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O técnico Dunga está satisfeito com o desempenho de Neymar como capitão da seleção brasileira. Desde que assumiu a equipe, após a Copa do Mundo, o treinador decidiu dar a tarja para o camisa 10, como uma espécie de desafio. "Desde o início, quando chegamos à seleção, decidimos escolher o Neymar pelo carisma, pelo que representa, pela postura", justificou o treinador brasileiro em entrevista coletiva neste sábado, em Temuco, local da estreia da seleção brasileira na Copa América.

"O futebol brasileiro é vinculado com as crianças e ao futebol alegre, e o Neymar representa isso. Ele é um jogador excepcional, gosta de desafio, seria um desafio a mais. Para aquilo que pensamos coletivamente dentro da comissão técnica, ele está dando uma resposta ótima", disse Dunga.

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A escolha de Neymar como capitão chegou a criar mal-estar com o zagueiro Thiago Silva, líder da seleção durante a Copa do Mundo. Thiago Silva voltou a ser convocado para defender a seleção brasileira pela primeira vez após a Copa para os amistosos contra Turquia e Áustria, no final do ano passado, mas perdeu a condição de titular para Miranda e a braçadeira para Neymar.

O jogador deu entrevista afirmando que estava "chateado" com a reserva e com o fato de o atacante e do técnico Dunga não terem conversado com ele sobre as mudanças da seleção. Diante da repercussão negativa, publicou uma foto em que está abraçado ao camisa 10 da seleção.

"Todos adoram o Brasil, mas todos adoram ver o Brasil perder", brincou neste sábado o técnico Dunga, bem-humorado na entrevista coletiva que deu na véspera da estreia da Copa América, contra o Peru, em Temuco.

"Essa é a maior dificuldade que temos. O maior prazer deles é vencer o Brasil. Quando as equipes jogam entre elas, o jogo é diferente. Contra o Brasil é outra atmosfera", insistiu o treinador.

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Dunga precisou mais uma vez responder a perguntas sobre a derrota humilhante de 7 a 1 sofrida em casa diante da Alemanha, na semifinal da última Copa do Mundo e evitou novamente decretar 'terra arrasada' no futebol do país.

"Tem certas coisas que acontecem em nossa vida que vão cicatrizar, mas não tem como tirar a marca. O Brasil perdeu em 50 para o Uruguai e sempre vai se falar daquilo. Não importa se já jogamos outras vezes e vencemos", opinou o capitão do tetra, que já foi campeão da Copa América duas vezes como jogador (1989 e 1997) e uma como treinador (2007).

"A Copa América é uma das competições mais difíceis do mundo. Vale lembrar que o Brasil ficou quase 40 anos sem vencer. Ganhei duas como jogador, uma delas em La Paz, na altitude. Isso é para poucos", gabou-se o treinador.

"Tivemos altos e baixos, mas não é porque ficamos para baixo na última Copa que perdemos a qualidade para jogar futebol", enfatizou.

Dunga fez mistério sobre a escalação de domingo, sendo que a maior dúvida é sobre o atacante que jogará ao lado de Neymar: Diego Tardelli e Roberto Firmino disputam a posição.

O técnico Dunga tem duas dúvidas para a estreia na Copa América contra o Peru, neste domingo, em Temuco, no Chile: uma no ataque e outra no meio de campo. A dúvida no setor ofensivo, entre Roberto Firmino e Diego Tardelli, parece mais fácil de ser resolvida. Trata-se principalmente de uma mudança de estilos.

Diego Tardelli é mais dinâmico, cai pelos lados, abre espaços e participa da criação das jogadas, além de chegar na área para finalizar. Roberto Firmino, por sua vez, tem menor mobilidade, mas finaliza mais e melhor. É um atacante com mais cara de atacante. Além disso, foi uma aposta do treinador, que valoriza a "garimpagem" de novos talentos no processo de reconstrução da seleção brasileira. Os gols do jogador do Hoffenheim, da Alemanha, são triunfos pessoais do treinador.

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No meio de Campo, Dunga está entre Phillipe Coutinho e Fred para o lugar do contundido Oscar. Aqui, o esquema não muda, mas os dois têm características bastante diferentes. O primeiro é mais habilidoso, joga para a frente. Embora não seja um grande artilheiro, tem facilidade para chegar ao gol. Em uma jogada individual, destravou o difícil equilibrado amistoso contra o México, no Allianz Parque.

Já Fred se destaca pela força física, tem uma movimentação mais intensa por todo o setor e maior força na marcação, apesar de boa chegada à frente. Se quiser incomodar o Peru desde o começo e fazer o Brasil ficar com a bola, deverá optar por Phillipe Coutinho. Se propor um jogo de estudos no meio, poderá ficar com Fred.

O técnico Dunga admitiu que a seleção brasileira se poupou no amistoso da noite dessa quarta-feira (10), contra Honduras, em Porto Alegre. Para ele, mais do que o desempenho na vitória por 1 a 0, o mais importante foi que a equipe adversária foi um bom teste para a Copa América.

"Faltando pouco tempo para iniciar a competição, é normal que o ritmo não seja o que se espera. Não obstante tudo isso, jogamos contra uma equipe que só se defendia e mesmo assim criamos quatro, cinco chances de gol", disse o treinador.

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Ele lembrou que a seleção, apesar de ter oito meses de trabalho sob o seu comando, tem menos de 100 horas de treinamento. "E temos de diversificar durante o jogo para não desgastar os jogadores. Apesar disso, desde 1969 a seleção não atingia essa marca (de 10 vitórias seguidas)", ressaltou.

O treinador entende que foi normal os jogadores tirarem o pé do acelerador no final da partida, mas acha que, se o segundo gol tivesse sido feito, as críticas ao desempenho da equipe seriam menores. "Mas foi um teste importante. Vamos encontrar equipes que marcam muito e talvez os árbitros não vão permitir tantas faltas. Mas vai ser jogo de marcação. Vamos enfrentar equipes muito fechadas, esperando um contra-ataque."

Neymar está confirmado na seleção brasileira que enfrenta Honduras, nesta quarta-feira, às horas, no Beira-Rio. A escalação do craque foi confirmada no início desta noite pelo técnico Dunga, que pretende aproveitar ao máximo o último teste antes da estreia na Copa América. "É o último jogo preparatório e a gente tem de testar os jogadores que vão iniciar a competição", disse.

Dunga só não garantiu que o time que sai jogando no amistoso é o que enfrentará o Peru, domingo, em Temuco (Chile) porque não poderá contar com Danilo. O lateral direito será poupado por causa de dores no tornozelo direito, consequência de pancada que levou no amistoso com o México. "Depende de vários aspectos. Vai depender da equipe adversária, de como os jogadores vão se apresentar, sem lesão, bem fisicamente..."

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Mas a simples presença de Neymar já faz melhorar muito o clima e a confiança. "Havia ansiedade em São Paulo, e agora a expectativa (contra Honduras) é melhor ainda. E sem dúvida a chegada do Neymar, campeão e destaque da Champions (Liga dos Campeões), muito motivado, ajuda muito."

O fato de o craque do Barcelona ambicionar ser eleito o melhor jogador do mundo e se conduzir a seleção ao titulo da Copa América poder ajudá-lo a alcançar o objetivo também é positivo, apesar de o treinador sempre ressaltar que o importante é o aspecto coletivo. "O Neymar gosta de o Neymar gosta de desafio, cresce nos momentos de maior dificuldade. Ele sabe o quanto representa ganhar um título pela seleção brasileira."

Mas o treinador ressaltou que "time de um jogador só" não ganha título. "Na Copa do Mundo a gente viu várias seleções que só tinham um destaque e não foram campeãs.'' O Brasil foi uma delas.

Além de Neymar, que volta à equipe após ficar de fora do amistoso contra o México, Robinho deverá entrar durante a partida. Ele já está totalmente recuperado das dores no joelho direito sentidas durante o período de treinos em Teresópolis.

O técnico Dunga considera que a seleção passou no teste de jogar sem Neymar. Pela primeira vez, desde que ele assumiu, o time não contou com o craque. É evidente que o treinador não abre mão dele, mas entende que a equipe encontrou alternativas para suprir a sua falta na vitória deste domingo por 2 a 0 sobre o México, em amistoso realizado em São Paulo.

"Havia a expectativa de como a equipe iria render sem o Neymar, mas (a atuação) foi muito proveitosa", disse Dunga, satisfeito, sobretudo, pela vitória. "Os jogadores estão colocando mais dificuldade na minha cabeça, mas a gente tem opção em caso de lesão, suspensão. Isso é positivo."

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Dunga lembrou que a seleção treinou na semana sem Neymar e, com isso, os jogadores se habituaram à ausência do craque. "Sempre é bom contar com o Neymar, mas treinamos sem ele e os jogadores, então, estavam preparados. Foi bom para todos, foi importante para colocar outros jogadores por 90 minutos, com a equipe base."

O treinador também vê outro aspecto positivo relacionado a Neymar. "Receber o nosso capitão como campeão da Champions vai ser muito bom. Ele vai voltar motivado", disse.

Neymar tem apresentação prevista para esta segunda-feira à noite, em Porto Alegre, para onde a seleção viaja após fazer um treino fechado no Pacaembu. Na quarta-feira, realiza o último amistoso antes da Copa América. Enfrenta Honduras, no Beira-Rio.

Dunga reconheceu as dificuldades que a seleção teve contra o México, que jogou desfalcado de vários de seus principais jogadores. "No início, todos os jogadores vinham de encontro à bola e nós não tínhamos profundidade. Depois, posicionamos melhor, começamos a fazer infiltrações na defesa do México e as oportunidades apareceram."

Neste domingo, a seleção obteve a nona vitória sob o comando de Dunga, aproveitamento de 100%. E Dunga demonstrou certo alívio, principalmente pelo fato de o torcedor paulista ter apoiado a equipe.

"O principal é continuar vencendo. Foi a primeira partida em casa depois da Copa, havia grande ansiedade nossa e do torcedor. O torcedor tinha paciência limitada, a cobrança é muito grande, e nós sabíamos que tínhamos de reverter isso dentro de campo. Felizmente isso aconteceu."

ELOGIOS - O treinador gostou especialmente dos jogadores mais jovens, como Fabinho, que entrou no segundo tempo, Fred e Philippe Coutinho, que fez boa partida - Dunga ressaltou que pela primeira vez o jogador do Liverpool pôde atuar por 90 minutos com a equipe principal.

Sobre Fred, Dunga disse que, quando o convocou para o período de treinos no Brasil - ele a princípio não estaria no grupo da Copa América -, já o fez prevendo a possibilidade de ter de cortar Luiz Gustavo. "A gente já sabia a condição do Luiz Gustavo há quatro, cinco meses. E quando chamei o Fred, já pensava na possibilidade de aproveitá-lo."

Fred tem idade olímpica e, para o técnico, vai ganhar experiência. "Mas personalidade ele tem de sobra."

O técnico Dunga está confuso. Não com a escalação da seleção brasileira para o amistoso deste domingo contra o México no Allianz Parque, em São Paulo, nem em relação ao grupo que convocou para a competição - grupo este que terá três por contusão em relação à lista original. O "problema" é que o treinador diz não entender a importância que se está dando à competição do Chile, em referência a parte da imprensa e da torcida.

Dunga diz que, em 2007, quando comandou a equipe que ganhou o torneio disputado no Chile, não se deu tanto valor à conquista. Agora, parece que ser campeão no Chile resolverá todos os problemas do mundo. "Não entendo, em 2007 quando ganhamos a Copa América não era tão importante assim, agora parece que tem o mesmo valor da Copa do Mundo", reclamou Dunga entrevista na noite de sábado.

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Exageros à parte, Dunga, com a língua afiada e a característica ironia nas respostas à perguntas que o desagradam, reconheceu que o título será importante. "Ganhar como atleta é sempre bom. Pela seleção a alegria é única porque é a paixão do brasileiro, do torcedor e nossa também."

Mas o treinador admite que não será fácil voltar do Chile com a taça. "É uma competição complicada, mas não podemos perder tempo. São 30 dias que teremos de aproveitar da melhor maneira possível."

Ele reconheceu também que mesmo se a seleção ganhar o título a marca negativa deixada pelo fracasso na Copa do Mundo não será apagada, principalmente os 7 a 1 levados da Alemanha, mas não vê o futebol brasileiro em nível tão baixo. Lembrou que Neymar acaba de ser fundamental para levar o Barcelona ao título da Liga dos Campeões e que há vários jogadores brasileiros se destacando mundo afora.

Para Dunga, as mudanças no futebol brasileiro têm de ocorrer independentemente dos 7 a 1, e sim porque evoluir sempre é uma exigência da vida. "Quando falamos em mudanças, normalmente queremos que os outros mudem. Se tem de haver mudança é geral, independentemente da Copa do Mundo. Mesmo que o Brasil tivesse ganhado, teria que mudar porque o mundo evolui."

Sobre as mudanças na seleção, foi sucinto. "Muitas coisas mudaram porque é nossa forma de trabalhar: minha, do Gilmar, da presidência que pediu e estamos colocando em prática".

Brasil e México se enfrentam às 17 horas, no Allianz Parque. Na quarta-feira, a seleção faz seu último amistoso de preparação para a Copa América, contra Honduras, no Beira-Rio, em Porto Alegre.

Apesar de ostentar 100% de aproveitamento em oito amistosos desde que voltou ao comando da seleção brasileira, Dunga pediu a paciência do torcedor para o primeiro amistoso disputado no país desde o vexame da Copa do Mundo, neste sábado, contra o México, em São Paulo.

"A venda dos ingressos já demonstra o carinho que o torcedor brasileiro tem pela seleção. Necessitamos de apoio e incentivo do torcedor, mas temos de fazer a nossa parte. A torcida precisa entender, que, depois da Copa, há um pouco de ansiedade, nervosismo, é normal", afirmou o treinador em entrevista coletiva realizada no Allianz Parque, onde será disputada a partida contra os mexicanos.

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Na última vez que a seleção se apresentou no país, foi atropelada por 3 a 0 pela Holanda, em Brasília, na disputa pelo terceiro lugar do Mundial, depois do maior vexame na sua história, a goleada de 7 a 1 aplicada pela Alemanha na semifinal, no Mineirão.

"Agora, temos que dar uma resposta à torcida e mostrar, além da nossa qualidade, a nossa vontade de vencer, uma determinação além do normal", pediu o capitão do tetra.

"Temos jogadores representando bem o Brasil em todas as partes do mundo. Todos queriam ganhar essa Copa em casa, os jogadores e o treinador mais do que ninguém. Não foi possível, mas não é por isso que temos de colocar pânico", analisou.

"Vejo dizerem que o Brasil caiu para a segunda, a terceira divisão. E quando ficamos 24 anos sem ganhar nada com jogadores excepcionais? Continuamos sendo o Brasil, tendo orgulho dos jogadores, da nossa qualidade", insistiu.

Contra os mexicanos, a seleção não poderá contar com seu capitão, Neymar, que disputou neste sábado a final da Liga dos Campeões e levantou o troféu, anotando inclusive o terceiro gol da vitória por 3 a 1 sobre a Juventus, em Berlim.

"Não é bom somente para a Seleção, mas para o futebol brasileiro. Ter um representante campeão na Champions, fazendo a diferença no Barcelona, sendo um dos artilheiros. Eu já havia dito que, se o Barcelona chegasse à final, o Neymar chegaria muito motivado, como todo o grupo", comemorou Dunga.

No lugar do camisa 10, o treinador foi optar por uma escalação mais defensiva, com três volantes (Fred, Fernandinho e Elias) e apenas Diego Tardelli na frente.

Neymar chegará na segunda-feira a Porto Alegre, mas é provável que também fique fora do último amistoso antes do torneio continental, na quarta-feira, contra Honduras, no Beira Rio.

O técnico Dunga pediu neste sábado (6) apoio e compreensão da torcida na volta da seleção brasileira ao País, quase um ano depois do fracasso na Copa do Mundo. A equipe enfrenta o México neste domingo, no estádio Allianz Parque, em São Paulo, que receberá bom público - até o final da tarde deste sábado, 34.600 ingressos haviam sido vendidos - e o treinador reconhece que esse primeiro contato deixa os jogadores ansiosos e um pouco nervosos. Mas garante que a disposição de "dar uma resposta positiva" é grande.

"A venda dos ingressos já demonstra o carinho que o torcedor brasileiro tem pela seleção. Nesse começo (de trabalho) necessitamos de apoio e incentivo do torcedor, mas temos de fazer a nossa parte", disse Dunga no início da noite deste sábado, em entrevista no local da partida. "Mas ele tem de entender que, depois da Copa, há um pouco de ansiedade, nervosismo, é normal".

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Sem poder contar com Neymar, que ajudou o Barcelona a conquistar a Liga dos Campeões da Europa, Dunga optou por uma equipe mais conservadora no amistoso contra os mexicanos. Vai escalar três volantes - Fred, Fernandinho e Elias - e dois meias - Phillipe Coutinho e Willian, que poderá atuar um pouco mais avançado do que normalmente faz -, com apenas Diego Tardelli na frente.

O treinador vê na ausência de Neymar uma oportunidade para testar novos opções e novos jogadores. "Apareceu a situação e os jogadores estão muito focados em aproveitar a oportunidade. É uma disputa positiva (por posições) e quanto mais jogadores prontos a gente tiver, melhor".

Ao retomar o tema de reencontro com a torcida, Dunga reconheceu que o brasileiro quer uma resposta após o fracasso na Copa. "E temos de dar essa resposta, de demonstrar uma vontade além do normal". Mas ele reconheceu, assim como havia feito o zagueiro Thiago Silva na sexta-feira, que mesmo que a seleção venha a conquistar a Copa América, o vexame da Copa do Mundo não vai ser apagado. "É uma marca que vai demorar a sair, nem sei se vai sair. É mais ou menos como 1950. Depois, o Brasil ganhou um monte de vezes do Uruguai, mas sempre lembram de 50. Com a Alemanha não vai ser diferente".

Sobre o escândalo de corrupção que atinge o futebol mundial e respinga fortemente na CBF, Dunga disse que todos estão vendo o que está acontecendo. "Não só no futebol, na política. Conversamos com os jogadores sobre o nosso propósito, deixamos eles muito livres para tomar posição", disse o treinador, contra todas as evidências que mostram que os atletas foram instruídos a não tocar no assunto.

Dunga, no entanto, disse o que entende ser importante para os jogadores. "Observamos, com os atletas, um detalhe: o de não prejulgar ninguém sem ter nada definido. Não gostamos quando somos prejulgados e não podemos fazer isso com as outras pessoas. Temos que focar onde podemos ajudar e podemos ajudar dentro do campo".

A seleção brasileira tem programado para esta sexta-feira o último treino na fase de preparação em Teresópolis para a Copa América, e o técnico Dunga deve começar a esboçar a equipe que disputará a competição no Chile. Ele não poderá contar com o principal jogador da seleção, Neymar, nem com o meia Douglas Costa, que ainda não se apresentaram. No domingo a seleção faz amistoso contra o México em São Paulo e o time que for a campo deverá ser composto pela maioria dos jogadores que serão titulares na competição sul-americana, ao menos nos primeiros jogos.

Dunga já tem a defesa definida: Jefferson; Danilo, Miranda, David Luiz e Filipe Luis. Mantem os jogadores que mais escalou nos oitos amistosos em que comandou o time e que lhe deram a resposta que esperava. Capitão da seleção na última Copa do Mundo, Thiago Silva no momento é reserva. Com Dunga, ele só jogou desde o início quando integrantes da zaga titular não puderam atuar.

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Daí para a frente, há várias dúvidas. A começar pela posição de volante. Com contusão do então titular absoluto Luiz Gustavo, ele não decidiu ainda quem escala para fazer a proteção à defesa, como primeiro volante. A tendência é que Casemiro seja escalado de início, mas Fred não pode ser descartado. O outro volante deverá ser Fernandinho, mesmo porque Elias não está 100% fisicamente e além disso passa por má fase.

Na meia, Willian é titular, mas com a ausência de Oscar - não foi chamado para a Copa América para poder se recuperar melhor de uma contusão - uma vaga está aberta. Contra o México, as alternativas são Everton Ribeiro e Phillipe Coutinho. Depois, Douglas Costa entrará na briga pela posição.

O ataque titular da seleção deve ter, além de Neymar, Diego Tardelli. Isso na Copa América. Contra os mexicanos, Robinho seria o substituto do atacante do Barcelona, mas como sente o joelho e tem sua situação na seleção indefinida, pode ser que Roberto Firmino entre na equipe.

A seleção treina à tarde. A viagem para São Paulo será na manhã deste sábado. Antes do embarque para o Chile, programado para o dia 12, a seleção fará, dois dias antes, outro amistoso. Será contra Honduras em Porto Alegre. O Brasil estreia na Copa América dia 14 de junho, contra o Peru, em Temuco.

O mau tempo em Porto Alegre atrasou em algumas horas a chegada do técnico Dunga a Teresópolis, para o primeiro dia de trabalhos da seleção brasileira para a Copa América. O treinador se juntou ao elenco por volta das 16 horas desta segunda-feira, junto com o auxiliar Andrey Lopes e preparador de goleiros, Taffarel.

De acordo com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Dunga mal chegou à Granja Comary e já mudou os planos da seleção, que iria fazer apenas um treino na terça-feira e ganhou uma atividade extra. A equipe trabalha no campo às 10 horas e, depois, também às 15h30. Mais cedo, às 7h30, os jogadores colhem sangue para exames.

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Ainda de acordo com a CBF, o zagueiro Miranda e lateral Geferson também chegaram a Teresópolis atrasados, por volta das 16 horas, e iniciaram imediatamente os exames médicos.

Neymar, Douglas Costa e Everton Ribeiro não se apresentarão agora por causa de compromissos de seus clubes.

O Barcelona de Neymar decide a Liga dos Campeões sábado, contra a Juventus; o Shakhtar Donetsk de Douglas Costa joga na quarta pelo título da Copa da Ucrânia; e o Al Ahli de Everton Ribeiro decide a Copa Presidente nos Emirados Árabes também na quarta-feira.

Sem sua principal estrela e com a missão extra de tentar evitar que a crise que atingiu a CBF respingue na seleção brasileira, o técnico Dunga começa nesta segunda-feira a preparação para a Copa América. Neymar não se apresentará porque no sábado vai disputar a final da Liga dos Campeões pelo Barcelona contra a Juventus. Ele só se juntará ao grupo em São Paulo, onde a equipe faz no domingo, contra o México, no Allianz Parque, o primeiro dos dois amistosos programados para antes da competição no Chile.

A parte inicial da preparação será feita na Granja Comary, em Teresópolis. A seleção brasileira fica na cidade do interior do Estado do Rio até sábado pela manhã.

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Dunga tem consciência de que os jogadores terão de conviver, ainda que indiretamente, com os reflexos do escândalo de solicitação e recebimento de propinas por parte de cartolas da Fifa na negociação de direitos de transmissão e contratos de publicidade que envolvendo dirigentes ligados à Fifa. A denúncia acerta em cheio a CBF por ter levado o ex-presidente José Maria Marin à prisão na Suíça e lançado desconfianças sobre o atual, Marco Polo Del Nero. O treinador diz não acreditar que esse clima de crise interfira no trabalho da seleção.

"A nossa parte é muito técnica, inclui muito o campo. O presidente Marco Polo Del Nero está dando todas as condições para nós trabalharmos", disse na quarta-feira passada, dia em que explodiu o escândalo. "Estamos trabalhando pela Copa América, já pensando também nas Eliminatórias, e também trabalhando com a seleção sub-20."

Além de Neymar, o meia ofensivo Everton Ribeiro não se apresentará por causa de compromisso com seu clube. O Al-Ahli, dos Emirados Árabes, decide a Copa Presidente quarta-feira contra o Al Nasr e a expectativa é de que Everton chegue a Teresópolis no dia seguinte.

A lista original de convocados por Dunga para a Copa América tem duas alterações: o goleiro Diego Alves, do Valencia, sofreu grave contusão no joelho e foi substituído por Neto, da Fiorentina, e Marcelo, o lateral-esquerdo do Real Madrid deu lugar a Geferson, do Internacional, também por contusão.

Geferson foi chamado por Dunga sem jamais ter vestido a camisa da seleção brasileira, mesmo em categorias inferiores. Ele tem 21 anos, portanto idade olímpica, e o treinador, que havia dito que Copa América não é lugar para experiências, sinaliza que mudou de ideia após assumir também o comando da seleção que tentará o inédito ouro olímpico nos Jogos do Rio, ano que vem. Por esse motivo, também chegou para o período de treinos da seleção no Brasil dois outros jogadores que não estão inscritos para o torneio no Chile: o volante Fred, do Shakhtar Donetsk ucraniano, e o meia Felipe Anderson, da Lazio.

Antes de embarcar para o Chile em 12 de junho, a seleção fará outro amistoso, dois dias antes. O adversário será Honduras, em Porto Alegre. O Brasil estreia na Copa América dia 14, contra o Peru, em Temuco.

Se há cinco anos Dunga foi alvo de críticas do chefe da delegação do Brasil na próxima Copa América, João Dória Jr. deixou as rusgas de lado e agora é só elogios ao técnico da seleção brasileira. O empresário e presidente do Grupo de Líderes Empresariais (Lide) utilizou a máxima "o tempo é senhor da razão", em referência à frase dita pelo próprio treinador, para destacar a evolução de Dunga desde a sua primeira passagem à frente da equipe nacional.

"Dunga é um excelente técnico, um ótimo ser humano, sujeito equilibrado. No caso dele, o tempo foi senhor da razão porque o Dunga hoje é melhor, mais experiente, mais articulado, um excelente técnico e vamos trazer o título da Copa América", afirmou.

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Em 2010, Dória chamou o técnico da seleção de "teimoso" em comentário publicado no seu perfil no Twitter devido à ausência de Neymar e Paulo Henrique Ganso entre os jogadores que foram convocados para a disputa da Copa do Mundo da África do Sul. Nesta terça-feira, o empresário minimizou o ocorrido, garantindo que não fez uma crítica pessoal. Ele alega que foi movido pela sua paixão pelo futebol, como torcedor fanático do Santos.

Na entrevista coletiva para anúncio da lista de convocados para a Copa América no Chile, Dunga foi lembrado sobre a crítica de Dória e adotou um discurso irônico. "Minha escolha é técnica, sobre jogadores. Se ele me chamou (de teimoso) ou não, não foi o primeiro nem será o último", disse. E arrematou: "O tempo é o senhor da verdade".

João Dória Jr. conta que já conversou com o técnico Dunga e que estará junto à comissão técnica durante o amistoso entre Brasil e Honduras no dia 10 de junho, no Beira-Rio, em Porto Alegre.

O convite do presidente da CBF é consonante com objetivos de Marco Polo del Nero para o futuro da entidade. E o empresário vê sua principal missão de forma bem clara. "Ele (Del Nero) quer aumentar o grau de transparência na gestão da seleção e quer profissionalizar cada vez mais a gestão da CBF como um todo, colocar mais próximo o setor privado da gestão da CBF", explicou.

Além desse papel como intermediário, Dória destaca seu trabalho como representante da entidade. "Minha função ali será representar o presidente Marco Polo del Nero institucionalmente e diplomaticamente, nas relações com as autoridades chilenas em especial, que é o país que nos recebe, e com os dirigentes das demais seleções da Copa América. O que vou fazer com muito orgulho e muita honra."

A escolha do empresário para chefiar a delegação provocou algumas críticas no meio esportivo, já que o cargo costuma ficar com dirigentes ligados ao futebol. Na Copa de 2010, a posição foi ocupada por Andrés Sanchez, então presidente do Corinthians. No Mundial do ano passado, o posto ficou com Vilson Ribeiro de Andrade, presidente do Coritiba. Na última Copa América, em 2011, ninguém foi designado para a função.

Mario Jorge Lobo Zagallo não esquece a seleção brasileira. Tetracampeão mundial como jogador, técnico e auxiliar, ele continua como fiel torcedor da "amarelinha", termo que usou mais de uma vez há duas semanas, quando recebeu o jornal O Estado de S. Paulo para uma conversa no condomínio onde mora, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.

Por quase uma hora, Zagallo falou sobre "o erro, a infelicidade do Felipão" nos 7 a 1 e se disse surpreso pela escolha de Dunga como sucessor. Mas demonstrou confiança no atual treinador, que "está fazendo um trabalho muito bom e uma mudança tática em relação ao que foi apresentando na última Copa".

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Para Zagallo, a Copa América do Chile "será um bom teste". Ele destacou a importância de Neymar e disse ter convicção de que o Brasil estará no Mundial da Rússia, em 2018. O ex-treinador também comentou duas de suas decepções: o bronze olímpico e a derrota na final da Copa da França, em 1998. E o "Velho Lobo" não deu por encerrado seu ciclo na seleção. "Falou em ‘amarelinha’, eu estou sempre junto para colaborar." Confira os principais trechos da entrevista exclusiva, publicada nesta segunda-feira pelo Estadão.

Estadão - Como o senhor vê o momento da seleção?

Zagallo - Está numa fase de transição. Infelizmente perdemos a Copa em casa, e é óbvio que você não pode mudar da noite para o dia. Eu, a princípio, até pensei que fosse escolhido outro treinador - ninguém poderia pensar no Dunga porque ele não estava trabalhando em clube. Acho que ele aproveitou bem e está fazendo um trabalho muito bom: invicto em oito jogos e fazendo uma mudança tática em relação ao que foi apresentando na última Copa. Ele está querendo resgatar e colocar em prática o próprio futebol brasileiro. Todos sabem que o nosso futebol é de toque. A seleção tem de se impor tanto na parte defensiva quanto na parte ofensiva.

Estadão -Na avaliação do senhor, essa série de oito vitórias já devolveu o respeito e orgulho que a seleção sempre teve?

Zagallo -Os resultados contra equipes grandes são fundamentais para que o futebol brasileiro tenha o mesmo prestígio de antes. Não é por um 7 a 1, uma coisa desastrosa, que nós não vamos dar a volta por cima. Houve um erro, uma infelicidade do Felipão, de ter adotado naquele momento uma marcação sob pressão, quando a seleção brasileira não vinha bem. É só você olhar para a Argentina, como ela jogou contra a Alemanha. Teve tudo para fazer 1 a 0, e hoje nós não estaríamos falando na Alemanha, estaríamos falando da Argentina. Mas o futebol é resultado. A Alemanha jogou bom futebol? Jogou, não tenha dúvida, mas o futebol brasileiro pode se erguer, tenho certeza absoluta.

Estadão -Se o Brasil tivesse jogado de uma maneira diferente, poderia ter vencido?

Zagallo -Não tenha dúvida. Nós não vínhamos jogando bem, quase fomos eliminados pelo Chile. Até aí o futebol brasileiro não explodiu, então como você vai jogar contra uma Alemanha fazendo marcação em cima?

Estadão -Pode-se tirar um aspecto positivo ou alguma lição daqueles 7 a 1?

Zagallo -Aquilo foi um desastre, não se pode analisar "ah, o futebol brasileiro acabou". Foi um momento, uma decisão em que se tivesse adotado um esquema defensivo, aí sim, para contra-atacar... Estava em casa vendo o jogo, e quando a seleção saiu em cima, eu disse que estava errado. Isso no meu ponto de vista, não sou dono da verdade. Foi uma infelicidade do Felipão.

Estadão -Pelo bom nível atual das demais seleções, o senhor acha que esta Copa América vai ser uma das mais difíceis?

Zagallo -Acho que sim, porque o Brasil ainda não está pronto. Vai ser um bom teste, e as ideias do Dunga estão mostrando que a gente está no caminho certo. A concretização vai ser nas Eliminatórias, e digo isso porque o Brasil nunca deixou de se classificar para a Copa do Mundo. Mas, pela evolução dos outros países e com o Brasil chegando de uma reformulação, será um teste para ver quanto progredimos.

Estadão -Um eventual fracasso na Copa América pode trazer alguma consequência para essa evolução?

Zagallo -Não creio. Estamos num período de testes até o Dunga chegar (e mostrar) "esta é a seleção brasileira". Uma base ele já montou, e vai chegar o momento em que vamos ter um time em que todos vão saber de cor.

Estadão -O senhor lembrou que o Brasil nunca ficou de fora de uma Copa do Mundo. Tem receio que isso mude agora?

Zagallo -Não, eu tenho confiança no futebol brasileiro, como tenho confiança nos treinadores brasileiros. Fala-se muito que na Europa estão os melhores treinadores. Evidente: se você tem em mãos jogadores de alto nível, vai trabalhar dentro dos clubes que são verdadeiras seleções. É bem diferente do futebol que está sendo jogado aqui. Os treinadores (europeus) têm na mão o que querem. Queria que o Guardiola, o Mourinho, o Ancelotti, viessem trabalhar aqui e pedissem "traz o Fulano". Não tem. "Traz o Cicrano". Não pode. Aí eu queria ver essa diferença que tanto falam.

Estadão -E dentro de campo, o Brasil está carente de jogadores diferenciados?

Zagallo -Se você for fazer uma comparação de antes para agora, há uma diferença grande. Por exemplo, quando eu cheguei para ser treinador eu tinha o que escolher, nós tínhamos todo um material humano. Mas é evidente que um treinador é de grande importância na mudança tática, na escolha dos jogadores. Eu mesmo peguei uma seleção que estava jogando num 4-2-4, totalmente superada, e mudei a maneira de jogar, jogando em bloco, a princípio num 4-3-3, mas sabendo se defender e sabendo atacar.

Estadão -O Neymar já está no auge ou ainda tem a crescer?

Zagallo -É um excelente jogador, e tem pouca idade ainda. Ele tem muita coisa pela frente! A experiência ainda vai bater nele, que atualmente é o melhor jogador do futebol brasileiro e um dos melhores do mundo. Mas ele está só, e precisa de coadjuvantes para explodir e o Brasil mostrar que nosso futebol continua de pé.

Estadão -Nesse sentido, o senhor acha que o fato de jogar no Barcelona, ao lado de Messi, Suárez e Iniesta, é bom para ele?

Zagallo -Sim, é de grande importância. Eles sabem a maneira de jogar e o Neymar se encaixa neste molde de jogadores de alto nível técnico. É melhor do que vir para cá e jogar em qualquer time; ele não vai ter a mesma produção que está tendo no Barcelona. Ele vai cair porque o futebol que está sendo jogado aqui dentro não se pode comparar com o nível de um que tem o Messi, o Suárez. Acho que o Neymar ainda vai ser um fora de série; se ele já é, vai produzir ainda mais.

Estadão -Neymar será eleito o melhor jogador do mundo?

Zagallo -Neste momento, Messi e Cristiano Ronaldo estão à frente. Mas, mais adiante, não tenho dúvida. Ele tem futebol para isso.

Estadão -O ouro olímpico é uma obsessão. O senhor acha que isso atrapalha?

Zagallo -A gente tem de correr atrás. Uma coisa que ficou engasgada na minha vida foi o ouro olímpico. Nós ganhamos um bronze quando devíamos ter trazido o ouro (nos Jogos de Atlanta, em 96).

Estadão -É uma de suas maiores decepções?

Zagallo -Tenho certeza, apesar de ter ganhado o bronze. O objetivo era o ouro, e o futebol brasileiro tem de pensar sempre assim, no ouro. Não deu, tivemos uma infelicidade. Já tínhamos ganhado deles (Nigéria) de 1 a 0 na fase inicial e ganhando de 3 a 1 (na semi) você não pode perder o jogo.

Estadão -Foi mais dolorido do que perder a final da Copa de 1998?

Zagallo -São duas coisas diferentes. Houve o problema com o Ronaldo, que não teve culpa absolutamente de nada. Ele teve um problema físico no dia do jogo, com a convulsão. Podia ter dado cinco dias antes ou cinco dias depois... Fomos vice, mas se estivesse tudo normalizado seria outro resultado. Não quero menosprezar em nada a França, que ganhou e ganhou bem, mas o problema do Ronaldo teve uma influência muito grande. É passado. Gosto demais do Ronaldo, para mim foi o melhor atacante que vi fazendo gols, sofreu da parte física do joelho duas vezes e se superou. Tenho de bater palmas pro Ronaldo por tudo o que ele representou.

Estadão -Sente falta do convívio com a seleção brasileira?

Zagallo -Ah, é bom demais. A gente fica com saudade, torcendo como eu torci (na Copa do ano passado).

Estadão -A seleção agora tem o assistente técnico pontual. Se surgisse o convite, o senhor aceitaria?

Zagallo -É uma satisfação, mas depende do meu estado, se estou em condição de fazer uma viagem grande. Mas, falou em "amarelinha", eu estou sempre junto para colaborar.

Estadão -O que podemos esperar do Campeonato Brasileiro?

Zagallo -Acho que o Palmeiras tem uma equipe pronta. O Palmeiras tem não só um time, mas um banco grande para fazer as mexidas e isso vai ser fundamental. Claro que temos o Corinthians, o Cruzeiro, o Atlético, o Inter, o São Paulo... Gosto muito do São Paulo, e acho que vai engrenar. Não posso deixar de citar o Santos, mas tem um grupo muito pequeno para uma extensão muito grande de jogos.

Estadão -O que o senhor achou da punição de quatro anos imposta ao Jobson?

Zagallo -Um absurdo. Acaba com a vida de um jogador. Ele está com 27 anos e vai ficar quatro anos parado? Se for pra punir, quatro anos é muita coisa. Que sejam seis meses, então. Ele nem foi pego em nada, apenas não fez o exame. Não pode tirar o ganha-pão do cara da noite para o dia.

Titular da seleção brasileira desde o retorno do técnico Dunga, Jefferson voltou a ser convocado, agora para a disputa da Copa América, mesmo estando em fase final de recuperação de uma artroscopia no joelho direito. Segundo o treinador, os médicos da seleção vêm mantendo contato direto com o Botafogo e participaram inclusive da decisão de operar o joelho do goleiro.

"Nós conversamos com o Jefferson lá no início da lesão dele e colocamos o nosso ponto de vista, assim como escutamos muito o que o Botafogo nos passou, e concluímos que era melhor ele fazer a cirurgia", disse o técnico sobre Jefferson, que segue desfalcando o Botafogo.

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Dunga, porém, admitiu que a comissão técnica da seleção está cautelosa. "Quando o jogador vem de lesão, nunca se tem 100% de certeza que as coisas acontecerão normalmente. Sempre se corre um risco, maior ou menor. A gente calculou isso também. Esperamos que ele retorne rápido, nas mesmas condições de quando ele saiu", considerou o treinador.

Mesmo assim, o técnico se mostrou tranquilo quanto ao gol da seleção para a Copa América. "É por isso que nós temos três goleiros e confiamos neles", disse. Dunga não chegou a citar o goleiro Diego Alves, do Valencia, mas, ao responder a um questionamento sobre o goleiro Marcelo Grohe, do Grêmio, ele afirmou que o jogador "está pronto", e evitou dizer quem seria o segundo ou terceiro goleiro da seleção.

A escolha do empresário João Dória Jr. como chefe da delegação brasileira na Copa América - que causou estranhamento e provocou algumas críticas no meio esportivo - foi defendida nesta quinta-feira pelo presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, durante o anúncio da lista de convocados para a competição. Mas o empresário não escapou de uma alfinetada do técnico Dunga.

"A CBF está vivendo um novo momento, e procura abrir de forma geral a entidade e a seleção pra que todos conheçam o que está acontecendo aqui dentro", declarou Del Nero, repetindo um de seus mantras desde que assumiu a entidade. "Não quero nunca mais ouvir falar em caixa-preta. Trouxemos o João Dória, que é um jornalista, um brasileiro que gosta muito de futebol."

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Já o técnico Dunga, primeiro, demonstrou-se indiferente. Mas, ao ser lembrado que Dória o havia chamado de "teimoso" na Copa do Mundo da África do Sul, em 2010, por não ter convocado Neymar e Paulo Henrique Ganso, o treinador foi irônico. "Minha escolha é técnica, sobre jogadores. Se ele me chamou (de teimoso) ou não, não foi o primeiro nem será o último", disse, para depois arrematar: "o tempo é o senhor da verdade".

A CBF confirmou nesta segunda-feira a data da convocação da seleção brasileira para a disputa da Copa América, entre os dias 11 de junho e 4 de julho, no Chile. O técnico Dunga vai convocar o grupo às 11 horas do dia 5 de maio, na sede da CBF, no Rio de Janeiro.

A Copa América será o primeiro torneio oficial da seleção desde a Copa do Mundo. Será também a primeira competição de Dunga em seu retorno ao time nacional. O treinador já se sagrou campeão da Copa América como treinador da seleção em 2007, em uma final contra a Argentina.

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Para formar o grupo que viajará para o Chile, Dunga levará em conta o desempenho dos jogadores convocados nos oito amistosos que disputou desde seu retorno ao time. Foram oito vitórias, sacramentando o aproveitamento de 100%. Os últimos triunfos foram sobre a França e o Chile, no fim de março.

Depois dos amistosos, Dunga e a comissão técnica viajaram pela Europa para ter conhecer dirigentes de grandes clubes e trocar ideias. O treinador visitou times como Real Madrid, Barcelona e Monaco.

Na Copa América, a seleção enfrentará Colômbia, Peru e Venezuela no Grupo C. Os dois primeiros de cada chave avançam à fase seguinte, além dos dois melhores terceiros colocados. A estreia está marcada para o dia 14 de junho, contra os peruanos. Depois, a partida será contra a Colômbia, no dia 17, e contra a Venezuela, no dia 21.

O técnico Dunga deu sequência ao seu périplo por clubes europeus ao visitar nesta terça-feira o Barcelona. A passagem do treinador pelo clube catalão aconteceu um dia após ele visitar as instalações do Monaco, aproveitando que já estava na Europa em razão dos amistosos realizados na semana passada.

De volta ao comando da seleção após a Copa do Mundo de 2014, Dunga dirigiu o Brasil em oito jogos desde então, com oito vitórias. As duas últimas foram na semana passada, quando a seleção bateu a França por 3 a 1, em Saint-Denis, e o Chile por 1 a 0, em Londres.

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Depois desses amistosos, Dunga, Gilmar Rinaldi, coordenador de seleções da CBF, e Andrey Lopes, o Cebola, auxiliar técnico da seleção, aproveitaram para visitar clubes europeus, em uma tentativa de estreitar os laços com as equipes que cedem jogadores para o Brasil.

Assim, Dunga visitou o Monaco na última segunda. E, agora, nesta terça-feira, ele, Gilmar e Cebola foram ao CT do Barcelona, clube dos brasileiros Daniel Alves, Adriano, Rafael Alcântara, Douglas e Neymar. No clube catalão, eles conversaram o técnico Luís Enrique, Joan Barbará, seu auxiliar técnico, Rafel Pol, preparador físico do Barcelona, os assistentes Robert Moreno e Juan Carlos Unzué e o psicólogo Joaquim Valdés.

Em entrevista à Barça TV, Dunga fez muitos elogios a Neymar, o craque da seleção brasileira. "É um jogador fantástico e muito competitivo", disse, avaliando que o atacante está adaptado ao clube. "Está muito bem no Barcelona. A filosofia do Barça é muito parecida com a do Brasil, tanto pelo ambiente como pelo modo de trabalho".

Neymar foi o único jogador do Barcelona lembrado por Dunga na última convocação da seleção, mas, ainda assim, ele também fez comentários sobre outros brasileiros do elenco. "(Daniel) Alves e Adriano estão há muito tempo na Espanha, enquanto Douglas está se aclimatando".

Dunga também destacou o bom momento do Barcelona, que lidera o Campeonato Espanhol. "Está muito bem. Começou com muita dinâmica, agora tem quatro pontos de vantagem e fez grandes partidas. É uma equipe muito competitiva", concluiu o treinador da seleção.

Embalado pela sequência de oito vitórias, Dunga voltará a convocar a seleção em maio, quando apresentará a lista do Brasil para a Copa América e os amistosos preparatórios para o torneio diante de México e Honduras.

O técnico Dunga permanece na Europa após comandar a seleção brasileira em mais dois amistosos - as vitórias sobre a França (3 a 1) e Chile (1 a 0). Nesta segunda-feira, ele seguiu para Mônaco, onde se encontrou com membros da comissão técnica do Monaco.

Dunga estava acompanhado de Andrey Lopes, o Cebola, seu auxiliar técnico, e de Gilmar Rinaldi, coordenador de seleções da CBF. Na sede do Monaco, eles se reuniram com Leonardo Jardim, técnico do clube, e também com Luis Campos, diretor esportivo da equipe.

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A visita ao Monaco foi apenas a primeira de uma série de encontros que Dunga, seu auxiliar e Gilmar terão nos próximos dias com clubes europeus, aproveitando a ida ao Velho Continente para estreitar relações com o comando das equipes que constantemente cedem jogadores para a seleção.

De acordo com a nota divulgada pela CBF, "o objetivo da visita é observar o trabalho desenvolvido nestes clubes, além de manter um bom relacionamento com os treinadores e dirigentes internacionais".

O Monaco, aliás, teve dois jogadores convocados para os últimos compromissos das seleções do Brasil nas datas reservadas pela Fifa para compromissos internacionais. O lateral-direito Fabinho foi convocado por Dunga para a seleção principal, enquanto o zagueiro Wallace acabou sendo levado por Alexandre Gallo para a equipe olímpica.

De volta ao comando da seleção brasileira após a Copa do Mundo de 2014, Dunga venceu as oito partidas em que dirigiu a equipe desde então. Ele voltará a convocar a seleção em maio, quando apresentará a lista do Brasil para a Copa América e os amistosos preparatórios para o torneio diante de México e Honduras.

Depois dos amistosos em Paris e Londres e das vitórias sobre França e Chile, a comissão técnica do Brasil se concentra a partir de agora na convocação de maio para a Copa América, que Dunga vê como a "mais difícil da história". Mas o objetivo maior, frisou o treinador, é garantir a classificação para a Copa do Mundo da Rússia, em 2018.

No sábado, Dunga já havia antecipado que não pretende convocar ninguém que não tenha passado por suas listas desde que reassumiu o comando da seleção, e logo a chamada de maio não deve ter surpresas. O foco se volta a preparar a base da equipe para a competição, que promete ser complicada, com a boa fase vivida por Argentina, Uruguai, Chile e Colômbia.

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"Todo mundo está entendendo quais serão as dificuldades que vamos enfrentar, tanto na Copa América, quanto nas Eliminatórias. Vamos entrar em uma competição com oito jogos e com pouco treinamento", advertiu. "Sem dúvida será a mais difícil Copa América da história. Os países que não eram tradicionais na América Latina evoluíram muito e têm jogadores atuando em toda a Europa."

Ainda que a seleção não possa perder nunca, como costuma frisar, Dunga colocou o torneio no Chile em uma dimensão menor na escala de suas grandes prioridades. "Hoje o objetivo foi o Chile e agora será a Copa América. Mas o objetivo maior são as Eliminatórias", ressaltou.

Sobre o grupo que formou, o treinador se disse satisfeito com o desempenho dos atletas, mesmo daqueles que eventualmente não foram bem neste domingo, como Philippe Coutinho, Douglas Costa e Luiz Adriano, amarrados pela marcação chilena.

"Eu estou satisfeito pela forma como os jogadores têm se comportado depois da Copa do Mundo. Aceitaram as críticas, baixaram a cabeça, foram trabalhar", destacou. "Eles sabem das responsabilidades que têm na seleção brasileira. Estão assumindo esse papel com muita determinação. Não chegamos a lugar nenhum, mas estamos em um bom caminho e eles sabem disso."

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