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Uma segunda indiana pertencente à minoria dalit morreu, após ser vítima de um estupro coletivo - anunciou a polícia nesta quinta-feira (1º). Recentemente, a morte de outra jovem dalit em condições semelhantes também indignou o país.

Este segundo caso é o de uma mulher de 22 anos estuprada por dois homens na terça-feira (29). Ela morreu a caminho do hospital em Uttar Pradesh, relatou a polícia neste estado do norte da Índia.

A comunidade Dalit, anteriormente chamada de "intocável", está situada nos níveis mais baixos da escala social do rígido sistema de castas indiano.

Os dois suspeitos foram presos e acusados de estupro coletivo e homicídio, segundo a polícia, que não deu mais detalhes e apenas afirmou que os fatos estão sendo investigados. Os detidos podem ser julgados conforme um procedimento acelerado por um tribunal especial, acrescentou.

"Um motorista de riquixá [veículo de duas rodas] a trouxe para casa. Ela foi jogada na frente da nossa casa. Minha filha mal conseguia se levantar, ou falar", desabafou a mãe da vítima, de acordo com a NDTV.

A agressão ocorreu no distrito de Balrampur, em Uttar Pradesh, a cerca de 500 quilômetros do local onde outra dalit, de 19 anos, foi estuprada em meados de setembro. Segundo sua família, ela foi atacada por quatro homens de uma casta "superior".

Paralisada por causa dos ferimentos, ela foi transferida para um hospital de Nova Délhi, a 200 quilômetros de seu povoado. Não resistiu e faleceu na terça-feira. Ontem (30), a polícia indiana foi acusada de cremá-la à força, contra a vontade da família.

Sua morte gerou manifestações em Délhi e em várias cidades de Uttar Pradesh.

Esses novos casos de estupro coletivo acontecem após a execução de quatro homens, em 20 de março passado, pelo estupro e assassinato de uma estudante em um ônibus, em Délhi, em dezembro de 2012. Esse crime se tornou o símbolo do drama da violência sexual contra mulheres na Índia.

Os cerca de 200 milhões de dalits indianos sofrem, "tradicionalmente", discriminação e agressões, que aumentaram durante a pandemia da Covid-19, de acordo com seus defensores.

Em 2019, 87 estupros foram denunciados por dia, em média, na Índia. Os crimes contra as mulheres neste país de 1,3 bilhão de habitantes aumentaram mais de 7% em um ano, de acordo com dados oficiais divulgados terça-feira. Esses dados podem ser bem maiores, já que muitos casos não são relatados, alertam especialistas.

A morte de uma jovem pertencente à minoria dalit depois de ter sido violentada por quatro homens de uma casta superior, segundo sua família, provocou indignação e comoção na Índia.

As quase 200 milhões de pessoas da comunidade dalit, antes chamadas de "intocáveis", estão nos níveis mais reduzidos da escala social no rígido sistema de castas indiano e são discriminadas e agredidas com frequência.

A vítima, de 19 anos, foi atacada em 14 de setembro por quatro homens no estado de Uttar Pradesh, norte do país, de acordo com a denúncia apresentada por sua família à polícia. Os quatro suspeitos foram detidos.

A jovem foi encontrada sangrando e paralisada pelos ferimentos sofridos no pescoço e na coluna vertebral. Ela foi transportada para um hospital local e depois para Nova Délhi porque sua condição estava piorando.

"Morreu na manhã de terça-feira. Faremos todo o possível para que aconteçam uma investigação e um julgamento rápidos", afirmou à AFP o comandante da polícia do distrito de Hathras, em Utta Pradesh, Vikrant Vir.

O caso provocou uma onda de revolta nas redes sociais. O crime aconteceu após a execução, em 20 de março, de quatro homens pelo estupro em grupo de uma jovem estudante em um ônibus de Nova Délhi em dezembro de 2012, um crime que chocou o país e o mundo.

"Que dia triste! Durante mais quanto tempo isto será permitido?", questionou o diretor e produtor de cinema Farhan Ajtar. Para Kavita Krishnan, líder feminista indiana, a agressão reflete "a violência estrutural" sofrida pelas mulheres da casta dalit.

A violência sexual contra as mulheres de qualquer casta e nível social é preocupante neste país de 1,3 bilhão de habitantes. Em 2018 foram denunciados 34.000 estupros, um número que para os analistas representa apenas a ponta do iceberg, pois na Índia a maioria das vítimas tem medo de denunciar as agressões.

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