Tópicos | João Victor Ribeiro

"Sou condenado pelo resto da minha vida", afirmou João Victor Ribeiro, réu no caso Tamarineira, durante depoimento. Nesta quinta-feira (17), é realizado o terceiro dia de seu julgamento, no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, em Joana Bezerra, no Recife.

João Victor reconheceu que errou ao beber e dirigir, mas alegou que não se recorda do acidente que tirou a vida de três pessoas e deixou outras duas feridas. "Eu cheguei a tentar me matar de tanto pensar em como fiz aquilo", declarou. 

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O réu disse ainda que, depois de preso, descobriu que o chaveiro e o faxineiro planejavam matá-lo na unidade prisional, supostamente em troca de R$ 60 mil. Os homens seriam conhecidos como "Douguinha e "Chapolin". "Não sei de onde vinha esse dinheiro. Soube por eles mesmos, doidões, de álcool e de droga", completou.

João Victor reiterou seu pedido de perdão por sua atuação no caso e disse que precisa de tratamento, por ser dependente químico. "Só sendo um psicopata mesmo pra viver uma vida tranquila sabendo que destruiu cinco famílias ao mesmo tempo. Havendo mortes, sequelas, cadeia, sofrimento, perda. Eu não tive intenção de matar ninguém", colocou.

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Bate-boca

O inquirimento do réu pela defesa foi interrompido por um bate-boca entre a promotora de Justiça Eliane Gaia e a juíza titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, Fernanda Moura de Carvalho. A juíza determinou que a promotora controlasse o gestual durante a fala de João Victor. Gaia teria ironizado o choro do réu. 

A promotora, então, gritou para a juíza: "se contenha". Em seguida, Fernanda Moura de Carvalho disparou "cale a boca". 

Ao final da inquirição da defesa, a sessão foi suspensa até as 14h30, para almoço. O julgamento será retomado com os debates.

O caso

Na colisão, em 26 de novembro de 2017, a esposa Maria Emília Guimarães, de 39 anos, o filho Miguel Arruda da Motta Silveira Neto, de três anos, e a babá Rosiane Maria de Brito Souza, grávida de quatro meses, morreram. A filha mais velha do casal, Marcelinha, hoje com nove anos, sofreu um grave traumatismo craniano e ficou internada por dois meses após o acidente, e faz tratamento até hoje. A menina vive com o pai, o advogado Miguel Arruda da Motta Silveira Filho, de 49 anos, e único outro sobrevivente da tragédia.

De acordo com a Polícia Civil, João Victor havia ingerido álcool por muitas horas consecutivas, em uma festa local, misturando, inclusive, bebidas como cerveja e uísque. Perícias técnicas apontaram que o veículo conduzido pelo estudante de engenharia estava a 108 quilômetros por hora, quando o máximo permitido na via em que ele trafegava é de 60 quilômetros por hora.

A batida aconteceu por volta das 19h30, no cruzamento da Estrada do Arraial com a Rua Cônego Barata, no bairro da Tamarineira. Ainda de acordo com a polícia, o veículo onde viajava a família de quatro pessoas e a babá, que estava grávida, seguia pela Estrada do Arraial, no sentido Casa Forte, na mesma região, quando o outro carro avançou o sinal e causou a colisão. A caminhonete da família estava a cerca de 30 quilômetros por hora.

Às 9h desta quinta-feira (17), o terceiro dia do julgamento do Caso da Tamarineira, que ocorre no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, em Joana Bezerra, no Recife, começou com o depoimento do réu João Victor Ribeiro. Durante a sessão, ele se emocionou ao lembrar do pai e da avó e disse que começou a consumir álcool, tabaco e cocaína ainda na adolescência. João Victor pode ser condenado por três homicídios dolosos (com intenção de matar) e por duas tentativas de homicídio. 

O réu disse que foi um adolescente rebelde, em razão da separação de seus pais. De acordo com ele, seu padrasto traía sua mãe constantemente. Nessa época, a família residia em Aracaju-SE.

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"Comecei a fumar cigarro aos 13 anos, depois de muitas afrontas do meu padrasto. Ele já ameaçou me bater, minha mãe botou ele para fora. Uma vez que ele foi violento com ela, liguei pro meu pai e informei o que estava acontecendo. Foi quando esse cara saiu de casa. Eu já estava usando cigarro e cocaína", relatou. 

Aos 16 anos, João Victor concluiu o ensino médio e voltou ao Recife para ingressar no curso de administração. "Comecei a beber com o meu pai. Eu bebia de uma forma tranquila, quando acabava, pedia a conta e ia embora para casa. Até que fui fazer faculdade", declarou.

Segundo o réu, o uso da cocaína, que estava suspenso desde o retorno ao Recife, foi retomado neste período. A droga intensificava o efeito da bebida. "Vendi coisas de dentro da minha casa para comprar droga. Roupas, tênis. Chegou um certo tempo que não tinha mais controle de mim", afirmou. 

João Victor abandonou a faculdade e conseguiu seu primeiro emprego, por meio da indicação de um amigo. Segundo ele, seu salário passou a ser utilizado para o consumo das drogas. "Frequentava bares de noite e passei a usar cocaína com mais frequência. Consegui comprar um Palio vermelho e comecei a trabalhar. Sempre bebendo e usando cocaína escondido [da família]", acrescentou.

O réu alegou que o efeito das drogas sobre seu comportamento cotidiano o levou a ser demitido do emprego. Depois disso, ele conheceu o ecstasy, em uma rave na Paraíba, na qual sofreu uma overdose. 

"Cheguei para minha mãe e disse: 'me ajude, se não vou morrer'. Eu ia me matar por uma vício infantil, precoce, que me fazia mal", alegou.

O réu chegou a ser internado duas vezes em uma clínica de reabilitação, que deixou pela última vez em 2015. Ele afirma que já contou com acompanhamento psiquiátrico e que faz uso de medicação controlada.

A defesa alega que João Victor é dependente químico. O julgamento pode ser encerrado nesta quinta-feira, após realização dos debates entre defesa e acusação.

O caso

Na colisão, em 26 de novembro de 2017, a esposa Maria Emília Guimarães, de 39 anos, o filho Miguel Arruda da Motta Silveira Neto, de três anos, e a babá Rosiane Maria de Brito Souza, grávida de quatro meses, morreram. A filha mais velha do casal, Marcelinha, hoje com nove anos, sofreu um grave traumatismo craniano e ficou internada por dois meses após o acidente, e faz tratamento até hoje. A menina vive com o pai, o advogado Miguel Arruda da Motta Silveira Filho, de 49 anos, e único outro sobrevivente da tragédia.

De acordo com a Polícia Civil, João Victor havia ingerido álcool por muitas horas consecutivas, em uma festa local, misturando, inclusive, bebidas como cerveja e uísque. Perícias técnicas apontaram que o veículo conduzido pelo estudante de engenharia estava a 108 quilômetros por hora, quando o máximo permitido na via em que ele trafegava é de 60 quilômetros por hora.

A batida aconteceu por volta das 19h30, no cruzamento da Estrada do Arraial com a Rua Cônego Barata, no bairro da Tamarineira. Ainda de acordo com a polícia, o veículo onde viajava a família de quatro pessoas e a babá, que estava grávida, seguia pela Estrada do Arraial, no sentido Casa Forte, na mesma região, quando o outro carro avançou o sinal e causou a colisão. A caminhonete da família estava a cerca de 30 quilômetros por hora.

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A gerente de empresas aposentada, Ana Patrícia Ribeiro, mãe de João Victor Ribeiro, pediu compaixão e misericórdia da sociedade no julgamento do filho desta quarta-feira (16), na 1ª Vara do Tribunal do Júri da capital, no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, na Ilha de Joana Bezerra, na região central da capital, e disse que ele precisa de ajuda por sofrer de adicção. "Eu queria pedir compaixão e misericórdia da sociedade para entender que meu filho precisa de ajuda".

Ela disse que caso seja preso, o filho não poderá ter ajuda. “Ele não vai ter [ajuda] no lugar que querem colocá-lo. A adicção é uma doença, infelizmente. A penalidade que querem não vai curar nem ele e nem a ninguém. O álcool é uma droga lícita porque existem indústrias. Será que ele é a causa?", questionou.

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Ana Patrícia chegou a afirmar que o filho não provocou a colisão. "Meu filho não provocou o acidente. Ele não saiu de casa com a intenção de matar ninguém. Foi um acidente. Infelizmente, uma fatalidade. A adicção é uma doença que não tem cura, mas tem controle. Ele não cometeu infração de trânsito alguma. Estão querendo incitar e denegrir a imagem dele", defendeu.

Ela disse, ainda, que precisou morar em outro Estado para trabalhar e o mandou de volta para Recife porque "não conseguia sozinha" dar conta dele "quando entrou no mundo das drogas". "Eu aconselhava muito meu filho. Eu me separei do pai dele, ele tinha cinco anos de idade, e a irmã, dois aninhos. Precisei morar em outro Estado. Nós ficamos longe da nossa família. A única rede de apoio que eu tinha era uma funcionária", contou. 

"Se eu errei, foi tentando acertar. Ele voltou pra cá [Recife] porque lá ele entrou no mundo das drogas, e eu não conseguia sozinha. Tirei ele de lá com o coração partido para ele ficar ao lado do pai aqui. Até então, não conhecíamos a doença [adicção]. As pessoas não entendem porque não conhecem", disse, emocionada.

João Victor Ribeiro de Oliveira, motorista responsável por provocar a colisão que matou três pessoas e deixou duas gravemente feridas, vai a júri popular nesta terça-feira (15). O acusado foi identificado como o condutor que avançou o sinal causando a 'Tragédia da Tamarineira', em novembro de 2017. 

O júri será presidido pela juíza de Direito Fernanda Moura de Carvalho, titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital. O Ministério Público de Pernambuco será representado pela promotora de Justiça Eliane Gaia.

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Acidente

A colisão ocorreu por volta das 19h30, no cruzamento da Estrada do Arraial com a Rua Cônego Barata, na Zona Norte do Recife, após João Victor sair de uma festa. Conforme a perícia da Polícia Civil, ele consumiu bebida alcoólica e conduzia a 108 km/h na via urbana. 

O motorista desrespeitou a sinalização e atingiu o carro ocupado por quatro pessoas da mesma família e uma babá, que estava grávida de quatro meses. O veículo seguia a 30 km/h.

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Vítimas

A mãe Maria Emília Guimarães, de 39 anos, o filho Miguel Arruda da Motta Silveira Neto, de três, e a babá Rosiane Maria de Brito Souza, morreram com a colisão.

O pai Miguel Arruda da Motta Silveira Filho, de 49, e a filha Marcelinha, na época com quatro anos, ficaram feriados, mas sobreviveram ao acidente. A menina ficou internada por dois meses com um quadro grave de traumatismo craniano e faz tratamento até hoje.

Julgamento

João Victor será julgado na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, alocada no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, no bairro de Joana Bezerra. 

A sentença será proferida após a oitiva de 22 pessoas e o interrogatório do réu. Serão ouvidos o sobrevivente Miguel Arruda, um assistente técnico, quatro testemunhas comuns à acusação e defesa, e 16 testemunhas de defesa, conforme o Tribunal de Justiça de Pernambuco. A expectativa é que o julgamento dure mais de um dia.

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