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Um ex-diretor da Audi, filial da Volkswagen, foi detido na Alemanha, algo inédito no âmbito do escândalo dos motores a diesel manipulados, informou nesta sexta-feira o Ministério Público de Munique.

O anúncio acontece poucas horas depois da notificação de uma acusação das autoridades americanas.

"Na segunda-feira, um indiciado foi detido, se apresentou ao juiz e na terça-feira foi emitida uma ordem de prisão. O acusado se encontra desde então em prisão provisória", afirmou o porta-voz da Promotoria, confirmando uma informação da revista Der Spiegel, sem citar nomes.

De acordo com a publicação alemã, o executivo preso é Giovanni P., que foi diretor de desenvolvimento dos motores a diesel na Audi, a marca de luxo da Volkswagen.

Esta mesma pessoa, apresentada nos Estados Unidos como Giovanni Pamio, um italiano de 60 anos, foi acusada pelas autoridades americanas de ter desempenhado um papel na "conspiração" que pretendia enganar as autoridades sobre o nível real das emissões de poluentes de carros da Audi, afirmou o Departamento de Justiça.

No fim de 2015, a Volkswagen reconheceu que 11 milhões de veículos como motores a diesel - 600.000 nos Estados Unidos -, estavam equipados com um dispositivo que adulterava o resultado dos testes de poluição ao dissimular as emissões, que em alguns casos tinham níveis até 40 vezes superiores aos autorizados.

O grupo encerrou as investigações americanas em troca do pagamento de uma multa de 2,8 bilhões de dólares.

A Volkswagen aceitou pagar US$ 1,2 bilhão em um acordo para compensar os consumidores norte-americanos no caso que ficou conhecido como o Dieselgate. A empresa mentiu em seus relatórios sobre a emissão de poluentes de seus carros movidos a diesel. Proprietários de 20 mil veículos adquiridos entre 2009 e 2012 acreditavam estar em conformidade com a autoridade que regula a emissão de gases nocivos ao meio ambiente.

Os compradores poderão optar por vender seus carros de volta para a empresa por valores de revenda um pouco acima da tabela ou submetê-los a reparos que adequem aos requisitos mínimos de poluição. O acordo cobre 78 mil carros das empresas administradas pela Volkswagen, incluindo Porsche, Audi e a própria Volks. Os motores 3.0 TDI entraram no novo acordo, junto com os 500 mil motores 2.0 que já faziam parte de um outro acerto.

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De acordo com a direção da empresa, essa é a última providência a ser tomada com base no documento assinado com a FTC (órgão de proteção ao consumidor dos EUA). Os veículos eram submetidos aos testes com um dispositivo que diminuía, temporariamente, a emissão de gases. Ao sair da montadora, esse artifício era descartado, o que rendia mais potência e fazia com que o carro emitisse 20 vezes mais poluentes que o permitido pela lei.

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