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O Twitter concordou, em junho, em pagar cerca de US$ 7 milhões ao denunciante cujas alegações farão parte do processo de Elon Musk contra a empresa, segundo pessoas familiarizadas com o assunto. O acordo foi concluído dias antes de Peiter Zatko apresentar sua queixa de denunciante em julho.

Zatko é um hacker que era o chefe de segurança do Twitter antes de ser demitido em janeiro. Em sua denúncia, Zatko acusa a empresa de não proteger dados confidenciais de usuários e mentir sobre seus problemas de segurança.

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Em um ponto durante as negociações, Zatko aumentou sua demanda por acordos em cerca de cinco vezes, disseram algumas pessoas familiarizadas com o assunto. Não foi possível saber qual era sua demanda na época, e é típico que os executivos peçam muito mais do que recebem.

O acordo confidencial estava relacionado à indenização perdida de Zatko e seguiu-se a uma mediação de meses sobre dezenas de milhões de dólares em pagamento potencial, disseram as pessoas.

Como parte do acordo, Zatko concordou com um acordo de confidencialidade que o proíbe de falar publicamente sobre seu tempo no Twitter ou depreciar a empresa, disseram as pessoas.

Audiências no Congresso e reclamações de denunciantes governamentais são dois dos poucos locais em que ele tem permissão para falar abertamente, disseram eles, e essas isenções são típicas em acordos de compensação.

Musk está sendo processado pelo Twitter depois de tentar desistir de seu acordo para comprar a empresa. Ele tem argumentado que o Twitter deturpou seus negócios, particularmente no que se refere ao nível de spam ou contas falsas, que o Twitter nega. Na quarta-feira, um juiz decidiu que Musk pode alterar seu processo contra o Twitter para incorporar alegações da queixa de Zatko.

O Facebook enfrentou nesta segunda-feira (4) uma crise dupla: precisou resolver uma interrupção global de sete horas de suas redes sociais, ao mesmo tempo em que lutava contra as revelações condenatórias de uma denunciante.

Muitos temores e críticas de longa data sobre a plataforma parecem ter sido respaldados por uma pesquisa do próprio Facebook, que foi entregue pela ex-funcionária Frances Haugen às autoridades e ao Wall Street Journal.

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Porém, enquanto os senadores dos Estados Unidos se preparavam para seu altamente esperado depoimento sobre os documentos na terça-feira (5), o Facebook enfrentava um apagão de várias horas que potencialmente afetou dezenas de milhões de usuários em suas plataformas, incluindo o Instagram e o WhatsApp.

O site Downdetector disse que recebeu 10,6 milhões de informes de problemas que iam desde os Estados Unidos e Europa até a Colômbia e Cingapura, com as falhas surgindo pela primeira vez por volta das 15h45 GMT (12h45 de Brasília).

Cerca de sete horas depois, os serviços começaram a voltar ao ar. “Temos trabalhado duro para restaurar o acesso aos nossos aplicativos e serviços e estamos felizes em informar que eles estão voltando a ficar online”, escreveu o Facebook em sua conta no Twitter.

O Facebook se "reconectou à internet global" às 22h28 GMT (19h28 de Brasília), mas espera-se que demore um pouco para que a família de serviços da empresa retorne completamente ao normal, indicou a firma de segurança na web Cloudflare em seu blog.

O Facebook não revelou a possível causa da paralisação, mas especialistas em segurança cibernética disseram que encontraram sinais de interrupção nas rotas que conectam as pessoas à rede social.

"O Facebook e suas propriedades relacionadas desapareceram da Internet em uma enxurrada de atualizações do BGP (sigla em inglês para Protocolo de Porta de Entrada)", tuitou John Graham-Cumming, diretor de tecnologia da Cloudflare.

Durante o apagão, Mike Schroepfer, diretor de tecnologia da companhia, ofereceu no Twitter suas "mais sinceras desculpas a todos os afetados pelas interrupções nos serviços fornecidos pelo Facebook neste momento".

- "Pioram a insatisfação corporal" -

O Facebook tem resistido fortemente à indignação sobre suas práticas e impacto, mas esta é apenas a mais recente crise a atingir seus negócios.

Há anos, legisladores americanos ameaçam regulamentar o Facebook e outros gigantes da tecnologia, apontando as críticas de que essas plataformas atropelam a privacidade, fornecem um megafone para informações erradas e perigosas e prejudicam o bem-estar dos mais jovens.

Depois de anos de crises nas mídias sociais sem grandes reformas legislativas, alguns especialistas duvidam que mudanças estejam por vir. "Esta é uma situação em que haverá muita fumaça e muita fúria, mas pouca ação", opinou Mark Hass, professor da Universidade Estadual do Arizona.

As ações “virão essencialmente das plataformas, quando sentirem pressão de seus usuários, sentirem pressão de seus funcionários”, acrescentou, e ressaltou que as autoridades não serão capazes de regular o conteúdo de forma eficaz.

Haugen, uma especialista em dados de 37 anos de Iowa, trabalhou para empresas como Google e Pinterest, mas disse em uma entrevista ao programa de notícias "60 Minutes", da CBS, que o Facebook era "substancialmente pior" do que tudo que já tinha visto.

O vice-presidente de política e assuntos globais do Facebook, Nick Clegg, rejeitou veementemente a alegação de que seus serviços são "tóxicos" para os adolescentes, dias após uma audiência tensa de várias horas no Congresso em que congressistas americanos interrogaram a empresa sobre seu impacto mental na saúde dos usuários jovens.

Na semana passada, os senadores pressionaram Antigone Davis, chefe de segurança do Facebook, por conta de um relatório da própria empresa sobre possíveis danos dos aplicativos.

Davis disse aos legisladores que uma pesquisa mostrou que o Instagram geralmente é muito benéfico para crianças de 12 anos com ansiedade, tristeza ou distúrbios alimentares.

No entanto, o senador Richard Blumenthal leu em voz alta no tribunal trechos de documentos da empresa, que disse ter recebido de alguém do Facebook, que a contradizia.

"Provas substanciais sugerem que as experiências no Instagram e no Facebook pioram a insatisfação corporal", afirmou ele, observando que essa alegação não veio de um funcionário descontente do Facebook, mas de um estudo da própria empresa.

"Eu perdi tudo, não devo nada para o governo do PT, mas o Brasil me deve muito", afirma o empresário Hermes Magnus, que denunciou à Polícia Federal e à Procuradoria da República em Londrina (PR) o esquema de lavagem de dinheiro sob comando do então ex-deputado José Janene (PP-PR), morto em 2010, e do doleiro Alberto Youssef.

Suas primeiras revelações, ainda em caráter anônimo, chegaram aos investigadores em 2008. Ele mandava documentos e mensagens para as autoridades, relatando movimentos de Janene e Youssef.

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Naquele ano, em busca de investidores que aportassem recursos na Dunel Indústria e Comércio Ltda., que criou para atuar no fornecimento de equipamentos, ele encontrou-se com o político na sede da CSA Project Finance, espinha dorsal da Lava Jato. Logo, afirma, descobriu que Janene usava a CSA para lavar dinheiro, mas não se afastou porque firmara memorando de entendimentos, que previa pesada multa por rompimento contratual.

Por meio da CSA, Janene e Youssef expandiram suas ações para a Petrobras, onde se associaram a Paulo Roberto Costa, diretor da estatal entre 2004 e 2012. "Naquela reunião, me foi apresentado o Claudio Menti, pupilo e testa de ferro do Paulo Roberto", narra o empresário. "Na CSA encontrei pelo menos três vezes o Paulo Roberto."

Segundo ele, Janene lhe ofereceu R$ 1 milhão para injetar na Dunel - segundo a Procuradoria, dinheiro do mensalão que foi lavado pelo político. "Eles queriam me usar como laranja. O dinheiro rodava livre na CSA. A partir das minhas informações, a Lava Jato foi ganhando corpo."

Entre 2011 e 2012, a Justiça Federal autorizou medidas cautelares, interceptação telefônica e de e-mails. Descobriu-se, então, as ramificações do grupo e surgiram detalhes das relações com o então diretor da Petrobras e indícios de propinas a políticos do PT, do PMDB e do PP.

Celeridade

As investigações ganharam celeridade quando o investidor Enivaldo Quadrado, operador de Janene, foi preso em dezembro de 2008 no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, com 361,4 mil em espécie na cueca e nos bolsos que, segundo Magnus, era destinado à ex-mulher de Janene.

"Eu quebrei, um prejuízo de pelo menos R$ 2 milhões. Éramos 32 funcionários, somos quatro", desabafa Magnus, que diz levar uma vida de dificuldades, sob desconfiança do mercado, que raramente lhe dá uma oportunidade de negócio.

Telefonemas anônimos o aterrorizam. Ameaças vêm de todo jeito, a qualquer hora. Teme uma emboscada. Ou uma bala perdida. "A militância vai cuidar disso", dizem. "Meu plano é ir embora do Brasil. As pessoas me veem como um bandido que desertou, mas não é verdade. Eu denunciei tudo, desde 2008. Eu não sou um deles."

Magnus afirma ver uso eleitoral da PF e não acha justas as críticas de políticos à condução do processo pelo juiz Sérgio Moro. "Não há nenhum interesse político na investigação."

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