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As faculdades privadas têm que adaptar suas aulas para pessoas com deficiência, oferecendo ensino em Língua Brasileira de Sinais (Libras) e braille. A decisão é do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), de acordo com a Advocacia-Geral da União (AGU), que confirmou a obrigatoriedade junto ao tribunal.

A ação foi ajuizada pelo Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de Santa Catarina (Sinepe/SC) na 3ª Vara Federal de Florianópolis. A entidade pleiteava que as faculdades fossem dispensadas da exigência e que eventual adaptação das aulas fosse custeada pelo aluno. O pedido foi julgado improcedente pela primeira instância, mas o Sinepe/SC recorreu ao TRF4, que decidiu negar provimento à apelação.

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A Procuradoria da União de Santa Catarina, unidade da AGU que trabalhou no caso com a Procuradoria Regional da União na 4ª Região, ressaltou, que o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a constitucionalidade das normas do Estatuto da Pessoa com Deficiência, Lei nº 13.146/15, que estabelecem a obrigatoriedade de as escolas privadas promoverem a inserção de pessoas com deficiência no ensino regular e prover as medidas de adaptação necessárias sem que o ônus financeiro seja repassado às mensalidades, anuidades e matrículas.

De acordo com a lei, é dever das instituições assegurar aos estudantes condições plenas de participação e de aprendizagem.

Segundo a AGU, as procuradorias também destacaram que, sendo a educação um direito social fundamental, os princípios que garantem a qualidade desse serviço público devem se sobrepor aos interesses patrimoniais e econômicos das instituições de ensino superior.

Embora a decisão tenha sido tomada em um processo específico, a AGU esclarece que como STF reconheceu como constitucionais as normas do Estatuto da Pessoa com Deficiência, caso isso volte a ser questionado em instâncias inferiores, a tendência é que as decisões sejam tomadas no mesmo sentido. Ou seja, todas as faculdades privadas, por força da decisão do STF, devem seguir o Estatuto e não podem cobrar dos estudantes valores extras para adaptar as aulas para pessoas com deficiência.

 

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendou às escolas públicas e particulares e faculdades privadas do Recife que instalem sistema de identificação biométrica e detectores de metais. A medida tem o objetivo de reforçar a segurança dos estudantes, professores e funcionários das instituições.

A portaria foi publicada nesta terça-feira (9), quase um mês depois do ataque à Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), que vitimou 10 pessoas e deixou outras 11 feridas.

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“Considerando a prática de crime mediante grave ameaça e violência a pessoas, inclusive homicídios, no âmbito de entidades de ensino em diversos Estados brasileiros, haja vista o acesso irrestrito de pessoas a estes ambientes, portando armas, demonstrando a ausência ou, ao menos, a vulnerabilidade da segurança na relação de consumo, colocando em risco todos os protagonistas desta relação jurídica de fornecimento de serviço”, o MPPE resolve recomendar “a todas as escolas e estabelecimentos de ensino superior da rede privada localizados no Município de Recife, para que procedam a instalação de detectores de metais e sistemas de identificação biométrica nos acessos às dependências internas dos seus estabelecimentos de ensino”, destaca o documento.

Nas instituições públicas de ensino, caberá à Prefeitura do Recife e ao Governo do Estado a instalação dos aparelhos. A portaria ainda determina que o Procon – PE, o Procon – Recife e o Corpo de Bombeiros fiscalizem o cumprimento da recomendação nas faculdades privadas e nas escolas públicas e particulares da capital pernambucana.

A Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara preparou um subsídio técnico, entregue há duas semanas, que estima para este ano um ônus fiscal com o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) de R$ 30,286 bilhões, apesar dos esforços crescentes para conter os gastos. Só o chamado subsídio implícito (diferencial entre o custo operacional da dívida pública e a taxa de juros aplicada no financiamento) chegará a R$ 8,3 bilhões, conforme os dados do Ministério da Fazenda.

O Tesouro Nacional ainda informou que vai passar a reconhecer o risco de calote nos contratos do Fies. Na prática, a medida vai aumentar a contabilização de despesas do governo. A mudança na metodologia já resultou no reconhecimento de um gasto adicional de R$ 7 bilhões em 2016. "Em relação à governança do programa, observou-se ausência de planejamento fiscal de médio prazo relacionado à oferta de vagas", afirma a Nota Técnica.

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Procurado, o Ministério da Educação (MEC) destacou que "o novo Fies contará com medidas que foram tomadas para aumentar a adimplência e o poder de pagamento dos alunos". "O porcentual de pagamento do financiamento respeitará a renda do aluno e da família."

O Ministério ainda defendeu a formulação do no vo fundo garantidor. "Quanto mais uma instituição começar a subir o porcentual de inadimplentes mais ela terá de contribuir com o fundo e vice-versa."

Além disso, o MEC destacou a possibilidade de punições. "Se uma instituição atingir 25% (de inadimplência), deixará de participar de futuros processos."

Mobilização

Faculdades privadas estão se mobilizando no Congresso para fazer alterações na Medida Provisória que cria para 2018 o novo Fies. O texto desagradou às empresas de educação, que querem que o governo se comprometa com uma parte maior do financiamento. Para as faculdades, as alterações deixam o programa restritivo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ao longo de cinco anos, o Brasil registrou crescimento de 20% na quantidade de alunos de baixa renda que se formou em faculdades privadas, segundo levantamento do Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior de São Paulo (Semesp), com base nos dados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade).

Entre 2010 e 2015 houve expansão do total de formados que declararam renda familiar de até três salários mínimos - um acréscimo de mais de 130 mil estudantes de baixa renda no período. Em 2015, foram cerca de 245,9 mil concluintes no ensino superior privado. O setor teme, no entanto, reversão desta tendência com o encolhimento do programa de Financiamento Estudantil, o Fies.

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Em estudo obtido com exclusividade pelo Broadcast, serviço online de notícias do Grupo Estado, o Semesp calcula que, em 2010, os alunos com até 1,5 salário mínimo de renda familiar representavam 8,8% do total de formados das faculdades privadas. A fatia saltou para 13,5% cinco anos mais tarde. Já a faixa entre 1,5 e 3 salários representava 23,4% do total de alunos que se formavam e passou a representar 26,8% em 2015.

"Os dados comprovam que o Fies trouxe uma nova classe social para o ensino superior", avaliou Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp. "Com certeza, a redução na oferta de financiamento vai ter um impacto futuro", afirma.

Criado em 1999, o Fies ganhou fôlego a partir de 2010, quando regras mais flexíveis foram criadas. Nos quatro anos seguintes houve um crescimento acelerado: a oferta de vagas saltou de 76 mil em 2010 para 732 mil em 2014. Na sequência, restrições orçamentárias levaram ao enxugamento do Fies. De 732 mil vagas em 2014, o programa passou a ofertar em torno de 250 mil em 2015 e, no ano passado, pouco mais de 300 mil.

Ressalvas. Uma das principais críticas está relacionada à sustentabilidade financeira do programa, que causou desembolsos públicos bilionários. Só em 2016, o custo global do Fies para o Tesouro Nacional chegou a R$ 32,2 bilhões. A inadimplência é outra preocupação. Segundo auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), mais de um quarto dos contratos que já estavam em fase de amortização em 2015 tinha atrasos de mais de 360 dias.

"Entre os estudantes de classes C e D que não conseguem financiamento, a escolha do curso é afetada pelo preço", comenta Capelato. "Muitas vezes, a escolha não é pelo curso ou instituição que mais interessa ao aluno, o que já leva a uma evasão grande", conclui o diretor.

Além de elevar a evasão, o Fies reduzido já impactou o ingresso de novos alunos. Para 2017, o Semesp prevê queda de 0,5% no total de calouros em cursos presenciais após recuo estimado em 2,6% em 2016. Dados do Ministério da Educação (MEC) sobre 2016 devem ser conhecidos apenas com a divulgação do Censo do Ensino Superior, no segundo semestre.

Procurado ontem à noite, o MEC informou que não conseguiria responder a tempo sobre as críticas do setor e dados apresentados pelo estudo.

O setor de ensino privado está pouco otimista com a oferta de vagas pelo Fies no segundo semestre. Parte acredita que não haverá novas inscrições. Outros grupos do mercado preveem número ainda menor do que as cerca de 60 mil vagas ofertadas nesse período nos dois últimos anos. O motivo para o pessimismo é o discurso de austeridade da equipe econômica do governo, que prevê cortes de R$ 42,1 bilhões nas despesas da União este ano.

A ideia do chamado Fies 2.0 seria usar fontes de recursos privados com incentivos públicos, mas nem os bancos demonstraram muito interesse. Desde 2016, os Ministérios da Fazenda e da Educação já fizeram mais de 30 reuniões com representantes das universidades para chegar a um novo modelo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Apesar de ver nos últimos anos suas receitas dispararem, impulsionadas por fusões, alta nas mensalidades e pela ampliação do Financiamento Estudantil (Fies), os grandes grupos educacionais de ensino superior com ações na bolsa têm direcionado proporção cada vez menor de recursos para a principal matéria-prima: os professores. A remuneração dos docentes em relação à receita líquida passou de 45% em 2010 para 35% no ano passado, na média dessas empresas.

As companhias Kroton (Anhanguera), Anima, Estácio e Ser, que têm capital aberto, tiveram, em média, salto de 201% na receita líquida no período. A bruta, sem desconto de impostos, saltou 233%. Um desempenho considerado extraordinário no País. A maior parte desses recursos foi revertida em lucro aos acionistas.

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A Kroton, por exemplo, gastou no ano passado 29% da sua receita com os professores - em 2010, esse porcentual era de 52%. A Ser Educacional manteve esse gasto estável no período e em 2014 gastava 26%.

Os dados foram extraídos dos balanços financeiros e notas explicativas divulgadas ao mercado pelas empresas. As informações foram processadas e analisadas pela consultoria de Oscar Malvessi, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), a pedido da Federação dos Professores do Estado de São Paulo (Fepesp). A análise abordou as quatro únicas empresas que têm capital aberto e, por isso, são obrigadas a manter a transparência de seus dados.

Como comparação, Malvessi analisou os mesmos critérios de outras duas instituições, cujos dados eram públicos. O gasto com professores no Mackenzie responde por 67% da receita. Na Unicsul, empresa particular de capital fechado, é de 52%. Nas públicas, esse porcentual quase sempre supera 70%.

Questionado, o Sindicato das Mantenedoras (Semesp) informou que, entre 2008 e 2011, o porcentual de gasto com professores estava aumentando nas instituições privadas. Levantamento do Semesp com 2 mil instituições mostra que, desde 2008, a tendência era de aumento do gasto. Em 2011, ele representava 40% da receita.

Custo

A queda no gasto com docentes veio a reboque de uma diminuição do custo total dos serviços prestados. Passou de 62% em 2010 para 47% em 2014, na média das empresas.

Autor do estudo, Malvessi indica que, economicamente, os resultados são excelentes. "Houve um contexto de oportunidade que foi muito bem aproveitado pelas empresas. E o Fies foi muito importante, viabilizou o acesso dos alunos. Como contrapartida, veio receita e crescimento", diz. "Mas a educação merece uma atenção especial das empresas, entidades, do governo e da sociedade. Se não, os interessados no negócio de educação ficam restritos aos ganhos financeiros."

As quatro empresas concentram 23% de 1,9 milhão de contratos do Fies firmados até o ano passado. Na Kroton, cerca de 60% dos alunos têm Fies. Na Anima são 39%.

Com o avanço do Fies, as empresas passaram a ter repasses garantidos do governo, diminuindo o risco de inadimplência - mesmo cobrando mensalidades maiores. Entre 2010 e 2014, o valor médio das mensalidades no ensino superior privado aumentou 13%, como revelou reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" em fevereiro. Já o gasto do governo com o Fies, desde 2011, saltou 647%, enquanto o número de contratos cresceu 374%.

O presidente da Fepesp, Celso Napolitano, diz que há um descompasso entre os lucros e os investimentos com os professores. "Essa grande lucratividade resultou em enxugamento dos gastos com corpo docente, em detrimento das condições do trabalho e da qualidade do ensino", diz ele. "É um tipo de gestão em termos massificados que, com relação à educação, é arriscada para a qualidade."

Melhoria

O diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, afirma ser natural que o porcentual de gasto com professores seja menor em empresas maiores. "Isso se deve ao ganho de escala e não à precarização da mão de obra", diz ele, que defendeu melhoria na qualificação dos docentes no setor privado.

"Quando se tem um volume maior de alunos, obviamente, pode-se otimizar a quantidade de professores. Isso até melhora a qualidade, pois o docente fica exclusivo daquela instituição, uma vez que ela tem turmas e aulas suficientes para preencher todo o tempo."

As instituições de ensino afirmam que houve investimentos nos docentes e melhoria de qualidade dos cursos. A diretora da Associação Brasileira para o Desenvolvimento da Educação Superior (Abraes), Elizabeth Guedes, diz que a folha salarial vem aumentando nos últimos anos. "Se ela cresce menos do que a receita, isso se deve a um planejamento cada vez mais eficiente dos recursos utilizados", diz. "Estamos obtendo resultados e elevando a qualidade acadêmica." A Abraes representa as empresas de capital aberto, além dos grupos Devry e Laureate.

Após as mudanças no Fies do fim de 2014, houve pressão por parte do setor na negociação salarial dos docentes. A data-base era em março e a definição do reajuste saiu em junho. "Conseguimos a duras penas um aumento real de 0,57%, mas o resto das melhorias na carreira ficou parado", afirma Napolitano. A Fepesp pretende ainda reivindicar participação de lucro e resultados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A partir de hoje (2), até o próximo dia 4, estão abertas as inscrições no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) que oferece vagas em instituições públicas de ensino superior. A inscrição é gratuita e feita apenas pela internet. Podem participar os estudantes que tenham feito a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2013 e obtido nota acima de 0 na redação.

Nesta segunda edição de 2014 do Sisu são ofertadas 51.412 vagas em 67 instituições. O número de vagas cresceu 29% em comparação ao mesmo período do ano anterior. O número de cursos também teve aumento, passando de 1.179, em junho de 2013, para 1.447 em 2014. Nesta edição houve acréscimo de 847 vagas em medicina e de 2.550 vagas nos cursos de engenharias. Neste semestre, 41% das vagas serão destinadas às cotas e 3% para outros tipos de ações afirmativas próprias das instituições.

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No momento da inscrição, será necessário informar o número de inscrição e da senha usados no Enem 2013. Caso o candidato não se lembre desses dados, poderá recuperá-los no site do Enem. Ao finalizar a inscrição, o sistema permite que o candidato imprima um comprovante.

O estudante poderá concorrer a até duas opções de vaga e, ao longo do período de inscrição, pode alterar o curso escolhido. O resultado da primeira chamada do Sisu será divulgado no dia 6 de junho e as matrículas ocorrerão de 9 a 13 de junho. A segunda chamada está prevista para o dia 24 de junho, com matrículas entre 27 de junho e 2 de julho. Os candidatos que não forem convocados nas duas chamadas poderão integrar a lista de espera.

O Sisu é o sistema informatizado do Ministério da Educação no qual instituições públicas de ensino superior oferecem vagas para candidatos participantes do Enem. A seleção tem duas edições a cada ano.

Brasília - A porcentagem de pessoas que atrasam o pagamento da mensalidade de instituições privadas de ensino superior em mais de 90 dias recuou de 8,46% em 2011 para 8,43% em 2012. Os números são da Pesquisa Inadimplência, divulgada ontem (3) pelo Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp). O sindicato aponta a valorização da educação pelo brasileiro e o uso do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) pelos estudantes como as principais causas da redução.

A inadimplência no setor recuou enquanto, no mesmo período, a inadimplência total das pessoas físicas no Brasil cresceu de 7,70% para 8%, segundo a pesquisa. A diferença é ainda maior quando comparado aos índices de 2010: enquanto no Brasil, a inadimplência era 5,7%, nas instituições privadas de ensino superior era 9,58%.

"Há um maior engajamento dos alunos que entendem a educação como uma prioridade. Antes era uma das últimas prioridades de pagamento. A inadimplência do setor sempre foi elevada, mas a tendência é a redução", diz o diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato. Ele também atribui ao Fies a queda na inadimplência. "O financiamento estudantil é uma forma muito importante de incluir os alunos de baixa renda, assim como aqueles que durante o curso começam a ter problemas financeiros".

Pelo Fies os estudantes regularmente matriculados em cursos superiores privados, com avaliação positiva nos processos conduzidos pelo Ministério da Educação, recebem a cobertura de até 100% do valor da mensalidade a juros de 3,4% ao ano. O contratante só começa a quitar o financiamento 18 meses depois de formado.

A pesquisa aponta também uma diferença entre as pequenas, com até 2 mil alunos e as grandes instituições privadas, com mais de 7 mil alunos. Nas primeiras, o índice de inadimplência é 10,19% e nas segundas, 6,66%. As instituições de médio porte, com 2 mil a 7 mil alunos, apresentam um índice próximo às grandes, 6,24%.

No entanto, enquanto nas pequenas e nas médias a porcentagem de alunos com até 30 dias de atraso na mensalidade tem uma trajetória de queda, nas grandes o índice aumentou em 2012, passando de 16,25% em 2011 para 19,58% em 2012.

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