Tópicos | déficit de professores

Os professores da Rede Municipal de Educação do Recife decidiram pela deflagração de uma greve por tempo indeterminado após a realização de uma assembleia do Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere). A categoria exige da Prefeitura do Recife o pagamento do Piso Salarial do Magistério (que implica em um aumento de 12,84%), estabelecido por lei, com retroativo a janeiro tanto para quem tem salários abaixo do valor do piso, quanto o reajuste para os demais. 

De acordo com Claudia Ribeiro, coordenadora geral do Simpere, na última segunda-feira (9) a prefeitura apresentou uma proposta de parcelamento do percentual em três vezes a partir do mês de outubro (duas parcelas de 4,5% em outubro e novembro e uma de 3,80% em dezembro), sem retroativo. A proposta foi recusada, levando à greve da categoria. “A Prefeitura do Recife gastou R$ 1 bilhão com serviços de terceirização em 2019. É difícil acreditar que não têm dinheiro para pagar nosso piso com retroativo a janeiro”, afirmou a coordenadora do Simpere.

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Crédito: Simpere

Outras demandas

Além da campanha salarial, ainda há outras pautas de reivindicação dos professores municipais do Recife. Segundo Claudia, atualmente há um déficit de 1000 professores na rede municipal, enquanto a prefeitura só pretende realizar um certame com 100 vagas. O quantitativo, de acordo com ela, não chega nem perto de suprir as necessidades educacionais da cidade. 

A falta de creches, segundo a coordenadora do sindicato, é outro problema que afeta o sistema de educação do Recife. “Há menos de 80 creches em toda a cidade do Recife”, afirmou Claudia. Na opinião dela, a realização das matrículas exclusivamente pela internet também é um problema, pois afasta a comunidade das creches ao não permitir a matrícula de forma direta e carece de mais transparência quanto ao número de vagas disponíveis e sua localização. 

A estrutura das escolas, segundo Claudia, também é um problema que gera grande desconforto e cria um ambiente insalubre para professores, alunos e funcionários devido ao calor. “Nós chamamos as salas de sauna de aula” afirmou a sindicalista, que criticou o que classifica como uma propaganda enganosa promovida pelo marketing da prefeitura sobre a estrutura das escolas municipais. “A prefeitura gastou R$ 25 milhões em publicidade sobre escolas em 2019 e R$ 3 milhões até março para mostrar escolas que não correspondem à realidade”, disse ela. 

Ameaça ao direito de organização e greve

Outra queixa feita pela categoria dos professores é uma tentativa da Prefeitura do Recife de tentar coibir a realização de assembleias profissionais, direito garantido por lei e em convenções. “É uma postura muito parecida com a de Bolsonaro. Eles estão exigindo reposição das horas gastas em assembleia, mas é a administração pública quem tem que realizar a reposição das aulas para os alunos”, explicou a Claudia. 

O LeiaJá procurou a Secretaria de Educação da Prefeitura do Recife para averiguar a denúncia dos professores e aguarda resposta oficial para atualizar esta matéria. 

Próximos passos

Cláudia Ribeiro afirmou que na próxima quarta-feira (11) a categoria dos professores realizará ações de conscientização sobre a greve nas escolas e comunidades do Recife, junto à população. Na quinta-feira (12), está prevista uma assembleia na Prefeitura da Cidade do Recife.

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