. Não estamos inventando isso, está na lei", disse Araújo, um dos signatários de um manifesto entregue à Arsesp que também cobra, entre outros pontos, uma campanha massiva na mídia sobre a multa, antes de sua aplicação, e a divulgação de um plano de contingência pela Sabesp para gestão da crise.

Para a Sabesp, o racionamento já foi decretado pelos órgãos gestores do Cantareira, que determinaram a redução de 40% na retirada do manancial desde o início da crise. Com a sobretaxa, a companhia espera economizar 2,5 mil litros por segundo de 446 mil clientes que aumentaram o consumo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após se manter estável por três dias consecutivos, o nível do Sistema Cantareira voltou a cair nesta segunda-feira, 5, de acordo com dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Outros três reservatórios, o Guarapiranga, Alto Tietê e Alto Cotia, também registraram queda.

Com apenas 0,2 milímetro de chuva nas últimas 24 horas, o Cantareira opera com 7% da sua capacidade - 0,1 ponto porcentual a menos do que no dia anterior, quando estava com 7,1%. O atual cálculo da Sabesp considera as duas cotas do volume morto, de 182,5 bilhões e 105 bilhões de litros de água, acrescentadas em maio e outubro, respectivamente.

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Responsável por abastecer 6,5 milhões de pessoas, o Cantareira registrou aumento no volume armazenado de água pela última vez no dia 26 de dezembro, quando subiu de 7,2% para 7,4%. Nos cinco primeiros dias de janeiro, segundo a Sabesp, choveu apenas 8,7 milímetros sobre a região do manancial, cinco vezes menos do que deveria ter chovido conforme a média histórica de janeiro.

Outros mananciais

Após chuvas fracas, outros três reservatórios também perderam volume armazenado de água, segundo a Sabesp. O maior deles, o Guarapiranga, que atende 4,9 milhões de pessoas, caiu 0,3 ponto porcentual. Nesta segunda, o manancial está com 40% da capacidade, ante 40,3% do dia anterior.

Com pluviometria de 0,8 milímetro, o Alto Tietê sofreu queda de 0,1 ponto porcentual e opera com 11,8%. O atual cálculo da Sabesp para o reservatório, responsável por atender 4,5 milhões de pessoas, considera os 39,4 bilhões de litros de água de volume morto, acrescentados há quase um mês. Além dele, o Sistema Alto Cotia também caiu 0,1 ponto e está com 30,8% do volume armazenado de água.

Já os sistemas Rio Grande e Rio Claro tiveram aumento de 0,1 e 0,3 ponto porcentual, respectivamente. Hoje, os reservatórios operam com 72,1% e 30,4%. Juntos, os mananciais atendem 2,7 milhões de paulistas.

A crise hídrica que despontou em 2014 é vista como oportunidade de negócio pelas empresas privadas de saneamento e pode alterar o cenário futuro de concessões, segundo executivos do setor ouvidos pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. Apesar da expectativa por novas oportunidades, as companhias de saneamento preveem crédito mais difícil em 2015, considerado um ano de ajustes macroeconômicos.

Em um cenário no qual as concessões de saneamento crescem gradualmente a cada ano - ainda que em ritmo aquém do desejado pela iniciativa privada -, a crise hídrica enfrentada por diversos municípios brasileiros pode acelerar esse calendário, diante do impacto da escassez no caixa de algumas empresas públicas, como Sabesp e Copasa, cujas receitas caíram com a redução no consumo. "Enxergamos a crise hídrica como oportunidade de negócio, de nos tornarmos parceiros para ajudar empresas que sofrem com o problema, por meio também de subconcessões e Parcerias Público-Privadas (PPPs)", aponta Hamilton Amadeo, presidente da concessionária Aegea, que atende 35 municípios de seis Estados.

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Em 2014, o número de clientes atendidos pela empresa cresceu 400 mil. A perspectiva para 2015 é de um aumento maior, de 500 mil clientes. A Aegea, que é a terceira maior concessionária do País, com 17% do mercado, disputa novas concessões em Buritis (RO), Ariquemes (RO), Timon (MA), Navegantes (SC) e Pará de Minas (MG).

Para o diretor do Grupo Águas do Brasil, Carlos Henrique da Cruz Lima, a crise hídrica mostrou que não houve racionamento em municípios onde a iniciativa privada atua no saneamento. No mercado desde 1997, o grupo atua em 15 municípios por meio de 13 concessionárias. Lima prevê que nos próximos 15 a 20 anos a participação das empresas privadas no mercado brasileiro de saneamento passará dos atuais 10% para 30%. A Águas do Brasil disputa com a Aegea a concessão plena de água e esgoto em Pará de Minas, cidade mineira que estava há cinco anos sem alcançar um acordo com a Copasa para o abastecimento de água e tratamento de esgoto.

As companhias privadas do setor também sentiram queda na receita com a redução no consumo dos clientes este ano. "Grandes empresas expostas à falta de água devem ter problemas de caixa em um futuro próximo. Até para nós, que não sofremos com falta de água, houve certo impacto na receita, mas muito pequeno", diz Amadeo, da Aegea, sem especificar um valor.

A Odebrecht Ambiental registrou queda de 20% na receita este ano em suas concessões paulistas de Limeira, Santa Gertrudes e Porto Ferreira. O diretor superintendente da companhia para o Estado de São Paulo, Guilherme Paschoal, afirma que houve contenção de custos e demissões pontuais na empresa em 2014, porém a queda na receita foi compensada pelos gastos menores com a produção de menos litros de água, para atender a um consumo menor. Em Limeira também houve um aumento real de 6% nas tarifas cobradas pela empresa. Ao mesmo tempo, a companhia aumentou investimentos para reduzir perdas e fraudes.

O executivo está otimista com um crescimento das concessões em um ritmo mais acelerado. Segundo ele, no cenário de escassez hídrica as prefeituras perceberam que não bastam investimentos pontuais. "É necessário planejamento, tecnologias novas, coisas que os municípios não têm capacidade técnica de fazer", afirma Paschoal. "Nossa visão é de parceria e não de substituir. Não estamos aqui para disputar mercado com empresas estaduais, com municípios", ressalta, citando PPPs de destaque na Odebrecht Ambiental, como Recife (PE) e Rio Manso (MG).

Para o presidente do conselho diretor da Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon), Paulo Roberto de Oliveira, as perspectivas para os próximos anos são "animadoras". A Abcon, que fechou em novembro os números de 2013 do setor, apurou que o segmento privado ultrapassou no ano passado, pela primeira vez, o montante de R$ 1 bilhão de investimentos no setor. Entre 2013 e 2017, a previsão é de um total de R$ 6,5 bilhões investidos.

"Não acredito que um governador ou prefeito vai ficar sentado esperando para saber se no ano que vem haverá escassez de novo ou não. Em 2016 temos eleições. Aquele que em 2014 passou dificuldades com o sistema de água, se em 2015 isso acontecer de novo, terá reeleição comprometida em 2016", avalia Oliveira.

Em 2014, a atuação da iniciativa privada em concessões de saneamento ultrapassou a marca de 300 municípios e deve chegar mais longe em 2015. Atualmente, as cidades de Jaú, Holambra (SP), Penha (SC), Pará de Minas (MG) e Marabá (PA) estão entre os municípios que possuem concessões em aberto, em diferentes estágios do processo. Além disso, Mauá e Santo André (SP) preparam PPPs. A última concessão concluída em 2014 - a de Sumaré (SP) - foi vencida pela Odebrecht Ambiental.

Quase um mês após o fim do racionamento, moradores de Itu, na região de Sorocaba, ainda reclamam de falta de água nas torneiras. Na Vila Martins, no extremo da zona sul, distante 12 quilômetros da região central, algumas ruas completaram nesta segunda-feira, 29, cinco dias sem água. O volume estocado nas caixas domiciliares se esgotou. Moradores alegam que pediram caminhões-pipa e não foram atendidos. Houve falta de água pontual também no Pirapitingui, bairro vizinho. Donas de casa voltaram a recolher água da chuva para lavar louça, como ocorria durante o longo período de racionamento.

A cidade ficou dez meses com o fornecimento de água em sistema de rodízio, em dias alternados. Alguns bairros chegaram a ficar vinte dias sem abastecimento e houve vários protestos contra a falta de providências do poder municipal. O racionamento foi oficialmente interrompido no último dia 5. A concessionária Águas de Itu informou que os mananciais tiveram o nível recuperado pelas chuvas. Nesta segunda-feira, a média era de 70% da capacidade, apesar do alto consumo. Segundo a empresa, ocorreram problemas pontuais de desabastecimento na Vila Martins em razão da obstrução de um registro na entrada do bairro. O abastecimento pela rede está normal em toda a cidade, conforme a concessionária.

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Depois de apresentar elevação por três vezes consecutivas, o nível do Sistema Cantareira permaneceu estável na manhã deste sábado (27), segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). O volume armazenado está em 7,4% contra 27,9% registrado um ano antes.

O atual cálculo da capacidade do Cantareira, feito pela Sabesp, já considera as duas cotas do volume morto, acrescentadas em maio e outubro. Na quarta-feira, 24, o Sistema registrou a primeira alta após oito meses sem aumento no volume armazenado. Nesse dia, o nível do reservatório, então com 6,7%, cresceu 0,3 ponto porcentual, passando para 7% da sua capacidade.

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Outros dois mananciais que abastecem a capital e a Grande São Paulo também registraram estabilidade neste sábado, de acordo com a Sabesp. O nível de armazenamento do Sistema Alto Cotia permaneceu em 31,7% e o do Rio Grande ficou em 71,5%.

O maior deles, o Guarapiranga, que atende 4,9 milhões de pessoas, subiu mais 0,6 p.p., para 40,5%. Há um ano, o sistema apresentava volume armazenado de 70,1%, conforme a Sabesp.

Já o Alto Tietê teve elevação de 0,2 p.p., para 12,1%, já considerando os 39,4 bilhões de litros do volume morto, acrescentados há quase duas semanas. O nível do reservatório, que abastece 4,5 milhões de habitantes, aumentou pelo quinto dia consecutivo. O volume armazenado de água no sistema Rio Claro subiu de 33,1% ontem para 33,3% hoje. Juntos, os mananciais Rio Claro, Alto Cotia e Rio Grande abastecem 3,1 milhões de pessoas.

Pela primeira vez em 2014, o nível do Sistema Cantareira subiu três dias consecutivos, segundo apontam dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), divulgados nesta sexta-feira, 26. Responsável por abastecer 6,5 milhões de pessoas, o reservatório teve alta de 0,2 ponto porcentual e opera com 7,4%, ante 7,2% do dia anterior.

Esta também foi a primeira vez no ano que o Cantareira não registrou nenhuma queda no volume armazenado de água durante uma semana. Na soma dos últimos sete dias, a pluviometria registrada na região do manancial foi de 100,9 milímetros, o que representa cerca de 46% da média histórica de todo mês de dezembro, de 220,9 milímetros.

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De acordo com dados da Agência Nacional de Águas (ANA), o sistema também recebeu 34,17 mil litros por segundo na última quinta-feira, 25, enquanto saíram 16,96 mil litros por segundo.

Na quarta-feira, 24, o Cantareira registrou a primeira alta após um período de oito meses sem aumento no volume armazenado. Nesse dia, o nível do reservatório, então com 6,7%, cresceu 0,3 ponto porcentual, passando para 7% da sua capacidade. Desde então, o manancial sobe 0,2 ponto por dia.

O atual cálculo da capacidade do Cantareira, feito pela Sabesp, já leva em conta as duas cotas do volume morto, acrescentadas em maio e outubro.

Outros mananciais

Os outros cinco principais mananciais que abastecem a capital e Grande São Paulo também registraram alta nesta sexta, segundo a Sabesp. O maior deles, o Guarapiranga, que atende 4,9 milhões de pessoas, subiu 1 ponto porcentual e opera com 39,9% da sua capacidade. A pluviometria do dia na região foi de 24 milímetros.

Com alta de 0,3 ponto porcentual, o Alto Tietê está com 11,9% do volume armazenado de água, já considerando os 39,4 bilhões de litros do volume morto, acrescentados há quase duas semanas. Após 2,4 milímetros de chuvas, o nível do reservatório, que abastece 4,5 milhões de habitantes, aumentou pelo quarto dia seguido.

Os sistemas Rio Claro, Alto Cotia e Rio Grande, que juntos abastecem 3,1 milhões de pessoas, subiram 0,2, 0,3 e 1 ponto porcentual, respectivamente. Nesta sexta, os mananciais operam com 33,1%, 31,7% e 71,5%.

O nível dos rios que abastecem as regiões de Campinas e Piracicaba, no interior de São Paulo, subiu com as últimas chuvas, mas ainda está abaixo da média para o mês de dezembro. Como a volta das chuvas ocorre após um longo período de estiagem na região, a vazão dos rios oscila como ondas, conforme o volume das precipitações. O fenômeno é bem visível no Rio Piracicaba que, de uma vazão de 12,6 metros cúbicos por segundo na sexta-feira, subiu para 214 m3/s no sábado, após chuvas torrenciais ocorridas à noite.

No domingo, a vazão havia baixado para 80,88 m3/s e nesta segunda-feira (22), caiu ainda mais, para 51,23 m3/s no trecho que corta a área urbana, segundo a rede de telemetria do Consórcio das Bacias do Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ). Mesmo assim, o volume de água ainda era suficiente para cobrir as pedras que antes estavam à mostra e atrair turistas ao mirante do salto e à Avenida Beira Rio, o complexo turístico da cidade. A vazão média do Piracicaba este mês está em 38,2 m3/s, bem abaixo da média histórica para dezembro, de 129 m3/s.

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Outros rios que abastecem cidades da região de Campinas ainda têm vazões inconstantes. Apesar das chuvas, o Rio Atibaia, que fornece água para quase 1 milhão de pessoas em Campinas, estava nesta segunda-feira com vazão de 5,21 metros cúbicos por segundo em Valinhos. Pelas novas regras da Agência Nacional de Águas (ANA) e Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE) que entram em vigor no início de janeiro, vazão abaixo de 5 metros nesse ponto significa estado de alerta e, abaixo de 4 m3/s, torna obrigatória a redução na captação em 20%.

Já os rios Camanducaia e Jaguari, que também têm a vazão regulada pelo Sistema Cantareira e abastecem a região, tinham nesta segunda-feira vazões mais confortáveis, segundo a rede de telemetria. Na foz em Limeira, o Jaguari estava com 9,16 m3/s, quase o dobro da vazão inicial do estado de alerta, de 5 m3/s. O Camanducaia tinha vazão de 7,19 m3/s, quando o valor considerado para a restrição na captação é abaixo de 1,5 m3/s.

A demora para que os rios atinjam vazões sustentáveis preocupam os associados do Consórcio PCJ. Estudos divulgados este mês mostram que os efeitos da estiagem de 2014 podem transpor a temporada de chuvas e causar reflexos no segundo semestre de 2015. De acordo com o estudo, os 5,5 milhões de habitantes das bacias PCJ possuem disponibilidade hídrica muito crítica, de apenas 408 mil litros por habitante a cada ano.

Para se ter uma ideia, no Oriente Médio, uma das regiões com maior escassez de água do mundo, a disponibilidade hídrica é de 450 mil litros por habitante/ano. Em termos de escassez de água, a região do PCJ só perde para a do Sistema Cantareira, que abastece 10 milhões de habitantes da Grande São Paulo e tem disponibilidade hídrica de apenas 250 mil litros de água por habitante/ano.

As chuvas elevaram também o nível do Rio Mogi-Guaçu, importante pela forte presença da piracema - a subida dos peixes para reprodução próximo das nascentes. Na Cachoeira das Emas, em Pirassununga, as águas voltaram a cobrir o paredão de uma usina e reativaram a escada de peixes que, durante a estiagem, estava seca. Os peixes que estiveram ausentes na Festa da Piracema, realizado no dia 7 de dezembro, estavam de volta neste final de semana para a alegria dos turistas.

Com a diminuição das pancadas de chuva nas últimas 24 horas, o nível do Sistema Cantareira voltou a cair 0,1 ponto porcentual após ter ficar um dia estável. Segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o reservatório opera nesta sexta-feira, 12, com 7,5% da capacidade, ante 7,6% nos dois dias anteriores. O cálculo leva em conta os 105 bilhões de litros da segunda cota do volume morto.

De acordo com a Sabesp, a pluviometria do dia na região do Cantareira foi de 5,3 milímetros, bem inferior ao do dia anterior, quando foram registrados 18,1 milímetros. Já a pluviometria acumulada do mês chegou a 30,7 milímetros, o que representa cerca de 14% da média histórica de dezembro.

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Responsável por abastecer 6,5 milhões de pessoas, o Cantareira registrou aumento no volume armazenado de água pela última vez no dia 16 de abril (com exceção dos dias em que as reservas técnicas foram acrescentadas no cálculo). Na ocasião, o reservatório subiu de 12% para 12,3% e havia chovido 27,1 milímetros.

Outros mananciais

Com poucas chuvas registradas, o nível de outros três mananciais também caiu nesta sexta-feira. O maior deles, o Alto Tietê, que atende 4,5 milhões de pessoas, perdeu 0,2 ponto porcentual, caindo de 4,4% para 4,2% da sua capacidade. Segundo a Sabesp, choveu apenas 1,1 milímetro na região.

Os sistemas Rio Claro e Alto Cotia desceram 0,7 e 0,1 ponto porcentual, respectivamente, e estão com 26,4% e 29,1% do volume armazenado de água. Juntos, os reservatórios abastecem certa de 1,9 milhão.

Por sua vez, o Sistema Guarapiranga, que abastece 4,9 milhões de pessoas na capital e Grande São Paulo, subiu 0,7 ponto porcentual, após ter chovido 25,6 milímetros sobre a região. Nesta sexta-feira, o manancial está com 32,2% da sua capacidade, enquanto nesta quinta-feira, 11, registrava 31,5%. Esse é o terceiro dia consecutivo com aumento no volume de água do reservatório.

Além dele, o Sistema Rio Grande subiu 0,2 ponto porcentual e, agora, opera com 62,7%. A pluviometria do dia foi de 19,4 milímetros.

As torneiras estão secando mais cedo em São Paulo. Antes restrita ao período noturno, quando o consumo é menor, a redução da pressão na rede de distribuição feita pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) tem provocado falta d’água desde o período da tarde em imóveis espalhados por todas as regiões da capital. O abastecimento só volta na manhã seguinte.

Em meio ao agravamento da seca, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou ontem o presidente do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga, como novo secretário de Recursos Hídricos, sinalizando medidas mais severas na gestão da crise. Braga vai substituir Mauro Arce a partir de 1.º de janeiro.

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Revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo em abril, a redução da pressão à noite em até 75% é a medida que mais economiza água, segundo a Sabesp, porque diminui as perdas por vazamento na tubulação. Em setembro, por exemplo, foi responsável por 54% de toda a economia registrada, 48% mais do que a alcançada pela população no programa de bônus na conta. O problema é que a prática, intensificada pela empresa por causa da crise, faz com que a água não tenha força para chegar às regiões mais altas e afastadas dos reservatórios dos bairros.

Exemplos

"Estão cortando (a água) antes e voltando depois", afirma o músico Léo Doktorczyk, de 58 anos, morador da Pompeia, zona oeste capital, região abastecida pelo Sistema Cantareira, manancial que está em situação crítica, com apenas 7,6% da capacidade, considerando a segunda cota do volume morto. "Ontem mesmo (quarta-feira), às 17h30, já não tinha água. Moro em uma casa antiga e quase todo o encanamento está ligado na rede da Sabesp. Minha filha chega em casa da escola e não pode mais tomar banho", completa.

"No começo, eles cortavam a água às 22 horas. Faz uns dois meses que o racionamento tem começado mais cedo", relata Wilson Vieira, de 42 anos, que mora em Pirituba, bairro da zona norte da capital, também abastecido pelo Cantareira. "Agora não está nem mais enchendo a caixa d’água. Sou cardiopata, não consigo ficar carregando balde para cima e para baixo", diz a dona de casa Edna Tenório Cavalcante, de 56 anos, que vive o mesmo problema no bairro da Cachoeirinha, na zona norte da capital. O mesmo problema está acontecendo em outras regiões da cidade.

Em novembro, o atual secretário de Saneamento e Recursos Hídricos, Mauro Arce, disse que os cortes por causa da redução da pressão ocorrem somente nos imóveis que não têm caixas d’água. A presidente da Sabesp, Dilma Pena, disse que a medida atinge 2% da população e "veio para ficar".

Sem queixas

Em nota, a Sabesp negou a prática de racionamento e informou que não recebeu queixas de nenhum dos casos listados pela reportagem. "Vale ressaltar que o número de reclamações sobre falta d’água é menor neste ano em relação a 2013", afirma a companhia. A nota diz ainda que é "incorreto pressupor falhas no abastecimento em toda a cidade com base em uma amostra reduzida".

O superintendente do Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE), Alceu Segamarchi Júnior, afirmou que a autarquia vem discutindo semanalmente regras em conjunto com a Agência Nacional de Águas (ANA) relacionadas a transposições ao Sistema Cantareira.

Segamarchi apontou que, em novembro, as afluências no Cantareira somaram 45% da média e destacou a necessidade de chuva em Minas Gerais. "É melhor que chova em Minas. Chover na barragem tem pouca influência na barragem propriamente dita, no reservatório. É melhor que chova nas nascentes, no sul de Minas", disse.

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"Estamos estabelecendo regras junto com a ANA praticamente toda semana, revendo os volumes, as retiradas. Por exemplo, para a bacia do PCJ, na medida em que as vazões lá diminuem, a gente libera um pouco mais aqui. A gente vai levando desse jeito até quando for possível", afirmou, ao chegar para o seminário "A crise de escassez hídrica no Brasil e seu gerenciamento no Estado de São Paulo", promovido pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES-SP).

Termina hoje o prazo para que usuários dos rios ligados ao Sistema Cantareira apresentem propostas que poderão ser incorporadas às regras que serão definidas para enfrentar a crise hídrica. As ideias são sendo encaminhadas para a Agência Nacional de Águas (ANA) e para o Departamento de Água e Energia Elétrica (Daee), que devem fazer um único projeto, a ser anunciado até a segunda quinzena do mês. Muitas das propostas partiram dos usuários das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), em Campinas e cidades próximas.

O Consórcio PCJ elaborou três projetos. Um deles sugere a decretação do "estado crítico" do sistema, o que permitiria a adoção de medidas imediatas para reduzir o consumo de água por parte da população.

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Também está sendo proposto que seja respeitado o "princípio constitucional da isonomia no trato com a água". Isso ajudaria as indústrias e grandes usuários, que, pela proposta inicial do governo federal, teriam até 30% menos água. Se acatada esta questão, o corte valeria para todos e incluiria a Grande São Paulo. O PCJ ainda propõe que as saídas encontradas agora não sejam definitivas e novamente discutidas durante a renovação da outorga do Cantareira, em outubro de 2015.

No geral, quem depende da água em Minas Gerais e será prejudicado, se mostra contra ceder mais água para São Paulo, posição que foi colocada durante três encontros realizados no sul de Minas com representantes da ANA e do Daee.

Procurada, a Agência Nacional de Águas (ANA) não divulgou o número de sugestões recebidas. Também não há uma data definida para que as novas regras entrem em vigor.

Desemprego. Um levantamento do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) aponta que a falta de água na região do PCJ pode causar 3 mil demissões.

Em Campinas, o Ciesp aponta que mais da metade das empresas não tem fonte alternativa de água. Por isso, indústrias pediram autorização ao Daee para substituir a captação da água em rios por poços artesianos. Não há definição do órgão estadual. A região tem 557 empresas, com faturamento anual de R$ 26 bilhões.

O prefeito de Indaiatuba (SP) e atual presidente do Consórcio PCJ, Reinaldo Nogueira, diz que empresas da região já pensam em mudar, caso não vejam os investimentos necessários para que possam ter tranquilidade. "Como uma empresa vai querer se instalar em Itu, por exemplo?", diz, se referindo à cidade que tem sido uma das mais prejudicadas com a crise hídrica e está em esquema de racionamento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os mananciais que abastecem São Paulo registraram nova queda neste domingo (23), de acordo com dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). O nível do armazenamento do Cantareira, principal sistema da capital paulista, foi a 9,5% ante 9,6% ontem. Há um ano, estava em 31,8%.

O reservatório do Cantareira já conta com a segunda cota da reserva técnica, mais conhecida como volume morto, desde o dia 24 de outubro. Na ocasião, foram acrescentados 105 bilhões de litros de água.

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O manancial Alto Tietê também registrou nova queda neste domingo. Segundo a Sabesp, o nível de armazenamento passou de 6,2% ontem para 6,1% hoje. Na mesma data há um ano, o índice estava em 48,5%.

No Sistema Guarapiranga, responsável pelo abastecimento de 4,9 milhões de pessoas, o índice de armazenamento declinou de 32,6% ontem para 32,3% hoje. Há um ano, estava em 71,6%. Neste mês, a Sabesp começou a levar mais água do Guarapiranga para o Cantareira.

Houve retração ainda nos sistemas Rio Grande e Rio Claro, de 0,2 ponto porcentual e 0,7 p.p., respectivamente. Com isso, o índice de armazenamento desses mananciais chegou em 63,8% e 31,9%, nesta ordem, ante 93,3% e 91,4%.

O único reservatório que não registrou queda hoje foi o Alto Cotia, de acordo com a Sabesp. O nível de armazenamento permaneceu em 28,0%, entretanto, bem abaixo do apresentado há um ano, de 81,2%.

A gestão Geraldo Alckmin (PSDB) quer criar uma reserva de 162 bilhões de litros de água para oferecer ao governo do Rio como forma de compensar a obra de transposição prevista para a Bacia do Paraíba do Sul. A expectativa do Estado é de que esse "volume morto" funcione como uma espécie de "fiador" no processo de aprovação da medida, que visa a aumentar a capacidade hídrica das regiões metropolitanas de Campinas e São Paulo.

De acordo com estudo formulado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) em parceria com técnicos da Universidade de São Paulo (USP), a que o Estado teve acesso, a intenção é reforçar e aumentar os níveis de garantia do Sistema Cantareira, a partir de uma obra de interligação entre as Represas Jaguari e Atibainha.

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Caso o projeto de Alckmin, que está avaliado em R$ 830 milhões, receba o aval da Agência Nacional de Águas (ANA), a Sabesp poderá captar, em média, 5 mil litros de água por segundo da Bacia do Rio Paraíba do Sul, dando fôlego ao Cantareira.

A autorização da ANA é necessária porque a Bacia do Paraíba do Sul tem gestão federal. O rio corta Minas e São Paulo, onde a água é armazenada na Represa de Paraibuna, na qual será assegurado o volume morto. Em seguida, corre para o Estado do Rio, onde posteriormente forma a Represa do Funil. Na prática, a reserva representa a soma dos litros por segundo que serão revertidos para o Cantareira ao longo de um ano de transposição entre os mananciais.

A empresa desenvolveu o projeto segundo critérios de segurança para o abastecimento e também a geração de energia - os Rios Jaguari e Paraíba do Sul são usados pela Companhia Energética de São Paulo (Cesp). A Furnas, que produz energia para o Estado do Rio, também usa os mesmos recursos na divisa de Estados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo de São Paulo pediu para presidente Dilma Rousseff que sete das oito obras previstas para solucionar a escassez de água no abastecimento da macrorregião de São Paulo e Campinas sejam incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Desse modo, poderíamos nos beneficiar do Regime Diferenciado de Contratação (RDC) para acelerar a conclusão das obras", disse nesta segunda-feira o secretário do Planejamento de São Paulo Júlio Semeghini, depois de uma reunião de três horas com as ministras do Planejamento, Miriam Belchior, e do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, em Brasília.

Poderão entrar no PAC os projetos de interligação dos reservatórios Atibainha e Jaguari, as estações de produção de água de reúso Sul de São Paulo e Barueri, interligação dos reservatórios Jaguari com o Atibaia, poços artesianos no aquífero Guarani e interligação do Rio Grande com o Guarapiranga. De fora ficaria a obra da reserva de Pedreiras, em Campinas, e Duas pontes, no município de Amparo. Os projetos preveem investimentos de R$ 3,5 bilhões, de acordo com o governador Geraldo Alckmin, que os entregou à presidente Dilma Rousseff no dia 10. Semeghini disse que as obras deverão ficar prontas em 12, 24 e 36 meses.

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Também depois da reunião em seu gabinete, a ministra Miriam Belchior prometeu que o governo federal tomará uma decisão, ao menos parcial, sobre a ajuda nas obras necessárias para equacionar os problemas de desabastecimento de água em São Paulo até a próxima semana. A ministra informou ainda que na quinta-feira técnicos do governo federal e do governo paulista vão se reunir para "destrinchar o detalhamento das propostas". Hoje e amanhã os técnicos do governo federal vão analisar as planilhas e se preparar para a reunião de quinta.

Os seis principais mananciais responsáveis por abastecer a Grande São Paulo registraram queda nesta segunda-feira (17) de acordo com dados da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp). Sem chuvas há dois dias, o Sistema Cantareira, que completou sete meses sem aumento do nível de água ontem, voltou a cair 0,2 ponto porcentual. Hoje, o reservatório está com 10,3%, contra 10,5% no domingo.

Antes de a segunda conta do volume morto, com 105 bilhões de litros, ter sido incorporada no cálculo da Sabesp, no dia 24 de outubro, o Cantareira registrava 3% da sua capacidade: a menor da história. Com a soma da reserva técnica, o reservatório subiu para 13,6%, mas, desde então, só se manteve estável em dois dias e já perdeu 3,1 pontos porcentuais.

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A última vez que o volume do sistema aumentou foi no dia 16 de abril. Na ocasião, nenhuma reserva técnica havia sido acrescida e o reservatório subiu de 12% para 12,3%.

Nos últimos três dias, a Sabesp registrou apenas 0,2 milímetro de chuva na região do Cantareira. O volume acumulado do mês é de 90,2 milímetros, que corresponde a 56% da média histórica de novembro.

Outros mananciais

O volume total de água do Sistema Guarapiranga, que fornece água para cerca de 4,9 milhões de pessoas, também registrou queda de 0,2 ponto porcentual. O reservatório, que estava com 34,6% da sua capacidade, chegou aos 34,4%. Em termos proporcionais, o Sistema Alto Tietê teve o mesmo declínio: caiu de 7,2% para 7%.

O sistema Rio Grande, que atende cerca de 1,6 milhão de pessoas, foi o que registrou maior queda, de 0,3 ponto porcentual. Ontem, o reservatório estava com 65,6%, ante 65,3% de hoje. Os sistemas Alto Cotia e Rio Claro também caíram 0,2 ponto porcentual. O primeiro, que estava com 29,3% da sua capacidade, passou para 29,1%. Já o segundo caiu de 36% para 35,8%.

O volume de água no Sistema Cantareira voltou a cair 0,1 ponto porcentual neste domingo, 16, quando completa sete meses sem registrar aumento no manancial. A última vez que o volume do sistema aumentou foi no dia 16 de abril. Na ocasião, o reservatório subiu de 12% para 12,3%.

Sem registro de chuvas região nas últimas 24 horas, o volume do sistema, responsável pela maior parte do abastecimento da Grande São Paulo, está em 10,5%, ante 10,6% do dia anterior, segundo dados da situação dos mananciais da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp).

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Ontem, o manancial já havia perdido 0,2 ponto porcentual com relação à sexta-feira, 14, quando o nível do Sistema Cantareira era de 10,8%. Nesse fim de semana, a Sabesp registrou apenas 0,2 milímetro de volume de chuva na região do Cantareira. Já o volume acumulado do mês é de 90,2 milímetros, que representa 56% da média histórica de novembro.

Há três semanas, a segunda cota do volume morto foi incorporada no cálculo da Sabesp.

Após o acréscimo de 105 bilhões de litros da reserva técnica, o volume útil de água no Cantareira subiu para 13,6%. Antes, estava em apenas 3% - o menor nível já registrado na história. Deste então, o Cantareira registra quedas consecutivas. Apenas em dois dias - 4 e 14 de novembro - o nível se manteve estável.

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