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A morte de um espanhol de 50 anos pode ser o terceiro caso de suicídio cometido por motivo de despejo domiciliar em menos de um mês no país. Segundo a polícia, o homem, que mora em Córdoba, se jogou de uma janela nesta sexta-feira, um dia depois que o governo anunciou uma suspensão de emergência para execuções hipotecárias.

O homem morto enfrentava um processo de despejo, mas não há confirmação imediata se ele era inquilino ou proprietário da casa, nem se o despejo está relacionado a problemas financeiros. Ontem, o governo da Espanha anunciou a suspensão de dois anos para os despejos domiciliares de pessoas mais vulneráveis, após pressão popular devido aos suicídios ligados a uma onda de execuções de hipotecas.

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No dia 9 de novembro, a ex-política socialista Amaia Egana, de 53 anos, pulou da janela de seu apartamento no município basco de Baracaldo, enquanto oficiais de justiça estavam a caminho para despejá-la. Seu suicídio aconteceu 15 dias depois da morte de José Luis Domingo, também de 53 anos, que se enforcou pouco antes dos agentes chegarem à sua casa, na cidade de Granada. As informações são da Dow Jones.

Os maiores bancos da Espanha aceitaram nesta segunda-feira congelar por dois anos as ordens de despejo em casos de profunda necessidade financeira em meio à comoção causada pelos recentes suicídios de mutuários inadimplentes prestes a serem despejados.

A associação espanhola de bancos, conhecida pelas iniciais AEB, informou que, por "razões humanitárias", as instituições financeiras não buscarão na justiça a execução dos imóveis nos casos dos mutuários mais necessitados.

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Os tribunais da Espanha ordenaram quase 19.000 despejos somente no segundo trimestre de 2012, segundo o Conselho Geral do Judiciário do país. Desde 2008, quando começou a crise, 203.808 imóveis já foram executados.

Líderes do governista Partido Popular (PP, conservador) e do opositor Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) iriam se reunir ainda nesta segunda-feira para buscar um acordo bipartidário para mudar a lei de hipotecas do país, do início do século passado.

As leis de hipotecas espanholas são especialmente vantajosas aos bancos e a outros credores. Ainda que um mutuário seja obrigado a deixar o imóvel por inadimplência das parcelas de seu financiamento, a lei espanhola os obriga a saldar a dívida mesmo que o credor já tenha leiloado o imóvel. As informações são da Dow Jones.

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A advogada dos moradores da Vila Oliveira chegou, ainda há pouco, na comunidade que fica no Pina, Zona Sul do Recife. Maria José do Amaral estava no Fórum Joana Bezerra, na Ilha do Leite, desde ás 7h, para dar entrada em um mandado de suspensão do despejo dos moradores. 

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“Eles têm a escritura da casa fundamentada e dada pelo governador Miguel Arraes. Esse mandado da justiça é falso, por que a perícia que eles realizaram consta que este terreno é baldio, mas qualquer pessoa que chegar aqui vai ver que não é,” alega.

Os moradores permanecem dentro das casas mesmo com a tentativa de negociação da Polícia. O acesso à Vila Oliveira está fechado para a imprensa.

Um dos principais tormentos das tribos guarani caiová em Mato Grosso do Sul é o suicídio de jovens. Agripino Silva, 23 anos, um rapaz da aldeia Ipo’y, acampamento de uma fazenda em Paranhos, perto da fronteira com o Paraguai, foi encontrado morto na madrugada do último sábado (27). A suspeita é que se trate de suicídio, conforme os primeiros relatos da comunidade registrados na Funai.

"O caso está sendo investigado pela polícia", disse neste domingo (28) a indigenista Juliana Mello Vieira, da Funai de Ponta Porã, que atende as comunidades daquela área. A indigenista explicou que a situação de Ipo’y já está mais avançada que a dos índios que ocupam Pyelito Kue, em Tacuru. De acordo com a Funai, vivem em Ipo’y cerca de 70 famílias, entre 300 e 400 pessoas.

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Para um dos líderes da região, Apyka Rendju ("luz brilhante", em guarani), que já foi ameaçado de morte e não divulga seu nome em português, o caso parece ser mais um das centenas de suicídios que ocorrem entre os caiová. Segundo dados do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), lembra o líder guarani, cerca de 1,5 mil índios já morreram desta forma no sul de MS em mais de uma década.

Depressão

De acordo com Apyka Rendju, são pessoas que entram em depressão e se matam. Ele criticou a demora da polícia no episódio. "O pessoal da comunidade se revoltou contra a demora para a retirada do corpo", disse Apyka Rendju. "O corpo ficou lá durante todo o calorento dia de sábado", afirmou. Para ele, a onda de suicídios na região, que já dura mais de uma década, se deve à situação difícil da condição indígena em contato com a colonização branca e a indefinição da questão fundiária. "É muito difícil para algumas pessoas aguentarem a situação", conta ele, que vive em Caarapó, cidade vizinha de Dourados e Ponta Porã. Uma das causas imediatas, segundo líderes indígenas, é o alcoolismo.

Até ontem à tarde, a polícia ainda não sabia a causa da morte. A Funai aguarda o laudo do IML para avançar na investigação. Só depois de concluído o laudo o corpo será liberado para as cerimônias fúnebres. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo


Eles são cerca de 170 índios guarani caiová, estão em uma área de 2 hectares de mata ilhada entre um charco e o leito do Rio Hovy, na divisa da Reserva Sassoró com a Fazenda Cambará, propriedade de 700 hectares no município de Iguatemi, no sul de Mato Grosso do Sul. A presença desse grupo de índios na área de mata ocupada por eles há um ano e chamada de Pyelito Kue/Mbarakay - que quer dizer terra dos ancestrais - foi decretada ilegal pela Justiça Federal há um mês e os indígenas condenados a deixar o local. Mas eles se negam a sair e prometem resistir à ordem judicial de despejo.

"Esta terra não é dos brancos. É nossa, de nossos ancestrais. Vamos ficar aqui até morrer", afirma Líder Lopes, um dos chefes do grupo. Na calorenta tarde de sábado (27), com o rosto pintado, ao lado de outros guerreiros da tribo, Lopes afirmou ao Estado que o grupo sofre perseguição de fazendeiros no local e que sabe que a decisão da Justiça manda que deixem o local. "Mas nós não vamos sair daqui. Se vierem nos tirar vão ter de nos matar"

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Na aldeia escondida entre árvores de uma reserva ambiental da fazenda havia somente uma dezena de pessoas, entre adultos e crianças. Lopes alega que a luta dos caiovás é para garantir a posse da área que eles afirmam ser o local nos qual seus ancestrais viveram ainda antes de as fazendas se formarem nesta região do sul de MS, quase divisa com o Paraguai. A decisão judicial, beneficiando o fazendeiro Osmar Luís Bonamigo, representado pelo advogado Armando Albuquerque, no entanto, aponta em outra direção ao não reconhecer a posse das terras pelos caiovás.

Diante da tensão entre as partes, a Fundação Nacional do Índio (Funai), por meio do Ministério Público Federal, recorreu da decisão de primeira instância, em Naviraí. O MPF pede que os indígenas possam permanecer no local até que seja finalizado um estudo antropológico da Funai. O clima na região ficou ainda mais tenso com a chegada de técnicos da fundação, escoltados pela Polícia Federal. Um grupo de fazendeiros, liderados pelo Sindicato Rural de Tacuru, registrou Boletim de Ocorrência na delegacia da cidade reclamando da ação da Funai. Pelo menos cinco fazendas já foram visitadas pelos técnicos: Ipacaraí, Esperança, Pindorama, Estância Modelo e Alto Alegre.

Um integrante da operação da Funai disse que a situação entre índios e proprietários de terras pode se agravar pois os guaranis de toda a região estão decididos reivindicar áreas de ancestrais, como ocorre em Pyelito Kue. Segundo dados do governo federal, MS tem cerca de 40 mil índios da etnia guarani. A área ocupada por eles em reservas e terras indígenas é de 30 mil hectares.

A notícia de uma iminente tragédia envolvendo os guarani caiová do Pyelito Kue varou as redes sociais na semana passada após a divulgação de uma carta do grupo na internet alertando autoridades sobre a intenção indígena de resistir até a morte. "Sabemos que seremos expulsos daqui da margem do rio pela Justiça, porém não vamos sair da margem do rio. Como um povo nativo e indígena histórico, decidimos meramente em sermos mortos coletivamente aqui", diz o texto da carta. A versão difundida era que o grupo se preparava para cometer suicídio coletivo. A carta, no entanto, não afirma isso.

Mas como o suicídio de índios guarani na região tem chamado a atenção de estudiosos da causa dos índios, o alerta foi interpretado como uma vontade de morrer diante da contrária decisão da Justiça. Na verdade não era isso. "Houve um equívoco na leitura da carta", explica Flávio Vicente Machado, conselheiro do Cimi.

"O que eles estão dizendo é que estão sendo ameaçados e que não deixarão a área em caso de tentativa de despejo", explica o cacique Voninho Benites Pedro, de uma aldeia guarani do município de Douradina.

Os guarani caiová que habitam o sul de MS reclamam na verdade do que seria, segundo eles, uma histórica dívida do Estado brasileiro. Com o processo de colonização dos anos 1940 e 50, quando Mato Grosso do Sul foi escolhido para projeto de reforma agrária, implementada a partir dos anos 1950 por Getúlio Vargas, as fazendas cresceram na área e os índios foram alojados em reservas. Depois que os caiová voltaram a reivindicar a área, a região de Dourados e municípios vizinhos tornou-se um enorme caldeirão de disputas fundiárias e sob constante tensão étnica. O Estado não conseguiu neste domingo (28) contato com o Sindicato Rural de Tacuru para que a entidade falasse pelos fazendeiros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Organizações representativas de várias etnias indígenas espalharam nesta sexta-feira 5 mil cruzes no gramado da Esplanada dos Ministérios para protestar contra a violência fundiária e chamar a atenção das autoridades em relação ao drama de uma aldeia guarani-caiová, ameaçada de despejo, por decisão judicial, da área que ocupa na Fazenda Cambará, às margens do Rio Hovy, em Naviraí, Mato Grosso do Sul. A Fundação Nacional do Índio (Funai) recorreu da decisão e deixou equipes de prontidão no local para evitar confrontos.

Os índios, segundo os organizadores do movimento, decidiram resistir à ordem de desocupação e ameaçam, como último recurso, partir para o suicídio coletivo, uma tática usada no passado. A ameaça dos índios foi comunicada ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que determinou providências urgentes à Funai. Nesta sexta-feira, uma comitiva, comandada pelo líder do PV na Câmara, deputado Sarney Filho (MA), levou o caso também ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ayres Britto.

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Dados do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) indicam que, entre 2003 e 2011, foram mortos 503 índios no País, vítimas de violência fundiária. Desse total, 279 são do povo guarani-caiová, que há mais de 50 anos teve suas terras invadidas no Mato Grosso do Sul por projetos de colonização agrícola e, deste então, vive em conflito pela homologação e demarcação de suas reservas.

Recentemente, um grupo de 170 índios ocupou uma área na Fazenda Cambará, que eles alegam pertencer à etnia. Mas, no início deste mês, a Justiça Federal de Naviraí concedeu liminar determinando a desocupação da área. Desde então, eles passaram a discutir o suicídio como protesto, segundo alertou Sarney Filho. "Expliquei a gravidade do assunto e das sucessivas agressões aos guarani-caiová, que os levaram a fazer do suicídio uma prática comum entre eles e que agora 170 pessoas ameaçam tirar a própria vida", enfatizou.

Em nota, a Funai informou que adotou todas as medidas legais para reverter a decisão judicial e que não há data definida para cumprimento da liminar. Disse que o risco de suicídio coletivo não é confirmado pelos índios que ocupam a fazenda e que mantém uma equipe acompanhando a situação no local, sob supervisão da Coordenação Regional do órgão em Ponta Porã. O recurso da Funai para derrubar a liminar foi interposto no Tribunal Regional da 3ª Região, em São Paulo.

Um dia após a divulgação das imagens de cães sendo maltratados em um pet shop de Engenho de Dentro, na zona norte do Rio, o estabelecimento amanheceu fechado nesta sexta-feira. A prefeitura cancelou provisoriamente o alvará de funcionamento da loja e o dono do prédio cancelou o contrato de aluguel. Uma placa anuncia que o imóvel está disponível para ser alugado. Vizinhos contaram que clientes tentaram invadir e pichar a loja durante a madrugada. Uma viatura da PM permaneceu nas imediações durante toda a manhã.

Segundo o filho do dono do imóvel, Fabiano da Costa, de 35 anos, o espaço era alugado há cerca de três anos pela dona do pet shop, Solange Barroso, e ela era solícita e carinhosa com os animais. "Rescindimos o contrato por conta da ação penal que eles vão responder. Não concordamos com maus tratos a animais." Ele permaneceu na loja durante a madrugada para impedir depredações ao imóvel.

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Um vídeo produzido por um ex-funcionário do pet shop e divulgado na quinta-feira pela TV Globo mostrou o filho da proprietária, Daniel Barroso, dando socos em quatro animais. Ele também batia nos cães com garrafas e amarrava o focinho dos animais durante o banho.

Na sexta-feira, mais uma cliente da loja prestou queixa na 26ª DP por maus tratos ao seu cachorro. Foi a quarta denúncia. Quem maltrata animais está sujeito a pena de três meses a um ano de prisão. A dona da loja, que é mãe do agressor e afirmou desconhecer a conduta do filho, também pode ser indiciada. Ela e o filho vão prestar depoimento, em data ainda indefinida.

A dona de um cão agredido está em estado de choque e toma calmantes. Vizinha do pet shop, a professora Priscila Santos, de 32 anos, diz que costumava levar sua poodle para tosar no estabelecimento. "Fiquei chocada com a notícia. Nunca percebi nada de estranho nela, mas não dá para confiar mais. Isso deve acontecer em todo pet shop. Só descobrimos porque o ex-funcionário denunciou".

Entoando frases de protesto como “Povo negro unido e povo negro forte não teme a luta, não teme a morte”, e “O povo quilombola: Tem direito à terra”, cerca de 150 pessoas ligadas a movimentos sociais da Bahia realizaram um ato público nesta quarta-feira (1°), no Quilombo Rio dos Macacos, no município de Simões Filho, em defesa da comunidade que corre o risco de ser despejada do seu território pela Marinha do Brasil.

O ato, organizado pelas lideranças quilombolas de Rio dos Macacos e pela Comissão da Pastoral da Terra (CPT), contou com o apoio de outros movimentos como a Quilombo X, o Coletivo Blacktude, Associação de advogados de Trabalhadores Rurais do Estado da Bahia (AATR), Núcleo Akofena, Movimento dos Pescadores da Bahia (MopeBa) e Campanha Reaja.

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Após a manifestação, ocorrida em frente à Base Naval de Aratu, os manifestantes caminharam pelos fundos até as imediações do quilombo, onde foi realizada uma plenária com falas de apoio e denúncias dos casos de violência sofridas pelos moradores. “Já morreram seis pessoas aqui desde 2009, quando eles começaram a tentar nos expulsar. Essa terra é tudo que nós temos, e dormimos e acordamos com medo de perder o que é nosso e o que foi de nossos ancestrais. A gente nem tem mais medo da morte, por que daqui só saimos mortos”, emociona-se Rosimere dos Santos, liderança comunitária.

Após a manifestação, os militantes seguiram até o bairro de Periperi, em Salvador, a poucos quilômetros do quilombo, onde ficarão acampados em vigília até o fim da semana. Hoje (2) e amanhã (3) a agenda do movimento segue no evento chamado "Seminários dos Quilombolas em Defesa do Quilombo Rio dos Macacos", que abordará temas como Disputas entre quilombolas e Forças Armadas pelo Brasil, com representantes do Quilombo Marambáia (RJ) e Alcântara (MA), que passaram por processos parecidos com o Exército e a Marinha, respectivamente. O seminário também trará formação sobre direitos territoriais e quilombolas, discussões e encaminhamentos sobre o caso de Rio dos Macacos.

Na última terça-feira (31), integrantes do quilombo e representantes do governo fizeram uma reunião sobre a posse da terra, mas não chegaram a um consenso. Outro encontro foi marcado para daqui a duas semanas e, até lá, o governo garantiu que não haverá ações de reintegração de posse, mas os moradores afirmam não se sentirem assegurados, pela não existência de um documento que comprove este acordo.

O Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID), que reconhece a região como quilombo, já foi concluído pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) mas não foi enviado para o Diário Oficial da União ou ao Diário Oficial do Estado, medida que daria valor legal ao estudo.

Vários Movimentos sociais, personalidades políticas e artistas já aderiram a campanha em pró do quilombo. Nesta quarta-feira (1°), o Coletivo Mães de Maio (SP) divulgou em sua página no Facebook, fotos dos rappers Helião, da banda Rzo, e Mano Brown, do Racionais Mc, segurando o banner da campanha.

Entenda o caso
A comunidade Rio dos Macacos é formada por cerca de 60 famílias, que reivindicam a posse da área e defendem que estão no local há mais de 200 anos, tendo registros de uma moradora com 112 anos, que nasceu no local e teve os pais e avós também nascidos ali. A Marinha afirma ter oferecido uma área para que os moradores fossem alocados, mas eles não demonstraram sinal de aceitação.

Em meados de 1960, as terras pertencentes aos quilombos foram doadas pela prefeitura de Salvador à Marinha do Brasil, tendo ficado registrada na ocasião a existência de moradores e a ressalvada sobre a responsabilidade da Marinha por quaisquer indenizações por transferência de terra.

Nos últimos três anos, com a construção da base naval e a intensificação do contingente de oficiais no local, a tensão e o medo se instauraram na comunidade.

São Paulo - Comunidades tradicionais, em sua maioria caiçaras, que vivem na região da Jureia, litoral sul paulista, estão sob a ameaça de serem despejadas devido a uma decisão judicial. A determinação vem de uma ação do Ministério Público Estadual que pede a demolição de pelo menos 40 casas construídas dentro da Estação Ecológica da Jureia-Itatins. O governo do estado, que está obrigado a fazer a remoção, recorreu da decisão, e conseguiu ampliar o prazo inicial de 120 dias, para um ano. O tempo, entretanto, esgota-se no início de julho.

Criada em 1986, a estação ecológica desconsiderou a existência das comunidades tradicionais que vivem há até 400 anos na região. Esse tipo de unidade de conservação não pode ser habitada. Por isso, o governo estadual enviou no início de 2012 uma proposta que transforma duas das áreas habitadas da estação ecológica em reservas de desenvolvimento sustentável (RDS).

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A situação indefinida deixa, no entanto, as comunidades da região inseguras sobre o futuro. “Está todo mundo apreensivo”, ressalta a vice-presidenta da União dos Moradores da Jureia (UMJ), Adriana Souza Lima. Medo que aumenta com ações paralelas da Fundação Florestal para retirar moradores considerados não tradicionais ou invasores de terra. “Tem ação de demolição de casas na Barra do Una [um dos principais núcleos populacionais], e a comunidade não entende muito bem essa questão, que são coisas diferentes”, explica Adriana.

A única forma de garantir definitivamente a permanência das famílias na Jureia, segundo o diretor de Operações da Fundação Florestal, Boris Alexandre César, é a aprovação do projeto de lei que classifica algumas áreas da estação ecológica, criando o Mosaico de Unidades de Conservação da Jureia-Itatins. “A solução definitiva é o processo de recategorização da Jureia. Judicialmente é muito difícil de defender a permanência das famílias, enquanto permanecer a estação ecológica”, argumenta o responsável pela gestão das unidades de conservação estaduais.

Porém, ele ressaltou que mesmo que o projeto de lei não seja aprovado antes do prazo previsto para as remoções, o governo estadual tentará evitar o despejo das comunidades tradicionais. “Se não for aprovado o projeto de lei, certamente o estado vai entrar com algum tipo de ação, porque não é o desejo do estado cumprir uma ação de remoção dessa forma como está colocada na ação.”

Além da ameça imposta pela decisão judicial, os moradores dizem que o governo estadual faz pressão para que os moradores deixem a região. Segundo Adriana da UMJ, as restrições impostas às comunidades que vivem nas áreas de preservação, muitas vezes, tornam a sobrevivência inviável. “[O governo] dificulta tanto a vida das pessoas que elas acabam abandonando e saindo”, diz em relação à proibição de erguer construções ou fazer pequenas hortas.

O presidente da Associação de Moradores da Barra do Una, Peder Kvam, diz ainda que agentes do governo do estado agem de forma arbitrária contra os moradores da região, até invadindo a casas das pessoas à força. “Todas as comunidades estão falando que os problemas são os mesmos.”

Alexandre César, Fundação Florestal, minimizou as críticas e disse que o órgão tem agido para reprimir ilegalidades. “Não podemos mais aceitar a depredação dos recursos naturais, se não for para a sobrevivência de populações tradicionais com os seus modos tradicionais de uso. Não podemos aceitar casos individuais e isolados de invasão de terra pública.”

Um protesto contra o despejo de invasores se tornou violento hoje em Gauhati, cidade do nordeste da Índia, quando a polícia antidistúrbio lançou gás lacrimogêneo e fez disparos com munição de verdade para dispersar milhares de manifestantes que atiravam pedras.

Duas pessoas morreram, uma das quais foi atingida por um disparo feito pela polícia, e pelo menos 30, dentre elas alguns policiais, foram internadas com ferimentos provocados pelas pedradas, disse o superintendente da polícia Dipak Choudhury.

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A polícia fez disparos com munição de verdade e de borracha para o ar, enquanto empurrava cerca de 10 mil pessoas que marchavam na direção da sede do governo do Estado de Assam, em Gauhati, afirmou o superintendente.

Os manifestantes atearam fogo a vários carros e saquearam pelo menos uma dezena de ônibus. Centenas de pessoas se sentaram na estrada, bloqueando o tráfico por várias horas após a explosão da violência. O grupo só se dispersou depois que autoridades se comprometeram a negociar com eles na semana que vem.

Os manifestantes, dentre os quais havia mulheres e crianças, exigem o fim da desapropriação das cabanas de bambu, construídas nas encostas ao redor da cidade. Eles querem que o governo permita que fiquem no local e cobram a instalação de serviços básicos, como água e eletricidade.

As autoridades, que vêm retirando as pessoas do lugar há dez dias, afirmam que as moradias ilegais estão degradando o meio ambiente e contribuindo para a ocorrência de enchentes relâmpago e deslizamentos de terra, que nos últimos anos mataram dezenas de pessoas. As informações são da Associated Press.

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