Tópicos | financiamento privado de campanha

Os últimos sete dias foram intensos para a política brasileira. A semana iniciou com o anúncio de cortes no Governo Federal de R$ 26 bilhões para tentar reequilibrar as contas públicas. Integrante do novo pacote de ajuste fiscal, a medida não foi a única que gerou indisposição entre a gestão da presidente Dilma Rousseff (PT), seus aliados e a oposição. A recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) também causou imbróglios.

Para defender a reativação da alíquota, a petista se reuniu com governadores de todo o país e com líderes das bancadas governistas no Congresso. Entretanto, o apoio à nova CPMF não tem sido unânime. Em paralelo a isso, o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho, e outros partidos que compõem o campo opositor criaram uma campanha dizendo “Basta de Impostos” e contra a reativação da CPMF.

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O deputado federal Daniel Coelho chegou a encarar a medida como “mais um tijolo” para o impeachment da petista.  Apesar de comporem a base aliada, os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não afirmaram total apoio à proposta. Para Cunha, inclusive, a Proposta de Emenda à Constituição que versa sobre a alíquota não passará na Casa. 

Apesar de todos os dilemas em relação a quantidade de partidos existentes no país, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou nesta semana a criação do Partido Novo. A sigla é a 33ª do Brasil e teve sua autorização mais rápida até do que a Rede Sustentabilidade, legenda encabeçada pela ex-senadora Marina Silva e que aguarda o parecer do TSE para disputar o pelito eleitoral em 2016. 

Partindo para o universo eleitoral, o Supremo Tribunal Federal (STF) declara inconstitucionalidade às doações de empresas privadas a campanhas. Tema defendido pelo PT tem gerado certo bloqueio entre outros partidos e no Congresso Nacional que diverge sobre o assunto. Na reforma política em tramitação nas Casas Legislativas, a Câmara votou a favor da doação privada e o Senado, contra. 

No âmbito local, um dos destaques da semana foi a “Operação Carona” da Polícia Federal que investiga uma série de fraudes em licitações para o serviço de transporte escolar nas prefeituras pernambucanas de Limoeiro, Passira e Glória do Goitá. De acordo com as apurações da PF em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU), a expectativa é de que as irregularidades não se resumam a estes três municípios e pelo menos mais 10 estejam envolvidos em um possível cartel envolvendo duas empresas: a A.R Resende e a A.G Serviços

Para fechar o período em Pernambuco, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, esteve no Recife para lançar a pré-candidatura da vereadora Isabela de Roldão à Prefeitura. O evento empossou a parlamentar como presidente da legenda municipal e também revelou imbróglios internos do partido no estado.

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), acompanhou a maioria já formada na Corte e votou nesta quinta-feira (17) contra o financiamento privado de campanhas políticas. O placar da votação, que começou em 2013, é de sete votos a dois contra as doações de empresas para candidatos e partidos políticos. A votação segue com o voto da ministra Cármen Lúcia. Falta o voto do ministro Celso de Mello, decano do STF.

Segundo a ministra, o poder econômico das doações de empresas desequilibra o jogo politico. “A influencia do poder econômico culmina por transformar o processo eleitoral em jogo político de cartas marcadas, que faz o eleitor um fantoche.”

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O julgamento começou em 2013. Após vários pedidos de vista, já votaram com o relator, ministro Luiz Fux, os ministros Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Joaquim Barbosa (aposentado), Marco Aurélio, Ricardo Lewandowski e Rosa Weber. Teori Zavascki e Gilmar Mendes votaram a favor das doações de empresas.

Durante o voto da ministra Rosa Weber, Teori Zavascki reajustou seu entendimento  para manter a validade das doações, mas incluiu limites, como a proibição de doações de empresas que detém contratos com administração pública e a vedação de contribuições para candidatos que competem entre si. Zavascki entendeu que as proibições estão implícitas na Constituição.

Apesar da maioria formada contra a continuidade do financiamento privado, atual sistema em vigor, o assunto continuará em discussão. O entendimento firmado pelo Supremo poderá ser aplicado às eleições municipais de outubro de 2016 somente se a votação for encerrada até o dia 2 de outubro, um ano antes do pleito.

A decisão da Corte será definitiva e independe de avaliação da presidenta Dilma Rousseff sobre o projeto de lei aprovado semana passada na Câmara dos Deputados, autorizando o financiamento. A presidenta tem de decidir se veta ou sanciona a matéria. Em caso de sanção, será necessária outra ação para questionar a data em que a lei entrará em vigor.

O Supremo julga ação direta de inconstitucionalidade apresentada pela OAB contra doações de empresas a candidatos e a partidos políticos. A entidade contesta os artigos da Lei dos Partidos Políticos e da Lei das Eleições, que autorizam as doações para campanhas.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes declarou, nesta sexta-feira (24), que aguarda uma definição do Congresso sobre a reforma política para votar a Ação Direta de inconstitucionalidade (Adin) sobre o financiamento privado de campanhas eleitorais. O ministro fez uma palestra sobre justiça criminal, nesta manhã, na capital paulista.

“A ação voltará ao plenário, estamos examinando todos os aspectos. É uma matéria bastante complexa, talvez estejamos dando uma resposta muito simples. Nós temos que saber antes o que o Congresso está discutindo, qual é o modelo eleitoral, para saber qual é o modelo de financiamento adequado”, disse o ministro.

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O fim do financiamento de campanhas políticas por pessoas jurídicas voltou a ser debatido depois das denúncias de corrupção na Petrobras, com o pagamento de propinas por empresas que estão sendo investigadas na Operação Lava Jato.

Gilmar Mendes pediu vista no julgamento do financiamento privado de campanhas eleitorais há mais de um ano, em 2 de abril de 2014. Entidades e movimentos sociais criticam essa demora dizendo que representa uma obstrução já que seis dos dez ministros votaram pelo fim da doação de empresas a políticos.

O ministro disse que esses votos são provisórios e, portanto, acredita numa mudança do resultado da votação.

O candidato à Presidência da República, Zé Maria (PSTU), cumpriu agenda de campanha hoje (30) no Rio Grande do Sul. O candidato criticou o financiamento privado de campanhas eleitorais. Ele também voltou a defender o fim do pagamento da dívida pública e um modelo econômico que priorize os trabalhadores. O candidato panfletou e conversou com operários nas fábricas da MWM Motores e AGCO, de tratores e colheitadeiras, ambas em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre. No período da tarde, fez campanha na General Motors de Gravataí.

"Os grandes partidos recebem milhões dos bancos, empresas e empreiteiras para suas campanhas e, se eleitos, vão ter que devolver esse investimento na forma de políticas que os beneficiem. Nossa candidatura, ao contrário, é financiada unicamente pela militância e os jovens e trabalhadores que apoiam nossa campanha", disse aos metalúrgicos da General Motors.

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Mais cedo, em Canoas, ele defendeu investimentos em saúde e educação em lugar do pagamento da dívida. “Para ter salário digno, saúde e educação pública de qualidade, a primeira coisa que tem que fazer é parar de pagar a dívida pública, que consome quase metade do Orçamento Federal todos os anos, e investir isso na melhoria das condições de vida dos trabalhadores”.

“Nossa candidatura propõe um outro modelo econômico, que não mais priorize os bancos, grandes empreiteiras e empresas, como faz o atual governo, mas as necessidades dos trabalhadores e da grande maioria da população, como saúde, educação e transporte público”, acrescentou.

O senador e pré-candidato à presidência da República, Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), se reuniu com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, para defender a proibição do financiamento de origem privada nas campanhas eleitorais. O senador foi acompanhado dos deputados Chico Alencar (RJ), Jean Wyllys (RJ) e Ivan Valente (SP), para eles esse tipo de financiamento é a principal fonte de corrupção no processo político-eleitoral.

Teori é o autor do pedido de vista que adiou o julgamento, em curso no STF, da ação direta de inconstitucionalidade (ADI 4650) contra trechos da legislação eleitoral. Ajuizada em 2011 pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a ação já tem quatro votos a favor entre os 11 ministros da Corte. Luiz Fux, relator da ADI, Dias Toffoli, Joaquim Barbosa e José Roberto Barroso votaram pela procedência da ação.

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Para Randolfe, a questão do financiamento de campanhas, com a proibição taxativa de financiamento privado, é a mais importante medida moralizadora do sistema político brasileiro e deve valer já para as próximas eleições.

*Com informações da Agência Senado

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