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Os jovens nas Américas morrem principalmente devido a causas evitáveis: homicídios, acidentes de trânsito e suicídios, alertou, nesta terça-feira, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), ao publicar seu relatório mais recente sobre o assunto.

Mais da metade das 150.000 mortes anuais de jovens nas Américas são evitáveis, destaca a OPAS, o escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), ao atribuir 24% das mortes a homicídios, 20% a acidentes de tráfego e 7% a lesões auto-infligidas.

O estudo, que abrange 48 países e territórios, indicou que a mortalidade juvenil diminuiu ligeiramente entre 2000 e 2015 nas Américas, onde 237 milhões de pessoas com entre 10 e 24 anos representam um quarto da população total.

"Apesar do progresso realizado em toda a região para garantir maior acesso aos serviços de saúde, muitas da intervenções para prevenir a morte de jovens estão fora do setor da saúde", disse Carissa Etienne, diretora da OPAS, citada em um comunicado.

Entre 2004 e 2014, 72 milhões de pessoas saíram da pobreza nas Américas e programas de saúde para adolescentes foram estabelecidos na maioria dos países.

Mas entre 25 e 30 milhões de pessoas estão em risco de cair na pobreza, muitos dos quais são jovens, incluindo entre os grupos mais vulneráveis de indígenas, afrodescendentes, LGBTs e migrantes.

Sonja Caffe, assessora da OPAS, disse à AFP que a maioria das mortes de jovens na região acontecem entre os 15 e 24 anos e afeta mais homens do que mulheres.

Nove em cada dez jovens assassinados são homens; enquanto quatro dos cinco homens morrem em acidentes de trânsito. Três em cada quatro jovens que cometem suicídio são homens, embora as mulheres tentem mais do que os homens.

"É importante reconhecer que as maiores taxas de mortalidade entre os homens jovens são, em parte devido à pressão que enfrentam para cumprir as normas de gênero, o que pode contribuir para comportamentos prejudiciais como agressão e tomada de riscos", aponta Caffe, citada em comunicado.

Os países mais afetados 

A OPAS informou que os países com maior aumento nas taxas de homicídio masculino foram Belize, Honduras, México, Peru e República Dominicana. E destacou "o aumento considerável" nas taxas de homicídio entre mulheres em vários países, como Bahamas, Belize, Cuba, México, Paraguai e Peru.

Os maiores aumentos nas taxas de mortalidade devido a acidentes rodoviários foram registrados na Argentina, Aruba, Dominica, Guatemala, Honduras, Nicarágua, República Dominicana e Uruguai.

"O suicídio também foi preocupante, em ambos os sexos, com maiores aumentos na Argentina, Cuba, Honduras, Peru, Porto Rico e República Dominicana", segundo o relatório.

As armas de fogo são responsáveis por entre 60% a 70% dos homicídios nas Américas. O relatório ressalta, ainda, que as mortes de adolescentes e jovens "não ocorrem ao acaso", mas são determinadas pelo contexto, por exemplo, em termos de educação e status socioeconômico.

Os pesquisadores constataram que a taxa de mortalidade entre jovens de 15 a 24 anos devido a acidentes de transporte terrestre em Belize permaneceu estável entre 2010 e 2015 nos distritos cujo índice de riqueza foi mais alto, enquanto aumentou "significativamente" entre os mais pobres.

E no Chile, entre 2008 e 2014, as regiões com maior renda mostraram uma tendência de queda nas taxas de suicídio, enquanto o oposto ocorreu nas regiões mais pobres.

O estudo também aponta que comportamentos suicidas (ideias de suicídio, planejamento e tentativa real de suicídio) são "indicadores importantes" do estado de saúde mental da população jovem.

Nesse sentido, a porcentagem de estudantes com entre 13 e 15 anos que consideraram seriamente o suicídio variou entre 14,8% na América Central e 20,7% no Caribe de língua inglesa, enquanto a porcentagem de estudantes que tentaram se matar variou entre 13,2% na América Central e 18,0% no Caribe.

Relações parentais "fortes" aparecem como um "fator de proteção" contra o comportamento suicida em ambos os sexos, segundo o relatório.

A morte de vários jovens com tendências suicidas que entraram em contato com seu suposto assassino no Twitter reabriu o debate sobre o uso das redes sociais no Japão.

A Polícia prendeu no fim de outubro o suspeito Takahiro Shiraishi, de 27 anos, após encontrar em seu apartamento, perto de Tóquio, nove corpos esquartejados e cobertos com areia para gatos para amenizar o odor da decomposição.

Os investigadores chegaram a ele investigando o recente desaparecimento de uma jovem de 23 anos que tuitou que procurava por alguém para morrer com ela.

Segundo os meios de comunicação, Takahiro Shiraishi a atraiu assegurando nas redes sociais que podia ajudá-la a alcançar seu objetivo.

Mas o Twitter serviu como forma de fazê-la cair em uma armadilha do suposto assassino. A Polícia convenceu uma jovem a encontrá-lo por meio desta rede social.

Dias depois da macabra descoberta dos corpos, o Twitter esclareceu suas regras, reiterando sua política de luta contra a promoção do suicídio e da automutilação, sem proibir os tuítes que expressem esse tipo de desejo.

O governo japonês prevê reforçar a regulamentação contra as páginas da Internet com conteúdo "inapropriado" sobre o suicídio.

O porta-voz do governo japonês, Yoshihide Suga, também acrescentou que o governo poderia reforçar o apoio aos jovens que enviam mensagens desesperadas na rede.

O Japão tem um dos maiores índices de suicídio entre os países industrializados do G7, com 17,6 casos a cada 100.000 pessoas em 2014, segundo dados da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Dos cerca de 20.000 suicídios anuais no país, 500 são de jovens de menos de 20 anos e um estudo da fundação filantrópica Nippon Foundation revelou que um em cada quatro japoneses pensou seriamente em se matar.

As autoridades japonesas tentam lutar há anos contra o uso da Internet com fins suicidas, sobretudo desde 2005, quando o fenômeno de suicídios coletivos organizados na Internet alcançou um recorde no Japão.

Para tentar impedir isto, a Polícia e o Ministério de Comunicações obrigaram os provedores de acesso à Internet a assinalar qualquer expressão de pensamento suicida on-line e detalhar a hora e o local onde o internauta tem a intenção de agir.

A Polícia também pediu que suprimam as páginas que incitem o suicídio, ou recrutem candidatos à morte coletiva. Mas esses esforços não frearam o fenômeno.

- Um 'tabu' -

Segundo alguns especialistas, é normal que os jovens usem as redes sociais para expressar seu mal-estar e, por isso, consideram contraproducente bloquear esta forma de expressão.

"No Japão, falar da morte e do suicídio foi durante muito tempo um tabu (...), mas é mais fácil falar disso nas redes sociais", recorda à AFP Akiko Mura, responsável do centro de prevenção do suicídio em Tóquio da rede internacional Befrienders Worldwide.

As vítimas do assassino em série "provavelmente pensaram que ele era a única pessoa capaz de ouvir seus problemas", segundo Mura, que não é favorável a regulamentar os comentários on-line. "As pessoas precisam de um espaço onde sejam escutadas. Sem isso, temo que o número de suicídios aumente ainda mais".

Os indígenas e os idosos estão entre os grupos com maior índice de suicídios no Brasil, onde o número de pessoas que tiraram a própria vida aumentou 11% de 2011 a 2015, segundo um relatório divulgado nesta quinta-feira.

Os registros de suicídio passaram de 10.490 em 2011 a 11.736 em 2015, afirma o estudo, o primeiro do gênero realizado pelo Ministério da Saúde. O índice passou nesse período de 5,3 a 5,7 casos por cada 100.000 habitantes.

O aumento se deve, em parte, à melhora do sistema de estatísticas. Também influenciam o aumento da população no país, hoje com 208 milhões de habitantes. Além disso, o índice se situa muito abaixo da média mundial, de 10,7/100.000, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Nos comprometemos perante a OMS a reduzir em 10% o número de casos antes de 2020. Para isso, temos que agir rapidamente e sobretudo nas áreas com maior risco", afirmou Fátima Marinho, diretora do serviço ministerial de doenças não transmissíveis.

A identificação social ou regional parece surgir das mesmas estatísticas.

Mais de três quartos (79%) das pessoas que se suicidaram nesse período eram homens, enquanto 64% eram pessoas solteiras, viúvas ou divorciadas.

O índice médio de suicídios entre pessoas de mais de 70 anos no período 2011-2016 foi de 8,7/100.000, em comparação com 5,5 em nível nacional.

Entre os indígenas (0,4% da população), o indicador se elevou a 15,2/100.000, em comparação com 5,9/100.000 entre os brancos e 4,7/100.000 na população negra.

Um total de 62% das 62.804 pessoas que se suicidaram entre 2011 e 2016 se enforcaram.

O governo federal lançou, no início do mês, uma campanha de prevenção do suicídio, com o lema "falar é a melhor solução".

Segundo a OMS, cerca de 800.000 pessoas se suicidam por ano no mundo, o equivalente a uma a cada 40 segundos.

O número de mortes por suicídios no Brasil aumentou 12% em quatro anos. Em 2015, foram 11.736 notificações ante 10.490 registradas em 2011. A diretora do departamento de Doenças e Agravos Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Fátima Marinho, atribui em parte os indicadores à melhora nos registros e ao aumento da população, mas reconhece que o avanço do problema no País é um fato que precisa ser combatido.

"Assumimos na Organização Mundial da Saúde o compromisso de reduzir em 10% o número de casos até 2020. Para alcançar essa meta, precisamos agir de forma rápida e, sobretudo, nas áreas que indicam maior risco", afirmou Fátima.

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Entre as medidas que deverão ser colocadas em prática está o aumento de Centros de Atenção Psicossocial em regiões onde os índices de suicídio são considerados mais altos e melhora dos fluxos de serviços de saúde para prevenção do problema.

Além disso, novos estudos deverão ser realizados para identificar as possíveis causas para o aumento de casos em determinadas regiões do País e ações específicas para populações indígenas, onde casos também ocorrem com maior frequência.

Dados de Boletim Epidemiológico lançado nesta quinta-feira, 21, deixam claro problemas de atendimento. Das mortes por suicídio entre 2011 e 2016, 31,3% ocorreram entre mulheres que já haviam tentado outras vezes. No grupo masculino, o porcentual é menor, mas também expressivo: 26,4%. Aqui nós percebemos a falha. Não agimos para evitar uma segunda tentativa", alerta Fátima.

No caso das mulheres, a maior parte das tentativas de suicídio está relacionada à violência intradomiciliar. "Os números reforçam a necessidade de trabalharmos na prevenção contra a violência, uma causa importante para a mortalidade feminina: seja o feminicídio, seja o suicídio."

Das tentativas de suicídio registradas no País no período entre 2011-2016, 69% ocorreram entre mulheres. Quando se analisam os números de morte provocadas por suicídio, no entanto, a situação se inverte: 21% ocorreram entre mulheres e 79%, entre homens.

Também preocupa o Ministério da Saúde o avanço da suicídio entre jovens. Essa é a quarta causa de morte de brasileiros entre 15 a 29 anos. No mundo, o suicídio é a segunda causa entre essa população. Isso não significa, no entanto, que o Brasil esteja em uma situação melhor.

"No País, o jovem morre antes por violência. São dois fatores que acabam concorrendo entre si", explica Fátima.

Na avaliação da coordenadora, se dados de mortes por outras causas de violência fossem menores, o problema do suicídio entre jovens estaria mais evidente. "Isso mostra a necessidade de termos ações específicas para essa população."

O boletim indica, por exemplo, um crescimento de mortes por suicídio na faixa entre 10 a 19 anos de 2011 a 2015. Os casos subiram de 782 para 893.

Regiões

Um dos fatos que mais chamam a atenção dos técnicos do Ministério da Saúde é a concentração de registros de suicídios em algumas áreas do País. A Região Sul apresenta 23% dos casos, embora responda por 14% da população brasileira. No Sudeste, região que concentra 42% da população, foram registrados 38% dos suicídios registrados no País.

"Intriga o fato de os casos se registrarem numa área onde há um alto nível de renda, pouca desigualdade", comenta Fátima. O Sul é acompanhado pelo Ministério da Saúde há 10 anos. Há fortes indícios de que o problema possa estar relacionado à cultura do fumo e aos agrotóxicos usados nas lavouras.

"Pesticidas manganês aumentam o risco de provocar danos ao sistema nervoso central", observa Fátima. Para ela, essa relação precisa ser acompanhada de perto. "Além do suicídio, a ação do pesticida está associada a outros agravos, que também precisam ser avaliados, como câncer e más-formações congênitas. Esse assunto precisa estar na agenda."

Pelos dados coletados pelo Ministério da Saúde, estão no Rio Grande do Sul três das quatro cidades com piores indicadores de suicídio. O município de Forquetinha é o que apresenta a pior taxa de suicídio no País. São 78,7 casos a cada 100 mil habitantes. Para se ter uma ideia, a taxa de mortalidade nacional é de 5,7 a cada 100 mil.

Em segundo lugar, vem Taipas do Tocantins, com 57 casos por 100 mil. Travesseiro, no Rio Grande do Sul, vem em terceiro lugar, com 55,8 casos por 100 mil; e André da Rocha, também no Rio Grande do Sul, com 52,4.

Também são consideradas de risco regiões do Piauí e a divisa entre São Paulo e Minas. O Ministério da Saúde prepara-se agora para investigar as causas do maior risco nessas duas áreas. "Atualmente, ainda não estão claras as razões", diz Fátima.

A Pastoral Carcerária, operação da Igreja Católica Romana que cuida dos direitos humanos no sistema prisional, denunciou ao Ministério Público (MP) a ocorrência de suicídios em série na Penitenciária Feminina de Santana, zona norte de São Paulo.

Em inspeção feita pela equipe de entidade, as presas contaram a morte de quatro presas apenas em julho e agosto, e outras duas tentativas de suicídio na época. A Pastoral receia que seja em virtude de desrespeitos de direitos humanos na unidade.

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Segundo a Pastoral, “o número de mortes em um curto espaço de tempo pode significar uma tendência epidêmica, além de uma omissão estatal em relação aos cuidados com a saúde física e psíquica das presas.

Em comunicado, a solicitação da apuração do caso foi entregue ao MP e, segundo a Pastoral, também foi enviado à Defensoria Pública do Estado de São Paulo e ao Conselho Regional de Psicologia.

O trecho diz que “deve ser questionado e averiguado se as presas em questão estavam recebendo a devida atenção psicológica por parte da unidade, se estavam em celas adequadas, se foram tomadas medidas suficientes para garantir sua integridade física, e se foram atendidas de forma célere após atentarem contra a própria vida”.

A declaração também diz requisita “atendimento aos familiares das presas e a proposição de ação indenizatória como forma de reparação e responsabilidade estatal”.

Nesta terça feira (29), o Ministério Público comunicou que “o protocolado ainda está em análise com o promotor de Justiça”. O Conselho Regional de Psicologia afirmou que “em face do necessário sigilo, respeitando o amplo direito de defesa e exercício do contraditório, deve se abster de comentários sobre o caso”. A Defensoria Pública disse que não recebeu o ofício. 

No Brasil, 1 em cada 10 adolescentes de 11 a 17 anos acessa conteúdo na internet sobre formas de se ferir - e 1 em cada 20, de se suicidar, segundo o Centro de Estudos Sobre Tecnologias da Informação e Comunicação (Cetic). Depois de postar em sua página no Facebook a frase "a culpa é da baleia", um adolescente de 17 anos tentou se jogar ontem do viaduto sobre a Rodovia Marechal Rondon, em Bauru, interior paulista. Trata-se de mais um caso que envolveria o jogo viral de internet Baleia-Azul, que incita a suicídio e mutilações e já causou alertas policiais e de saúde em oito Estados (SP, PR, MG, MT, PE, PB, RJ e SC).

Pesquisa do Cetic que analisou 19 milhões de internautas brasileiros mostra o avanço das buscas desse público por mutilações (11%) e mortes (6%) no universo online. Os casos mais recentes envolvem o Baleia-Azul. O maior número de registros até agora é na Paraíba, onde a Polícia Militar diz ter identificado 20 adolescentes envolvidos no jogo. O coronel Arnaldo Sobrinho, coordenador do Escritório Brasileiro da Associação Internacional de Prevenção ao Crime Cibernético, relatou tentativas de suicídio e mutilação de adolescentes em João Pessoa e nas cidades de Campina Grande e Guarabira.

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A origem e até a existência do suposto jogo, com 50 níveis de dificuldade, tendo o suicídio como resultado final, é polêmica. Seu nome deriva da espécie presente nos Oceanos Atlântico, Pacífico, Antártico e Índico que chega a procurar as praias, por vontade própria, para morrer.

As primeiras informações, de 2015, relatavam um jogo de incentivo ao suicídio propagado pelo Vkontakte (VK), o Facebook russo. Posteriormente, entidades denunciaram o caso como "fake news" (notícia falsa), mas o viral não para de avançar. Participantes surgem em grupos fechados, selecionados de madrugada. Na sequência, o administrador, ou "curador", lança desafios, que já provocaram problemas em diversos países, incluindo Espanha e França.

Polícia

O problema tem ganhado contornos reais e policiais. Em São Paulo, o caso de Bauru não é isolado. Na semana passada, um adolescente de 13 anos tentou se matar, em Jaú, cortando braços com lâmina de barbear. Uma irmã contou que o garoto andava depressivo e excluiu a família das redes sociais. A mãe conseguiu entrar no notebook do jovem apenas no dia seguinte e notou a associação com o baleia-azul.

E os casos se espalham pelo País. No Paraná, Priscila (nome fictício), de 25 anos, decidiu entrar no jogo para investigá-lo porque estava preocupada com a irmã, de 11 anos - e se assustou. "Não consegui chegar até o fim, são mensagens pesadas, que nos incitam a fazer mal para pessoas que amamos. É agressivo, intenso, mas precisei entrar para saber o perigo."

O Paraná registrou a entrada de oito adolescentes entre 13 e 17 anos (quatro meninos e quatro meninas), na madrugada de ontem, nas unidades de saúde de Curitiba - cinco por tentativa de suicídio por medicamentos e três por automutilação. O secretário estadual de Segurança, Wagner Mesquita, afirmou que um dos jovens relatou a participação no jogo.

"Nossa investigação vai em busca dos responsáveis para enquadrá-los por incitação ao suicídio", disse ele. O crime, previsto no artigo 122 do Código Penal, tem pena de 2 a 6 anos de reclusão. "Vamos trocar informações com outros Estados."

Em Pernambuco, a Polícia Federal lançou um vídeo na internet e montou equipes anteontem para ir a escolas fazer alertas. Em menos de uma semana, a polícia catarinense atendeu nove casos de mutilações, instigados pelo Baleia-Azul e lançará uma campanha de conscientização. Já a região nordeste de Mato Grosso está em alerta. Além de investigar a morte de Maria Oliveira de 16 anos, há 15 dias, a PM identificou uma suposta comunidade ligada ao jogo com cerca de 350 participantes.

Em Minas, a Polícia Civil investiga dois suicídios, o de um jovem de 19 anos, de Pará de Minas (região centro-oeste), e de um rapaz de 16 anos, de Belo Horizonte. No Rio, há dois casos de aliciamento do jogo sendo apurados pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O número de suicídios do Estado de São Paulo cresceu de 4,6 por 100 mil habitantes, no período de 2007 a 2008, para 5,6 por 100 mil habitantes no biênio 2013/2014, segundo levantamento da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) divulgado nesta quinta-feira, 8.

Os homens são as principais vítimas e correspondem a 80% das pessoas que se suicidaram. Mais de 70% deles tinham entre 15 e 64 anos. "Uma particularidade do Estado de São Paulo é que as vítimas estão na faixa etária mais produtiva. Em outros Estados, no Sul, atinge mais a população idosa", explica Paulo Borlina Maia, demógrafo da Fundação Seade.

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Segundo Maia, o fato de o sexo masculino ter maior mortalidade acompanha a tendência internacional. "O que a literatura sugere é que as mulheres têm um comportamento diferente, com menor consumo de álcool, maior percepção de risco de depressão e de problemas de saúde mental, maior religiosidade e elas procuram ajuda em momentos de crise. Os homens têm maior impulsividade, competitividade e seriam mais sensíveis às instabilidades econômicas."

Apesar de a pesquisa apontar um aumento de suicídios no Estado, o demógrafo associa o crescimento a um aprofundamento da análise de dados, a partir de um convênio firmado entre a fundação e a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo no ano passado. Os pesquisadores passaram a analisar os históricos de boletins de ocorrência de mortes classificadas como indeterminadas.

O número registrado em São Paulo ainda é menor do que de Estados como o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que têm taxa superior a 10 mortes por 100 mil habitantes. No Brasil, o indicador foi de 5,8 casos por 100 mil habitantes, também abaixo de países como a Rússia, o Japão e a Coreia do Sul, onde os índices variam de 20 a 40 mortes por 100 mil habitantes.

Prevenção

Maia diz que o perfil das pessoas que se suicidaram pode ajudar a evitar novos casos. "Verificamos que, na maioria de casos de suicídio, as testemunhas falaram que as pessoas apresentavam quadros de depressão, consumo excessivo de drogas e de álcool, histórico de desemprego, briga com parentes. Existe um certo tabu e as pessoas evitam falar sobre o assunto, mas a população precisa ter um maior esclarecimento."

O levantamento inclui os períodos do ano e da semana com mais registros de casos. Setembro, mês em que é celebrado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, teve mais casos, assim como os meses mais quentes do ano. Domingo e segunda-feira também contabilizam mais registros e há mais ocorrências durante a parte da manhã, entre as 9 horas e o meio-dia.

O governo canadense deve enfrentar mais uma vez a multiplicação de suicídios ou tentativas nas comunidades indígenas com a declaração do estado de emergência em uma pequena comunidade de Ontário (centro).

Na noite de domingo, o primeiro-ministro Justin Trudeau indicou em uma mensagem na rede Twitter que seu governo seguia disposto a "buscar melhorar as condições de vida dos nativos".

O chefe do povoado de Attawapiskat, Bruce Shisheesh, advertiu sobre a proliferação de tentativas de suicídio em sua reserva de 2.000 pessoas, isolada no norte de Ontário, perto da Baía de James.

Charlie Angus, membro local do Partido Democrático (NPD, esquerda), pediu uma ação vigorosa dos responsáveis pelos serviços sociais e de saúde do governo liberal.

A ministra da Saúde, Jane Philpott, se manifestou "profundamente entristecida" pela multiplicação das tentativas de suicídio e disse no domingo que seus funcionários e os interlocutores sociais trabalhariam "para encontrar soluções".

Segundo o chefe Bruce Shisheesh citado pela rádio pública Radio Canadá, houve quase uma centena de tentativas de suicídio nos últimos seis meses com piora nas últimas semanas. Em março, foram reportadas 28 tentativas e nos primeiros 9 dias de abril ocorreram 11 tentativas de suicídio, disse o líder indígena.

A taxa de suicídio entre os jovens nos Estados Unidos foi duas vezes maior em áreas rurais do que em centros urbanos na última década - informaram cientistas nesta segunda-feira.

A diferença parece estar aumentando: enquanto os suicídios crescem em zonas menos povoadas, diminuem nas cidades, segundo a revista de pediatria da Associação Médica dos Estados Unidos (JAMA).

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Os suicídios com arma de fogo se tornaram menos comuns enquanto a morte por enforcamento aumentou tanto entre homens quanto entre mulheres, mostrou a pesquisa.

O relatório se baseou em dados do centro Nacional de Saúde, que mostraram que entre 1996 e 2010 cerca de 66.595 jovens entre 10 e 24 anos tiraram a vida nos Estados Unidos.

Os suicídios foram mais comuns entre homens em áreas rurais (quase 20 para cada 100.000 pessoas).

Nos centros urbanos, a taxa de suicídios foi de 10,31 para cada 100.000 pessoas.

Entre as mulheres, a taxa foi inferior no geral, mas também mostrou marcada diferença entre zonas rurais e cidades: 4,40 para cada 100.000 e 2,39 em cada 100.000, respectivamente.

O suicídio, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é a segunda causa de morte entre jovens entre 15 e 29 anos, e é considerada uma questão de saúde pública.

Em 2012, 112.709 pessoas morreram em situações de violência no país, segundo o Mapa da Violência 2014, divulgado nesta quarta-feira (2). O número equivale a 58,1 habitantes a cada grupo de 100 mil, e é o maior da série histórica do estudo, divulgado a cada dois anos. Desse total, 56.337 foram vítimas de homicídio, 46.051, de acidentes de transporte (que incluem aviões e barcos, além dos que ocorrem nas vias terrestres), e 10.321, de suicídios.

Entre 2002 e 2012, o número total de homicídios registrados pelo Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, passou de 49.695 para 56.337, também o maior número registrado. Os jovens foram as vítimas em 53,4% dos casos, o que mostra outra tendência diagnosticada pelo estudo: a maior vitimização de pessoas com idade entre 15 e 29 anos. As taxas de homicídio nessa faixa passaram de 19,6 em 1980, para 57,6 em 2012, a cada 100 mil jovens.

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Segundo o responsável pela análise, Julio Jacobo Waiselfisz, coordenador da Área de Estudos da Violência da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, ainda não é possível saber “se o que ocorreu em 2012 foi um surto que vai terminar rapidamente ou se realmente está sendo inaugurado novo ciclo ou nova tendência”. Ele lista situações que podem ter gerado o aumento, como greves de agentes das forças de segurança ou ataques de grupos criminosos organizados.

Uma tendência já confirmada é a disseminação da violência nas diferentes regiões e cidades. Entre 2002 e 2012, os quantitativos só não cresceram no Sudeste. As regiões Norte e Nordeste experimentaram aumento exponencial da violência. No Norte, por exemplo, foram registrados 6.098 homicídios em 2012, mais que o dobro dos 2.937 verificados em 2002. O Amazonas, Pará e Tocantins tiveram o dobro de assassinatos registrados no mesmo intervalo de tempo. No Nordeste, o Maranhão, a Bahia e o Rio Grande do Norte mais que triplicaram os homicídios.

Na década, o Sul e o Centro-Oeste tiveram incrementos percentuais de 41,2% e 49,8%, respectivamente. No Sudeste, a situação foi mais variada, com diminuição significativa em estados importantes, como o Rio de Janeiro e São Paulo.  Já em Minas Gerais, os homicídios cresceram 52,3% entre 2002 e 2012.

As desigualdades são vivenciadas entre as regiões e também dentro dos estados. Nenhuma capital, em 2012, teve taxa de homicídio abaixo do nível epidêmico, segundo o Mapa da Violência. Todas as capitais do Nordeste registraram mais de 100 homicídios por 100 mil jovens. Maceió, a mais violenta, passou dos 200 homicídios. No outro extremo, São Paulo, com a menor taxa entre as capitais, ainda assim registra o número de 28,7 jovens assassinados por 100 mil.

O balanço da década mostra, contudo, que não é possível afirmar que há tendência comum de crescimento. Entre 2002 e 2012, as capitais evidenciaram queda de 15,4%, com destaque para meados dos anos 2000, quando a redução foi mais expressiva, o que, segundo o organizador, comprova que a situação pode ser enfrentada com políticas públicas efetivas.

Em cidades do interior, o número tem crescido. Jocobo disse que são especialmente os municípios de pequeno e de médio porte os que têm sofrido com a nova situação. Ele cita dois possíveis motivos para isso: por um lado, o investimento financeiro em políticas públicas nos grandes centros urbanos, como Rio e São Paulo, ajudaram a diminuir a violência. Por outro, houve o desenvolvimento de novos polos econômicos no interior, que atraíram investimentos e também criminalidade, “sem a proteção do Estado como nas outras cidades”.

Se o país precisará esperar alguns anos para verificar o comportamento das taxas de homicídios, no caso dos acidentes de transporte há pouca ou quase nenhuma dúvida, dado o crescimento dos registros, à revelia das leis de trânsito que, na década de 1980, foram responsáveis pela redução desses acidentes.

As principais vítimas, segundo o estudo, são os motociclistas. Em 1996, foram 1.421 óbitos. Em 2012, 16.223. A diferença representa cerca de 1.041% de crescimento. Há “uma linha reta desde o ano de 1998, com um crescimento sistemático de 15% ao ano”, conforme a pesquisa. Segundo o sociólogo responsável pela publicação, a situação é fruto “de um esquema ideológico que apresentou a motocicleta como carro do povo, por ser econômica, de fácil manutenção”. Assim, “em vez de se investir em transporte público, o trabalhador pagaria sua própria mobilidade”. E mais, fez dela o seu trabalho, seja como motoboy, entregador ou mototaxista, “em situação de escassa educação no trânsito, pouca capacidade de fiscalização e baixa legislação”, avalia Julio Jacobo Waiselfisz.

Ao todo, foram registradas 46.051 mortes por acidentes de transporte em 2012,  2,4% a mais que em 2011. Os dados oficiais reunidos para o estudo mostram que ocorreram, naquele ano, 426 mil acidentes com vítimas, que devem ter ocasionado lesões em 601 mil pessoas. A situação “é muito séria e grave”, alerta o autor do trabalho, que destaca que é preciso lembrar que “o cidadão tem o direito a uma mobilidade segura e é obrigação do Estado oferecê-la”.

O suicídio também teve aumento na taxa de crescimento. Diferentemente das outras situações, a elevação vem se dando desde os anos 1980. Conforme o relatório, o aumento foi 2,7% entre 1980 e 1990; 18,8%, entre 1990 e 2000; e 33,3%, entre 2000 e 2012. Nesse caso, a idade das pessoas envolvidas é também menos precisa. Tanto jovens quanto idosos têm sido vítimas.

Com a publicação do estudo, feito com o apoio da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, da Secretaria Nacional de Juventude e da Secretaria-Geral da Presidência da República, espera-se, conforme o texto, “fornecer subsídios para que as diversas instâncias da sociedade civil e do aparelho governamental aprofundem sua leitura de uma realidade que, como os próprios dados evidenciam, é altamente preocupante”.

Uma garota tibetana de 16 anos morreu após se imolar com fogo, informou a mídia estatal chinesa nesta segunda-feira. A adolescente, uma estudante secundarista no vilarejo de Dageri, na província chinesa de Qinghai, região onde vivem muitos tibetanos étnicos, faleceu no final da noite de domingo, algumas horas após molhar o corpo com uma lata de gasolina e atear fogo, informou a Xinhua. Segundo as autoridades locais, os restos mortais da vítima foram entregues pelo governo à família.

Mais de 90 tibetanos se suicidaram desde 2009, quase todos com fogo, em protesto contra o domínio chinês sobre o Tibete. Os suicídios tiveram um forte crescimento a partir de novembro, segundo os grupos de defesa dos direitos humanos. De acordo com o grupo Tibete Livre, sediado em Londres, a adolescente é uma das pessoas mais jovens a se imolarem.

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As informações são da Dow Jones.

Os maiores bancos da Espanha aceitaram nesta segunda-feira congelar por dois anos as ordens de despejo em casos de profunda necessidade financeira em meio à comoção causada pelos recentes suicídios de mutuários inadimplentes prestes a serem despejados.

A associação espanhola de bancos, conhecida pelas iniciais AEB, informou que, por "razões humanitárias", as instituições financeiras não buscarão na justiça a execução dos imóveis nos casos dos mutuários mais necessitados.

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Os tribunais da Espanha ordenaram quase 19.000 despejos somente no segundo trimestre de 2012, segundo o Conselho Geral do Judiciário do país. Desde 2008, quando começou a crise, 203.808 imóveis já foram executados.

Líderes do governista Partido Popular (PP, conservador) e do opositor Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) iriam se reunir ainda nesta segunda-feira para buscar um acordo bipartidário para mudar a lei de hipotecas do país, do início do século passado.

As leis de hipotecas espanholas são especialmente vantajosas aos bancos e a outros credores. Ainda que um mutuário seja obrigado a deixar o imóvel por inadimplência das parcelas de seu financiamento, a lei espanhola os obriga a saldar a dívida mesmo que o credor já tenha leiloado o imóvel. As informações são da Dow Jones.

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