Tópicos | La Ninã

A temperatura alta e sensação de abafado do verão, potencializado neste 2023 pela desconfiguração do fenômeno-atmosférico La Niña, que influenciou no clima global por três anos consecutivos, só pede o uso de ventilador e do ar-condicionado durante as 24 horas do dia, pelo menos até o dia 20 de março, quando a estação acaba oficialmente e inicia o outono. 

Com a quase impossibilidade de ficar sem nenhum tipo de conforto neste calor e o aumento do uso do ar-condicionado e ventilador, é importante manter a manutenção dos aparelhos para que eles tenham um funcionamento melhor e não quebram. 

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O técnico em refrigeração da Rv Refrigeração (@r_v_refrigeracao) Robson Mangueira explicou ao LeiaJá que a manutenção do ar-condicionado é de grande valia, inclusive para auxiliar na saúde das pessoas com doenças respiratórias. “A importância de ter um ar-condicionado limpo é para prevenir o desenvolvimento de microrganismos como fungos e bactérias, que podem potencializar doenças respiratórias e alérgicas. Além disso, também impacta no bolso do cliente, pois reduz o consumo de energia e aumenta a vida útil do equipamento”. 

De acordo com o profissional, é recomendado fazer manutenção periódica do equipamento de seis em seis meses para que ele mantenha o bom funcionamento. “Sem a manutenção o aparelho consome mais energia e, consequentemente, força mais, o que faz com que ele trabalhe mais forçado e diminua a vida útil”. 

Robson frisou que a limpeza feita comumente pelos usuários tira apenas 20% da sujeira, por isso a indicação da limpeza e manutenção feita pelos técnicos. “Nós desmanchamos o equipamento todo, principalmente a parte do evaporador, que é a parte dentro do ambiente. Dá para fazer uma higienização sem o técnico, mas é preventiva e só vai tirar 20% da sujeira, que é a limpeza do filtro do equipamento, que deve ser lavado com água corrente e colocado de volta no local. Isso deve ser feito pelo cliente de 15 em 15 dias, e inclusive ajuda na manutenção que deve ser feita pelo técnico de seis em seis meses”, indicou o profissional. 

Com relação ao ventilador, ele detalhou que o principal cuidado deve ser a limpeza do filtro, que melhora o funcionamento do equipamento. “Se o filtro estiver sujo, tapado de poeira, ele não vai conseguir succionar o ar para jogar. Vai esquentar o aparelho e pode causar a queima do motor do ventilador”, alertou Robson Mangueira. 

A agência meteorológica da ONU prevê que o fenômeno conhecido como La Niña deve durar até o final deste ano. Trata-se de um "triplo mergulho", o primeiro deste século, causado por três anos seguidos de padrões climáticos como secas e inundações em todo o mundo.

La Niña é um resfriamento natural e cíclico de partes do Pacífico equatorial que altera os padrões climáticos em todo o mundo, em oposição ao aquecimento causado pelo mais conhecido El Niño - um fenômeno oposto. La Niña muitas vezes leva a mais furacões no Atlântico, menos chuva e mais incêndios florestais no oeste dos Estados Unidos (EUA) e perdas agrícolas no centro dos EUA.

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A Organização Meteorológica Mundial (OMM) informou que as condições do La Nina, que envolvem um resfriamento em larga escala das temperaturas da superfície do oceano, se fortaleceram no Pacífico equatorial leste e central, com um aumento nos ventos nas últimas semanas. A "tripla queda" não significa que o aquecimento global está diminuindo, informou a OMM.

"É excepcional ter três anos consecutivos com um evento de La Niña. Sua influência de resfriamento está desacelerando temporariamente o aumento das temperaturas globais, mas não interromperá ou reverterá a tendência de aquecimento de longo prazo", disse o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.

Período mais frio do ano, o inverno começa nesta terça-feira (21) às 6h14 no Hemisfério Sul. A expectativa do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de três meses com chuvas acima da média nas regiões Norte e Nordeste, devido ao fenômeno La Niña. A estação termina em 22 de setembro, às 22h04 (horário de Brasília). 

Oposto ao El Niño, o fenômeno La Niña se caracteriza principalmente pelo registro de temperaturas abaixo da média na superfície da parte do Oceano Pacífico que fica próxima à Linha do Equador, o que afeta o clima na América do Sul. No Brasil, entre os efeitos mais comuns está o aumento da precipitação e da vazão dos rios no Norte e a redução das chuvas na Região Sul.

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Além de mais chuvas, o Inmet prevê que a Região Norte terá temperaturas mais elevadas. As exceções são o sul do Pará e de Tocantins, onde o clima mais quente deve ser acompanhado de chuvas abaixo da média, o que aumenta as chances de incêndios florestais no sul da Amazônia.   

Na região Centro-Oeste, massas de ar seco e quente também devem favorecer incêndios florestais principalmente nos meses de agosto e setembro. O inverno deve intensificar o período seco, e a tendência é de diminuição da umidade relativa do ar nos próximos meses, com valores diários que podem ficar abaixo de 30%, e picos mínimos abaixo de 20%.

Tempo seco

O tempo mais seco que a média deve marcar o inverno na Região Sul, além de temperaturas próximas e abaixo da média com a chegada de massas de ar polar, principalmente entre julho e agosto. O oeste desses três estados, porém, pode ter chuvas acima da média, e o norte do Paraná deve ter um inverno mais quente que o de costume.

No Nordeste, as chuvas acima da média devem incidir sobre o litoral, enquanto no oeste da Bahia e no sul do Piauí e do Maranhão as precipitações poderão ser próximas da média. O La Niña também deve forçar as temperaturas a um patamar próximo ou acima da média em grande parte da região.

O Sudeste pode ter chuvas ligeiramente abaixo da média, mas a passagem de frentes frias deve continuar a causar chuvas no litoral. Sobre a temperatura, a previsão é que permaneça acima da média, mas massas de ar polar podem determinar a formação de geadas em regiões de altitudes elevadas.

Fenômenos climáticos extremos, como as chuvas que provocaram ao menos 126 mortes no Recife, devem se tornar ainda mais frequentes nos próximos anos, segundo o professor especialista em recursos hídricos da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Rodrigo Manzione. 

“A gente tem essas anomalias, essas instabilidades no clima, que são difíceis de prever. Elas já são resultado do quadro de mudanças climáticas que vem alterando a temperatura dos oceanos, entre outras coisas. Então, é de se esperar que a gente continue tendo anomalias, surpresas nos próximos anos”, diz. 

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O especialista destacou que as fortes chuvas que têm atingido a Região Nordeste nas últimas semanas acontecem em um momento em que não seriam esperados temporais tão intensos. “Essas chuvas geralmente o pessoal costuma esperar para janeiro, fevereiro, março. E, agora, está vindo fora de hora, e acabou causando mais estragos para essa época do ano do que o esperado”, acrescentou. 

Neste ano, o fenômeno acontece, segundo Manzione, devido ao La Ninã, quando há o aquecimento das águas do Oceano Pacífico, mudando os padrões do clima. “A gente vem passando por anos consecutivos de alterações nessas temperaturas do [Oceano] Pacífico. Hora com aquecimento, hora com resfriamentos anômalos. Isso faz com que a gente tenha os quadros de La Niña, com aquecimento, El Niño, com resfriamento, se repetindo ano a ano. Isso faz com que os padrões climáticos normais, vamos dizer assim, acabem não ocorrendo”, explicou. 

Maior frequência

Essas alterações no clima pressionam, de acordo com o especialista, a capacidade das zonas urbanas de conter e dar resposta a essas situações. “Eventos que ocorriam a cada dez, 20 anos, começam ocorrer a cada cinco. Aí, não tem cidade que suporte”, enfatizou. 

O Brasil também começa, segundo Mazione, a ficar exposto a situações que não ocorriam no passado. Ele citou como exemplo os fortes ventos e os ciclones que atingiram Santa Catarina nos últimos anos. "A gente pode ter eventos que até então estavam em categorias mais baixas como furacões de classe mais baixa. A gente não está livre desses fenômenos, como se acreditava no passado”, alerta. 

O professor acredita na importância de se pensar estratégias para reduzir o impacto desses eventos no futuro. “Esse é o dilema, como a gente vai responder a esse tipo de problema. Se a gente vai se prevenir e, quando acontecer, a gente poder responder de uma forma mais eficiente e poder minimizar as perdas de vida, materiais, econômicas”, diz. 

O desafio, no entanto, é grande. Manzione ressalta que existem no país 8 milhões de pessoas vivendo em áreas consideradas de risco.

O aquecimento global pode dobrar o risco de ocorrência de uma forma extrema do fenômeno La Niña, de acordo com estudo publicado na segunda-feira (26), na revista Nature Climate Change.

O fenômeno La Niña é oposto ao El Niño. Caracteriza-se pela intensificação dos ventos alísios - que sopram na faixa equatorial, no sentido leste-oeste - e pela queda de temperatura no leste do Oceano Pacífico. No entanto, assim como o El Niño, também provoca mudanças nas correntes atmosféricas, afetando o clima global. As últimas vezes em que La Niña se manifestou na versão radical foram nos verões de 1988-1989 e de 2007-2008.

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Em geral, nos anos de La Niña ocorrem no Brasil chuvas mais abundantes nas Regiões Norte e Nordeste e secas prolongadas na Região Sul. No Sudeste e Centro-Oeste, os efeitos são imprevisíveis, mas podem incluir secas, inundações e tempestades.

Para realizar o estudo, a equipe liderada por cientistas da Universidade de Exeter (Reino Unido) utilizou cálculos e simulações produzidas por um modelo climático de última geração. O objetivo era descobrir como o aquecimento global influenciará a frequência de futuras ocorrências de La Niña em sua forma mais radical.

Os dados indicam, de acordo com os autores do estudo, que o aquecimento global deverá dobrar a frequência do fenômeno, intensificando seus efeitos devastadores.

Os cientistas também concluíram que a versão radical de La Niña tem 70% de chance de acontecer imediatamente após um ano com a presença da versão extrema do fenômeno El Niño. Com isso, diversas partes do mundo poderiam sofrer com mudanças climáticas intensas, oscilando entre grandes enchentes e secas severas.

O novo estudo sugere que a elevação da temperatura sobre os continentes, combinada ao aumento na frequência de eventos extremos de El Niño, deverá levar a versão radical de La Niña a acontecer em intervalos de 13 anos, em vez da frequência de 23 anos que tem sido observada pelos pesquisadores.

De acordo um dos autores do estudo, Mat Collins, da Faculdade de Engenharia, Matemática e Ciências Físicas da Universidade de Exeter, pesquisas anteriores realizadas pelo grupo mostraram que o El Niño, em sua versão extrema, já está ocorrendo com duas vezes mais frequência.

"O novo estudo mostra que a fase fria do ciclo (La Niña) está seguindo pelo mesmo caminho. Ele mostra novamente como nós estamos apenas começando a compreender as consequências do aquecimento global", afirmou Collins.

A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês) informou nesta quinta-feira, 9, que não são esperadas condições climáticas de El Niño e La Niña durante o verão deste ano no Hemisfério Norte, que começa em 21 de junho. De acordo com o governo norte-americano, o clima esteve normal em abril, o que deve continuar ao longo dos próximos meses.

O El Niño é o aquecimento anormal das águas do Pacífico Equatorial e provoca secas em regiões normalmente úmidas, como Indonésia, e maior volume de chuvas em áreas que costumam ser mais secas, como o sudoeste dos Estados Unidos. A La Niña, por sua vez, é o resfriamento anormal das águas do Pacífico Equatorial, fenômeno que gera um número maior de furacões no Oceano Atlântico. As informações são da Dow Jones.

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