Tópicos | discursos contra Geraldo Julio

O tom crítico à gestão do prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), marcou os discursos do lançamento da chapa liderada por João Paulo (PT) e Silvio Costa Filho (PRB), pré-candidatos a prefeito e vice, respectivamente. No evento, que durou mais de duas horas e serviu para que Costa Filho anunciasse que abdicaria da postulação majoritária para se aliar ao PT, a administração socialista foi chamada de “incompetente”, “desleal”, “impopular” e “sem capacidade de ser reeleita” por ter membros investigados pela Polícia Federal (PF). 

A atração do PRB para a chapa, segundo o presidente estadual do PT, Bruno Ribeiro se deu pelo estado “maltratado” que está à capital pernambucana. “É o Recife, esta cidade que está tão maltratada, que nos chamou a esta unidade. É uma unidade para reorganizar a cidade vítima de uma gestão vazia. Um candidato que foi apresentado como tudo tendo feito em Pernambuco e nada fez”, alfinetou. Sob a análise do petista, as periferias estão abandonadas e há uma inversão de prioridades.

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Vice-presidente estadual do PRB, Carlos Geraldo classificou a gestão do Recife como “desastrosa”. “Posso falar isso porque liberei recursos para a reforma do Geraldão e eles não tiveram capacidade de fazer isso. Ouvi um vereador dizendo que a obra não saiu por causa da falta de verbas federais, é mentira. Pura incompetência da gestão de Geraldo Julio. O melhor para o Recife é fazermos esta unidade [com o PT]. Vamos mostrar que se pode fazer uma gestão competente”, exemplificou.

A perspectiva foi reforçada pelo deputado federal Silvio Costa (PTdoB) que fez referência do irônica do PSB com a Lava Jato e a Turbulência, ambas operações da PF. “Quando você está com o carro sujo leva o carro para um lava jato, nele você vai tirar a sujeira, dar um polimento. O PSB de Pernambuco vai querer fazer uma campanha suja, porque eles não vão querer falar da Lava Jato. Nós vamos fazer uma campanha limpa. Vamos ver se eles têm realmente a capacidade de falar em decência. Eles precisam acabar com a história de que o PT é um partido que só têm corruptos. Tem corruptos no PSDB, no DEM, no PSB... Muita gente ia para Avenida Boa Viagem pedir o impeachment de Dilma, vamos agora para Avenida esclarecer a Turbulência? Um prefeito que está sendo investigado pela PF não pode se reeleger. Recife não vai reeleger Geraldo Julio”, cravou o parlamentar.

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Unidade pelo Recife

Além das críticas a Geraldo, a aliança firmada entre o PT, PRB, PTB, PTdoB e PTN foi celebrada por políticos que compõem a frente política. Para o senador Humberto Costa (PT), o entendimento entre os partidos é “fundamental para o futuro do Recife”. “[A aliança] aconteceu para consolidar um polo político que tem compromissos absolutamente claros. A constituição desta chapa deu a João Paulo um apoio fundamental para que nós pudéssemos almejar esta vitória, não só pelas lideranças, mas por estarmos construindo um polo de oposição”, disse. 

“Foram 12 anos de gestão que mudaram a realidade desta cidade. Em qualquer setor que a gente produzir uma comparação com a administração atual temos um saldo maior para mostrar a população. Temos que falar do que já fizemos e daquilo que vamos fazer. Sou um entusiasta desta aliança desde o primeiro momento”, acrescentou o senador. 

Apontado como um dos líderes nas articulações para a união entre os partidos, o senador Armando Monteiro (PTB), disse que sempre defendeu a tese das múltiplas candidaturas e por isso estava certo de que os dois nomes que compõem a chapa deveriam ser candidatos em campos distintos, mas, segundo ele, diante da “fragmentação das outras forças” que compõem a base de Geraldo Julio a unidade foi “o melhor caminho”. 

“Sempre defendi a tese de múltiplas candidaturas, para quebrar a hegemonia deste grupo que está instalado em Pernambuco e não tem contribuído para a mudança. Esse grupo não apenas frustrou as expectativas como também se enredou no conjunto de práticas políticas que, ao meu ver, não compõem a boa política. Assistimos uma fragmentação das outras forças, com múltiplas candidaturas e coube a nós avaliar como faríamos. Foi importante deixar o processo maturar”, destacou. 

“Silvio Costa Filho se colocou legitimamente, mas fomos pensando e vimos que poderíamos combater a fragmentação do outro campo com uma unidade já para o primeiro turno. Foi um processo de discussão e convencimento, não de imposição. [A chapa João Paulo e Silvio Filho] é uma boa mescla e combinação. O melhor da referência política com a inspiração que vai nos conduzir para um futuro melhor do Recife”, comparou.

Apesar das convergências nos discursos, a unidade entre os partidos e a candidatura do PT como liderança não foi totalmente unânime, como se tem aparentado. Presidente municipal da sigla, Oscar Barreto, foi mencionado em diversos discursos como um dos atos principais na organização da aliança, no entanto, ele aparentava estar desconectado com a tese.  

“A chapa majoritária e o conjunto desta aliança tem muito haver com a estratégia do combate do futuro. Uma aliança de um conjunto político que não vem de agora. Nossa tarefa é arregaçar as mangas, a vitória isso só acontecerá quando a última urna for apurada. Não tem eleição ganha. Ele veio de uma maneira talvez que não foi o que todo mundo queria, mas para o que todo mundo quer hoje: João Paulo Prefeito”, ponderou. 

Com a aliança, os cinco partidos passam a ser o segundo maior campo para a eleição municipal. A chapa vai ser confirmada e homologada durante a convenção municipal dos partidos, marcada para a próxima quinta-feira (21), na Câmara Municipal do Recife, a partir das 19h. 

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