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A disparada dos juros básicos da economia e, por consequência, a das taxas dos financiamentos imobiliários, que tornaram a compra da casa própria inviável, provocaram um aumento na procura por locação residencial e um salto nos aluguéis. Em 12 meses até fevereiro, o valor pedido para novas locações subiu 17,05%, em média, em 25 cidades brasileiras, segundo o Índice FipeZap+. É a maior alta do valor da locação residencial acumulada em 12 meses em mais de 11 anos. Em dezembro de 2011, a variação havia sido de 17,30%.

O aumento em 12 meses registrado até fevereiro deste ano pelos aluguéis pedidos também é quase dez vezes a alta acumulada no mesmo período pelo IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado, da FGV). O IGP-M é conhecido como indicador da "inflação dos aluguéis" por ser o indexador muito usado na correção dos contratos. O IGP-M subiu só 1,86% em 12 meses até fevereiro deste ano.

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"Com a taxa de juros elevada, quem não consegue comprar um imóvel aluga", diz Alison Oliveira, economista e coordenador da pesquisa. O aumento da demanda por locação é o principal motivo da alta dos aluguéis.

O enfraquecimento da compra e da venda de imóveis, diz Oliveira, teve reflexos nos preços de aquisição. Em 12 meses até fevereiro, o metro quadrado subiu, em média, 5,79% em 50 cidades pesquisadas. A correção acompanhou praticamente a inflação geral da economia no mesmo período.

Fabio Romão, economista da LCA Consultores, também aponta a escalada dos juros básicos, iniciada em março de 2021 e sua manutenção em níveis elevados desde agosto de 2022, em 13,75% ano, como fatores que estancaram a venda de imóveis e impulsionaram a locação.

Volta presencial

Conforme especialistas, a volta ao trabalho presencial por causa do arrefecimento da pandemia l é outro fator que tem impulsionado a demanda por locação de casas e apartamentos e ajudado na escalada de preços dos aluguéis residenciais.

Com o retorno ao escritório, a publicitária Rafaela Morselli, de 27 anos, e o marido, que moram em Guarulhos (SP), mas trabalham em São Paulo, têm gastado cerca de três horas diárias com deslocamento de ida e volta da casa para o serviço, mais despesas com estacionamento e gasolina. Para aliviar o bolso e reduzir a perda de tempo no trânsito, decidiram se mudar para um local mais próximo da empresa, na zona Oeste da capital, mas se surpreenderam com os valores dos aluguéis que encontraram.

Desde janeiro a publicitária procura, sem sucesso, um apartamento de dois dormitórios, próximo do trabalho. Calculava que gastaria cerca de R$ 3 mil com aluguel. Mas o imóvel mais barato que encontrou até agora foi um estúdio, com cerca de 40 metros quadrados, por R$ 4 mil na zona Oeste, fora a despesa de condomínio, na faixa de R$ 500. "Os aluguéis estão muito altos."

'Pão quente'

Moira Toledo, diretora de Risco e Governança da Lello Imóveis, uma das maiores imobiliárias da capital, e vice-presidente do Secovi-SP, o Sindicato da Habitação, diz que o imóvel que Rafaela e o marido procuram é "como pão quente". Isto é, quando está disponível no mercado, rapidamente é alugado, especialmente se tiver duas vagas de garagens.

A diretora da imobiliária explica que o antigo Plano Diretor da cidade de São Paulo incentivou a construção de microapartamentos e deixou a oferta de imóveis maiores mais restrita.

Além da alta dos juros dos financiamentos imobiliários, ela ressalta que a volta ao trabalho presencial tem fomentado a procura de imóveis para alugar em grandes centros urbanos. A busca é grande por apartamentos localizados perto das regiões de trabalho.

Bairros paulistanos como Vila Mariana, na zona Sul, e Jardins, Santa Cecília, na zona Oeste, e até o Centro da capital, são muito procurados neste momento para locação residencial na imobiliária.

Defasagem de correção na pandemia faz disparar a inflação no segmento

Entre os motivos que puxaram para cima os aluguéis de imóveis, está a defasagem da correção que houve durante a pandemia. No auge da crise sanitária, os aluguéis foram mantidos em muitos casos porque a prioridade do proprietários era ter o imóvel ocupado.

"Agora está havendo a recomposição dos valores, e isso acaba influenciando a subida de preços", observa Moira Toledo, diretora de Risco e Governança da Lello Imóveis, uma das maiores imobiliárias da capital paulista, e vice-presidente do Secovi-SP, o Sindicato da Habitação.

Alison Oliveira, economista e coordenador da pesquisa FipeZap+, concorda. Diz que, com a recuperação do mercado de trabalho e o aumento do emprego, há mais margem para renegociar a recomposição dos aluguéis.

Para conseguir captar um número maior de imóveis vagos para locação, a imobiliária tem contado com a tecnologia como grande aliada. "Produzimos conteúdo no nosso site, e as pessoas acabam cadastrando os imóveis", conta Moira.

A executiva observa que a elevação dos aluguéis é mais moderada em São Paulo, se for comparada a capitais como Florianópolis (SC) e Curitiba (PR), onde a oferta de imóveis para locação é menor.

De acordo com a pesquisa, a variação acumulada em 12 meses até fevereiro nos aluguéis na cidade de São Paulo foi de 15,14%. Já Florianópolis registrou alta de 33,36%, liderando o ranking entre as capitais. Na sequência vêm Goiânia (GO), com 31,23%; Curitiba (PR), com aumento acumulado de 24,17%; Belo Horizonte (MG), com 21,73%; e Fortaleza (CE), com 21,32%.

Rentabilidade

Apesar do avanço no valor dos aluguéis, a rentabilidade da locação como negócio para os donos de imóveis ainda perde para os investimentos em renda fixa no mercado financeiro.

Nas contas da FipeZap+, o ganho com o aluguel residencial em fevereiro estava em 5,25% ao ano. A rentabilidade da locação é a razão entre o preço médio de locação e o preço médio de venda do imóvel.

Esse resultado ainda é inferior à rentabilidade média projetada para aplicações financeiras de referência nos próximos 12 meses, diz Oliveira. Ele observa que o futuro dos rendimentos depende da política monetária do Banco Central e até quando a Selic será mantida em 13,75%.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após o mega-aumento no preços dos combustíveis anunciados pela Petrobras na última semana, o litro da gasolina já é vendido a R$ 8,399 no País, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) atualizados ontem. Já o diesel, que impacta diretamente nos preços do frete praticados no País, chegou perto dos R$ 8 e já é comercializado a R$ 7,980.

O valor mais alto da gasolina comum nesta semana (13 a 19 de março) foi registrado na região Sudeste, onde o combustível já é encontrado a R$ 8,399. No Nordeste, o preço máximo é de R$ 8,390. No Sul, R$ 8,290. Já nas regiões Norte e Centro-Oeste, os valores chegaram a R$ 8,100 e R$ 7,999, respectivamente.

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O preço mais alto foi encontrado pela ANP a R$ 8,399 o litro em Três Rios, no Rio de Janeiro, e o mais baixo R$ 5,899 o litro em Araras, no interior de São Paulo.

Com o aumento, o preço do diesel esta semana chegou perto dos R$ 8 em Ilhéus, Bahia, encontrado a R$ 7,980 o litro pela ANP. Na média nacional, o preço do combustível ficou em R $ 6,654 o litro.

Gás encanado

Outro combustível usado por diversos segmentos, o gás encanado, também está em trajetória de alta. Projeção da consultoria ARM aponta que o preço do insumo pode acumular alta de 50% a 60% até agosto deste ano, caso o barril de petróleo se mantenha no patamar atual no mercado internacional. Os contratos de reajustes são trimestrais. A próxima mudança nos preços ocorre em maio, quando deverá haver uma alta em torno de 20% - o mesmo deve acontecer em agosto.

Segundo Bruno Armbrust, sócio da consultoria, os aumentos impactam, sobretudo, as grandes indústrias e o valor do combustível para abastecer veículos. Já para os consumidores residenciais e pequenos comércios, explica, é contrário. A margem das distribuidoras é maior e o custo da molécula do gás tem um peso menor.

"O gás encanado vai para distintos mercados, industrial, abastecer veículos, comércio, indústria, inclusive para geração de energia. No caso de grandes clientes, as indústrias, o gás veicular e mais as usinas termoelétricas, o componente do gás tem um peso muito grande e a margem da distribuidora tem um peso menor. Podendo ter até, por exemplo no caso do gás veicular, o peso da margem da distribuidora pode ser de 10% a 12%, e do gás quase 90%", afirmou Armbrust.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A disparada do câmbio ao longo deste ano tem levado varejistas que trabalham com itens importados a fazer uma verdadeira ginástica para não perder vendas por conta da alta de preços. A conta tem sido sempre a mesma: é melhor abrir mão da margem de lucro do que ver o cliente, cada vez menos disposto a gastar, deixar de comprar.

No braço de importações do grupo St Marche, que abastece o mercado gourmet Empório Santa Maria e as lojas da rede de supermercados St Marche, por exemplo, a estratégia foi renegociar preços com fornecedores estrangeiros de vinhos e alimentos para conseguir atenuar o impacto da alta do dólar no bolso do consumidor.

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"Conseguimos renegociar descontos entre 15% e 20% e, em alguns casos, baixamos a nossa margem", conta Bernardo Ouro, responsável pelo Empório Santa Maria. A importação própria do grupo responde por cerca de 5% dos volumes vendidos nas lojas. Com esses descontos, Ouro diz que conseguiu manter os preços da maioria dos itens importados pela própria empresa no patamar de antes da pandemia, quando o dólar estava cotado a R$ 4,20.

Já nos itens estrangeiros que o grupo compra de importadoras - que representa 15% dos produtos da loja - a manutenção de preços não foi possível.

As importadoras renegociaram com fornecedores estrangeiros, mas aumentaram os preços em reais desses itens entre 15% e 25%, em média. "Na grande maioria dos produtos, não houve aumentos de 40%", pondera o empresário. Esse porcentual equivale ao repasse integral da alta do câmbio.

Apesar das pressões de custos provocada pela alta do câmbio, Ouro está confiante no bom desempenho de vendas do Natal. Ampliou em 50% os volumes que importa por conta própria de vinhos, massas e azeites, na comparação com o ano passado. "As pessoas vão viajar menos este ano e celebrar o Natal em casa. Acreditamos que a venda de comida e bebida será muito forte", conta ele.

Cliente de uma importadora de vinhos e azeites em Porto Alegre há mais de três décadas, o dono de restaurante Aguinaldo Barcelos, de 45 anos, diz que o dólar alto assusta na hora de planejar as compras do mês, sobretudo em um momento em que o horário de atendimento de seu estabelecimento ainda não foi normalizado após o relaxamento do isolamento social.

"Manter um negócio não é um processo barato. Nunca sobrou muito dinheiro, mas os últimos meses foram ainda mais difíceis para quem depende de movimento. Os clientes ainda não voltaram totalmente e precisamos pensar duas vezes antes de cada despesa."

Ele conta que conseguiu negociar um aumento menor nas compras de vinhos e de azeite. Sabe que o fornecedor também teve de reduzir sua margem de lucro, mas que todos acabam fazendo sacrifícios em momentos de crise, como o de agora. "O raciocínio dele é o mesmo que eu tenho: se repasso tudo, fico sem vender. É melhor perder um pouco."

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A disparada do câmbio, em um cenário de fraqueza do mercado de trabalho e queda da renda dos brasileiros, pode tirar até R$ 1,8 bilhão das vendas de Natal deste ano. Se a projeção de retração, de 3% a 5% do volume de vendas, se confirmar, será a primeira queda em quatro anos na data mais importante do varejo, aponta a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Fabio Bentes, economista-chefe da CNC, acompanha o desempenho do câmbio e das vendas de Natal desde 2009. Ele lembra que, em anos de forte desvalorização do real, o comércio sente o baque. "O câmbio por si só não explica como vai ser Natal, mas que ele atrapalha quando há uma desvalorização forte do real, como a que temos hoje, não há dúvida."

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Em 12 meses até setembro, o dólar subiu mais de 35% ante o real. O impacto da alta da moeda americana no varejo ocorre por meio da elevação dos preços ao consumidor. O dólar alto pressiona custos de insumos, componentes e matérias-primas. Essa pressão ocorre especialmente agora, após a freada abrupta que houve no segundo trimestre pela pandemia da covid-19, com a atividade econômica está sendo retomada.

O repasse de custos para o varejo já aparece em vários produtos, embora não seja generalizado a ponto de colocar a inflação em risco. Neste ano até agosto, o preço ao consumidor da TV e do computador pessoal, por exemplo, já subiu 11,58% e 16,9%, respectivamente, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esses itens levam muitos componentes importados.

Outros, como tinta de parede, que ficou 5,77% mais cara no mesmo período, pneu (5,5%) e tecidos (2,95%) têm forte relação com matérias-primas cotadas em dólar no mercado internacional - como derivados de petróleo, borracha e algodão.

O economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) André Braz ressalta que o Natal deste ano será mais magro, além do câmbio, pela queda na renda do consumidor. "A crise vai limitar a compra de bens duráveis. Na época do ano mais esperada pelo comércio, os produtos estão mais caros e o consumidor, com menos recursos. Celulares e computadores também subiram de preço pelo aumento da demanda com o home office."

Novo normal

"A variação cambial é uma dor de cabeça", admite José Jorge do Nascimento, presidente da Eletros (que reúne os fabricantes de eletrodomésticos e eletroeletrônicos). Ele lembra que os eletrônicos levam componentes importados e eletrodomésticos e eletroportáteis têm aço e plásticos, cujos preços subiram, em média, 20%. Ele diz que a maioria dos fabricantes tem de repassar a alta para o preço. "Integralmente não, absorvemos uma parte."

O economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Rafael Cagnin, lembra que a alta dos custos na indústria também ocorrem por que os diferentes segmentos terem voltando em ritmo irregular. "Como a indústria tem absorvido parte do aumento de custos, houve redução da margem de lucro. O risco é de uma alta do endividamento das empresas."

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Para 75% das empresas, a desvalorização cambial é o principal fator que gerou aumento de custos de componentes e matérias-primas, segundo sondagem de agosto da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), que reúne os fabricantes de equipamentos e componentes elétricos, para diversos setores industriais.

"Ninguém esperava a volta tão rápida da atividade, e os fornecedores estrangeiros aumentaram os preços", segundo o presidente da Abinee, Humberto Barbato. Ele diz que os aumentos para resina plástica e cobre variam entre 30% e 40%.

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Na indústria química, a história se repete. Fátima Giovanna Coviello Ferreira, diretora de Economia da Abiquim, também se surpreendeu com a velocidade da recuperação. A indústria química é base de inúmeras cadeias de produção. "Não é só recomposição de estoques, tem aumento real da demanda, mas não sabemos se é sustentável."

A escassez de insumos, como aço, cobre e embalagens, inclusive de papelão, preocupa fabricantes de eletrodomésticos, eletrônicos de consumo e químicos. Indústrias de porte médio, com menor poder de negociação, são as que mais sentem a falta de insumos. "Há fabricantes de linha branca e portáteis que podem parar até o fim do mês por falta de insumos", alerta o presidente da Eletros, José Jorge do Nascimento.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A disparada do dólar nesta quinta-feira (10) fez com que o Banco Central (BC) anunciasse mudança na estratégia no mercado cambial. Com os negócios do dia já encerrados, a instituição divulgou que pode oferecer até US$ 6,49 bilhões em operações financeiras que têm efeito comparável à venda de dólares no mercado futuro. A última vez em que o BC realizou esse tipo de operação foi ainda na gestão Alexandre Tombini, em 11 de abril.

Com a oferta dos chamados contratos de swap cambial tradicional, o BC tende a amenizar a crescente demanda por dólares vista desde quarta-feira, 9. Na operação programada para esta sexta-feira, 11, o BC oferece o equivalente a até US$ 750 milhões ao mercado. Em nota, a autoridade monetária disse que decidiu atuar após "avaliar as atuais condições do mercado" - sem citar a alta do dólar ou a tensão gerada pela política nos EUA.

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Na quarta, o BC havia reagido à deterioração do quadro com o anúncio de que interromperia a oferta de swap cambial reverso - operação que corresponde à compra de dólares no mercado futuro. Em outras palavras, a casa deixou de comprar dólares no mercado futuro na quarta e passará a vender a moeda no mesmo mercado futuro hoje.

O presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmou nesta quinta-feira que, mesmo com a vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos EUA, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) tende a elevar os juros em dezembro. Segundo ele, o BC está observando as consequências do resultado para os mercados globais e o êxito de Trump reforça a sensação de que, no Brasil, é preciso avançar nas reformas econômicas.

"Isso dá um certo senso que, de fato, essa janela de oportunidade tem que ser utilizada, como tem sido", disse Goldfajn, após ter participado de seminário promovido pela Universidade do Chile, em Santiago. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A disparada do dólar, que superou na semana passada a marca de R$ 4, adia a volta da inflação para o centro da meta de 4,5% para depois de 2017. Além disso, aumenta a pressão sobre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2016, que corre o risco de superar o teto da meta de 6,5%, segundo economistas ouvidos pelo ‘Estado’. Para este ano, o impacto do dólar já começa a aparecer nos preços do atacado, sobretudo nas matérias-primas. Mas o repasse ao consumidor deve ser gradual e atenuado pela recessão.

"Se o câmbio continuar no patamar de R$ 4, a perspectiva de inflação para o ano que vem estará mais comprometida", afirma Heron do Carmo, professor da Faculdade de Economia da USP. Como a economia real trabalha com uma certa defasagem, o efeito da alta do câmbio nos custos deve aparecer mais para frente. Além disso, se o câmbio continuar pressionado, será necessário reajustar a gasolina, seguindo a nova política da Petrobras. Esses fatores explicam, segundo Heron, porque o efeito do dólar sobre os preços no varejo será mais intenso em 2016, apesar de ser esperada a desaceleração do IPCA por causa da perda de fôlego dos preços dos serviços e das tarifas.

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Para este ano, ele acredita que o resultado da inflação, da ordem de 9,5%, vai depender muito mais do comportamento dos alimentos. Quanto aos outros itens, Heron acredita que a recessão vai segurar o repasse.

Essa também é a avaliação do economista da LCA Consultores, Fábio Romão. Até agora, ele vê reflexos do repique do dólar nas commodities agrícolas. O índice de preços CBR para alimentos disparou em reais a partir de julho, tendo reflexos sobre as cotações agropecuárias no atacado em meados de agosto e no início deste mês.

O índice de preços agropecuários do atacado da FGV encerrou agosto com alta de 0,58%, mas subiu 1,35% em 30 dias até 10 setembro. A projeção de Romão é que o IPA agropecuário encerre este mês com alta de 3%. "Os desdobramentos desse movimento do atacado desembocarão, de maneira defasada e irregular, no varejo em setembro." Ele espera alta de 0,43% para o grupo alimentos e bebidas no IPCA-15 este mês, após deflação de agosto (-0,01%).

Salomão Quadros, superintendente adjunto de Inflação do Ibre/FGV, observa que o impacto do câmbio já pode ser notado na variação nos preços de materiais para manufatura no atacado. Neste mês, até o dia 10, os preços desse grupo subiu 1,37%, após avançar 0,93% em agosto. "O repasse vem ocorrendo gradualmente", diz Quadros. No varejo, ele ressalta que os primeiros efeitos do câmbio aparecem nos alimentos, como o pão francês, cujo preço subiu 0,66% no IPCA-15 deste mês, puxado pelo trigo importado. A carne, outro produto com preço balizado pelo mercado internacional, está 0,58% mais cara.

Meta

Apesar de o Banco Central reafirmar que pretende trazer a inflação para o centro da meta de 4,5% no fim de 2016, levando em conta que a recessão será forte para brecar os repasses, é consenso entre os economistas que esse resultado será muito difícil de ser atingido nesse espaço de tempo. A consultoria Tendências projeta inflação de 4,5% para 2018 e a LCA acredita que a inflação volte para essa marca a partir de 2019. Já Heron acha possível trazer o IPCA para 4,5% em 2017, desde que seja feito o ajuste fiscal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A forte alta do dólar ante o real nesta sexta-feira (4) impulsionou as taxas dos contratos futuros de juros, que fecharam a sessão regular nas máximas e, em sua maioria, acima de 15%. Como pano de fundo para o movimento, o mal estar com algumas declarações do vice-presidente, Michel Temer, durante encontro de ontem com empresários.

Apesar de certo alívio com a permanência de Joaquim Levy no comando do Ministério da Fazenda, Temer voltou a colocar lenha na fogueira do cenário político ontem. Ele afirmou que será difícil para a presidente Dilma Rousseff concluir o mandato se a situação política e econômica não melhorar até meados de 2016. "Hoje o índice (de popularidade) é realmente muito baixo. Ninguém vai resistir três anos e meio com esse índice", comentou. A fala de Temer foi mal recebida pelo mercado, que viu chances maiores de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

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Nesse cenário, o dólar à vista de balcão subiu 2,56%, aos R$ 3,8500, no maior patamar de fechamento em quase 13 anos, desde 23 de outubro de 2002. Na renda fixa, a alta do dólar tornou inevitável o avanço das taxas dos contratos futuros de juros. O movimento foi intensificado pela disparada de stops ao longo da curva a termo. O resultado foi o encerramento dos negócios na sessão regular, com as taxas dos DIs próximas das máximas.

A taxa do contrato futuro para janeiro de 2016 ficou em 14,495%, de 14,315% no ajuste anterior. O vencimento para janeiro de 2017 indicou 15,04%, de 14,71% no ajuste. Já o contrato para janeiro de 2019 encerrou em 15,10%, de 14,80%, e o DI para janeiro de 2021 marcou 15,01%, de 14,65%. Os juros já precificam a Selic acima de 15% no fim de 2016.

O cantor brasileiro Jair Rodrigues de Oliveira morreu nesta quinta-feira (8) em São Paulo aos 75 anos. De acordo com a JRC Produções, o músico estava em casa, em Cotia (SP), e a família aguarda a chegada da perícia. Ainda não foi divulgada a causa da morte.

Jair Rodrigues de Oliveira nasceu em Igarapava (SP), no dia 6 de fevereiro de 1939 e começou sua carreira nos anos 1960. O primeiro álbum veio em 1963, O Samba Como Ele É, mas foi com o segundo trabalho que Jair Rodrigues alcançou o sucesso. Ele lançou Vou de Samba Com Você, em 1964, que trazia a música Deixa Isso pra Lá, de Alberto Paz e Edson Meneses. Foi um período em que o cantor desenvolveu uma parceria com Elis Regina, e em 1965 começaram a apresentar juntos O Fino da Bossa, programa da TV Record. O cantor, pai dos também cantores Luciana Mello e Jair Oliveira, era considerado pela crítica brasileira e internacional uma dos maiores nomes da música negra do Brasil. 

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