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A Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), por meio da Diretoria de Memória, Educação,  Cultura e Arte (Dimeca), realizará a II Festa Digital do Livro. O evento será promovido nesta sexta-feira (23), das 9h às 19h. Com o tema As Muitas Vozes do Livro, em alusão à narrativa oral, mas também aos novos formatos, como o audiobook, o evento terá dez horas de duração e celebrará o Dia Mundial do Livro.

Dentre os destaques da programação estão: bate-papo sobre os 50 anos do Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-volta (1971), de Ariano Suassuna, os 200 anos do poeta francês Charles Baudelaire e uma exposição dedicada ao folclorista e escritor Mário Souto Maior (1920—2001). Nesta edição, além da programação disponível no YouTube, o público poderá conferir seis episódios de um podcast exclusivo no Spotify.

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"Considero simbólico que iniciativas como estas sejam realizadas, sobretudo em um momento onde discutimos o futuro do livro e os desafios do mercado editorial. Nesta edição, vamos ainda mais fundo ao experimentar outros recursos e plataformas para discutir o livro, que permanecerá para sempre contemporâneo", celebra o presidente da Fundaj, Antônio Campos. "Reunimos o melhor nesta programação para ilustrar essas tantas vozes. São escritores, atores, professores e tantos profissionais cuja vida está inclinada a ler, escrever, aprender e ensinar", explica.

Dentre os convidados, está o ministro da Educação, Milton Ribeiro, que participa do episódio de podcast O mundo de livro e o livro do mundo. Outros temas abordados na série de podcasts são A contemporaneidade de Miguel de Cervantes em Dom Quixote, A obra de William Shakespeare, O Romance d'A Pedra do Reino, As Flores do Mal e Vinte poemas desesperados de amor e uma canção amorosa de esperança.

Já no YouTube, a websérie Livros & Leitores é outra novidade apresentada. "O tom é intimista e afetivo. Leitores apaixonados falam sobre os livros que marcaram sua vida, suas primeiras leituras, experiências e aventuras nas reinações das palavras", explica o diretor da Dimeca, Mario Helio Gomes. Ainda na programação, o público confere o lançamento da exposição Mário Souto Maior: o etnólogo, o folclorista, o escritor, o educador, montada pela Biblioteca Blanche Knopf, onde está preservado o acervo pessoal do pernambucano, composto por 105 publicações.

Virtual e em vídeo, a construção aborda uma linha do tempo do escritor, desde as produções até prêmios recebidos e sua participação na Fundação Joaquim Nabuco. Diversos registros do acervo do Centro de Estudo da História Brasileira (Cehibra) são utilizados, como fotografias da infância, no casamento, no primeiro cargo e recebendo premiações, capas de livros premiados.

Em vida, Souto Maior publicou mais de 70 obras. Na sua trajetória profissional, também foi diretor do extinto Centro de Estudos Folclóricos, da Fundaj. "Dentro da exposição, a gente incluiu dois áudios: um onde Doutor Souto fala sobre ele mesmo, e outro em que um poema de sua autoria é lido pelo radialista Renato Phaelante", adianta a diretora da Biblioteca Blanche Knopf, Nadja Tenório Pernambucano, que conviveu com o escritor. Algumas produções do autor podem ser acessadas no site Villa Digital.

Programação:

9h — Podcast Ep. 1: A contemporaneidade de Miguel de Cervantes em Dom Quixote, com Mario Helio, Andrea del Fuego, Felipe Lindoso e Paulo Scott

11h — Podcast Ep. 2: A obra de William Shakespeare, com João Cezar de Castro Rocha, Rui Couceiro e José Cláudio

13h — Podcast Ep. 3: 50 anos de O Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, de Ariano Suassuna, com Sidney Rocha, Carlos Newton Jr e Jonatas Ferreira

14h — Lançamento da exposição Mário Souto Maior: o etnólogo, o folclorista, o escritor, o educador

15h — Podcast Ep. 4: As Flores do Mal, nos 200 anos de nascimento de Charles Baudelaire, com Gilles Jean Abes, Luciana Calados Deplagne, Samarone Lima, Manoel Constantino e Ignácio de Loyola Brandão

17h — Podcast Ep. 5: Vinte poemas desesperados de amor e uma canção amorosa de esperança, com Gheusa Sena Leal e Maria Valéria Rezende

19h — Podcast Ep. 6: O mundo do livro e o livro do mundo, com Milton Ribeiro, Alfredo Gomes e Plínio Martins Filho

*Da assessoria

Em celebração ao Dia Internacional do Livro e em homenagem a escritora Clarice Lispector, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) realizará, no dia 23 deste mês, a Festa Digital do Livro. O evento começará às 6h e seguirá até a meia-noite no endereço eletrônico flidfundaj.com.br. Serão 18h ininterruptas de lives de palestras, debates, entrevistas, recitais, filmes e programas de rádio e TV. O universo do escritor irlandês James Joyce, uma das inspirações de Clarice, está relacionado à duração do evento. Em seu clássico Ulisses (1922), Joyce leva seu personagem principal em uma viagem de 18 horas por Dublin.

Durante o evento online  participarão diversas personalidades, entre escritores, professores, artistas, jornalistas e articuladores culturais do Brasil e do Mundo. Será discutido desde o livro em si - obras, escrita, história etc. -, até os formatos físico e digital. A jornalista e escritora Clarice Lispector será homenageada pelo seu centenário, comemorado em dezembro deste ano. Ucraniana naturalizada brasileira, a escritora é uma das autoras mais importantes internacionalmente do século 20 e a maior escritora judia desde Franz Kafka. Por isso, também, a cultura judaica integra a tríade de temas centrais.

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“Nada melhor no Dia Internacional do Livro que uma homenagem a mais internacional das escritoras brasileiras”, aponta o presidente da Fundação e escritor, Antônio Campos. Sobre o formato proposto, ele destaca o papel da Instituição diante do cenário de combate à pandemia do novo coronavírus. “Com as medidas de prevenção adotadas, estamos experienciando novas dimensões do convívio digital. As lives ou videoconferências nunca estiveram tão presentes e foram usadas de tantas formas quanto agora. Nosso esforço é para continuarmos atuantes, com iniciativas e atividades de qualidade. É um momento também de estimular a leitura”, ressalta.

A iniciativa é coordenada pela Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca). “A Dimeca entende que o projeto de um festival 100% digital, neste momento, justifica-se por si só. É a diretoria o espaço por excelência da riqueza documental, artística, cultural e educativa da Fundação. É nossa missão realizar ações digitais que continuem a atender aos interesses da população”, explica o gestor da Dimeca, o escritor e jornalista Mario Helio Gomes, curador da Festa Digital do Livro. Para a celebração da data, explica, adotou a origem ibérica, iniciada em 23 de abril de 1926. “É também a data de morte do escritor espanhol Miguel de Cervantes e do dramaturgo inglês William Shakespeare”, acrescenta.

Com uma programação híbrida, as atividades contarão com transmissão simultânea no site flidfundaj.com.br e nas redes sociais da Fundaj - Instagram,  Facebook, Twitter, YouTube. Na abertura, às 6h, contará com o poema “Tecendo a manhã”, do poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto, amigo de Lispector, além da fala do presidente da Fundação, Antônio Campos, ao vivo na TV Fundaj. A leitura do horóscopo e das principais manchetes de jornais do 10 de dezembro de 1920 (nascimento da homenageada),  a programação musical trazendo canções do Recife nas décadas de 1920 e 1930, antecedem a primeira entrada do programa de rádio e TV “A Hora das Estrelas”.

Na sequência, a Festa Digital do Livro discute “O livro didático no Brasil”. Integram o bate-papo representantes da Fundação Joaquim Nabuco, do Ministério da Educação e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Quem assume a primeira palestra é a agente literária Luciana Villas-Boas, que refletirá sobre a situação atual e o mercado editorial em “Melhor estar no negócio do livro do que no da aviação”. A programação matutina chega ao fim com a leitura de “O mistério do coelho pensante” (1967), texto infantil escrito por Clarice Lispector após a provocação do filho sobre o porquê de escrever textos para adultos apenas.

À tarde, a jornalista e escritora Cláudia Nina, que editou o caderno especializado em literatura do Jornal do Brasil, Ideias & Livros, e contribuiu para o Prosa & Verso, do O Globo; assume a segunda palestra: “O pequeno mundo compartilhado - a subjetividade pulsante nas crônicas de Clarice”. Cláudia também é autora de A palavra usurpada: exílio e nomadismo na obra de Clarice Lispector, publicado no Brasil em 2003. A crônica, aliás, é o objeto de análise da atividade seguinte. O jornalista Marcelo Pereira, editor do caderno Cultura do Jornal do Commercio, é convidado a responder perguntas sobre o cronista pernambucano Antônio Maria e Lispector.

Já o professor Lawrence Flores Pereira, doutor em Teoria da Literatura pela PUCRS, realiza leitura de trechos da obra de William Shakespeare, na data do aniversário de morte do poeta e dramaturgo inglês William Shakespeare. O poeta e dramaturgo criou  personagens imortais da literatura mundial, como Otelo, Hamlet, Romeu e Julieta. Lawrence é um dos tradutores da obra do dramaturgo no Brasil. Para refletir a cultura judaica no País, a Cinemateca Pernambucana exibe “O Rochedo e a Estrela”, de Katia Mesel. Ainda entre as palestras,  o professor João Cezar de Castro Rocha abordará Shakespeare e Miguel de Cervantes dentro de uma perspectiva comparada.

A leitura de trechos do romance Dom Quixote, de Cervantes, pelo professor espanhol Ángel Espina Barrio; e a entrevista ao escritor Lucilo Varejão Neto, presidente da Academia Pernambucana de Letras e membro da União Brasileira de Escritores, encerra a programação vespertina. A Hora das Estrelas volta ao ar e, dentre os destaques da noite, também está a palestra “Por uma questão de justiça: modos de ler Clarice Lispector”, com a professora da PUC-Rio Clarisse Fukelman. A palestrante reuniu publicações e adaptações da autora no Brasil e no exterior numa vasta pesquisa de mais de 30 anos. 

A exibição do curta-metragem Clandestina Felicidade, de Marcelo Gomes e Beto Normal, e a divulgação dos resultados dos concursos Claricem Imagens e Claricem Palavras integram o momento. Os ganhadores serão premiados com entradas grátis para os cinemas da Fundação ou fotobiografia da escritora (conferir detalhes abaixo). O encerramento fica por conta da leitura das histórias de fantasmas compiladas no livro Assombrações do Recife (1955), clássico de Gilberto Freyre. Dentre as estórias, pontos da capital pernambucana, como a Cruz do Patrão, no porto do Recife, e lendas como O Papa-Figo. 

Interpretações

Ao longo do dia, vídeos de diversas personalidades recitando trechos da obra clariciana poderão ser acessados. Entre as participações confirmadas está a atriz Maria Fernanda Cândido, que estreará a adaptação de A Paixão segundo G.H., dirigido por Luiz Fernando Carvalho. O escritor norte-americano Benjamim Moser, autor da biografia “Clarice, uma biografia” (2009), que foi traduzida em meia dúzia de idiomas, também integra a lista de leitores que colaboraram com a Festa Digital do Livro.

Rádio e TV

O ponto de partida da vida brasileira de Clarice Lispector começa em Alagoas. Depois passa a viver com a família em Pernambuco e depois no Rio de Janeiro. Em seu romance-novela A Hora da Estrela (1977), a personagem Macabéa realiza uma trajetória similar. Em alusão direta à última obra publicada em vida pela autora e adaptado ao cinema em 1985 por Suzana Amaral, a Festa Digital do Livro realizará programa de Rádio e TV “A Hora das Estrelas”. As entradas reunirão diversos convidados, dentre eles as representantes do clube de leitura Leia Mulheres. Além de trazer notícias sobre o mundo do livro, recitais, músicas e muito mais.

Filmes

As salas do Cinema da Fundação Joaquim Nabuco seguem fechadas por tempo indeterminado devido à pandemia do Covid-19, no entanto, continuam presentes por meio do site cinematecapernambucana.com.br. O endereço virtual reúne 261 obras do cinema do Estado. A maioria disponível para ver de casa. Durante a Festa Digital do Livro, o público será convidado a conferir Clandestina Felicidade (Marcelo Gomes, Beto Normal, 1998) e O Rochedo e a Estrela (Katia Mesel, 2011).

Em 1971, Clarice Lispector reuniu diversos contos inéditos e já publicados na coletânea Felicidade Clandestina. O curta-metragem Clandestina Felicidade, que pega emprestado não só o adjetivo e substantivo utilizados pela autora, mas recolhe fragmentos da infância vivida por ela no Recife de 1929, da paixão cultivada pela leitura e o olhar curioso e perplexo com o qual ela descobriu o mundo. A trilha sonora é assinada pelo produtor musical DJ Dolores e o cantor Fred 04, do grupo Mundo Livre S/A. 

Por sua vez, a premiada cineasta pernambucana Katia Mesel passeia pela história da colônia judaica do Recife, a primeira das Américas. O longa-metragem rodado em 35 mm conta com trilha sonora de Lula Côrtes. Marcada pelas diversas perseguições e opressões ao longo da história, a cultura judaica está entre os principais temas da Festa.

Concursos

“Ele estava longe de tudo e de todos, sozinho. Ele estava desligado de tudo, feliz, rente ao coração selvagem da vida.” Da leitura destas frases do escritor irlandês James Joyce se originou o título do primeiro romance de Clarice Lispector: Perto do Coração Selvagem (1943). Assim como a autora foi inspirada por outras obras, na Festa Digital do Livro ela será a inspiração de seus leitores. Em Claricem Palavras os participantes devem produzir comentários sobre a vida e obra de Lispector em um texto de até 100 palavras, incluindo o título. Caso exceda, o participante é desclassificado.

O texto deve ser enviado até o dia 18 de abril no e-mail fundajoficial@gmail.com. Os resultados serão divulgados na data do evento. Os melhores colocados receberão entradas grátis para os cinemas da Fundação. Para o primeiro lugar, o ganhador receberá 100 entradas. O segundo lugar, 50, enquanto o terceiro, 30. Já para o Claricem Imagens, os participantes deverão produzir fotos-legendas com a mesma inspiração. As legendas podem ser frases retiradas da obra da autora ou de suas biografias, tanto quanto de livre interpretação do fotógrafo-leitor. O prêmio será a fotobiografia Clarice: uma vida que se conta, de Nádia Battella Gotlib.

SERVIÇO

_Festa Digital do Livro_

23 de abril de 2020, das 6h às 0h

flidfundaj.com.br

facebook.com/fundacaojoaquimnabuco

Instagram: @fundajoficial

Livre

 

*Via Assessoria de Imprensa

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