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Na semana em que o Senado Federal julga o processo de impeachment contra Dilma Rousseff, o presidente do PSDB no Recife, Antônio Moraes, declarou em entrevista ao Portal LeiaJá que a presidente afastada “faltou com o respeito” na hora em que fez despesas e promessas políticas. O deputado estadual disse que o conjunto de atos cometidos por ela tornou-se a maior fraude eleitoral da história da República. “Só esse fato já justificaria o impeachment. Dilma faltou com a verdade durante a campanha eleitoral e no que diz respeito às coisas públicas”, afirmou.

O parlamentar ressaltou que o Brasil chegou ao fundo do poço com a crise política. “Quando Dilma colocava que a economia ia e sabíamos que não ia. Houve aumento no preço da energia, do combustível, transporte público, além de que teve muitas despesas e milhares de brasileiros desempregados”, acrescentou Antônio Moraes.

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Sobre a eleição que se aproxima, Antônio Moraes acredita que será atípica. “Nesta disputa teremos muitas surpresas. Primeiro pelo fato da questão financeira porque foi proibido o financiamento privado e não foi concedido o financiamento público, o que inviabilizou a campanha política. Segundo, por toda essa corrupção e falta de ética na política que trouxe uma descrença muito grande para o eleitor. Será um pleito extremamente complicado”, disse.

Apoio a Daniel

Em relação a candidatura do deputado federal Daniel Coelho à Prefeitura do Recife, Moraes frisou que é possível chegar ao segundo turno. “Tenho uma boa relação com o prefeito Geraldo Julio, mas Daniel é uma pessoa que pensa na cidade diferente. Foi vereador, deputado estadual e tem condições de enfrentar tanto a crise econômica que a cidade vive hoje como os problemas do Recife, que são muitos e que precisam ser enfrentados. Eu tenho muita esperança que ele possa conquistar os recifenses e se tornar prefeito. Daniel está preparado”.

Após uma sessão que durou mais de 50 horas, a semana da Câmara dos Deputados será mais branda. Não haverá reunião deliberativa durante os próximos dias, ou seja, nenhum projeto será apreciado pelo Plenário. Na agenda, de hoje até sexta-feira (22), estão previstas apenas sessões de debate, sempre às 14h. 

Encontros de diversas comissões previstas para a semana também foram canceladas, a exemplo da Comissão Especial sobre Código de Processo Penal, que votaria os requerimentos nesta segunda (18). 

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A amenização dos trabalhos se deu após as intensas horas de articulações tanto dos deputados do governo quanto os de oposição pela admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). O pedido foi aprovado por 367 deputados favoráveis e 137 contra.

 

A confirmação de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumirá o comando da Casa Civil foi recebida com indigestão por deputados que compõem a bancada de oposição. Para o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), o ingresso de Lula na equipe “é uma tapa na cara da sociedade” e o retrato de que o petista tenta “fugir pelas portas do fundo”. 

“Em vez de se explicar e assumir as suas responsabilidades, o ex-presidente Lula preferiu fugir pelas portas do fundo. Vai assumir um ministério para garantir foro privilegiado e escapar do juiz Sérgio Moro. É uma confissão de culpa e uma tapa na cara da sociedade. A presidente Dilma, ao convidá-lo, torna-se cúmplice dele”, disparou. 

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Corroborando o posicionamento do líder, o deputado federal Betinho Gomes (PSDB) encarou a confirmação como uma “renúncia branca” da presidente. “Nomeação de Lula para Casa Civil, representa a renúncia branca de Dilma. Passou a ser uma presidente laranja ou rainha da Inglaterra”, observou.

Fazendo menção também ao retrato da rainha da Inglaterra, o deputado federal Mendonça Filho (DEM) disse que o “Brasil está à deriva” por culpa do PT e a única solução para isso é o impeachment. “Ao aceitar fazer parte do ministério da presidente Dilma, depois de ter recusado duas vezes, Lula deixa claro o descaso com que trata a Justiça brasileira. Essa decisão explicitou o papel de ‘Rainha da Inglaterra” que Dilma assumiu. O Brasil está à deriva, o PT acabou com todas as condutas republicanas que um governo deveria adotar. Atolados na lama da corrupção, com a economia em frangalhos, o governo virou as costas para à sociedade”, disparou. 

A bancada da oposição está se preparando para ingressar, em diversos estados, com um pedido da anulação da nomeação de Lula, como aconteceu com o ex-ministro da Justiça Wellington Lima e Silva. “Está muito claro desvio de finalidade. Lula não vai servir o povo brasileiro, vai se esconder da Lava-Jato. Nem Lula, nem Dilma tem credibilidade para enfrentar a crise e o caos político e econômico que eles mesmos implantaram. É uma tentativa de desviar o foco do impeachment. Mas não vamos permitir. O processo seguirá e vamos dar celeridade”, observou o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO).

Numa "guerra fria" em que o rompimento se mostra iminente, a presidente Dilma Rousseff e seu vice, Michel Temer, definiram estratégias distintas para enfrentar o processo de impeachment. No roteiro do vice - que assumirá a Presidência num eventual afastamento de Dilma - o ponto principal é a unificação da bancada do PMDB da Câmara, dividida ao meio pelos vaivéns sobre a escolha do seu líder.

No campo oposto, o Palácio do Planalto aumenta a pressão sobre os deputados da bancada peemedebista que detêm cargos do governo federal, sobretudo nos Estados. As ameaças lado a lado serão cada vez mais frequentes.

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Na conversa que tiveram na noite de quarta-feira, Temer e Dilma afirmaram que buscariam uma convivência "profícua". No entanto, o vice deixou claro que vai se dedicar ao comando do PMDB. Segundo aliados do vice, se Dilma buscar fustigá-lo dentro da sigla, Temer vai promover uma convenção do partido para consolidar o rompimento com o governo.

Antes, porém, o vice almeja unificar a bancada do partido em torno do seu nome.

Depois, pretende atrair para sua órbita outros partidos da base do governo, como PSD, PR, PTB e PP. O arremate da tática é forçar a saída dos ministros peemedebistas remanescentes na Esplanada.

Segundo relatou ao Estado um auxiliar do vice-presidente, a estratégia inicial é "consolidar" a força de Temer na Câmara. "Esse é o primeiro passo, pois temos certeza de que, se houvesse uma convenção nacional do partido agora, a tese do rompimento venceria de lavada", disse. Hoje, no entanto, o Planalto ainda exerce muita influência na bancada. "A caneta ainda está com a Dilma", afirma um deputado peemedebista da ala governista.

O mesmo se reproduz em outros partidos da base aliada. "É por isso que está todo mundo de olho no PMDB. Se de fato o partido se unir e romper em favor do impeachment, os demais partidos da base vão fazer o mesmo", conta um dirigente do PP que tem participado das conversas com o grupo de Temer. "Podemos ir até o velório, mas ninguém vai querer ser enterrado com o governo."

A divulgação da carta a Dilma em que reclama de falta de confiança foi o primeiro passo de Temer em favor do rompimento. Depois, os aliados mais próximos do vice articularam a troca do líder do PMDB na Câmara. Tachado como "demasiadamente governista", Leonardo Picciani (RJ) foi trocado por Leonardo Quintão (MG). Agora, Picciani quer dar o troco em Quintão com alterações na bancada.

A decisão foi tomada após apresentação de uma lista à Mesa Diretora da Câmara com o apoio de 35 dos 66 deputados em favor de Quintão. O Palácio do Planalto vai tentar reverter essa decisão. Alguns deputados, que detêm cargos federais em seus Estados, começaram a ser pressionados a voltar atrás e assinar uma nova lista para Picciani reconquistar a liderança.

"Se fizerem isso, vamos reagir com a convocação da convenção nacional e promover o rompimento definitivo com o governo", diz o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). "Não será tolerada nenhuma ação agressiva do Planalto sobre a bancada. Temos capacidade de pensar o que é melhor para o Brasil."

Após garantir a união dentro do PMDB, o próximo passo do grupo de Temer é pressionar a demissão dos ministros ligados à bancada do PMDB. Indicados por Picciani, Marcelo Castro (Saúde) e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) já adiantaram que vão tentar resistir. Castro chegou a dizer que se fosse preciso voltaria ao cargo de deputado para ajudar Picciani voltar à liderança.

Com origem na Câmara, mas garantido no cargo graças a Temer, o ministro Henrique Eduardo Alves (Turismo) tem dito publicamente que vai trabalhar para que não haja rompimento com Dilma. Contudo, a interlocutor próximo, já disse que fica no cargo "só até a hora que o Michel quiser". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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