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O coronel Cássio Araújo de Freitas, comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, pediu em um vídeo publicado numa rede social da corporação para que a tropa "não hesite em utilizar a legítima defesa a seu favor". A postagem foi feita na quarta-feira, 5, horas depois de um tenente aposentado ser morto na Grande São Paulo.

"Estamos bastante preocupados com algumas ocorrências onde o policial militar tem hesitado em utilizar as suas ferramentas de trabalho. E aí vai o meu pedido para vocês e para todos esses amigos aqui que estão aqui presentes: não hesite, não hesite em cumprir a lei, não hesite em utilizar a legítima defesa a seu favor. Faça isso!", declarou o comandante-geral da PM paulista.

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O vídeo foi gravado logo após Freitas participar de um café da manhã da corporação. A legenda da postagem tem como título "Mensagem ao Patrulheiro", e até o meio da manhã desta sexta-feira contava com mais de 13,5 mil curtidas.

No mesmo dia, cinco suspeitos de roubar e matar o tenente aposentado da Polícia Militar paulista Ricardo Boide, de 52 anos, foram presos pela Polícia Civil. O crime aconteceu em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. O tenente, que estava com mais três familiares, foi agredido e levado pelos suspeitos na madrugada. Eles realizaram saques da conta bancária de Boide, que depois foi morto.

No início do mês passado, dois PMs foram atingidos por disparos depois que um homem reagiu à abordagem e roubou a arma de um dos policiais. Um dos agentes foi ferido no abdômen e nas pernas, e outro no rosto.

Este ano, a letalidade policial no estado de São Paulo tem apresentado viés de alta. Até maio, houve aumento em quatro dos cinco meses em relação ao ano passado, quando São Paulo registrou o menor número de mortes por policiais em toda a série histórica.

Um homem em aparente surto psíquico foi morto nesta terça-feira (2), no Jardim América, em Goiânia, durante abordagem da Polícia Militar. De acordo com a corporação, os policiais foram acionados para atender uma ocorrência em que um homem “muito agressivo” estava atacando pessoas e causando danos a veículos. Em resposta ao portal O Popular, a Polícia Civil disse que o homem não estava armado, mas os policiais precisaram revidar por “legítima defesa” pois ele subiu na viatura e agrediu os policiais. 

O delegado Rhaniel Almeida, da Delegacia de Homicídios (DIH) de Goiânia, contou a versão da PM à rádio CBN Goiânia, e afirmou que o homem estava agredindo outras pessoas e danificando veículos. Ainda de acordo com ele, os policiais tentaram conversar com o rapaz, mas ele “estava em surto psicótico e não obedeceu às ordens dos agentes”. 

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Em nota, a PM alegou que as imagens mostram o homem partindo em “direção a um dos policiais no intuito de agredir o PM, momento este que os policiais não tiveram outra opção e, para resguardar a própria vida e a de terceiros, efetuaram dois disparos no agressor”. A nota também diz que foi solicitado socorro médico para o homem, mas que chegou a óbito ainda no local. 

Em São José da Lapa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, um homem de 29 anos foi preso suspeito de matar o pai a facadas na noite desse domingo (3). O crime aconteceu no bairro de Dom Pedro I, onde a polícia constatou, posteriormente, ter se tratado de legítima defesa. O homem morto, Júlio César de Abreu, um policial militar reformado de 56 anos, agredia com frequência a sua esposa, Olga Máximo de Abreu, de 50. 

De acordo com a Polícia Militar, o filho, Felipe Máximo Abreu, de 29 anos, precisou intervir em uma briga entre os pais. Júlio havia chegado embriagado em casa, retornando de um clube, e passou a quebrar móveis e xingar a companheira com palavras de baixo calão. Olga chegou a ter o braço ferido após ser acertada com o cabo de uma vassoura pelo marido. O filho do casal interveio e iniciou uma luta corporal com o pai. 

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O jovem conseguiu pegar a faca do pai e o acertou duas vezes – no tórax e no pescoço. Júlio foi socorrido e levado para o Hospital Risoleta Tolentino Neves, em Belo Horizonte, onde morreu. 

A Polícia Civil informou que, por se tratar de legítima defesa, a prisão do filho do policial não foi confirmada e ele foi liberado. "Ele será ouvido na Delegacia de Polícia Civil em São José da Lapa, visto se encontrar, no momento da ocorrência, muito abalado com os fatos. As investigações prosseguem", informou a polícia ao G1. 

A esposa do policial militar aposentado Ademir Marques Pestana, de 56 anos, que foi morto a tiros por ela em São Vicente-SP, afirmou em entrevista ao G1 que agiu em legítima defesa. A mulher contou ter registrado boletins de ocorrência por violência doméstica contra o marido, mas que manteve o relacionamento por ter filhas crianças e acreditar que ele poderia mudar. 

A investigada fugiu após matar o marido, mas se apresentou à polícia na segunda-feira (10). Ela foi encaminhada à Cadeia Pública da cidade, sendo liberada na quarta-feira (12). 

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A filha dela contou à polícia que saiu para comprar pão em 4 de maio enquanto o casal discutia em casa. Quando a jovem retornou, cerca de 10 minutos depois, encontrou a mãe gritando e apontando a arma para Ademir, que estava baleado no chão. A mulher acionou o socorro e fugiu.

Em entrevista, ela disse que o companheiro pegou a arma para ameaçá-la. "Se eu te disser como consegui pegar a arma da mão dele, racionalmente, não consigo explicar. (...) Eu só pensei em me defender. Foi o instinto de salvar a minha vida", disse. A mulher relatou que já havia sido ameaçada com martelo e faca.

O casal estava junto há 13 anos. "Registrei oito boletins de ocorrência contra ele. Eu nem lembrava que havia tantas ocorrências, só tive essa noção quando puxaram todos os boletins na hora de anexar ao processo", comentou.

Após confessar ter matado a pauladas o padrasto Raimundo Nonato de Oliveira, 40, que estava agredindo sua mãe, Júlio César Costa da Silva de 19 anos foi absolvido pelo júri-popular. O julgamento aconteceu nesta quarta-feira (9), pela 2º Vara do Tribunal do Júri do Acre.

De acordo com o G1, o advogado afirmou que os jurados acabaram por aceitar a argumentação da defesa que se baseou na legítima defesa de terceiros, visto que Raimundo estava agredindo a mãe de Júlio César quando ele reagiu.

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O caso aconteceu no bairro de Calafate, em Rio Branco, no Acre, no Dia das Mães. O falecido teria bebido e, exaltado, acertou a companheira com um capacete e tentou chegar até uma ripa de madeira. Foi quando o filho reagiu em defesa da mãe e, de acordo com o próprio depoimento, acertou cinco golpes na cabeça do padrasto. 

“No momento em que o Júlio César agiu, ele agiu porque a vítima, Raimundo Nonato, estava agredindo a mãe dele e foi isso que desencadeou todo o acontecimento. Desde que ele se entregou para a polícia, já disse que foi ele mesmo quem matou, mas que fez para defender a mãe. Então, a maioria dos jurados entendeu que foi legítima defesa e o absolveu”, declarou o advogado ao G1.

O presidente da Fundação Leonel Brizola em Pernambuco, Pedro Josephi, emitiu uma nota, nesta quinta-feira (20), afirmando que as declarações do deputado estadual Joel da Harpa (Podemos) sobre o senador licenciado, Cid Gomes (PDT-CE), “denotam pouco apreço pelo Estado de Direito e respeito à Constituição Federal”.

Cid Gomes foi alvejado por dois tiros nessa quarta (19) durante um protesto realizado por policiais do Ceará na cidade de Sobral. Joel da Harpa, ao avaliar o episódio, disse que os disparos contra o ex-governador cearense foram “legítima defesa” dos policiais que participavam do ato. 

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Para Pedro Josephi, “neste momento, um homem público deveria se solidarizar e não desvirtuar o conceito de legítima defesa, que só se ocorre quando alguém é vítima de violência injusta, hipótese não configurada porque quem estava em atos ilícitos eram os encapuzados amotinados”. 

Veja a nota na íntegra:

As declarações do deputado estadual Joel da Harpa em homenagem aos homens encapuzados que atiraram contra o senador da República, Cid Gomes, denotam pouco apreço pelo Estado de Direito e respeito à Constituição Federal.

Havia uma mesa de negociação estabelecida com o Governo Estadual, com a participação do Ministério Público, de parlamentares da oposição e líderes das corporações, que resultou em avanços e conquistas significativas para toda a tropa. Todavia, minoria dissidente, insuflada por interesses partidários, iniciou a esvaziar pneus de viaturas, impedir que policiais trabalhassem normalmente, a coagir comerciantes e a população a não saírem de suas casas, tudo isto encapuzados, sem a farda, usando veículos e armas da Polícia Militar. Além disto, realizaram motins e bloqueios em batalhões, provocando e disseminando o caos.

Tais condutas deveriam gerar repúdio de qualquer cidadão, sobretudo, alguém investido em cargo político, que deveria respeitar a Constituição, segundo a qual é proibida a greve de militares, e à justiça, que já havia determinado a suspensão daquelas ações.

Neste momento, um homem público deveria se solidarizar e não desvirtuar o conceito de legítima defesa, que só se ocorre quando alguém é vítima de violência injusta, hipótese não configurada porque quem estava em atos ilícitos eram os encapuzados amotinados. 

Confio que as instituições punirão exemplarmente e manifesto preocupação com as declarações do parlamentar. 

Pedro Josephi

Presidente da Fundação Leonel Brizola em Pernambuco (PDT)

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 100/19 determina que lei futura assegurará ao cidadão o exercício da legítima defesa e o direito de possuir e portar os meios necessários para a garantia da inviolabilidade dos direitos fundamentais, entre eles o direito à vida.

A proposta está em tramitação na Câmara dos Deputados. “Ao se manter eficazmente seguro, o cidadão acaba contribuindo positivamente para a segurança coletiva, na medida em que cria, no potencial agressor, mais um fator de inibição para a sua investida criminosa, reequilibrando a equação entre o proveito e o risco de uma empreitada delitiva, desestimulando-a”, explica o autor, deputado Rogério Peninha Mendonça (MDB-SC).

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Tramitação

A PEC será analisada inicialmente pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), que vai decidir sobre a admissibilidade do texto. Se a CCJ aprová-la, será constituída uma comissão especial para debater e votar a proposta. Posteriormente, o texto seguirá para o Plenário.

*Da Agência Câmara Notícias

 

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