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Extra! Extra! Hoje é dia de circo!

Antes do espetáculo começar, Fernando Henrique, de 26 anos, separa a roupa no dia anterior da apresentação, faz a barba e veste a fantasia diante do espelho apertando e fazendo “pom-pom” no seu nariz de palhaço. Tudo certo! E eis que chega a hora de abrir as cortinas.

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Com ele, essa rotina se repete há 5 anos. Esse foi o caminho que encontrou para mostrar ao público sua maneira leve e divertida de ver o mundo. Entre uma acrobacia e outra, Fernando faz questão de exibir o quanto é capaz de vencer o preconceito do mundo, diariamente.

Henrique, como é chamado carinhosamente pelos familiares, nasceu com Síndrome de Down, uma deficiência intelectual e motora, e desde cedo, teve de encarar desafios na sociedade, ao lado de dona Maria Regina, sua mãe, de 71 anos. Conheça um pouco de sua história:

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Assim como Fernando, outras 29 pessoas com essa mesma condição genética participam do projeto Circo Social, da UNINASSAU, levando ao público toda a irreverência, ousadia de acrobacias em solo, equilíbrio e malabares. Criada desde 2014, a ação surge diante da preocupação da instituição em lidar com os desafios das pessoas com deficiência ou necessidades específicas enfrentam.

De acordo com Sérgio Murilo,  coordenador de Responsabilidade Social do Grupo Ser Educacional, a idealização do projeto reflete diretamente em boas práticas inclusivas.

“Conviver com os participantes da ação nos faz ser humanos melhores. Vê-los desenvolver habilidades e superar desafios, nos motiva cada vez mais a trabalhar pela inclusão destas pessoas na sociedade. Por tudo isso, iniciar mais uma turma do Projeto Circo Social UNINASSAU no Dia Internacional da Síndrome de Down é muito significativo para os participantes, seus familiares e todos nós que fazemos parte do Grupo Ser Educacional", salienta.

A iniciativa consiste em reunir esses alunos para ensinar modalidades circenses, de modo que eles se sintam cada vez mais incluídos. Preparo do corpo, aulas de balé, malabares com bolas, chaves e afins, são algumas das modalidades praticadas.

O projeto visa ainda contemplar familiares dos participantes, através de encontros de grupo, que têm como objetivo proporcionar um espaço de acolhida e escuta para as mães e pais, a fim de compartilharem suas experiências.

Trissomia não é doença

A síndrome de Down ou trissomia do Cromossomo 21 é uma ocorrência genética que se dá no início da gestação e é caracterizada pela presença de três cromossomos 21, no lugar dos dois usuais, em todas ou na maioria das células do corpo. Dessa forma, ao invés de nascer com 46 cromossomos, o bebê nasce com 47.

Essa alteração faz com que as pessoas com Down tenham características específicas como hipotonia (tônus muscular diminuído) e o déficit cognitivo (dificuldade de aprendizagem). Na parte física, as características são face um pouco mais achatada, olhos arredondados, dedos das mãos menores, pescoço curto e baixa estatura.

Apesar da peculiaridade, cada indivíduo com síndrome de Down é único e tem sua própria personalidade e potencial.

Dia Internacional da Síndrome de Down

Nesta quarta-feira (21), é celebrado o Dia Internacional da Síndrome de Down. A data serve como forma de reflexão sobre a importância da inclusão de pessoas com trissomia em meios como escolas, mercado de trabalho e relações sociais em geral.

Diante da data, alguns avanços já podem ser perceptíveis, em prol dessas pessoas. De acordo com dados do Censo Escolar, do ano de 2015, houve um progresso expressivo em prol dos direitos sociais igualitários. O número de pessoas com deficiência matriculadas na educação básica regular subiu de 79% para 93%, em relação ao ano anterior da pesquisa.

A Lei Brasileira de Inclusão (LBI) também foi um importante fator para essa e outras conquistas. Entrou em vigor no dia 2 de janeiro de 2016 e já trouxe alguns avanços como:

-Proibição de cobranças a mais em escolas de alunos com deficiência;

-Ratificação de acesso à escola regular;

-Penas maiores para crimes de preconceito e discriminação;

-Proibição de planos de saúde de cobrarem valores a mais ou de não aceitarem pacientes por causa de sua deficiência.

Não existe grau da Síndrome de Down

Ainda é muito comum que haja a confusão acerca da semelhança entre a evolução cognitiva de pessoas com Down. Muitos ainda associam que a aprendizagem lenta ou avançada é determinada pelo exame cariótipo (que analisa os cromossomos celulares). No entanto, toda essa ideia é errada.

Não existem ”graus” variantes de uma pessoa à outra com trissomia. As características físicas, bem como seu desenvolvimento físico e mental dependem das diferenças que existem entre as pessoas e também dos estímulos que essas venham a receber, no decorrer da vida.

As características físicas, desenvolvimento e evolução de uma pessoa com a SD dependem de fatores como: situações clínicas com a presença ou não de problemas cardíacos ou outras complicações, fatores genéticos, estímulos adequados, educação, disciplina e outros mais.

Embora já existam muitos avanços, quem tem Síndrome de Down, assim como outros adultos e crianças com necessidades específicas, ainda enfrentam preconceito social. Para ajudar a enfrentar esse dilema, separamos uma lista com as maneiras corretas que toda pessoa com essa alteração genética merece ser tratada. Confira!

Os estereótipos e a falta de sensibilidade dos altos executivos de empresas privadas envolvendo a necessidade de se diminuir o abismo de gênero fazem com que as mulheres ainda sejam pouco representadas, e sejam necessárias cotas, apontaram líderes nesta sexta-feira, em Davos.

O exemplo mais ilustrativo dessa diferença é o próprio Fórum Econômico Mundial de Davos, que reúne a elite mundial da economia, política e do pensamento, onde a presença feminina nesse ano ficou em torno de 17%.

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Nem os múltiplos estudos realizados que demostram os benefícios da diversidade de gênero em uma empresa, em termos de crescimento, sustentabilidade, melhor governança e transparência, além da melhor tomada de decisões graças ao seus diferentes pontos de vista conseguiram quebrar esse estereótipos e derrubar os muros do preconceito.

O debate organizado nesta sexta-feira, em Davos, sobre a presença da mulher na tomada de decisões, contou com a presença da diretora gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, a comissária da Justiça europeia, Viviane Reding e a presidente da Universidade de Harvard, Drew Gilpin Faust, entre outras, mostrando os números que indicam que o caminho ainda é longo.

Apesar de 60% dos graduados universitários serem mulheres e a proporção no mercade de trabalho ser igual, quanto mais alta é a hierarquia de uma empresa, menos diversidade existe nela, disse a moderadora do debate, Herminia Ibarria, Professora de Liderança do INSEAD, na França.

"Há uma verdadeira barreira" para que as mulheres cheguem aos postos de direção", disse Herminia.

Tudo começa pelos estereótipos. Sheryl Sandberg, chefe de operação e membro do conselho de administração do Facebook, lembrou que eles começam na família e na própria escola.

Quando uma mulher quer ter uma carreira profissional sempre surgem as perguntas "tem certeza de que quer isso?", "não quer ter filhos? Mas como vai fazer com seus filhos se vai trabalhar?" e "Quantos homens te perguntaram isso entre a audência?", disse Sheryl.

No ano passado, lembrou Sheryl, viu camisetas nos Estados Unidos para crianças com as frases: "inteligente como o papai, bonita como a mamãe".

Ainda existe a ideia muito difundida de que uma mulher vai longe é "agressiva", enquanto um homem é "ambicioso", acrescentou.

Talvez por isso, os estudos demonstram que quando uma mulher tem mais sucesso é menos apreciada por seus colegas, o contrário do que ocorre com os homens. Esse pode ser um dos motivos pelo qual o assunto da paridade de gêneros seja debatida nas empresas.

Por isso, a comissária europeia da Justiça, que em novembro introduziu uma norma para assegurar a presença de 40% das mulheres nos conselhos de administração na Europa, considera que somente com cotas é possível conseguir a paridade, porque no ritmo atual teria que se esperar até "2060".

"Uma lei que faça com que o número de mulheres nas empresas aumente realmente", não porque não queiram, mas pelo contrário, estamos deixando as mulheres "nas esquinas", sem aproveitar sua preparação nem seu talento.

O caso da França mostra que as cotas funcionam: o número de mulheres nos conselhos de administração das principais empresas passou de 12% para 25%.

"Apesar da cota não ser o melhor, é uma ferramenta, mas gostamos que seja cumprida" pelo menos até que se rompa o "teto de cristal" e seja algo natural.

Isso não quer dizer que qualquer um que cumpra esta cota tenha acesso a esses cargos. Reding precisou na norma que "por igual talento e igual competência se elege uma mulher" até que se cumpra a cota.

Candidatas não faltam. As escolas de negócios têm uma base de dados com 80.000 currículos de mulheres que fizeram os melhores MBA. "As mulheres estão entre os melhores", lembrou.

"Às vezes é preciso liderança política para que as coisas mudem", acrescentou.

O que fizeram Lagarde, Hillary Clinton, ex-Secretária de Estado norte-americana, e a chanceler alemã, Angela Merkel, é um modelo, mas não basta. "Necessitamos de homens que nos ajudem com isso. E se há cotas é porque os altos executivos pediram isso", disse.

Esta é a também a opinião de Lubna Olaya, vice-presidente de uma companhia financeira da Arábia Saudita, o país mais conservador do planeta, cujo rei acaba de dar um passo histórico ao designar pela primeira vez 30 mulheres, ou seja 20%, para ocupar o Conselho Consultivo do Parlamento.

"Temos que sensibilizar os diretores das maiores empresas para convencê-los a contratar mulheres" para poder mudar as coisas.

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