Tópicos | H1N1

O Procon de São Paulo notificou oito hospitais e laboratórios que terão de prestar esclarecimentos sobre o aumento do preço da vacina contra o H1N1. Após receber denúncias de consumidores, o órgão constatou que os preços quase dobraram em alguns locais. A lista de estabelecimentos visitados ainda não foi divulgada.

"Sabemos que não tem tabela de valores, mas o Código de Defesa do Consumidor veta qualquer prática de preço abusivo. Até o momento, recebemos 28 reclamações e também saímos às ruas para fiscalizar. No dia 31, que foi o primeiro dia (de fiscalização), fizemos oito notificações", diz Carlos Alberto Estracine, diretor executivo em exercício do Procon.

##RECOMENDA##

Segundo Estracine, há casos em que a diferença de preço foi notada pelos consumidores em um curto período de tempo. "Tivemos o caso de uma mulher que levou um filho para vacinar em uma semana e estava por R$ 120. Na outra semana, quando foi imunizar o outro filho, pagou R$ 215. Já sabemos que tem lugares cobrando até R$ 230."

Multa

Estracine diz que, caso o preço abusivo seja confirmado, as empresas podem pagar multa. O valor será calculado de acordo com o potencial econômico da empresa, lucro obtido com a prática e o grau de lesão ao consumidor. "Não dá para precisar o valor. As multas do Procon variam de R$ 570 a R$ 8 milhões."

As empresas notificadas terão um prazo de dez dias para justificar o aumento do preço das doses do imunizante. "A gente sabe que houve aumento do dólar e os laboratórios não poderiam manter o preço do ano passado. Mas nada justifica fazer no começo do ano por R$ 120 e passar para R$ 230. Estamos falando de saúde pública, de pessoas que não abrem mão de vacinar um pai, uma mãe, um idoso."

O diretor executivo em exercício diz que, caso o consumidor se sinta lesado, deve registrar a queixa no Procon por meio do telefone 151. Ele, porém, diz acreditar que haverá queda nos preços. "A gente espera que, com a antecipação da vacinação, a tendência é de que esses preços caiam bastante. Mesmo assim, isso não impede que o Procon continue realizando fiscalizações", afirma.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com o surto de H1N1 e a corrida a clínicas para aplicação da vacina contra o vírus, boatos têm surgido nas redes sociais sobre supostas consequências da imunização. Nas mensagens, são compartilhadas notícias de crianças que teriam adquirido narcolepsia, um distúrbio do sono, após a imunização.

Em informe técnico, o Ministério da Saúde disse não haver relação causal comprovada nos efeitos notados em países nórdicos e que não há registro de casos similares com produtos usados no Brasil, produzidos pelo Instituto Butantã e pela empresa Sanofi Pasteur.

##RECOMENDA##

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Federação dos Hospitais do Estado de São Paulo (Fehoesp) - que representa 500 unidades de saúde no Estado, com cerca de 40 mil leitos - e o Sindicato dos Hospitais do Estado de São Paulo (Sindhosp) divulgam nesta terça-feira, 5, a lista dos centros de imunização na capital paulista e no interior que aplicam a vacina contra a gripe H1N1.

A listagem, atualizada diariamente, pode ser consultada pela população nos sites www.sindhosp.org.br e www.fehoesp.org.br. Ela contém informações básicas, como nome do estabelecimento de saúde, se tem ou não a vacina, previsão de chegada, telefone e endereço.

##RECOMENDA##

De acordo com o doutor Yussif Ali Mere Júnior, presidente da Fehoesp e do Sindhosp, o objetivo é auxiliar a população a encontrar a vacina, já que o poder público dará preferência para grupos de risco.

Mere Júnior observou que, com a antecipação do aparecimento da doença no País, os laboratórios foram pegos de surpresa e tiveram que adiantar sua programação. Por esse motivo, segundo ele, há dificuldade para se encontrar o imunizante neste momento, mas o presidente das entidades acredita que a distribuição seja normalizada nos próximos 15 dias.

O vírus H1N1 já é responsável por metade dos casos de gripe registrados no País, afirmou o diretor de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch. Do total comprovado para influenza em análises laboratoriais, 50% apresentam a infecção por essa variação do vírus, responsável por uma pandemia em 2009.

"Estamos todos muito preocupados", admitiu Maierovitch à reportagem. Ele observa que o H1N1 é mais agressivo do que os demais subtipos que circulam no País, como o H3N2 e influenza B. Além disso, a alta é registrada em um período em que a população ainda está suscetível. "O aumento de infecções aconteceu de forma antecipada. Mesmo que pessoas já tenham sido imunizadas no ano passado, boa parte do efeito protetor da vacina já passou", disse.

##RECOMENDA##

Boletim divulgado ontem mostra que o subtipo influenza A já provocou, apenas nos primeiros três meses deste ano, 71 mortes - quase o dobro do que foi registrado no ano de 2015 (36). Os casos também subiram de forma expressiva. Até agora, foram 444 notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) - o triplo de todo 2015.

Além do aumento de pacientes atingidos, a doença se espalha pelo País - 15 Estados registram infecções provocadas pelo vírus, dois a mais do que há duas semanas. "O nosso maior temor é que a epidemia, tendo início precoce, atinja um número maior de pessoas, a exemplo do que aconteceu em 2013", disse Maierovitch. Naquele ano, foram 3.733 registros de H1N1. "Os casos foram registrados a partir de abril. Agora, começaram ainda em março", afirmou.

Não há ainda uma explicação. Uma das hipóteses para o surto de gripe fora de época é a condição climática. "Alguns estudos mostram associação com o El Niño. Anos com o fenômeno propiciariam a antecipação dos casos de gripe", disse o diretor.

Concentração

A maior parte das notificações está nos Estados do Sudeste. Só em São Paulo são 372 casos - 84% dos registros do País. Em segundo lugar está Santa Catarina, com 22 infecções, seguido por Bahia (9) e Paraná (7). Pernambuco, Goiás e Distrito Federal apresentam, cada um, cinco pacientes. Minas, Ceará, Pará e Rio têm 3 em cada. No Rio Grande do Norte e em Mato Grosso, são dois casos. Mato Grosso do Sul relata um, assim como o Espírito Santo.

Diante da epidemia provocada pelo vírus em São Paulo e do atípico aumento de casos provocados pela doença em outros Estados, o ministério decidiu antecipar a distribuição da vacina. Maierovitch, porém, advertiu que a proteção não é imediata. São necessárias pelo menos duas semanas para que a vacina comece a aumentar a imunidade ao vírus. "Por isso, de nada adianta correr para se vacinar, por exemplo, quando alguém do seu círculo apresenta sintomas de gripe", afirmou. "Nesses momentos, o principal é a adoção de medidas de prevenção, como lavar as mãos e procurar evitar o contato com pessoas doentes."

Maierovitch afirmou que, de acordo com o desempenho da vacinação em São Paulo, a estratégia do Dia D, marcado para o dia 30 deste mês, poderá ser revista. "Não queremos abrir mão dessa iniciativa, que, tradicionalmente, consegue atingir pelo menos 30% da população-alvo em apenas um dia", afirmou.

Segundo o diretor, caso a cobertura de grupos vulneráveis seja atingida antes do Dia D, uma mudança poderá ser feita no Estado, como o cancelamento do evento. A decisão deverá ser definida dentro de duas semanas. Em São Paulo, a vacinação para profissionais de saúde começou ontem. Para grupos vulneráveis - idosos, pessoas com doenças pré-existentes como problemas respiratórios ou cardíacos - terá início no dia 11.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Duas crianças de dois anos de idade morreram infectadas pelo vírus H1N1 em Belém, informou nesta segunda-feira (4) a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma). Seis casos foram registrados na capital neste ano. Outras 16 ocorrências suspeitas estão sendo investigadas, mas, a princípio, enquadradas como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). A avaliação será feita pelo Instituto Evandro Chagas (IEC).

Neste ano, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), o Departamento de Epidemiologia registrou em todo o Pará 37 casos de SRAG. Deles, quatro foram confirmados como influenza A, a gripe provocada pelo vírus H1N1. Oito ocorrências ainda terão resultado divulgado. A intensificação do período chuvoso na região preocupa as autoridades de Saúde. A previsão é de que o número de casos aumente a partir de maio.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

A campanha nacional de vacinação contra a Influenza A só vai começar no final deste mês. Segundo a Sespa, 1,8 milhão de doses da vacina devem ser distribuídas em todo o Pará. Têm prioridade de imunização pessoas de grupos de risco, como grávidas, crianças de 6 meses a 4 anos, trabalhadores da área de saúde, mulheres que amamentam, indígenas, presidiários, funcionários de penitenciárias, adolescentes e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas, idosos a partir dos 60 anos, hipertensos, renais crônicos e diabéticos. 

Sintomas - Em Belém, todos os casos suspeitos de contaminação por H1N1 e SRAG hospitalizados devem ser informados à Sesma pelos telefones (91) 984173985 e (91) 33442475. A Secretaria trabalha em esquema de plantão para receber as notificações. Os principais sintomas da doença são semelhantes aos da dengue, com exceção dos problemas respiratórios, com tosse, febre alta, coriza, espirro, dores de cabeça e no corpo. O contágio acontece por via respiratória. 

Profissionais de saúde de hospitais públicos e privados da capital e da região metropolitana de São Paulo começam a ser vacinados, após a antecipação da campanha de imunização pelo governo do Estado. Até a próxima sexta-feira (8) todas as unidades receberão doses para a realização de campanhas internas. Inicialmente, a previsão é imunizar pelo menos 532,4 mil profissionais.

Em meio ao surto fora de época, a Secretaria Estadual da Saúde antecipou o início da vacinação para hoje - no caso de profissionais da saúde - e para o dia 11 para três grupos: idosos, gestantes e crianças entre 6 meses e 5 anos. Ao todo, pelo menos 3,5 milhões serão imunizados.

##RECOMENDA##

No restante do Estado, assim como no Brasil, a campanha ocorre a partir do dia 30 de abril, segundo cronograma original do Ministério da Saúde. Responsável por produzir as vacinas contra a gripe que serão oferecidas na rede pública de saúde, o Instituto Butantan passou a adotar turnos extras de trabalho, com jornadas até de madrugada, para dar conta de entregar as doses antecipadas.

As mortes por H1N1 no Estado chegaram a 55, considerando dados mais recentes (até 29 de março). O número de óbitos é cinco vezes maior do que o registrado em 2015, quando dez pessoas morreram. Na capital, foram registradas oito mortes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

"Estamos longe da cidade e aqui ninguém pega doença de ar-condicionado do escritório e do trem." Foi dessa forma que o cacique Fabio, chefe da Aldeia Krukutu, no bairro da Barragem, extremo sul de São Paulo (a cerca de 40 quilômetros da Praça da Sé), tratou o surto de H1N1, que ainda não chegou aos povos indígenas. Os índios estão no grupo de risco da doença, assim como gestantes e idosos, e vão começar a receber a vacina na rede pública já na próxima segunda-feira (11).

"Teve surto de dengue, zika e chikungunya e aqui também ninguém adoeceu. Tomamos todos os cuidados necessários na tribo para evitar qualquer tipo de doença. E outra: vivemos no meio da natureza e preservamos o local. Isso ajuda na longevidade", explicou o cacique. Segundo ele, nem o guarani mais velho da aldeia, com 99 anos, fica doente. "Ele vive sozinho em uma área mais afastada, no meio do mato. Planta e colhe todo o dia e nunca teve nada."

##RECOMENDA##

O território tem 26 hectares, é ocupado por 40 famílias indígenas e atendido por uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Na aldeia ao lado, a Tenondé-Porã, a situação é a mesma. Uma das lideranças da tribo, a índia Jerá, usou o termo "tranquilo" para definir o clima. "Aqui ninguém teve nada."

Situação semelhante é registrada no litoral paulista. As comunidades indígenas da Baixada Santista e do Vale do Ribeira, na região sul do Estado, devem ser incluídas na campanha pública de vacinação contra o vírus H1N1, mas a responsabilidade pelas ações de prevenção nessas aldeias é da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), ligada ao Ministério da Saúde.

Segundo as prefeituras de Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe, Bertioga, São Sebastião e Registro, ainda não foi detectado nenhum caso da gripe nas aldeias das duas regiões. A Casa de Atendimento do Índio, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), também informa não ter registrado nenhum caso de indígena atingido pelo vírus H1N1.

Preocupação

Já no interior paulista há um caso que inspira cuidados. Um índio adulto está com sintomas da doença e vem recebendo tratamento médico na aldeia onde vive em Avaí, na região de Bauru. "Ele tem febre alta, dores e tremores. Isso é preocupante porque o índio, principalmente o adulto, não toma vacinas regularmente, como as crianças", diz o antropólogo Otávio Barduzzi, de 39 anos, que trabalha com os integrantes das quatro aldeias terenas e guaranis de Avaí.

Na região vivem cerca de 2 mil indígenas. No ano passado, a dengue fez vítimas nas quatro aldeias, onde houve 261 casos. "Morreram dez", lembra o antropólogo.

A saúde indígena vem recebendo mais recursos do Ministério da Saúde. Em quatro anos, o orçamento da Secretaria Especial de Saúde Indígena, por exemplo, aumentou 221%, passando de R$ 431,5 milhões, em 2011, para R$ 1,39 bilhão em 2015.

A reportagem entrou em contato com a Sesai para saber especificamente quais ações estão em curso para evitar que o surto de gripe H1N1 chegue às aldeias paulistas, mas o órgão federal se limitou a destacar que mantém um calendário nacional de vacinação e todos os Distritos Sanitários Especiais Indígenas recebem atenção de equipes multidisciplinares próprias. (Colaboraram Luiz Alexandre Souza Ventura e Sandro Villar, especial para AE)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após aprender a conviver com os cuidados para evitar a contaminação com o vírus zika, as gestantes ganharam uma nova preocupação: prevenir-se do surto antecipado de H1N1. Repelente e álcool em gel viraram itens do dia a dia das grávidas, que fazem parte do grupo de risco para as duas doenças. Para evitar a gripe, que já fez 55 vítimas no Estado de São Paulo, elas também enfrentam a saga para conseguir a vacina, em falta em várias clínicas.

No fim do ano passado, a empresária Catarina Leite de Macedo, de 35 anos, deixou de ir ao casamento da cunhada e de visitar os parentes em Pernambuco com medo da zika. "Cancelei a passagem e meus pais vieram para cá. Só saio na base do repelente, meu médico mandou usar blusa de manga, roupas claras." Com a chegada fora de época da gripe, ela recebeu novas orientações. "Meu médico começou a mandar mensagem para todas as pacientes para a gente se vacinar. Saiu alertando."

##RECOMENDA##

Foi quando começou a peregrinação para conseguir o imunizante. "Fui em seis clínicas de vacinação e só consegui na última. Fiquei quase três horas. Já tinha ligado para mais três e não tinha conseguido." A indicação foi tomar a vacina tetravalente, mas só estava disponível a versão trivalente. Mesmo assim, ela tomou. "É o meu primeiro filho. Já perdi (bebês) duas vezes e essa gestação está sendo supermonitorada. Fiz cirurgia de tireoide e tenho de fazer consultas e ultrassons a cada 15 dias. Acontece isso só eu para ficar mais amedrontada."

Ao saber que estava grávida, a hoteleira Fernanda Guerreiro Dourado, de 29 anos, deixou de visitar os pais em Águas de São Pedro, no interior paulista, por medo dos casos de gripe em Piracicaba, cidade próxima. "Meus pais vêm todo mês para me ver. A minha filha é prioridade", diz.

Mas ela ainda não conseguiu tomar a vacina. "Entrei duas vezes na lista de espera, mas não fui vacinada. Se a clínica abre às 8 horas, as senhas já acabam uma hora antes. Tem de chegar muito cedo." Fernanda diz que a gestação tem sido diferente do que ela imaginava. "Achei que ia andar de vestidinho. Não tenho problema, não tive enjoo, mas tenho de me preocupar com essas coisas."

Para evitar o estresse em um período que deveria ser especial, a hoteleira optou por evitar acompanhar as notícias sobre as doenças. "No começo, eu pesquisava e ficava paranoica. Agora, procuro me informar sobre os cuidados."

Orientações

Ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade São Luiz, Paola Fasano diz que as grávidas devem seguir as recomendações para evitar a contaminação tanto pelo vírus zika quanto pelo H1N1, mas sem criar uma situação de pânico. "O estresse nunca é bom. Sabemos que a informação corre rápida e de maneira descontrolada, leva a um medo. A gestação é um momento de muita expectativa e as grávidas devem conversar com o obstetra que vai colocá-las a par de tudo sobre a gestação."

Paola diz que, no caso da gripe, é importante que as gestantes evitem locais com aglomeração, mantenham as mãos higienizadas e não tenham contato com pessoas contaminadas. "O H1N1 pode ser mais perigoso no segundo e no terceiro trimestre da gestação, pois a mulher está com o abdome aumentado, o que diminui a expansão pulmonar. Se ela tiver febre, tosse e dificuldade respiratória, deve procurar um médico imediatamente", alerta. A ginecologista afirma que já tem recomendado para pacientes máscaras ao frequentar ambientes com aglomeração e o uso do álcool em gel, além da vacinação.

Graciela Morgado, ginecologista da Maternidade Pro Matre Paulista, recomenda ainda que as mulheres invistam em bons hábitos alimentares para aumentar a imunidade. "É importante ter uma dieta saudável, alimentando-se de três em três horas e se mantendo hidratada." Ela também fala sobre a importância de não se desesperar. "A gestante deve se acalmar e não precisa ficar enclausurada."

Desde a terceira semana de gravidez, a assessora de imprensa Carla Caroline, de 28 anos, colocou uma regra em casa: as janelas não podem ficar abertas. Usa repelente diariamente e evita roupas que deixem as pernas ou os braços expostos.

A ida e a volta para o trabalho ganharam cuidados especiais. "Ando de transporte público, quando alguém tira o lenço do bolso ou espirra, entro em pânico. Faço três baldeações no metrô. Fico mais tempo na plataforma para pegar um vagão mais vazio. E saio mais tarde de casa para pegar um horário mais tranquilo." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A busca pela vacina contra o vírus H1N1 continua gerando filas em clínicas privadas na manhã deste sábado, 2, na cidade de São Paulo. Em um estabelecimento da zona sul, as pessoas começaram a chegar às 6h e já ocupam quase dois quarteirões. Funcionários no local informaram que há um lote de 7 mil unidades de vacina, mas não há confirmação oficial desta quantidade.

A situação se repete em outras clínicas na cidade. O Estado tentou contato por telefone com outras sete empresas, mas encontrou as linhas congestionadas. Muitas clínicas já informam em seus sites que a procura intensa tem dificultado a comunicação com clientes.

##RECOMENDA##

Uma delas mostra a seguinte mensagem: 'Atenção: congestionamento das linhas telefônicas. Em virtude da grande procura pelas vacinas Gripe Trivalente e Quadrivalente de 2016, muitas de nossas unidades estão com as linhas telefônicas congestionadas. Contamos com a compreensão de todos.'

A situação é a mesma observada ao longo da semana. Novos lotes se esgotaram em poucas horas e houve distribuição de senhas para facilitar o atendimento. As clínicas também precisaram estender o horário de funcionamento.

As mortes por gripe H1N1 no Estado de São Paulo chegaram a 55, considerando os dados até o dia 29 de março. O número é cinco vezes maior do que o registrado em todo o ano passado, quando dez pessoas morreram.

Clínicas privadas do País voltaram a registrar filas em busca da vacina contra a gripe. Ontem, o jornal O Estado de S. Paulo havia mostrado que novos lotes entregues às unidades da capital terminavam em poucas horas e que alguns estabelecimentos fizeram até lista de espera pelo produto.

Em uma clínica dos Jardins, na zona oeste da capital paulista, onde um lote de vacina terminou em duas horas no início da semana, interessados chegaram cedo ontem para garantir a imunização com a chegada de um novo lote.

##RECOMENDA##

Mesmo no Rio, onde ainda não há surto e foram só três casos e uma morte pelo vírus H1N1, as clínicas também estão abarrotadas. Na Kinder, as filas começaram na terça-feira passada, com distribuição de senhas e reposição de estoque durante a semana. Um lote extra chegou ontem à tarde. A expectativa era de que se esgotasse em poucas horas. Na Vaccini, profissionais relataram ter desistido de atender o telefone, tal a quantidade de ligações para saber sobre doses disponíveis. Hoje, o horário de atendimento deverá ser estendido para dar conta da demanda.

A dentista Isabel Bastos Deluiz foi vacinar a filha de 3 anos e também se imunizou, como forma de resguardar a caçula, de seis meses - para o bebê, a vacina é diferente e não havia doses. "Minha filha mais velha sempre toma, então como o surto foi antecipado, resolvi dar logo, com medo de que as vacinas acabem. Meu marido é dentista e vai tomar também. A rotatividade de pacientes é grande."

O temor de que os Jogos Olímpicos agravarão o quadro da H1N1 no Rio, com a chegada de estrangeiros, não se justifica, na avaliação da virologista Marilda Siqueira, chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz. "Os jogos serão em agosto e setembro (Paralimpíada), quando os visitantes do Hemisfério Norte, que devem ser maioria na cidade, já estarão no verão deles", explicou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As mortes por gripe H1N1 no Estado de São Paulo chegaram a 55, considerando os dados até o dia 29 de março. O número é cinco vezes maior do que o registrado em todo o ano passado, quando dez pessoas morreram. Em meio ao surto antecipado da doença, o Instituto Butantã, responsável por produzir as vacinas contra a gripe oferecidas na rede pública, passou a adotar turnos extras de trabalho, com jornadas até de madrugada, para conseguir antecipar a entrega de parte das doses.

O boletim divulgado ontem pela Secretaria Estadual da Saúde revela que, além do total de óbitos, foram registrados 372 casos da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causada pelo H1N1 no Estado, ante 33 em 2015. No balanço divulgado na segunda-feira, eram 260 casos e 38 mortes.

##RECOMENDA##

O surto fora de época fez a secretaria antecipar o início da vacinação para o dia 11 na capital e na Grande São Paulo - no restante do Estado, assim como em todo o País, a campanha ocorrerá a partir do dia 30, conforme o agendamento original do Ministério da Saúde. Fazem parte do público-alvo da campanha idosos, crianças entre 6 meses e 5 anos, gestantes, profissionais de saúde, puérperas, doentes crônicos, profissionais de saúde, indígenas, detentos e funcionários do sistema prisional. Serão imunizados a partir do dia 11 deste mês somente os três primeiros grupos.

As primeiras doses antecipadas foram entregues pelo Butantã anteontem, de acordo com Jorge Kalil, diretor do instituto. Por contrato, o laboratório deve enviar ao ministério neste ano cerca de 49 milhões de doses entre abril e maio. Com a produção acelerada, o instituto já finalizou e entregou 16 milhões delas. Em condições normais, esse volume ficaria pronto duas semanas depois. "No começo de março, quando começamos a perceber o aumento de casos de H1N1, passamos a trabalhar em turno extra na área de envasamento", disse Kalil ontem ao Estado.

O setor, que tem 200 funcionários e trabalhava em dois turnos, passou a funcionar em três turnos, 24 horas. Com a mudança, o Butantã dobrou a capacidade de envasamento das vacinas - de 500 mil para 1 milhão por dia.

Outra mudança adotada pelo instituto, por causa do surto antecipado em São Paulo, foi enviar as doses voltadas para o público paulista diretamente para a Secretaria Estadual da Saúde e não para o Ministério da Saúde, como ocorre em todos os anos. "Foi feito um acordo para que, neste ano, a gente não precisasse encaminhar as vacinas para Brasília para depois voltar para São Paulo", disse Kalil.

A fábrica da vacina já funciona 24 horas e não pode ter o trabalho acelerado porque depende do processo natural de crescimento dos vírus. "No processo de produção em si já estamos trabalhando na capacidade máxima. O que conseguimos acelerar foi o envasamento e o controle de qualidade", afirmou.

Coordenador de Controle de Doenças da Secretaria Estadual da Saúde, Marcos Boulos afirmou que a entrega antecipada das vacinas vai possibilitar que os profissionais de saúde - os primeiros a serem vacinados por lidarem com doentes - já possam ser imunizados a partir de segunda-feira. A previsão inicial da pasta era de que isso ocorresse somente a partir do dia 8. "Para o restante da população a gente não consegue antecipar mais porque precisamos preparar a estrutura toda, fazer compra de seringas, agulhas. Na semana que vem, vamos finalizar, para iniciar a vacinação no dia 11." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério da Saúde começa a enviar hoje (1º) aos estados a vacina contra a gripe. A entrega das doses aos municípios, segundo a pasta, é de responsabilidade dos governos estaduais. A campanha nacional de vacinação está prevista para ocorrer de 30 de abril a 20 de maio, mas alguns estados optaram por antecipar o início da imunização em razão de surtos de influenza A (H1N1), conhecida como gripe A.

De acordo com o ministério, nas três primeiras remessas da vacina, a serem enviadas até o dia 15 de abril, os estados vão receber 25,6 milhões de doses, o que corresponde a 48% do total de lotes a serem encaminhados para toda a campanha deste ano. Do montante, 5,7 milhões serão entregues ao estado de São Paulo, onde já foram registradas cerca de 40 mortes atribuídas ao vírus H1N1.

##RECOMENDA##

“A partir do recebimento das vacinas, os estados podem definir estratégias de contenção, conforme suas análises de risco, para a vacinação da população-alvo, observando a reserva adequada do produto para a campanha nacional. O cronograma de distribuição aos estados é elaborado de acordo com a entrega da vacina pelo laboratório produtor. As vacinas serão enviadas em seis remessas”, informou o ministério.

A pasta reforçou que, além da imunização, a população deve adotar medidas de prevenção para evitar a infecção por gripe. As ações de maior destaque incluem lavar sempre as mãos; evitar locais com aglomeração de pessoas (que facilitam a transmissão de doenças respiratórias); cobrir a boca com o braço ao tossir ou espirrar; utilizar álcool em gel nas mãos; e, caso julgue necessário, usar máscara de proteção.

“A Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza tem como objetivo reduzir as complicações e as internações decorrentes das infecções pelo vírus na população alvo da campanha, como gestantes, idosos e pessoas com comorbidades, as quais têm mais risco de adoecer”, destacou o ministério.

Em meio ao surto de H1N1 em São Paulo, pacientes da rede municipal de saúde sofrem com a falta de itens básicos de higiene para prevenir a doença. Em algumas unidades, faltam álcool em gel e sabão. Há também doentes que precisam sentar no chão enquanto aguardam atendimento. Para especialistas, o quadro pode agravar ainda mais a propagação do vírus. Em nota, a Prefeitura informou que vai repor os itens de higiene.

Na quinta-feira (31) à tarde, a sala de espera da Assistência Médica Ambulatorial (AMA) da Sé, no centro, estava lotada, o que obrigou pelo menos oito pessoas a sentar no piso para esperar a consulta. Com tosse e febre, o ator Luiz Castro, de 27 anos, era um deles. "É uma calamidade, as pessoas são tratadas feito latinhas de refrigerante amassadas", disse. De acordo com Castro, ele esperou por mais de três horas na unidade. "O pior é a completa falta de higiene", reclamou. "Não tem o mínimo básico."

##RECOMENDA##

Um cartaz na entrada avisava que, "por prevenção", os pacientes deveriam usar papel descartável, disponível na AMA, "ao tossir ou espirrar". Não havia álcool em gel na unidade. No banheiro masculino, as pias estavam depredadas e os usuários nem sequer podiam lavar as mãos após utilizá-lo.

"É um absurdo. Só vim aqui porque estava me sentindo muito mal", disse a empregada doméstica Cristiane Mendes, de 35 anos. Ela conta que sentia sintomas de gripe e estava na fila por cerca de quatro horas.

O infectologista Fernando Gatti de Menezes, do Hospital Albert Einstein, alertou que a falta de itens de higiene e a superlotação podem disseminar ainda mais o vírus, que já matou oito pessoas na capital paulista neste ano. "A higienização é o mínimo necessário", afirmou. "É uma forma de prevenir."

Segundo o especialista, os pacientes deveriam ser mantidos a mais de um metro de distância um do outro. "A aglomeração facilita a transmissão da doença, via gotículas", disse.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afirmou que solicitou mais cadeiras e acionou a equipe de manutenção para reparar o banheiro e repor álcool em gel. A previsão era de que a situação fosse normalizada até o final do dia de hoje. A pasta também disse que o quadro médico estava completo e que foram abertas 350 fichas para clínico-geral e 80 para pediatras até as 18 horas de ontem. "O tempo de espera, monitorado em sistema, não ultrapassou 1h30, dessa forma não procede a informação apurada pela reportagem", disse.

Receio

A falta de álcool em gel também preocupava o cozinheiro Euzébio Gonçalves, de 41 anos, que levou a filha Julia, de 5, para a AMA Vila Barbosa, na zona norte, onde os recipientes estavam vazios. "Essa gripe está terrível e a gente percebe que faltam questões mínimas de higiene. A gente fica mais preocupado com as crianças."

Acompanhando a filha Ana Gabriela, de 2 anos, que sentia dor de estômago, o controlador de acesso David Oliveira, de 35, também demonstrava preocupação. "O perigo é ela ser contaminada. Tem de tomar todo cuidado num hospital." Em nota, a SMS afirmou que a AMA repõe constantemente o produto.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com a alta demanda por vacina contra a gripe e a rapidez com que os novos lotes têm se esgotado, clínicas de vacinação vêm orientando seus clientes a chegar até uma hora e meia antes do horário de abertura do estabelecimento para tentar conseguir o imunizante com mais facilidade.

"Disseram que amanhã (1) deve chegar mais vacinas para adultos, mas é para chegar bem cedo, pelo menos umas 6h30, para ter chance de conseguir. Mas a clínica só abre às 8 horas e todo mundo faz fila em volta do quarteirão", conta a apresentadora de TV Mari Simões, de 38 anos, que buscou a vacina para ela e a família em uma clínica dos Jardins, na zona sul, na tarde de ontem. "Tenho crianças e meu marido é médico. Ele tem muito contato com pessoas infectadas e, por isso, queríamos nos vacinar logo", disse ela. "Eu até podia tomar a vacina pelo SUS porque tenho bronquite asmática, mas precisaria esperar mais. O jeito vai ser encarar a fila da clínica de manhã", diz.

##RECOMENDA##

Rede pública

Pela rede pública, só podem vacinar-se pessoas que integram os grupos de risco: idosos, crianças entre 6 meses e 5 anos, gestantes, doentes crônicos, puérperas, profissionais de saúde, indígenas, detentos e funcionários do sistema prisional. A campanha nacional, no entanto, só será iniciada no dia 30 de abril.

Na capital e na Grande São Paulo, a ação foi antecipada para o dia 11, mas apenas para idosos, gestantes e grávidas. Antes disso, a partir do dia 8, os trabalhadores da área da saúde também poderão imunizar-se.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com o aumento inesperado no número de casos de H1N1 no País, o laboratório francês Sanofi Pasteur, um dos dois que produzem a vacina quadrivalente contra a gripe para o mercado privado, decidiu antecipar em duas semanas a importação das doses do produto. Segundo a companhia, como a vacina leva de quatro a seis meses para ser produzida, costuma ser entregue em meados de abril no Brasil, para ser comercializada a partir do fim do mesmo mês, época que coincide com o início da campanha da rede pública. Neste ano, no entanto, a vacina da companhia será entregue e estará disponível para o consumidor a partir da semana que vem.

O laboratório GSK, outro fabricante da vacina quadrivalente, diz que seu produto já estava nas clínicas privadas desde o fim de março e que não há falta. A vacina contra a gripe oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é produzida pelo Instituto Butantã de São Paulo.

##RECOMENDA##

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Foram necessários apenas 60 minutos para que um lote de 150 vacinas contra a gripe se esgotasse em uma clínica do Ibirapuera, na zona sul paulistana, na quarta-feira (30). Em uma unidade dos Jardins, também na zona sul, a remessa com centenas de doses acabou em duas horas. Com o surto antecipado do vírus H1N1 no Estado de São Paulo, clínicas de vacinação da capital não estão dando conta da demanda pela imunização. O produto está em falta em dezenas de estabelecimentos e alguns deles já fazem lista de espera de interessados no produto. Em uma unidade no Brooklin, zona sul, a lista ganhou 770 nomes em dois dias.

"Ligamos ontem (30) para uma clínica para saber se um novo lote havia chegado e eles disseram que sim. Quando fomos hoje (31) nos vacinar, já tinha acabado. E tínhamos procurado a vacina em outros dois lugares", comentou a administradora de empresas Cibeli Passarinho de Assis, de 45 anos, que faz tratamento para engravidar e busca proteção contra o vírus. "A gente ficou com medo. Dizem que essa gripe pode matar em três dias", afirma ela, que buscou a imunização com o marido. Após procurar, sem sucesso, três clínicas em busca da vacina, o casal encontrou o produto disponível em um estabelecimento da Bela Vista (região central da capital), mas pelo dobro do preço das outras clínicas. "Desistimos de tomar. Nos outros locais, a vacina quadrivalente estava R$ 120 e, aqui, custa R$ 230", diz.

##RECOMENDA##

Mesmo sem fazer parte de nenhum grupo de risco para a doença, o administrador Peter Walsh, de 52 anos, também tentou vacinar-se ontem em uma clínica dos Jardins, mas não encontrou o produto. "Todo ano me vacino e nunca vi esse caos. Só que agora a gente está mais preocupado. Tenho uma amiga de 38 anos que morreu dessa doença", diz ele.

Congestionadas

A reportagem entrou em contato com 21 clínicas de vacinação em São Paulo ontem. A maioria estava com os telefones ocupados por pelo menos quatro horas durante a tarde. Só cinco atenderam.

O único com vacinas disponíveis foi um estabelecimento no Brooklin. Os atendentes relataram que as filas estão grandes desde o início da manhã até o fim da tarde. Anteontem, o estoque acabou e a clínica passou a colocar os pacientes na lista de espera, que chegou a 770 nomes. No fim do dia, uma remessa com mil doses foi entregue. A expectativa é de que o novo lote se esgote hoje.

Uma clínica no Jabaquara (zona sul) informou que a vacina acabou, mas que uma nova remessa deverá chegar na próxima quarta. Foi relatado que as filas estão se acumulando e a quantidade de pessoas na lista é tão grande que a inclusão de novos nomes foi suspensa.

Na Mooca (zona leste), uma clínica relatou que não há mais vacina disponível e receberá o próximo lote apenas no dia 11 de abril. Desde ontem, quando o estoque esgotou, cerca de cem pessoas já foram incluídas em uma lista de espera.

No Morumbi, na zona sul, uma clínica informou que a vacina está esgotada. Mas é possível que uma remessa chegue na próxima semana. A clínica estava marcando horário para a vacinação, mas a entrega dos lotes começou a atrasar e os agendamentos foram suspensos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As suspeitas de contaminação com a gripe H1N1 mudaram a rotina de farmácias e hospitais da cidade de São Paulo. O medicamento indicado para pacientes com o vírus, o Tamiflu, já desapareceu das prateleiras. Máscaras e orientações para evitar a proliferação da doença estão disponíveis nas entradas de prontos-socorros particulares da capital.

Falta Tamiflu na cidade há semanas, disseram à reportagem farmacêuticos e pacientes. "Comecei a procurar ontem nas farmácias. Fui do Cambuci, na capital, até Osasco procurando. Passei por dez farmácias e não achei", disse o servidor público Cláudio Pereira, de 41 anos.

##RECOMENDA##

Sua mulher recebeu o diagnóstico da doença terça-feira, 29, e só conseguiu o medicamento na rede pública. "Pegamos uma cartela com dez comprimidos para ela tomar por cinco dias, que foi a recomendação."

Na semana passada, a advogada Kátia Luz, de 48 anos, encarou a saga pelo medicamento para o filho de 10 anos, que chegou a ficar internado. "Passei um dia procurando e não achei. Fiquei desesperada. Sorte que uma amiga me indicou uma farmácia da rede pública."

A rede de farmácias Pague Menos informou que o medicamento não está disponível nem no estoque nem nas lojas. A rede Raia Drogasil teve alta demanda e está em contato com o laboratório para tentar normalizar o estoque.

Em nota, o laboratório Roche, responsável pelo produto, informou que um aumento na procura foi registrado a partir da segunda quinzena de março, esgotando a versão de 75 mg do medicamento, e diz que novos lotes vão chegar em abril. "A Roche mantém estoque das apresentações de 30 mg e 45 mg, que são parte de um plano de distribuição que visa a atender solicitações de farmácias, hospitais e distribuidores."

Atendimento

Na tarde de quarta-feira, 30, a coordenadora de shows e eventos Luciana de Carvalho Bueno, de 34 anos, procurou o Hospital Samaritano, em Higienópolis, no centro, após apresentar sintomas da gripe. "Tive náusea, enjoo, febre, moleza no corpo e na madrugada tive falta de ar. Por isso, vim ao hospital. Essa gripe me derrubou muito rápido."

Embora tenha de esperar 48 horas para saber o resultado dos exames, ela já recebeu uma receita de Tamiflu para se medicar caso o diagnóstico se confirme. Luciana já planeja tomar a vacina da gripe neste ano. "Tomei há dois ou três anos e estou pensando em voltar depois dessa suspeita", contou.

Com o alto fluxo de pacientes, o hospital colocou um banner explicando que o tempo de espera poderia ser maior em função dos casos de H1N1, além de dengue e chikungunya. Por volta das 20h15 de ontem, o tempo estimado no pronto-socorro era de 3 horas e 19 minutos.

Luciana, assim como outros pacientes, usava uma das máscaras descartáveis colocadas à disposição pela administração do local. "Tem muitos casos de H1N1. É pela segurança de todos", afirmou a coordenadora de shows.

A medida também foi adotada no Hospital Santa Isabel, em Santa Cecília, na região central. "A gente pega na recepção e usa dentro do hospital", contou a advogada Ana Regina Barros da Cunha, de 27 anos.

Ela começou a apresentar os sintomas na segunda-feira e ficou preocupada. "É uma gripe mais pesada, com uma febre que não quer baixar." Ana Regina disse que ainda não recebeu o diagnóstico confirmando a doença.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A campanha de vacinação contra a gripe será antecipada apenas na capital paulista e na região metropolitana de São Paulo, conforme informou na terça-feira, 29, a Secretaria Estadual da Saúde. A partir do dia 11 de abril, poderão ser vacinados idosos, crianças maiores de 6 meses e menores de 5 anos e gestantes - moradores dessa região e parte da população-alvo. Profissionais de saúde serão imunizados a partir do dia 8. No total, cerca de 3,5 milhões de paulistas receberão as doses de forma antecipada.

O restante da população-alvo da Grande São Paulo - que inclui ainda doentes crônicos, puérperas, indígenas, detentos e funcionários do sistema prisional - e os moradores dos demais municípios do Estado só poderão tomar a vacina a partir do dia 30 de abril, quando começa a campanha nacional.

##RECOMENDA##

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo já sabia há pelo menos quatro meses do aumento atípico de casos de gripe H1N1 no Estado, revela informe técnico do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) divulgado na última semana no site do órgão.

De acordo com o documento, embora o pico da doença ocorra durante o inverno, a secretaria passou a notar, a partir de meados de novembro de 2015, um crescimento nas notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causada pelo vírus H1N1. "Cabe assinalar que se constatou aumento do número de casos de SRAG a partir da semana epidemiológica 46/2015 relacionados à atividade do vírus influenza A (H1N1), contemplando 15 casos e quatro óbitos", destaca o informe.

##RECOMENDA##

Os números registrados nos últimos 45 dias do ano representam 45,5% dos casos e 40% das mortes de todo o ano de 2015. A concentração de casos no final do ano é considerada anormal frente aos números dos anos anteriores. O informe não traz os índices semana a semana, mas, de acordo com o gráfico divulgado no documento, a notificação de casos e óbitos pela gripe H1N1 nos verões dos dois anos anteriores é próxima de zero.

Questionada pelo Estado sobre as ações tomadas, a secretaria disse que, por mais que o Centro de Vigilância Epidemiológica tenha observado o crescimento atípico de casos da doença a partir de novembro, o cenário epidemiológico daquele momento "não indicava risco de expansão expressiva do vírus".

Após o crescimento de notificações notado a partir de novembro de 2015, mostra o informe, os casos de SRAG associados a H1N1 explodiram em janeiro e, desde então, vêm crescendo. Balanço mais recente da secretaria mostra que já são 260 registros da síndrome e 38 mortes apenas nos três primeiros meses deste ano no Estado. Somente na capital, foram oito vítimas. Em todo o ano passado, foram registrados 33 casos de SRAG, com dez mortes.

Demora

De acordo com especialistas, a Secretaria Estadual da Saúde poderia ter agido mais rápido ao perceber o aumento inesperado de casos de SRAG causadas pelo H1N1. "Em novembro e dezembro já começamos a diagnosticar mais gripe entre os pacientes. Pelo menos um alerta à população deveria ter sido feito, para que as pessoas ficassem mais atentas aos sintomas de agravamento da gripe e para que os próprios produtores de vacina tentassem acelerar sua produção", diz Artur Timerman, infectologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos.

Apesar do aumento de casos notado há quatro meses, a secretaria só pediu anteontem ao Ministério da Saúde a antecipação da campanha de vacinação no Estado.

Para Celso Granato, professor de Infectologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o alerta deveria ter sido dado aos médicos, para não criar pânico na população. "A secretaria poderia ter deixado a classe médica um pouco mais informada, para não criar um alerta exagerado, porque o limite entre gerar benefício e pânico é muito tênue. Quanto à vacina, ela acabou de ficar pronta, não sei se eles conseguiriam acelerar esse processo", afirma.

Monitoramento

A Secretaria Estadual da Saúde afirmou que, mesmo sem considerar que havia risco de expansão significativa do vírus naquele momento, "intensificou o monitoramento de circulação da doença em diferentes regiões do Estado". De acordo com a pasta, somente neste ano a tendência de aumento de casos "ficou mais evidente", o que levou o governo a promover, na semana passada, vacinação extra em 67 municípios do interior do Estado mais afetados pela doença e pedir a antecipação da campanha de 2016 ao Ministério da Saúde.

A secretaria afirmou ainda que a definição do calendário de imunização é feita pelo órgão federal e que a campanha de imunização é a forma "mais consistente de combater o vírus". Segundo a pasta, a vacina é produzida com as cepas de maior circulação no inverno europeu, o que faz com que a produção das vacinas no Brasil seja concluída somente em meados de março ou abril.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Diante da antecipação do surto de gripe H1N1 identificada em São Paulo, o Ministério da Saúde vai permitir a antecipação da vacinação contra a doença. , que terá início em 30 de abril.

Assim que o imunizante começar a chegar nos Estados, a vacinação já poderá ser feita, a critério de cada governo. Em São Paulo, o primeiro lote está previsto para ser liberado na próxima sexta-feira (1º) - nos demais Estados, a partir de segunda.

##RECOMENDA##

Cada administração deverá divulgar o calendário que adotará. A estratégia em parte atende a um pedido feito ontem pelo governo de São Paulo. Nos primeiros três meses deste ano, o número de casos registrados de H1N1 já superou o que foi relatado em todo o País entre janeiro e dezembro de 2015. Do começo do ano até o dia 19, foram registrados 305 casos e 46 mortes no Brasil. Em todo o ano passado, houve 141 casos e 36 óbitos. "Foi uma surpresa o surto nesta dimensão. E sobretudo o período", afirmou o coordenador do Controle de Doenças da Secretaria da Saúde de São Paulo, Marcos Boulos.

Na semana passada, com o aumento do número de casos, o Estado solicitou ao Ministério da Saúde o envio de doses da vacina usadas durante a campanha de 2015. Elas foram aplicadas, em caráter emergencial, na cidade de São José do Rio Preto, onde a situação era considerada mais grave. Essa ação teve como objetivo proteger apenas contra o H1N1. Mas os pacientes que receberam o imunizante deverão ainda, em data a ser definida pelo governo, receber o produto mais atual.

O imunizante contra a gripe tem sua composição alterada todos os anos. Ele é feito com base em uma combinação de cepas do vírus da gripe que mais circularam durante o inverno no Hemisfério Norte. Comparando com 2015, duas outras cepas do vírus influenza foram modificadas. "Isso significa que protege contra H1N1, mas não tem a mesma eficácia em relação às outras cepas", disse Boulos.

Colateral

A antecipação traz um efeito colateral: os efeitos do imunizante se estendem pelo período de um ano. Isso significa que, quanto mais cedo a vacina for usada, mais cedo a pessoa se tornará suscetível. "Temos consciência disso. Mas temos uma fogueira queimando. O incêndio tem de ser apagado agora", disse Boulos.

A vacina contra a gripe é produzida pelo Instituto Butantã, em São Paulo. De acordo com o Ministério da Saúde, essa é a razão para o governo paulista receber o imunizante antes de outros Estados. No caso do restante do País, o produto é enviado para Brasília, que se encarrega de fazer a distribuição.

Ao todo, serão seis remessas do imunizante. As primeiras três deverão ser feitas entre os dias 1º e 15 de abril. Nesse período, serão distribuídos 25 milhões de doses, o equivalente a 48% de toda a demanda. São Paulo vai receber neste período 5,7 milhões.

Boulos afirmou que a prioridade na vacinação será dada para grupos de risco na Grande São Paulo - ou seja, para idosos, pessoas com doenças pulmonares ou problemas cardíacos e gestantes.

A mudança da estratégia para vacinação deste ano para H1N1, no entanto, é feita com uma condição. Os Estados deverão reservar pelo menos 30% do total do imunizante para usar no Dia D (30 de abril). O Ministério da Saúde julga indispensável manter a campanha, que todos os anos tem potencial para atingir grande parcela do público-alvo.

Casos

A Região Sudeste concentra a maior parte dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave por H1N1 do País, com 266 registros. Desses, 260 estão no Estado de São Paulo, que relata 38 dos 46 óbitos.

Santa Catarina está em segundo lugar entre os Estados com mais casos, totalizando 14. Na sequência, vem a Bahia com 10 registros. Além de São Paulo, outros cinco Estados tiveram óbitos: Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Ceará. (Colaboraram Paula Felix e José Maria Tomazela)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando