Tópicos | Lado B

Não que uma roqueira não possa falar sobre tão nobre sentimento. Não. A própria Mayara Pera, cantora e compositora baiana radicada em Pernambuco, já abordou o tema em trabalhos anteriores. Mas no EP Lado Bê, com lançamento marcado para o dia 14 de dezembro, a artista decidiu ignorar  eventuais pudores para cantar o amor de forma íntima e sincera. Na próxima segunda (7), às 21h, em seu Instagram, ela mostra o resultado em uma live que antecede o lançamento do mini álbum, no dia 14 de dezembro. 

Em cinco músicas, e uma faixa bônus, compostas, produzidas e gravadas por ela em seu home estúdio, Mayara parece querer nos lembrar que o amor ainda existe (e nunca deixará de existir). Em tempos de relações frívolas, joguetes indiscriminados e de uma das maiores crises humanitárias da história, a artista traz o sentimento de forma leve, livre, corajosa e até divertida. E não é assim que deveria ser?

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O trabalho foi produzido ao longo do confinamento imposto pela pandemia do coronavírus,   na segurança de seu seio familiar, entre cafés com o marido - o guitarrista e produtor Danillo Campelo -, e a rotina atarefada e carinhosa com os filhos pequenos. Talvez por isso soe tão acolhedor. As agruras do momento de reclusão também a colocaram em uma espécie de limite, levando a artista à terapia e, em seguida, ao estúdio, para colocar a mão na massa e produzir ao passo que aprendia novas habilidades. 

Em entrevista exclusiva ao LeiaJá, Mayara abriu mais uma vez o seu coração; dessa vez, para falar do processo criativo que culminou em Lado Bê, um disco que, certamente, vai acender em muita gente a vontade de ter um bem só pra enviar uma dessas canções pela DM. 

Mayara produziu o EP sozinha, em seu home studio. Foto: Reprodução/Instagram

LJ - O disco foi totalmente produzido apenas por você? ‘Lado B’ foi uma espécie de auto-desafio da quarentena?

Mayara - Só tem eu. A única coisa que teve de outra mão foi a arte da capa, que é de Pally Siqueira, artista plástica e atriz;  e as artes que vão pro YouTtube e depois pro Instagram, que são de Bárbara Guerra. Acho que (foi) sim (um desafio), porque na verdade, eu tava entristecida pela falta de fazer show, tem toda aquela questão de o quanto isso mexe financeiramente mas pra mim o que estava mais pesado era a saudade das pessoas, de tocar… Eu não sou cantora de estúdio, sou uma cantora de palco e estar longe do palco é uma tristeza. Eu não tava com vontade de fazer nada porque eu ia fazer pra quem? Fui pra terapia e aí comecei a ter vontade de aprender outras coisas, eu já via Danilo mexendo nos programas de gravação já, tinha uma certa familiaridade, já tinha aprendido a deletar e apertar o Rec.  Quando eu me meti a fazer as coisas, focar, aí rolou, começou a ficar bonitinho. Na primeira música que eu testei, acabei decidindo fazer o EP pra continuar estudando. 

LJ - As composições do disco já existiam ou elas surgiram durante esse período?

Mayara - As canções já existiam. Quando eu decidi fazer o EP, eu usei um critério pra escolher as canções, que eram: músicas que eu já era habituada a tocar no violão, porque a princípio só seria voz e guitarra e  que ainda não tivessem sido lançadas; eu não ia me atrever a fazer mais nada, só que aí não tem como, você vai produzindo e querendo colocar mais elementos. A primeira canção é uma música antiga, já estava em outro projeto, as outras são inéditas, nunca foram gravadas nem apresentadas. 

LJ - Por que você escolheu esse momento para falar assim de amor?

Mayara - (Risos)  Eu tenho a impressão que a coisa está forte nesse momento e na verdade é por ele que a gente tá aguentando todo esse processo de pandemia, com a grande força e potência do amor é que a gente vai conseguir resistir. Também é  outra vocação (minha),  porque as pessoas não esperam que eu vá fazer um trabalho desse tipo, elas esperam a potência, dedo na cara, mas também existe esse lado, que existe em qualquer ser humano. Eu sou romântica que só. Uma das coisas que eu tava conversando na terapia e que eu tinha dificuldade muito grande é com vulnerabilidade, não gostava de me mostrar frágil, chorar, nem que fosse de amor na frente de alguém e a coisa que eu mais fiz na pandemia foi chorar, seja de saudade, de emoção... Mas pra mim, é um lugar novo, de vulnerabilidade total, mas eu disse: ‘isso é uma bobagem, é hora de realmente mostrar sensibilidade’. 

A capa do EP foi ilustrada pela artista plástica e atriz Pally Siqueira. Imagem: Reprodução

LJ - Foi preciso muita coragem para assumir esse lugar? 

Mayara - Não foi tão difícil não, difícil mesmo é você ir na terapia e dizer: ‘tenho problemas’, em voz alta. Não foi muito trabalhoso porque eu gosto muito das músicas, foi mais um prazer porque eu não queria deixar essas músicas de lado. Eu achava que não tinha nada a ver cantar, tanto que eu fiquei em dúvida no nome do EP que seria ‘Músicas de amor que você nunca vai me ouvir cantar ao vivo’, aí eu disse, não, vou fazer ‘Lado Bê’, acho que é um nome legal porque o lado B é sempre o lado diferente do que você é acostumado a ouvir no artista, e o meu é  esse bonitinho. 

LJ - Você vai dar uma prévia do disco na próxima segunda (7) em uma live que vai contar com uma contribuição espontânea. Esse período continua bastante difícil para a classe artística apesar do relaxamento das medidas de segurança, não é?  

Mayara - Ainda que fosse aberto tudo e o presidente dissesse que pode, eu não ia fazer (show). Primeiro que o presidente é um doido, não existe você seguir nada do que parte dali, então eu só posso sair de casa realmente quando tiver uma vacina e quando tiver segura pra isso. Até lá, são muitos discos, EPs, lives... Não fiz muitas (lives) porque me sinto muito só, mas vou fazer essa live e coloquei um valor acessível pra incentivar a galera a contribuir. Os ingressos vão estar disponíveis até um dia após o lançamento do EP, que estará disponível inicialmente somente no Spotify,  depois vou organizar com as ilustrações de Bárbara pra colocar no YouTube, devagarzinho.



 

Nesta sexta-feira (13), o funkeiro Gabriel Soares, 22 anos, do Rio de Janeiro, também conhecido pelo nome artístico, MC G15, lança o EP Acústico “Lado B”, que tem a participação de artistas gospel.

O projeto foi concebido após o artista enfrentar problemas com depressão, ansiedade e síndrome do pânico, causados pela rotina de shows  e pelas preocupações com o futuro da filha e da família.

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O novo projeto do funkeiro é diferente de tudo que ele estava acostumado a produzir. Para conceber o “Lado B”, ele buscou inspirações na família e na espiritualidade. “Além disso, tenho muitas inspirações na música, gosto muito do trabalho do Tim Maia, sempre escuto e para mim é uma grande referência”, declara o MC.

A produção trouxe ao G15 uma experiência inédita, com poucas batidas e muitos instrumentais. “Foi um trabalho que coloquei minha alma e minhas questões pessoais. Então posso dizer que foi libertador, quase uma terapia”, lembra o artista.

As canções remetem os problemas depressivos que o funkeiro passou, mas ao mesmo tempo traz uma mensagem de esperança, de que em momentos difíceis é necessário se agarrar a algo para melhorar.

“Este meu ‘Lado B’ foi uma forma de aproximar os meus fãs ainda mais desse lado humano do MC G15, para que essas composições sempre estejam presentes nas playlists deles, que sejam eternizadas na vida deles para sempre”, comenta.

De acordo com o artista, a música é um instrumento de escape, uma maneira de expor os sentimentos e eternizar os melhores momentos. “A música sempre falou comigo, fico emocionado quando ouço uma música linda, que fala de amor. Foi isso que mais me ajudou quando eu precisei, falar de amor, e superação”, explica o MC.

O EP “Lado B” conta com 7 músicas: “De Pai para Filha”, “Caminho Errado”, “Por Isso Não te Largo”, “Não Vejo a Hora”, “Chegou a Hora”, “Love Louco” e a regravação da faixa “Ela Vem” em parceira com o MC Livinho. O trabalho contou com as participações dos músicos gospel Elias Tecla (teclado), Danilo Mota (guitarra) e Fiko Braz (contrabaixo e backing vocal). Para ouvir, clique aqui.

Um homem acusado de praticar um duplo homicídio foi preso em flagrante nessa segunda-feira (14). Abnoan Pedro da Silva, conhecido como “Galego do Calçamento”, de 26 anos, foi capturado no bairro de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife (RMR).

De acordo com o delegado Igor Leite, responsável pela prisão, o crime ocorreu na última sexta-feira (12), na comunidade do Sovaco da Cobra, em Barra de Jangada, também em Jaboatão. Na ocasião, foram mortos Everaldo Ramos Araujo, 41, e Samuel Américo Oliveira, 18. “Possivelmente as vítimas eram parentes de traficantes rivais e para obter informações o Galego espancou e depois executou os dois. Eles não tinham envolvimentos ilícitos”, afirmou o delegado. 

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Após o crime, o acusado também agrediu um morador da localidade, que precisou ser levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). “Ele gritou na rua que havia feito dois presuntos e posteriormente agrediu esse homem”. 

Segundo o delegado, Abnoan é um traficante perigoso que estava em liberdade condicional e disputava o comando da área com outros grupos. “O Galego faz parte do ‘Lado A’, quadrilha rival do ‘Lado B’. Os dois bandos são comandados por presidiários e atuam na comunidade. Nos últimos três meses conseguimos prender cerca de 10 integrantes das quadrilhas e apreendemos menores ligados ao tráfico de drogas”.

Segundo informações obtidas durante as investigações, o ‘Lado A’ é abastecido de drogas e armas pelo Comando Vermelho, organização criminosa do Rio de Janeiro. “Sabemos que o Galego tem conexão com esse grupo e já estamos procurando o indivíduo que faz o intermédio entre as duas gangues”. 

O acusado nega qualquer envolvimento com o comando carioca e a ligação com o duplo homicídio. “Eu não fiz nada. No dia do crime estava na festa de um ano do meu filho. Antigamente eu realmente era do 'Lado A', mas não tenho mais ligação com o tráfico de drogas”.

Abnoan Pedro foi autuado por duplo homicídio triplamente qualificado – por motivo fútil, tortura e emboscada. Ele será conduzido para o Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima.  

 

 

 

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