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Morreu, nesta segunda-feira (11), o economista e ex-ministro da Fazenda Eduardo Guardia. CEO da BTG Pactual Asset Management, Guardia tinha 56 anos. O falecimento foi confirmado pela assessoria do BTG Pactual. Mas a causa da morte não foi informada ainda. Segundo informações extraoficiais, ele teria sido vítima de um câncer.

À frente da gestora de recursos do BTG Pactual no Brasil há quase três anos, Guardia está no rol dos economistas com extensa experiência dos dois lados do balcão. Na seara privada, além do atual posto de CEO da BTG Asset, atuou ainda como diretor-executivo de Produtos da BM&FBovespa, hoje B3.

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No setor público, foi ministro da Fazenda no governo Michel Temer. Antes disso, foi secretário-executivo do mesmo órgão, secretário do Tesouro Nacional na gestão Fernando Henrique Cardoso e secretário de Fazenda de Geraldo Alckmin, no Estado de São Paulo.

De perfil técnico, Guardia era doutor em Economia pela Universidade de São Paulo (USP). Durante seu tempo à frente do Ministério da Fazenda, hoje Economia, Guardia era conhecido por ser duro na defesa técnica dos interesses econômicos, sobretudo na relação com o Legislativo.

O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou nesta quarta-feira (12) que o problema fiscal do Brasil só será resolvido enfrentando o aumento dos gastos públicos e que, por isso, a reforma previdenciária é urgente e necessária.

"É muito importante priorizar os temas pela urgência que têm para o país. O que é urgente e absolutamente necessário é aprovar a reforma da Previdência. Não se resolve o problema fiscal com a privatização, resolve enfrentando o problema de gasto", disse.

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O ministro acrescentou que além de reduzir os gastos públicos, a reforma previdenciária deve fazer "justiça social, porque hoje existem regras desiguais" para os setores público e privado. Quanto ao crescimento do país não ter sido como o governo do presidente Michel Temer esperava, Guardia citou vários fatores que ocorreram no decorrer de 2018.

"Em primeiro lugar, a partir do início do segundo trimestre deste ano, veio a preocupação com o comportamento da economia mundial", afirmou o ministro, ao se referir à questões como o aumento da taxa de juros dos Estados Unidos.

Ainda sobre o segundo trimestre, Guadia citou a greve dos caminhoneiros, que resultou na deterioração das condições financeiras do país, e o período eleitoral, que trouxe dúvidas sobre qual rumo o Brasil iria tomar. "Isso tudo agregou maior volatilidade ao longo desse período", completou o ministro.

O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, disse na quinta-feira, 13, que o Brasil pode acelerar o ritmo de crescimento se persistir na agenda de reformas. Em discurso na premiação Empresas Mais, do Estadão, Guardia listou quatro condições para a retomada do crescimento: resolução da crise fiscal; reformas microeconômicas, tendo em vista a melhora da competitividade; retomada dos investimentos para resolver o "enorme" gargalo em infraestrutura; e abertura comercial.

"Estamos em um momento de escolha e definição de rumos. Acredito que o País tem condições de ter trajetória de crescimento superior se continuar a agenda de reformas iniciada há dois anos, mesmo num momento mais adverso da economia internacional", comentou o ministro.

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Ao diferenciar a situação do Brasil da de países emergentes em crise, como Argentina e Turquia, Guardia apontou a solidez das contas externas, as reservas internacionais e o fato de o País não ter dívidas dolarizadas.

O ministro criticou a ideia de usar as reservas internacionais para financiar a retomada dos investimentos em infraestrutura. Ele disse que essa opção, além de ser ilegal, agrava a crise fiscal ao aumentar o endividamento do setor público. "É uma solução ilegal e errada em nosso entendimento", comentou o ministro, acrescentando que as reservas só poderiam ser usadas para pagar dívidas. "Não é a saída para a retomada dos investimentos"

Teto de gastos

O ministro aproveitou sua palestra para, mais uma vez, defender o teto dos gastos. O mecanismo que limita o aumento das despesas públicas vem sendo muito atacado por alguns candidatos à Presidência da República sob a justificativa de que o mecanismo engessa as despesas em projetos sociais, educação e saúde.

"Está errado dizer que teto dos gastos congela as despesas", disse o ministro. Segundo ele, os valores mínimos constitucionais para as áreas de educação e saúde estão assegurados até mesmo pela Emenda Constitucional que criou o teto dos gastos. Ainda de acordo com Guardia, "a questão central do lado fiscal não é a falta de receita, é o excesso de gastos".

A mensagem que passam aqueles que combatem o teto, de acordo com Guardia, é a de que não se preocupam com a elevação dos gastos e que podem continuar elevando as despesas, o que contribui para a expansão do déficit público. Para o ministro é insustentável manter o déficit nas contas públicas na casa de 5 pontos porcentuais do Produto Interno Bruto (PIB).

Guardia citou várias medidas que, na avaliação dele, se tomadas, vão contribuir para conter os gastos do governo e conduzir à retomada do crescimento acima das taxas observadas atualmente. Ele citou inclusive uma agenda de reformas microeconômicas que já estaria no Congresso como algo que poderá ajudar no deslocamento para uma taxa maior do crescimento potencial do PIB.

No entanto, fez questão de ressaltar que a prioridade é a reforma da Previdência. "Sem a reforma da Previdência, não teremos nem ambiente para discutir a reforma tributária", alertou o ministro da Fazenda.

Tributos

O ministro reafirmou em seu discurso que o setor de serviços ficará fora da proposta de reforma do PIS/Cofins que o governo pretende encaminhar ao Congresso após as eleições de outubro. "Estamos trabalhando na simplificação de PIS/Cofins. A reforma exclui o setor de serviços, que poderá seguir no cumulativo. Vamos tentar resolver a complexidade do PIS/Cofins no restante da economia."

Guardia defendeu que é preciso fazer a reforma dos dois tributos antes de avançar, futuramente, para o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que unificaria diversos tributos, como prometem a maioria dos candidatos à Presidência da República.

O ministro também fez comentários sobre a ideia do governo de antecipar a proposta, prometida por quase todos os candidatos, de transferir para os dividendos e juros sobre o Capital Próprio (JCP) a tributação que hoje incide sobre o lucro das empresas.

"A carga tributária das empresas, ao redor de 34%, está muito acima da média internacional, mas temos um problema fiscal enorme e não podemos abrir mão de receita", declarou o ministro. "Teremos de fazer uma rediscussão de como tributamos as empresas." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O senador Armando Monteiro (PTB) afirmou, nesta terça-feira (29), durante um debate sobre o preço dos combustíveis na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado que a atual crise enfrentada no país é resultado de uma "política de preço maluca" adotada pelo governo do presidente Michel Temer (MDB). O petebista descartou que a responsabilidade seja do presidente da Petrobras, Pedro Parente, e destacou que a gestão do emedebista ficou em “uma situação de conforto” diante dos sucessivos aumentos dos combustíveis. 

“A responsabilidade é do governo que não teve a compreensão de que estávamos vivendo um momento extremamente delicado, saindo de um quadro depressivo na economia brasileira, e, portanto um choque de preços dessa magnitude que aconteceu no petróleo, agravado e potencializado por essa estrutura tributária que torna os entes públicos sócios dessa volatilidade e imprevisibilidade, resultaria nessa crise”, argumentou Armando para o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia. 

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Na avaliação de Armando, “não é possível imaginar um preço em que 41% da gasolina e 31% do diesel correspondem a impostos”.  “O preço explode e a arrecadação explode”, salientou o senador.

“A posição dos entes públicos neste processo é confortável. Os Estados tiveram um aumento de arrecadação fantástico e a própria União que, nos primeiros quatro meses de 2018, teve uma alta de 57,8% sobre o igual período de 2017. O que se assistiu foi vamos resolver o endividamento da Petrobras, que está dramático, havia, inclusive, o temor de que tivesse que capitalizar a empresa. Mas resolver isso com uma política de preço maluca, imprevisível e que produziu essa situação que o país está enfrentando”, completou Armando.

O aumento sucessivo no preço dos combustíveis gerou uma greve dos caminhoneiros em todo o país. A paralisação já dura nove dias, apesar de acordos feitos entre o Governo Federal e a categoria e tem gerado um desabastecimento de alimento, remédios, gasolina e outros insumos em todo o país.

O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou nessa segunda-feira, 16, após reunião com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, que o governo mantém a disposição em editar um decreto ou "outro dispositivo" para permitir a continuação de análises e estudos técnicos para a privatização da Eletrobras, mas que a decisão final sobre a operação cabe ao Congresso.

"O decreto deixará claro que a capitalização só irá ocorrer após autorização pelo parlamento, mas acreditamos ser necessário para a continuidade das análises e estudos. Não vamos ultrapassar o Congresso", afirmou.

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Sem prazo

O ministro não deu um prazo para a publicação deste texto. Na semana passada, o governo chegou a anunciar que um decreto seria editado pelo presidente Michel Temer, mas a medida acabou não saindo. "Estamos atentos e dedicados à questão da Eletrobras. A capitalização é necessária, mas faremos com o apoio do Congresso", afirmou.

Questionado se haveria a necessidade de mudar a composição da comissão especial na Câmara que analisa o projeto de lei da privatização da empresa, Marun disse acreditar que isso não será necessário e enfatizou que esse tema não foi tratado na reunião com Guardia. Marun disse que haverá reunião no Tribunal de Contas da União (TCU) para discutir o leilão das que são controladas pela Eletrobras e que devem ir a leilão antes da capitalização da empresa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Apesar da ameaça dos governadores do Norte e Nordeste de decretar situação de calamidade pública, a equipe econômica descartou na quarta-feira (14)  qualquer possibilidade de concessão de socorro financeiro com recursos do Orçamento. "Neste momento, não conseguimos sinalizar nenhum tipo de apoio financeiro", disse o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Eduardo Guardia, ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

O secretário destacou que o governo federal também passa por dificuldades financeiras e tem metas fiscais que precisam ser cumpridas. Ele disse que não está em cogitação pedir ao Congresso Nacional alteração da meta, que prevê déficit fiscal para este ano, para acomodar um novo auxílio aos Estados.

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Número dois do Ministério da Fazenda, Guardia descartou também a possibilidade de mudanças no projeto 257, em tramitação no Senado Federal, que permitiu a reestruturação da dívida dos Estados e um alívio de R$ 50 bilhões nos próximos três anos. Os Estados do Norte e Nordeste, que foram menos beneficiados pelo projeto, querem alterá-lo para conseguir os R$ 14 bilhões que pleitearam ao governo federal - R$ 7 bilhões em dinheiro e a outra metade como liberação para que sejam tomados novos empréstimos no sistema financeiro.

"Cumprimos rigorosamente o acordo que foi fechado. Em nenhum momento falamos que teria algo a mais", disse Guardia, destacando que o projeto precisa ser votado do jeito que foi apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Surpresa

O secretário informou que, na reunião de na terça-feira, 13, com os governadores, o Ministério da Fazenda chamou a atenção para a possibilidade de uma surpresa positiva com o programa de repatriação de recursos não declarados. O dinheiro arrecadado com o programa, cujo prazo final de adesão termina em 31 de outubro, será dividido com os Estados. "Pode ser um alívio importante para os governos estaduais", ressaltou Guardia.

O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), informou que os 20 Estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste devem divulgar uma carta ao povo brasileiro na próxima segunda-feira, denunciando a grave situação fiscal. Segundo ele, os Estados ainda tentam negociar algum tipo de acordo com o governo federal, mas se não for possível, 16 governadores podem decretar situação de calamidade pública. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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