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A praia de Copacabana, normalmente palco de cariocas de corpos esculturais em pequenos trajes de banho, é o destino neste sábado de uma peregrinação de centenas de milhares de jovens católicos e de uma vigília embalada pelas ondas na qual o Papa fará uma oração. Francisco, o primeiro papa latino-americano, buscará na emblemática praia revitalizar a fé dos peregrinos provenientes de todo o mundo, num momento em que a Igreja perde fiéis, sobretudo jovens, que engrossam as fileiras de evangélicos ou se declaram sem religião.

O papa argentino preside no Rio de Janeiro a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), com mais de 320.000 peregrinos de 170 países, e em cujos grandes eventos com Francisco compareceram cerca de 1,5 milhão de pessoas no país mais católico do mundo. Francisco começou o dia ministrando uma missa na Catedral Metropolitana para cardeais, bispos, religiosos e seminaristas da JMJ.

Perto dali, com um rosário de madeira nas mãos e a bandeira argentina como capa neste dia frio e cinza, Diego Vera, um advogado de Santa Fé de 26 anos, marchava junto a milhares de peregrinos carregando colchonetes e barracas em direção à praia.

"Esta peregrinação é a reunião de toda a Igreja jovem do mundo em direção à figura do Papa; representa o sacrifício, mas é preciso vivê-la com alegria", explicou à AFP o jovem. "É tão próximo, é tão estranho escutar o papa e sentir que é como ouvir seu pároco. Fala conosco de igual para igual, sem linguagem rebuscada e, sobretudo, pediu para que façamos bagunça, que levemos a Igreja para a rua", afirmou.

"Esta é a juventude do Papa!", gritava uma freira veterana que acompanha a peregrinação, agitando um guarda-chuva fechado em direção ao céu, carregado de nuvens.

--- Não às incoerências ---

Durante seus seis dias de viagem ao Brasil, Francisco pediu para que os jovens conservem a fé na Igreja, apesar dos maus sacerdotes, e nas instituições políticas, apesar da corrupção, depois que grandes manifestações protagonizadas por jovens sacudiram o Brasil nas últimas semanas.

"Jesus se une a tantos jovens que perderam sua confiança nas instituições políticas porque veem egoísmo e corrupção, ou que perderam sua fé na Igreja, e inclusive em Deus, pela incoerência dos cristãos e dos ministros do Evangelho", disse o Papa na sexta-feira, quando presidiu uma gigantesca Via Sacra na praia de Copacabana. "Quanto nossas incoerências fazem Jesus sofrer!", exclamou o pontífice diante de um mar de peregrinos, em um chamado a viver de acordo com o que se prega.

O Papa, que assumiu o trono de Pedro em março substituindo Bento XVI, enfrenta o desafio de renovar uma Igreja em crise após escândalos de corrupção e pedofilia. Também deve seguir conquistando fiéis, embora a Igreja mantenha dogmas, desafiados às vezes pelos jovens, como a oposição ao uso do preservativo, à homossexualidade, ao aborto até mesmo em casos de estupro e a defesa da virgindade até o casamento.

--- Evangelhos na praia ---

Devido às chuvas torrenciais que inundaram o Campo da Fé de Guaratiba - onde deveria culminar a peregrinação de 13 km e ser celebrada a vigília e a missa final da JMJ - os três eventos foram transferidos para a praia de Copacabana.

O assunto constrangeu as autoridades do Rio de Janeiro, que fizeram uma incomum 'mea culpa'. A organização da JMJ é considerada um teste antes do Mundial de Futebol de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.

Finalmente, os jovens peregrinarão 9,5 km durante todo o sábado a partir da estação Central, no centro da cidade, até a praia. Depois acamparão na areia de Copacabana, em uma vigília onde estão previstos vários shows e onde o Papa rezará às 19h30 (horário de Brasília).

Mas antes Francisco também se reunirá com políticos, diplomatas, representantes da sociedade civil e da cultura no Teatro Municipal. Também almoçará com os cardeais e bispos brasileiros, pronunciará um discurso e passeará três vezes de papamóvel pela cidade, em mais uma demonstração da proximidade que anseia com os fiéis.

Muitos fiéis que assistiram à passagem do papamóvel na frente da Catedral Metropolitana no Rio de Janeiro na manhã deste sábado comemoravam a oportunidade de ter visto o papa Francisco de perto por duas vezes. "As pernas ficaram bambas, não acreditei quando ele voltou", contou Lizete de Souza Monteiro, de 50 anos. Ela e a família saíram de Madureira às 6h para garantir um bom lugar na grade. "Em Copacabana ficamos muito longe. Aqui foi muito melhor, pois estava vazio. Tive um acesso de choro", contou Natasha Rodrigues, de 26 anos. O papa reza uma missa para religiosos nesta manhã.

O grupo aproveitou a proximidade para entregar uma carta a Francisco. "Pedimos que ele providencie uma paróquia para nosso padre. Ele está com câncer e foi afastado, mas sente falta. É um excelente pároco", contou Rodrigues. O segurança do papa recebeu a carta e a família foi abençoada por Francisco. "Não sabia se ria ou se chorava. Foi uma emoção muito forte", contou Fernanda Monteiro, de 27 anos.

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Brasília - O Ministério do Turismo aproveita a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) para divulgar roteiros turísticos religiosos do Brasil. Em 2012, o segmento foi responsável pela movimentação de 1,17 milhão de brasileiros pelo país e atraiu 16,3 visitantes estrangeiros, segundo dados da pasta.

Durante a JMJ, que termina amanhã (28), no Rio de Janeiro, o ministério distribui marcadores de páginas com informações em três idiomas (português, inglês e espanhol) dos principais destinos turísticos religiosos do Brasil. O marcador tem um código eletrônico (QR code) que dá acesso a informações sobre roteiros de viagem e dicas de segurança para os turistas.

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Os marcadores estão sendo distribuídos nos terminais de ônibus do Rio de Janeiro, centros de atendimento ao turista e no estande do ministério da Expocatólica, feira religiosa que ocorre junto com a JMJ.

Levantamento feito pelo governo esta semana mostra, em dados preliminares, que 93% dos visitantes de outros países que vieram para a JMJ têm a intenção de voltar ao Brasil e 60% deles pretendem visitar outras regiões do país.

Rio de Janeiro - O papa Francisco participa de diversas atividades hoje (27). A programação começa às 9h, com a celebração da Santa Missa, junto com os bispos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e sacerdotes, religiosos e seminaristas na Catedral de São Sebastião, na área central da cidade.

Às 11h30, o pontífice tem encontro com políticos, diplomatas, lideranças comunitárias, intelectuais, empresários, artistas e líderes das maiores comunidades religiosas do país, quando fará um discurso. Duas horas depois, no refeitório do Centro de Estudos do Sumaré, o santo padre almoça com os cardeais brasileiros, representantes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a comitiva que o acompanha.

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Às 19h30, o papa Francisco tem o último compromisso do dia, com a Vigília de Oração no palco central na Praia de Copacabana, onde estarão reunidos mais de 1,5 milhão de peregrinos, de acordo com estimativa dos organizadores da JMJ. A programação da JMJ começou cedo, com a peregrinação dos fiéis que vão participar da vigília de oração na Praia de Copacabana, a partir das 19h30, com a presença do papa Francisco.

A rota de peregrinação começou às 7h, em frente à estação ferroviária Central do Brasil e terá 9,5 quilômetros, até o palco central na Praia de Copacabana, na zona sul. Os peregrinos farão o circuito sinalizado pela Central, seguindo pela Avenida Presidente Vargas, Avenida Rio Branco, Aterro do Flamengo, Enseada de Botafogo, Túnel Novo e Copacabana. Durante o percurso, os peregrinos inscritos poderão retirar o kit da vigília, próximo ao Monumento aos Pracinhas, no Aterro do Flamengo.

Quem participar da vigília poderá dormir na praia, sem o uso de barracas. Os peregrinos, caso prefiram, poderão retornar por meio do metrô, trem ou ônibus, que funcionarão 24 horas, em plena capacidade, para atender aos fiéis. Não haverá compra antecipada de bilhetes e, para agilizar a circulação dos passageiros, quatro estações do metrô serão fechadas: Presidente Vargas, Cinelândia, Catete e Cantagalo.

A vigília se estende até as 10 horas de amanhã (28), quando o papa Francisco reza a Missa de Envio, com a presença da presidenta Dilma Rousseff, de ministros de Estado e presidentes latino-americanos convidados para o evento.

 

Não são apenas os jovens e os fieis católicos que lotaram a cidade do Rio de Janeiro desde a última segunda-feira (22), quando o Papa Francisco chegou à cidade para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Centenas de pessoas também têm ido aos locais para vender produtos religiosos, água, acessórios e outras mercadorias.

Os ambulantes são vistos em várias partes do Rio de Janeiro, da capital até cidades adjacentes. Pelas ruas e avenidas eles comerciam informalmente diversos produtos. Alguns aproveitam para negociar imagens, chaveiros, camisas e bandeiras do Papa. Já outros se valem da temperatura amena para vender luvas, toucas e cachecóis.

Para o vendedor de acessórios de frio Nelson Pinheiro, 58 anos, como a temperatura na cidade está baixa, as vendas aumentaram em quase 100%. “Eu estou aqui circulando no Rio desde segunda e as pessoas estão comprando bem”, contou.

Pinheiro está animado com o aumento das negociações devido à frieza. “Houve um aumento de cerca de 80%. O comércio que trabalho está se saindo bem porque o tempo está frio”, comemorou.

Outra comerciante informal, Adriana Farias, 40, também tem obtido boas vendas. “O kit de sanduíche natural que estou vendendo já saiu todo hoje. Se estivesse mais, eu vendia. Por dia estou arrecadando cerca de R$ 90,00 a R$ 130,00”, disse.

Mas nem todos os vendedores estão obtendo sucesso. Para o comerciante Sérgio Santos, 30, as vendas poderiam estar melhores. “Como eu negocio com água, refrigerantes e energéticos as pessoas tem comprado pouco devido ao frio desses dias”, constatou.

Além de produtos oficiais da JMJ e de água, lanches e acessórios, se encontram quase de tudo pelas ruas do Rio. Quem passa pelas avenidas pode conferir desde lembrancinhas da cidade maravilhosa até sombrias, meias e inúmeros outros objetivos.

 

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O papa Francisco deixou na manhã deste sábado a residência do Sumaré, no Rio de Janeiro, para rezar uma missa para religiosos na Catedral Metropolitana, prevista para começar às 9 horas. Francisco já esteve na catedral esta semana, quando conversou com 5 mil peregrinos argentinos.

Por volta das 7 horas, os peregrinos começaram o dia com uma peregrinação de 9,5 quilômetros pelas ruas do rio. A concentração começou na Estação Central do Brasil, em frente ao Campo de Santana, e vai passar pelas avenidas Presidente Vargas e Rio Branco, pelo Aterro do Flamengo, Enseada de Botafogo, rua Lauro Sodré, Túnel Novo e termine na Avenida Princesa Isabel. (AE)

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Marcando a Igreja com seu estilo, o papa Francisco deu ontem à via-crúcis um sentido político e social. Dos jovens, cobrou uma atitude de "coragem" para mudar o mundo e, com a cruz, desafiar os problemas vividos pela sociedade. "Você é o que lava as mãos, se faz de distraído e vira para o outro lado?", questionou o papa, aludindo à atitude de Pilatos, que lavou as mãos diante da crucificação de Cristo. "Jesus olha agora e te diz: ‘quer ajudar a levar a cruz?’", completou.

Na Praia de Copacabana, o pontífice levou milhares de jovens para acompanhar a encenação, depois de causar uma verdadeira histeria em seu trajeto pela orla. Hoje, Francisco falará aos políticos brasileiros em um encontro no Theatro Municipal do Rio. O Estado apurou que o papa alertará sobre a pobreza.

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Ontem, Francisco optou por transformar a cruz e as imagens das estações do sofrimento de Jesus em alusões aos desafios sociais e políticos. "Com a Cruz, Jesus se une ao silêncio das vítimas da violência, que já não podem clamar, sobretudo os inocentes e indefesos."

Outro alerta de Francisco foi para o desafio da fome, numa crítica explícita ao desperdício de setores inteiros da sociedade, enquanto milhões não têm o que comer. "Jesus se une a todas as pessoas que passam fome, num mundo que todos os dias joga fora toneladas de comida", alertou. Pela primeira vez, ele também falou do racismo, além dos problemas de intolerância religiosa. "Jesus se une a quem é perseguido pela religião, pelas ideias ou pela cor da pele", apontou.

Política

O tradicional ato de devoção da Igreja não escapou ao estilo que o papa começa a aplicar, transformando a Igreja em um centro do debate até mesmo político. "Jesus se une a tantos jovens que perderam a confiança nas instituições políticas, por egoísmo e corrupção, ou que perderam a fé na Igreja, e até mesmo em Deus, pela incoerência de cristãos e de ministros do Evangelho", declarou.

Para o pontífice, os jovens não devem temer e precisam sair a enfrentar esses obstáculos. "Na Cruz de Cristo, está o sofrimento, o pecado do homem, o nosso também, e Ele acolhe tudo com seus braços abertos, carrega nas suas costas as nossas cruzes e nos diz: Coragem! Você não está sozinho a levá-la! Eu a levo com você. Eu venci a morte e vim para lhe dar esperança, dar-lhe vida".

Há dois dias, o papa já havia incentivado os jovens brasileiros a lutar contra a corrupção. Agora, usa o símbolo da cruz para insistir que não podem se dar por derrotados. O papa fez questão de lembrar aos jovens brasileiros que a luta, na forma de cruz, esteve sempre presente na história do País. "O primeiro nome dado ao Brasil foi justamente o de Terra de Santa Cruz. A Cruz de Cristo foi plantada não só na praia, há mais de cinco séculos, mas também na história, no coração e na vida do povo brasileiro."

Apelo

A convocação para que atuem também fez parte da conversa que o papa manteve em um almoço com 12 jovens de todo o mundo. O papa alertou garotos de vários continentes que deveriam abandonar apenas a "visão economista" do mundo e voltar a adotar uma "visão humanista". Apesar de a Jornada contar com centenas de jovens da África, nenhum deles foi convidado para o almoço com o papa no Palácio São Joaquim. O Vaticano não soube explicar porque o continente mais pobre do mundo ficou de fora do encontro com o papa que defende os pobres. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O papa Francisco reconheceu pela primeira vez em público as "incoerências" da Igreja e, em plena Jornada Mundial da Juventude, costura politicamente sua reforma da Cúria - que será iniciada assim que retornar a Roma.

Durante a via-crúcis realizada ontem (26) na Praia de Copacabana, o pontífice fez um mea-culpa, diante de uma Igreja que ele assumiu. Em um recado a todos que estão insatisfeitos com as instituições católicas, pede que voltem a colocar Cristo no centro de suas vidas. "Jesus se une a tantos jovens que perderam a fé na Igreja, e até mesmo em Deus, pela incoerência de cristãos e de ministros do Evangelho", declarou o papa.

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Em pouco mais de quatro meses de pontificado, Francisco tem evitado temas como os escândalos sexuais da Igreja. Mas sabe que os problemas afetaram de forma profunda a imagem e a credibilidade do Vaticano. Parte deles vem justamente de dezenas de padres e bispos que, por anos, abafaram escândalos em comunidades, enquanto a Santa Sé fez vista grossa.

Sua referência no discurso de ontem (26) foi um sinal, segundo o Vaticano, de que o papa sabe que precisa lidar com esse assunto em algum momento. E, de uma forma mais geral, terá de começar a passar dos símbolos a uma concretização de suas promessas de mudanças.

Fontes do Vaticano admitiram que o papa tem colocado a reforma da estrutura da Igreja como prioridade e, nos últimos meses, tem dedicado uma parte importante de seus dias para estudar formas de promover a mudança.

Seu cronograma não mudou, nem mesmo durante sua estada no Rio. Na terça-feira, enquanto o Vaticano anunciava que seu dia havia sido de "descanso", a realidade é que o papa usou o momento para se reunir com grupos religiosos e cardeais latino-americanos para estudar projetos de reforma. Na residência do Sumaré, promoveu reuniões de trabalho, recebeu lideranças e discutiu planos concretos.

A principal meta é a de criar uma estrutura que permita que brigas pelo poder sejam diluídas e uma gestão moderna seja implementada em um órgão de séculos, que há muito tempo não é modificado.

Bispos

Mas, para realizar a reforma, Francisco já foi alertado que terá de construir consensos e atrair propostas "das bases". Isso porque, em parte da Cúria, o papa poderá encontrar certa resistência e, para superá-las, terá de convencer que o projeto não é apenas dele, mas o resultado de debates. Na prática, isso está sendo traduzido em um apelo para que bispos de várias regiões apresentem ideias e projetos.

O cardeal brasileiro João Braz de Aviz disse que, nas próximas semanas, "boas notícias" serão dadas, em uma referência a mudanças que serão anunciadas. "O papa vai mostrar que podemos ter uma Igreja mais leve, mais simples", declarou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após a cerimônia de via-crúcis, apresentada para o papa Francisco no palco da Jornada Mundial da Juventude, no Leme, em Copacabana, o Rio teve mais uma noite de protestos contra o governador Sérgio Cabral (PMDB) nesta sexta-feira, 26.

O grupo, que também questionava os gastos com a vinda do papa, se reuniu na Estação Cardeal Arcoverde e, por volta das 20h, chegou ao evento católico. Os manifestantes apareceram logo depois da saída do pontífice - alguns furaram a barreira de segurança e causaram tumulto. Ironicamente, pouco antes Francisco havia feito um discurso exortando a juventude a confrontar os políticos e os desafios sociais.

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Com sol, mas ainda um pouco de frio, a praia de Copacabana recebeu um público ainda maior que o da quinta-feira, 25, quando 1 milhão de pessoas participou da missa de Acolhida da Jornada Mundial da Juventude. A representação da via-crúcis para o papa começou às 18h e terminou quase duas horas depois.

No final da cerimônia da Via-Crucis, na 14ª estação, onde se encontra o papa Francisco, o pontífice pediu oração aos jovens que morreram na tragédia da boate Kiss, na cidade gaúcha de Santa Maria, em janeiro deste ano.

Em seu discurso aos peregrinos na praia de Copacabana, o papa fez referência ao primeiro nome dado ao Brasil, 'Terra de Santa Cruz'. "A cruz de Cristo foi plantada não só na praia, há mais de cinco séculos, mas também na história, no coração e na vida do povo brasileiro e muitos outros povos. O Cristo sofredor, o sentimos próximo, como um de nós que compartilha o nosso caminho até o final. Não há cruz, pequena ou grande, da nossa vida que o Senhor não compartilhe conosco", disse o papa.

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Depois de rezar a oração do Pai-Nosso em latim, o pontífice concluiu a cerimônia de via-crúcis. O papa Francisco foi bastante aplaudido pelos milhares de fiéis em Copacabana.

Cerca de 30 manifestantes estão reunidos perto da estação de metrô Cardeal Arcoverde, em Copacabana (zona sul do Rio), para mais um protesto, na tarde desta sexta-feira, 26. "EsTe é um protesto contra os gastos públicos com a vinda do papa e todos os abusos desTe governo. Está mais do que dito pelo povo tudo de errado que está acontecendo, e as manifestações mostram isso. Só espero que não aconteça desta vez o que tem acontecido nos protestos", disse a atriz Lis Coelho, referindo-se aos confrontos entre policiais e manifestantes.

O grupo protesta também contra os gastos públicos no Campus Fidei, em Guaratiba, na zona oeste, área que receberia os últimos eventos da Jornada Mundial da Juventude e foi descartada por conta da lama causada pela chuva dos últimos dias. "E todo o dinheiro gasto em Guaratiba? Vai para onde? Foi para a lama", disse o vendedor Sérgio Murilo. Em um dos cartazes se lê "Chega de festa com o meu dinheiro".

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A Polícia Militar não informou quantos policiais vão acompanhar o protesto. Segundo o tenente-coronel Cláudio Costa, comandante do 19º Batalhão da PM, será usado o mesmo esquema de policiamento adotado durante o protesto de quinta-feira, quando os policiais usaram coletes de identificação e circularam fardados por entre os manifestantes. "Outras jornadas também registraram manifestações. É natural que pessoas utilizem eventos desse porte para fazer seu protesto. Democracia é isso, e o objetivo é que a manifestação seja pacífica", disse o comandante.

Os manifestantes acreditam que o protesto desta sexta-feira não irá reunir muita gente, até pela dificuldade de chegar a Copacabana. Eles também não conseguirão chegar perto do palco onde o papa ficará, pois toda a orla já está tomada por peregrinos.

Com a chegada do papa Francisco ao palco montado no Leme, começa a encenação da via-crúcis. A narração é feita pelo ator Eriberto Leão. O primeiro palco, uma fortaleza romana, representa Jesus condenado.

A via-sacra será feita com atores percorrendo 13 estações, até chegaram ao 14º ponto, onde estará o papa Francisco. O trajeto tem 900 metros na Avenida Atlântica e contará ainda com 206 voluntários. A encenação mostra o sofrimento de Cristo e retratará também os problemas atuais da juventude. A direção geral do espetáculo é de Ulysses Cruz.

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O papa acaba de chegar ao Forte de Copacabana e segue agora, no papamóvel, até o palco da Jornada Mundial da Juventude montado no Leme, onde será encenada a via-crúcis. Ele desfila pela avenida Antártica, acenando para os peregrinos ao longo da avenida.

Com sol, mas ainda um pouco de frio, a praia de Copacabana parece receber um público ainda maior que o de quinta-feira, 25, quando um milhão de pessoas assistiram a missa de Acolhida da Jornada Mundial da Juventude.

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A via-crúcis do papa Francisco está marcada para as 18h, mas a "primeira fila" dos gradis na Avenida Atlântica está tomada por peregrinos e fiéis, que lotam também as ruas de acesso à praia.

Na presença de cinco jovens infratores brasileiros, o papa Francisco fez um alerta forte contra a violência da polícia no Brasil. "Candelária nunca mais", declarou o papa diante dos menores internados em instituições no Rio. No encontro no Palácio São Joaquim nesta sexta-feira, 26, os jovens explicaram ao papa sua situação e Francisco teria se emocionado.

Segundo o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, os cinco deram ao papa um rosário gigante, com os nomes de cada um dos oito jovens e crianças mortos por policiais há 20 anos, em 23 de julho de 1993, no episódio que ficou conhecido como Chacina da Candelária.

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Ao abrir oficialmente a Jornada Mundial da Juventude, na terça-feira, 23, o arcebispo do Rio, d. Orani Tempesta, já havia lembrado os mortos na chacina.

O crime

Mais de 70 crianças e jovens dormiam na área da Candelária na madrugada de 23 de julho de 1993, quando os carros com PMs chegaram. Quatro foram executados ali mesmo. Um foi assassinado ao tentar fugir. Outro morreu dias depois, internado. Dois foram levados até o Aterro do Flamengo e assassinados. Seis tinham de 11 a 17 anos; havia um de 18 e outro de 19.

Baleado novamente em 1994, Wagner dos Santos, a principal testemunha, vive na Suíça. Sofre sequelas como esterilidade, cegueira de um olho e surdez de um ouvido.

Com sol, mas ainda um pouco de frio, a praia de Copacabana parece receber um público ainda maior que o dessa quinta-feira, 25, quando um milhão de pessoas assistiram a missa de Acolhida da Jornada Mundial da Juventude. Faltam mais de duas horas para o início da via-crúcis do papa Francisco, marcada para as 18h desta sexta, 26, mas a "primeira fila" dos gradis na Avenida Atlântica já está tomada por peregrinos e fiéis, que lotam também as ruas de avesso à praia.

No metrô, quadro semelhante ao de ontem: vagões e estações de Copacabana lotadas, principalmente a Cardeal Arcoverde, a mais próxima do palco e dos pontos da via sacra.

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Os peregrinos chegam a discutir entre si pelos melhores lugares em um dos trechos da avenida Atlântica, próximo ao segundo ponto da via sacra, em frente à rua República do Peru. Toda a extensão da faixa no sentido Ipanema/Leme da avenida está interditada para a passagem do papamóvel, com exceção deste trecho. Como o ponto posteriormente deve ser também liberado para o papa passar, fiéis já se posicionam no ponto onde ficarão os gradis. Eles impedem que peregrinos que estão do outro lado da avenida cruzem para a praia, o que está gerando muitas discussões.

Militares da Força Nacional de Segurança somente observam o impasse. Mesmo com o bloqueio, alguns peregrinos usam a força para passar, machucando uns aos outros. Há idosos e crianças no meio.

O papa Francisco deixou o Palácio São Joaquim, na zona sul do Rio, onde almoçou com jovens peregrinos e teve um encontro com menores infratores. Por volta das 14h45, o pontífice chegou ao Centro de Estudos do Sumaré, onde está hospedado desde segunda-feira, 22. De acordo coma a agenda oficial, Francisco deve descansar até o final da tarde, quando segue para a via-crúcis da Jornada Mundial da Juventude, na praia de Copacabana.

Centenas de pessoas permaneceram diante do palácio para ver a saída do pontífice. Horas antes, Francisco fez a oração do Ângelus no local para cerca de 5 mil fiéis, segundo estimativas de policiais militares.

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Os acessos à praia de Copacabana já estão fechados, conforme planejamento estabelecido pela Prefeitura do Rio. Ônibus, táxis e carros particulares não podem circular pelas vias que levam ao bairro. A via-crúcis está marcada para Às 18h, começa na altura da Rua Santa Clara e percorrerá 13 estações ao longo da Avenida Atlântica.

Um tenso e irritadiço Eduardo Paes (PMDB) assumiu nesta sexta-feira, 26, as responsabilidades pelas falhas de organização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em entrevista em que foi anunciada a nova programação para a peregrinação e a vigília do evento, antes previstas para Guaratiba (zona oeste do Rio), local inviabilizado pelas chuvas que inundaram o terreno que estava sendo preparado para receber os fiéis.

Agora, informou o prefeito do Rio, a programação é que a peregrinação, em vez dos 13 quilômetros previstos anteriormente, tenha 9,5 quilômetros, comece na Estação Central do Brasil, em frente ao Campo de Santana (Centro), e passe pelas Avenidas Presidente Vargas e Rio Branco, pelo Aterro do Flamengo, Enseada de Botafogo, rua Lauro Sodré, Túnel Novo e termine na Avenida Princesa Isabel. A caminhada começará às 7h de amanhã.

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Questionado sobre a escolha do terreno em Guaratiba, o prefeito afirmou que todos os custos de sua preparação foram assumidos pela Igreja Católica.

"O prefeito está aqui para assumir todas as responsabilidades pelo poder público. A visita do Papa é uma honra. Não vamos transformar em problema. O que estamos vendo nas ruas é alegria", afirmou.

Ele disse, no entanto, que a decisão de levar o evento a um local mais pobre, fora da zona sul, foi um "pedido da Igreja Católica". "A Igreja pediu um evento que não fosse em Copa (cabana), mas na zona oeste ou norte. A zona norte é muito adensada. Até se pensou no Campo dos Afonsos, depois na Base Aérea do Galeão, não foi possível por dificuldades das Forças Armadas de desmobilizar armamentos. Buscou-se um lugar menos adensado." Paes afirmou não saber se o terreno pertence ao empresário de ônibus Jacob Barata.

 

#ET

A maratona de viagem de jovens pernambucanos que durou quatro dias de Recife ao Rio de Janeiro não tem sido muito alegre para alguns jovens. À caminho da cidade maravilhosa, local sede da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) algumas pessoas passaram mal em virtude da baixa temperatura e até pegaram pneumonia. Em São Paulo, onde alguns passaram a noite da última quarta-feira (24), a temperatura estava abaixo de 15° e fez com que os viajantes adoecessem.

A estudante Greisse Kelly, 19 anos foi uma das pessoas que não e sentiram bem. “Passei mal quando voltei de Aparecida a caminho da Comunidade Canção Nova. A vista escureceu e fiquei com falta de ar. No ônibus chegaram a prestar os primeiros socorros, mas não cheguei a ser atendida por nenhum médico”, contou.

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Outra jovem que também adoeceu foi a recepcionista Elba Nascimento, 19. “Passei mal em São Paulo. Senti ânsia de vômito, queimação de estômago, tontura e tosse seca”, relembrou. Ela chegou a ser atendida por um médico, foi examinada, medicada, mas disse ainda não estar se sentindo bem.

Um dos casos mais graves foi o da assistente técnica administrativa, Isabelly Tereza, 25. Ela contou que desde a saída de Recife estava com tosse, mas a temperatura muito baixa e a falta de alimentação tiveram consequências na sua saúde. “Durante a viagem de ônibus chegamos a passar 19h sem comer para tentar não nos atrasar nas atividades da JMJ e por isso comecei a enjoar devido a frieza”, disse.

A assistente teve o quadro agravado e foi diagnosticado pneumonia. “Tive tosse e na Canção Nova senti dores no pulmão mesmo bem agasalhada e com luvas. Fui examinada por um médico e ele falou que eu estava com início de pneumonia”, relatou. Apesar do diagnóstico a jovem disse não desistir do evento. “Estou tomando remédio para continuar a JMJ e quero chegar viva em Recife para cuidar do meu filho”, explica.

Além das três jovens houve problemas de saúde com cerca de 10 pessoas também de Pernambuco. Todas as complicações foram motivadas devido a baixa temperatura. No Rio, local do evento, a temperatura também estar amena, porém ainda não houve registro de casos agravados.

Para jovens do mundo inteiro a ida a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no Rio de Janeiro é algo confirmado há meses. Eles vêem arrecadando dinheiro, realizando atividades religiosas e eventos em prol da viagem. Para outros, o desejo de ir ao evento já era algo irreal, até que o sonho tornou-se concreto.

Inquieto devido o cronograma de atividades da universidade em que estuda, o estudante de engenharia mecânica, Jomário Gama, 22 anos, acreditava não poder ir mais ao evento pelo atraso da instituição educacional devido à greve. “Foi de ultima hora porque as atividades da universidade se desordenaram por causa da greve e eu não iria participar da JMJ”, relembrou.

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Além do compromisso da universidade, Gama tinha também a dificuldade financeira, mas com ajuda de amigos superou. “Na semana passada, no último dia de inscrições uma amiga me emprestou o dinheiro. Hoje estou muito feliz por ter conseguido. A expectativa é muito grande porque como muitos falam a jornada é uma demonstração da vida da igreja“, opinou o estudante. 

A confirmação de última hora foi semelhante na vida da estudante de fonoaudiologia, Tayza Mirella, 23. Ela contou que os participantes do grupo jovem que participa arrecadou dinheiro e conseguiu doações, mas devido a coincidência da semana de provas da universidade não poderia ir. “Eu vi depois, que nem todos os testes chocavam com a semana da JMJ, mas já não dava mais para ir com meus amigos. Foi quando uma professora me falou de um kit peregrino e fez minha inscrição”, relembrou.

Tayza espera trazer renovações para outros jovens e para a igreja quando voltar do evento. “Quero trazer o fortalecimento da fé e ser uma semente de fogo do Espírito Santo para espalhar para os outros jovens e contribuir para uma nova igreja”, deseja.

Também confirmando a ida em poucos dias antes da Jornada Mundial da Juventude, o operário da Arena Pernambuco, Alexandre Porfírio, 28 anos, só conseguiu ir porque alguns trechos da obra paralisaram. “Eu trabalho na frente do asfalto e só pode vir porque as obras pararam e meu chefe me liberou”, comemorou.

A agenda cheia de compromissos, desde as 6h até o fim da noite, não parece afetar o incansável papa Francisco. Aos 76 anos, o pontífice chama a atenção pela energia e vitalidade que exibe. Até os funcionários da Santa Sé estão impressionados com esse vigor. Eles contam que é difícil acompanhar o ritmo do papa. "Quando o Bento 16 explicou porque estava renunciando, disse que acreditava que seria necessário uma pessoa com muito vigor, que ele não tinha naquele momento. Isso parece que foi muito bem realizado com o papa Francisco. Temos a impressão de que sua energia é inesgotável", brincou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.

Segundo ele, isso já é visível em Roma, na atividade cotidiana do pontífice. "Essa vitalidade dá um certo estresse aos seus colaboradores, que há muito tempo não estavam acostumados com tanto agito. Ele não aproveita o tempo que tem para descansar, sempre faz alguma outra coisa nesses horários". Lombardi também comemorou, em tom de brincadeira, o fato de a viagem ao Brasil já estar terminando. "Estamos contentes que já chegamos à metade da viagem. Se ela fosse muito mais longa, acho que já estaríamos destruídos", disse.

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