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A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara cancelou audiência pública que seria realizada hoje com o ex-secretário de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho, Ezequiel Nascimento, sobre denúncias contra o ministro Carlos Lupi. Ezequiel informou à comissão que não poderia ir. O objetivo da audiência era esclarecer a utilização de um avião King-Air, pelo Lupi, em viagem ao Maranhão, há dois anos.

O líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR), voltou ontem (28) a cobrar da tribuna a demissão do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, exibindo três termos de compromisso de doação que, segundo ele, comprovam as denúncias de corrupção existentes contra Lupi. Os documentos registrados em cartório, em agosto de 2007, mostram o acordo do presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Bares e Restaurantes da Baixada Santista, Litoral Sul e Vale da Ribeira, João Carlos Cortez, para obter a certidão sindical expedida pelo Ministério do Trabalho.

Um dos termos especifica que o sindicato repassará "diretamente" à Força Sindical até o mês de agosto do mesmo ano, "a título de doação, para realização de atividades de formação sindical, 30% do imposto sindical referente ao exercício de 2008. O outro documento repete o compromisso e a promessa de repassar para a Força Sindical 20% do imposto sindical, referente ao exercício de 2009.

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No terceiro termo de compromisso, o sindicato compromete-se a efetuar à entidade, também à título de doação, 10% do imposto sindical referente ao exercício deste ano, 2010. O acerto fixa ainda que o repasse do dinheiro ocorrerá logo que a certidão sindical for publicada no Diário Oficial da União (DOU).

É o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, quem encabeça o movimento de defesa e da permanência de Carlos Lupi no Ministério do Trabalho. No entender do líder tucano, "trata-se da prática ilícita documentada". "Isso é um acinte, é uma afronta, é a documentação da corrupção, o tráfico de influência, o benefício concedido em troca de determinado favor", atacou. "E o favor, nesse caso, é a certidão, é a carta sindical publicada no Diário Oficial da União", protestou o senador.

Ele acredita que o esquema, já denunciado pela imprensa, mostra por que o Ministério do Trabalho "se transformou numa fábrica de sindicatos". Dias disse que foram expedidas 1.457 cartas sindicais em três anos e que existem mais de 2 mil em curso, tramitando para obter o registro definitivo. "O que não se entende é como o ministro continua ministro", afirmou. "O que não se compreende é como a presidente Dilma não toma nenhuma providência".

O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, disse hoje que a entidade mantém o apoio ao ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), mas defende que todas as denúncias que atingem o pedetista sejam apuradas. "Acredito na inocência do ministro Lupi", disse, durante a 13ª reunião plenária da Executiva Nacional da UGT, realizada hoje e amanhã na capital paulista.

"Ele tem o apoio da UGT, mas deixo claro que tudo deve ser apurado, e se comprovada irregularidade, ele deve ser punido como qualquer um", acrescentou o dirigente. Lupi havia confirmado presença no evento, mas, segundo Patah, cancelou sua participação devido a uma reunião marcada pela manhã, pouco antes do embarque previsto de Brasília para São Paulo.

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Para o presidente da UGT, Luppi está sendo alvo de denúncias por causa da sua atuação em favor das bandeiras trabalhistas, o que, segundo Patah, contraria alguns setores do Congresso. "O ministro está sendo alvo de uma saraivada de denúncias por conta da demonstração do seu lado trabalhador", afirmou. O dirigente não descarta que as notícias sobre supostas irregularidades venham de colegas do próprio partido do ministro do Trabalho, o PDT.

Patah negou que Lupi viria ao encontro do sindicato para reunir apoio na sua campanha para permanecer à frente do Ministério do Trabalho. Apesar da negativa, disse que a UGT não vai abandonar o ministro enquanto não houver provas concretas das supostas irregularidades. "Não abandonamos ninguém", disse o líder sindical, ao reafirmar o apoio da UGT ao ministro do Trabalho.

Perguntado se Lupi ainda tem forças para seguir no cargo, após novas denúncias divulgadas no fim de semana e hoje na imprensa, Patah respondeu que, considerando casos de outros ministros do governo Dilma Rousseff que caíram após denúncias, a "tendência" é de que Lupi não resista até a reforma ministerial. "Pelo histórico dos últimos casos, a tendência é de que ele não chegue até a reforma ministerial", afirmou, reforçando que defende, antes de qualquer atitude, a apuração das denúncias.

Passadas três semanas do início da crise no Ministério do Trabalho, crescem as chances de o PDT perder a pasta na reforma ministerial programada pela presidente Dilma Rousseff para o primeiro bimestre de 2012. O partido não recebeu nenhuma garantia do Palácio do Planalto de que manterá a pasta sob sua jurisdição, mesmo que vingue a ideia do presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), de afastamento do ministro Carlos Lupi, e sua substituição por um outro pedetista.

A estratégia montada por Paulinho e seu grupo de dar um "aviso prévio" para saída de Lupi e pôr em seu lugar um aliado contraria o Palácio do Planalto. Não foi à toa que o ministro-chefe da Casa Civil, Gilberto Carvalho, mandou hoje um recado claro ao PDT ao afirmar que o regime é presidencialista e "Lupi continua ministro e a vida segue para nós". "Primeiro, não estamos num parlamentarismo. Segundo, não há manifestação formal do PDT de se retirar da base aliada. Pelo contrário, há uma reafirmação e a atitude deles é muito nobre de reafirmar o apoio ao governo".

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O temor do PDT é que na reforma ministerial perca o Trabalho para o PT, que reivindica a pasta que ocupou até 2007. Na dança das cadeiras que será promovida por Dilma, a tendência é os pedetistas ficarem com outra pasta. Diante dessa constatação, o líder do partido na Câmara, Giovanni Queiróz (PA), começou a defender que o PDT ganhe um Ministério com maior "capilaridade", como Cidades ou Desenvolvimento Social.

Os planos da presidente Dilma seriam, no entanto, bem diferentes das pretensões da bancada da Câmara. O escolhido para representar o PDT no novo Ministério seria o ex-senador Osmar Dias (PDT-PR). É a forma em estudo para compensá-lo pelo abandono de sua candidatura à reeleição ao Senado, no ano passado, só para dar palanque para a campanha presidencial de Dilma no Paraná, nas eleições de 2010.

Diante do enquadramento do Palácio do Planalto, a cúpula do PDT tentou minimizar a tentativa de aviso prévio à Lupi engendrada em reunião da legenda na noite de ontem. "Pelo partido, esse assunto todo está encerrado. Cabe a presidente Dilma avaliar a permanência dele. Ele (Lupi) permanece enquanto a presidente confiar nele", afirmou o secretário-geral do PDT, Manoel Dias. "Somos solidários ao Lupi e o entendimento que ele deve sair não é verdade", emendou.

Ao mesmo tempo, integrantes históricos do PDT começaram a recolher assinaturas hoje para forçar a autoconvocação do Diretório Nacional do partido. Essa reunião deveria ter ocorrido há duas semanas, mas foi abortada pelo Lupi em meio às denúncias de irregularidades na pasta. Na época, o ministro cancelou a reunião do Diretório para ganhar tempo e evitar um placar desfavorável para sua permanência no governo. Segundo Manoel Dias, não há previsão de data para uma nova reunião do Diretório Nacional do PDT.

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) rebateu a declaração do deputado Paulinho da Força (SP) de que os descontentes dentro do PDT com a permanência de ministro do Trabalho, Carlos Lupi, deveriam deixar a legenda. Para o senador, se Paulinho deseja tirá-lo do partido, deveria propor sua expulsão. "Eu defendo apenas que o Lupi e o PDT deixem o governo. Se o Paulinho é mais radical e quer a minha saída do partido, basta apresentar um pedido de expulsão para que o partido decida", disse Cristovam.

Mais cedo, após uma reunião com o ministro, Paulinho sugeriu aos senadores Cristovam e Pedro Taques (MT) e ao deputado Reguffe (DF) que deixem o partido se continuam contrários à permanência de Lupi. "Acho que eles é que deveriam sair do PDT. Se quiserem, a Executiva libera eles. Se eles se acham tão bons, deveriam montar um partido só para eles", afirmou o presidente da Força Sindical.

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Taques disse apenas que concorda com Paulinho de que os insatisfeitos devem sair, mas negou que pense em deixar o PDT. Reguffe, por sua vez, considerou ruim a tentativa do aliado de Lupi de tentar constranger os colegas de partido. "Se o Paulinho acha que a gente devia sair, é uma opinião dele e respeito do mesmo jeito que quero que ele respeite a minha posição". Taques e Reguffe prometem participar da reunião do PDT na noite de hoje e reiterar a posição contrária a Lupi. Cristovam não estará presente porque vai lançar um livro de sua autoria, mas enviará por escrito sua opinião.

A reunião do PDT visa dar sustentação a Lupi para ficar no Ministério pelo menos até a reforma ministerial que a presidente Dilma Rousseff pretende fazer nos primeiros meses de 2012. Presidente licenciado do partido, o ministro comanda a legenda e recrutou os presidentes dos diretórios regionais para engrossar o coro favorável. Dois terços destes presidentes foram indicados pelo próprio Lupi e estão no cargo em caráter provisório.

Na véspera da reunião da cúpula do PDT que vai discutir a crise no Ministério do Trabalho, o ministro Carlos Lupi se disse "pronto para a luta" e afirmou que o partido apoia a presidente Dilma Rousseff independente de estar ou não no governo.

"O que vai haver na reunião é um debate. Não temo perder o ministério. O partido não teme perder o ministério. O PDT apoia o governo Dilma com ou sem ministérios", afirmou Lupi, que participou hoje do lançamento do Anuário do Trabalho e Qualificação Profissional do Estado do Rio, no escritório do Ministério.

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Presidente licenciado do PDT, Lupi disse estar preparado para responder a qualquer questionamento dos companheiros de partido. Afirmou também estar disponível para voltar ao Congresso, caso seja chamado pelos parlamentares.

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, pediu à Controladoria Geral da União (CGU) para analisar as diárias recebidas por ele durante viagem ao Maranhão na qual realizou atividades partidárias e se deslocou em uma aeronave providenciada por um diretor de ONG com contrato no Ministério. O ministro decidiu devolver os R$ 1.736,90 recebidos, mas vai querer o dinheiro de volta se a CGU entender posteriormente que o pagamento foi regular.

Segundo a assessoria da pasta, Lupi recebeu diárias em três dos quatro dias da viagem: sexta-feira, sábado e segunda-feira. A viagem aconteceu de 11 a 14 de dezembro de 2009. Em parte do trajeto, o ministro andou em um avião King Air da empresa Aerotec. A aeronave foi providenciada pelo diretor da ONG Pró-Cerrado, Adair Meira, que tem contratos com o Ministério. O ministro afirma que coube ao seu partido, o PDT, o aluguel do avião, mas o diretório do Maranhão já negou ter feito o pagamento.

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O Ministério informou ainda que não consta da prestação de contas da ONG Pró-Cerrado nota da empresa Aerotec. A senadora Kátia Abreu (PSD-TO) disse ontem ter recebido uma informação de que o comprovante de pagamento da aeronave estava na prestação de contas da entidade de Meira.

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, recebeu R$ 1.736,90 em diárias do governo federal na viagem que fez ao Maranhão, entre 10 e 14 de dezembro de 2009, com o avião providenciado pelo dono da entidade Pró-Cerrado, Adair Meira. Os dados estão no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi).

A informação foi divulgada hoje pela senadora Kátia Abreu (PSD-TO) durante depoimento dado pelo ministro à Comissão de Assuntos Sociais do Senado. A senadora do PSD questionou Carlos Lupi depois de ele responder ao senador Demostenes Torres (DEM-GO) que recebera apenas uma diária naquele período.

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"Eu não posso afirmar, mas só foi uma diária na sexta-feira. Bom, eu tenho que pegar os detalhes depois e a gente apresentar, porque não posso afirmar uma coisa sem ter informação. Se estiver irregular, devolvo", disse Lupi à Demóstenes. O ministro do Trabalho disse ter recebido apenas a diária referente ao dia 12 de dezembro de 2009. Ele chegou no dia 10 à noite em São Luís, em voo de carreira da TAM, e, de acordo com sua versão, foi embora no dia 14, em voo da Força Aérea Brasileira (FAB), por Teresina (Piauí).

Após as explicações ao senador Demóstenes, Lupi foi então provocado pela senadora com a informação de que não recebeu somente uma diária: "O ministro recebeu entre os dias 10 a 14 de dezembro de 2009, para ir ao Maranhão, três diárias e meia". Diante disso, Lupi preferiu o silêncio.

De acordo com o extrato do Siafi, o depósito de R$ 1.736,90 foi feito pelo governo na conta de Lupi no dia 9 de dezembro de 2009. O documento informa que o dinheiro destinava-se ao período de 10 a 14 de dezembro daquele ano referente, segundo o extrato, aos trechos Brasília/São Luís/Imperatriz/Teresina.

A cidade maranhense de Imperatriz foi um dos locais onde o ministro teria sido acompanhado pelo dono da organização não-governamental Pró-Cerrado, Adair Meira. Em entrevista dada na segunda-feira, Meira disse que esteve com Lupi dentro do avião no trecho entre Imperatriz e Timon.

Esta viagem teria ocorrido por meio do avião King Air que o próprio Adair Meira confessou ter providenciado para o ministro e sua comitiva de assessores, além do ex-governador do Maranhão Jackson Lago (já falecido). Naqueles trechos, o ministro teve eventos partidários, apesar de o Siaf informar que ele recebeu diárias para o que deveria ter sido uma agenda oficial. Em nota divulgada no sábado, a assessoria de Lupi afirmou que as despesas da viagem haviam sido custeadas pelo diretório do PDT no Maranhão justamente para "evitar que dinheiro público fosse utilizado nesta agenda".

Brasília – O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) defendeu hoje (17) a saída do ministro Carlos Lupi da pasta do Trabalho. Para Cristovam, o partido deveria entregar o ministério e apoiar o governo sem compromisso. “O PDT não precisa de cargos para apoiar o que está certo ou para criticar o que está errado”, disse ele.

Na opinião do senador, Lupi já deveria ter se apresentado hoje no Senado na condição de “ex-ministro”. Cristovam é o segundo senador do PDT (partido de Lupi) a se manifestar pela entrega do cargo. Ontem, Pedro Taques (PDT-MT) cobrou publicamente a saída de Lupi do cargo. Taques alegou que as denúncias “são graves” e que, quando se trata de dinheiro público “tudo deve ser apurado”.

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Taques chegou a criticar o próprio partido por se manter na base do governo em troca de cargos. “Partido político não é Sine [Serviço Nacional de Emprego], para dar emprego para quem quer que seja. Esse aparelhamento do Estado por partidos políticos não é republicano”, afirmou o senador. Os outros dois senadores do PDT, Acir Gurgacz (RO), líder do partido, e João Durval (BA), ainda não se pronunciaram.

Cristovam Buarque participou de almoço com Gurcacz e o presidente em exercício do PDT, deputado André Figueiredo (CE). Para os três parlamentares, o ministro saiu-se bem no Senado, ao prestar esclarecimentos sobre as denúncias que o envolvem. Cristovam destacou que Lupi adotou hoje uma postura melhor do que quando se apresentou à Câmara dos Deputados, evitando polêmicas que poderiam prejudicá-lo. “Todos acharam que o ministro estava bem melhor que das outras vezes. Porque, das outras vezes, ele deu manchetes negativas. Eu diria que hoje o Lupi está mais firme no cargo que ontem”, disse Cristovam.

Mesmo assim, o senador reafirmou que o partido deveria abrir mão do Ministério do Trabalho e cobrou uma postura definida das bancadas do PDT no Senado e na Câmara. Para ele, a falta de entendimento sobre a situação do ministro desgasta o partido. “Causa desgaste porque a gente deixa de aproveitar o tempo com uma posição clara. E, ao mesmo tempo, porque a cada hora chega um e diz uma coisa”, afirmou.

Carlos Lupi é acusado de ter se beneficiado indevidamente de diárias pagas pelo ministério quando não estava fora de Brasília e de ter mentido sobre viagem feita em um avião providenciado pelo dirigente de uma organização não governamental (ONG) que prestava serviços à pasta do Trabalho. No Senado, Lupi confirmou que viajou no avião particular, mas disse que não sabia de quem era e que apenas “pegou uma carona”. Assessores próximos ao ministro também são acusados de cobrança de propina para emitir documentação necessária a prestadores de serviço do ministério.

Na Câmara, o tom adotado pelo PDT tem sido de apoio ao ministro e ex-presidente do partido. Segundo o presidente do partido, André Figueiredo, Lupi deverá permanecer no cargo e tem a confiança da presidenta Dilma Rousseff. “Confiamos plenamente que o ministro não cometeu nenhuma ilegalidade”, destacou o deputado.

Brasília - O PDT se mostrou dividido quanto à permanecia do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, no cargo. O senador Acir Gurgacz (RO) apoia a continuidade de Lupi no comando da pasta e disse que tem confiança no trabalho do ministro.

“Você veio aqui colocar tudo a limpo. Vem aqui com o peito aberto. [Isso] é parte da democracia nesse país. Tenho plena confiança no seu trabalho e [estou] firme nessa luta, para que possamos passar esse momento”, disse.

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Por outro lado, o senador pedetista Pedro Taques (MT) defendeu a saída do ministro e do partido da pasta. “Não há República sem confiança. Tenho lealdade a Vossa Excelência. O PDT, nesse ministério, já não mais detém confiança da sociedade brasileira. Politicamente não temos mais condições de permanecer nesse ministério”, afirmou.

Em resposta ao senador, Lupi pediu que desse a ele “o direito de mostrar à população a verdade”. “Sou daqueles que luta até o fim. Quem não deve, não teme. A verdade vence. É questão de tempo, mas ela vence”, disse.

Lupi descartou ainda que vá deixar o ministério, mas disse que isso é de competência da presidenta Dilma Rousseff. “Uma conversa entre a presidenta e o ministro tem que guardar confiança recíproca. Só posso afirmar que ela pediu que eu ficasse”, afirmou

O senador Critovam Buarque (PDT-DF) também defendeu a saída do ministro do cargo e do partido do ministério. “A ideia seria o PDT 'apear' e não indicar ninguém, mas não indo para a oposição. Talvez essa seja uma solução. A saída permitiria nos reaglutinar na busca de uma identidade que está um pouco perdida.”

Na última reunião do partido, os parlamentares haviam dado apoio ao ministro e disseram que tinham confiança na sua lisura.

Lupi está na Comissão de Assuntos Sociais do Senado para dar explicações sobre denúncias de corrupção em seu ministério e sobre o uso irregular de um jatinho pertenceria ao empresário Adair Meira, durante viagem ao Maranhão. O empresário é responsável por organizações não governamentais que mantêm convênio com o Ministério do Trabalho.

“Fui de carona com o Ezequiel. Como ele pagou, compete à companhia aérea e ao Ezequiel [prestar esclarecimentos]. Não pedi aeronave, não solicitei. Quero saber do que estou sendo acusado. Vivi um linchamento público durante cinco dias.”

O ministro disse ainda que quando há eventos do partido junto com uma agenda do ministério ele prefere usar a estrutura do partido no estado. “Como não queria usar dinheiro público, falei [ao Ezequiel] vamos usar a estrutura que vocês conseguirem.”

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Ontem (16), em entrevista à Agência Brasil, o presidente do diretório regional do PDT do Maranhão, Igor Lago, negou que o partido tenha pago transporte aéreo para a visita do ministro do Trabalho ao estado.

Brasília - O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) disse hoje (17) que a permanência do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, no cargo compromete o governo da Presidenta Dilma Rousseff. “Se ela pede para Vossa Excelência continuar no ministério, ela é cúmplice desses fatos.”

Dias afirmou ainda que as declarações do ministro sobre os fatos divulgados na imprensa, configuram “crime de responsabilidade”, porque as informações são contraditórias.

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O senador é um dos autores do requerimento para que o ministro fosse à Comissão de Assuntos Sociais do Senado a fim de dar explicações sobre denúncias de corrupção em seu ministério e sobre o uso irregular de um jatinho pertencente ao empresário Adair Meira, durante viagem ao Maranhão. O empresário é responsável por organizações não governamentais que mantêm convênio com o Ministério do Trabalho.

Na semana passada, Lupi disse que não conhecia o empresário Adair Meira, mas um vídeo divulgado na imprensa mostra Lupi e o empresário juntos, descendo do jatinho.

Hoje, Lupi voltou atrás e disse que conhece Adair Meira, mas que não mantém relações pessoais com o empresário. “Não tenho nenhuma relação, absolutamente nenhuma. Não disse que não o conheço. Não tenho relação pessoal com ele, foi o que respondi”, disse.

O presidente em exercício do PDT, deputado André Figueiredo (CE), admitiu hoje que o partido avalia a saída do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, do cargo, depois das últimas notícias de desmentidos e contradições do ministro. "O partido confia plenamente no ministro Lupi. A única coisa que questionamos é a oportunidade de ele continuar no Ministério. É uma questão de discutir a oportunidade", disse Figueiredo. Ele afirmou que, com o tempo, tem crescido a tendência de parlamentares do PDT a favor da saída de Lupi. "Quando se passa muito tempo com o partido sendo noticiado de forma negativa, cresce a insatisfação", afirmou.

O presidente do PDT afirmou que, caso Lupi deixe a pasta, o partido não deverá indicar nenhum substituto e que a presidente Dilma poderá colocar um "técnico" no lugar do ministro. "O que move o partido são causas", disse, ressaltando que o PDT, nessa hipótese, continuará apoiando o governo Dilma.

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A Executiva do PDT vai se reunir amanhã, após o depoimento de Lupi no Senado para avaliar o desempenho do ministro e o apoio ou não do partido. Figueiredo disse que o ministro Lupi vai dizer aos senadores, amanhã, quem pagou o avião que usou na viagem ao Maranhão, em 2009, arranjado pelo dono na ONG Pró-Cerrado, Adair Meira. A entidade é beneficiada com contratos de R$ 13,9 milhões com a pasta comandada por Lupi.

No depoimento no Senado, Lupi deve recuar e dizer que se encontrou com Adair Meira, o empresário que negou conhecer em audiência pública na Câmara, na semana passada. "O ministro disse que não tem uma relação íntima com ele (Adair). Ele (Lupi) disse que deve ter se encontrado com ele em algumas solenidades", relatou o presidente do PDT, que se reuniu com Lupi e o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), após o encontro do ministro com a presidente Dilma Rousseff. Apesar de considerar que Lupi vai corrigir a declaração dada aos deputados, André Figueiredo defendeu o ministro dizendo que ele não é mentiroso.

O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), saiu em defesa do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, acusado de ter mentido em depoimento no Congresso no qual negou ter viajado em avião bancado por Adair Meira, diretor de ONGs com contratos com a pasta. Vaccarezza disse ter participado de uma reunião de cerca de duas horas com a presidente Dilma Rousseff e não ter ouvido qualquer menção a uma possível saída de Lupi.

"Durante a reunião, não ouvi o nome do Lupi, então o Lupi é ministro e eu tenho ele na conta de um homem honesto", disse Vaccarezza. Questionado sobre as contradições do ministro, Vaccarezza afirmou que a foto de Lupi ao lado de Meira não é suficiente para desmontar a versão. "É possível que tenha fotografia minha ao lado de uma pessoa que não sei quem é", disse. Perguntado, porém, se não era estranho o ministro ter dito não ter viajado em um King Air com Meira e fotos e vídeos mostrarem o contrário, o líder do governo limitou-se a dizer que cabe a Lupi "esclarecer o caso".

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Brasília - O presidente em exercício do PDT, deputado André Figueiredo (CE), disse que o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, deverá continuar à frente da pasta. Ele se reuniu no início da tarde com Lupi. Mais cedo, o ministro esteve com a presidenta Dilma Rousseff. Após a reunião, Lupi disse a Figueiredo e a outros pedetistas que a presidenta “ratificou a confiança no seu trabalho e disse que não via nenhum motivo para substituí-lo”, disse Figueiredo.

Figueiredo informou que Lupi está tranquilo e que conta com a confiança da presidenta e com total apoio da bancada para continuar no cargo. “Confiamos plenamente que o ministro não cometeu nenhuma ilegalidade”. Segundo o pedetista, o ministro disse que amanhã (17), no Senado, vai dar todas as explicações sobre as denúncias.

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Apesar da confiança do partido, Figueiredo disse que amanhã, após a audiência de Lupi no Senado, a Executiva Nacional do PDT e as bancadas na Câmara e no Senado vão se reunir para tomar uma posição sobre a situação que o ministro vem enfrentando. “Queremos saber se ele deve ou não continuar a frente do Ministério”. Figueiredo confirmou a presença de Lupi na reunião.

Perguntado se o PDT indicaria um substituto, caso o ministro deixe a pasta, Figueiredo disse que “essa é uma tese completamente impensável por parte do partido. O ministro Lupi saindo eventualmente do governo, o PDT não precisaria de indicar um substituto para ele. O que move o partido são causas, desde a época do Brizola, e temos a convicção que o Lupi desenvolveu um trabalho que deixa marcas”. Segundo o presidente do PDT, mesmo com a eventual saída de Lupi do ministério, o partido continuará na base de apoio do governo.

Hoje, a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara aprovou requerimento de convocação do ministro para prestar esclarecimentos aos deputados sobre as denúncias. A data ainda não foi marcada.
 

A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara aprovou hoje, em votação simbólica, convocação do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, para que ele explique as denúncias de irregularidades na Pasta.

A data que Lupi deverá comparecer à comissão ainda não foi marcada. Momentos antes, a comissão havia rejeitado requerimento de convite a três pessoas envolvidas nas denúncias: o ex-chefe de gabinete do ministro Marcelo Panella; o dono da ONG Pró-Cerrado, Adair Meira; e o ex-coordenador de Qualificação Anderson Alexandre.

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O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, deixou hoje o Palácio do Planalto depois de se reunir com a presidente Dilma Rousseff. Lupi assegurou à presidente que tem como se defender, que vai conversar com o partido e buscar as provas para apresentar a sua posição. Na conversa, Lupi afirmou que a foto do avião não o desmente porque o que ele disse foi que não andou em avião de empresário. Avisou ainda que "vai reagir".

Ao final da reunião, a presidente Dilma disse a ele que aguarda as explicações. Por enquanto, ele continua no cargo e o Palácio do Planalto evita falar em nomes para substituí-lo, assegurando que o ministro do Trabalho é Carlos Lupi.

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Mas, por outro lado, é fato que a situação dele é cada vez mais complicada e indefensável e a presidente Dilma está apenas cumprindo um ritual que cumpriu em outros episódios que levaram à demissão de outros ministros. A aprovação da ida dele ao Senado, amanhã, pode ser a senha para definição da sua situação.

A presidente Dilma já deixou o Planalto para almoçar e retorna às 15 horas, para reunião de coordenação, quando o tema Lupi deverá voltar a ser avaliado pela presidente e os ministros presentes.

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, comparecerá amanhã, às 9h30, na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, para tentar explicar as recentes denúncias de corrupção e tráfico de influência na pasta. Lupi atende a requerimento de convite, aprovado na manhã de hoje, do líder do PSDB, Álvaro Dias (PR). Não houve resistência por parte dos governistas e a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) chegou a subscrever o requerimento junto com o tucano.

A situação de Lupi agravou-se nos últimos dias, depois que o presidente da ONG Pró-Cerrado, Adair Vieira, desmentiu o ministro, que afirmou na semana passada que não o conhecia e que também não havia viajado no jato alugado por Vieira.

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Em nova ofensiva, a oposição quer levar o dono da entidade Pró-Cerrado, Adair Meira, para depor na Câmara depois das declarações do empresário que comprometem a versão do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, sobre a viagem oficial ao Maranhão em dezembro de 2009.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Meira desmentiu o depoimento de Lupi aos deputados, na semana passada e confirmou que compartilhou e providenciou o voo no avião King Air que transportou Lupi pelo interior do Estado. A empresa de táxi aéreo que serviu ao ministro é de Goiânia, mesma cidade da ONG Pró-Cerrado.

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A entidade foi beneficiada com R$ 13,98 milhões em convênios assinados desde 2008 com a pasta comandada por Lupi.

O requerimento do DEM também pede o depoimento do ex-secretário de Políticas Públicas de Emprego do ministério Ezequiel Nascimento, quem primeiro confirmou que o empresário viajara com o ministro para promover um programa de qualificação profissional. Com os depoimentos, a oposição pretende tornar oficial a mentira do ministro para convocá-lo à depor novamente.

"Ele mentiu à Câmara. A essa altura não temos de dar a ele a faculdade de ir ou não. Ele tem de ser convocado dessa vez e não convidado", disse o líder do DEM, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA). Na semana passada, o líder havia considerado precipitada a presença de Lupi na Câmara. Na ocasião, Lupi disse que não conhecia Adair Meira e que nunca tinha compartilhado com o empresário nenhum voo. "Era preciso colher mais informações e estamos vendo, de fato, que o ministro tem muito ainda a se explicar no Congresso", afirmou ACM Neto. Os requerimentos devem ser apresentados amanhã na Comissão de Fiscalização e Controle.

Paralelamente, o PPS pregou a demissão de Lupi e a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as denúncias de corrupção envolvendo ministérios do governo Dilma Rousseff. O líder do partido na Câmara, Rubens Bueno (PR), afirmou que a permanência de Lupi no cargo se tornou insustentável. "A história se repete mais uma vez. Precisamos criar logo a CPI da Corrupção para investigar os escândalos que assolam esse governo e buscar o dinheiro público desviado", argumentou.

O presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PE), afirmou que Dilma é "complacente" com os esquemas de corrupção. "A convulsão em que se encontra o Ministério do Trabalho é impressionante. Houve até deboche de ministro. Dilma está sendo conivente com tudo isso. Ela é a verdadeira responsável. Queremos investigações", disse Freire.

O líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR), encaminhou hoje requerimento à Comissão de Assuntos Sociais do Senado (CAS) para ouvir o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, sobre "fatos novos" ligando-o a denúncias de ONGs atendidas pela Pasta. Dias se refere à reportagem da revista Veja de que Lupi teria viajado ao Maranhão, em dezembro de 2009, num avião alugado por Adair Meira, dirigente da Pró-Cerrado, que está sendo investigada pela Controladoria-Geral da União (CGU) por suspeita de desvio de recursos.

O líder lembrou que Lupi negou ter relações com o empresário quando falou na semana passada na audiência pública da Câmara. "São denúncias da maior gravidade", constatou. "O que pretendemos é tentar ampliar a capacidade de indignação da população brasileira, oferecendo a ela a oportunidade de conhecer melhor os detalhes das falcatruas que são denunciadas pela imprensa do País".

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Na semana passada, o PSDB, por intermédio do senador Aloysio Nunes Ferreira (SP), pediu ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que investigue as denúncias relacionadas ao Ministério do Trabalho. Para o líder tucano, o que mais espanta a população do País é a impunidade, sobretudo no que diz respeito aos recursos públicos "que se vão e não voltam". "Não há ressarcimento, mesmo quando há comprovação do ilícito praticado", constatou.

Ele anunciou da tribuna que vai sugerir a seu colega da Câmara, o líder Duarte Nogueira (SP), que requeira à Mesa Diretora daquela Casa a instauração de procedimentos que definam crime de responsabilidade o fato de Carlos Lupi ter mentido aos deputados.

Já o senador Aloysio Nunes defendeu no plenário que a presidente Dilma, "que é uma pessoa correta", aproveite a ocasião para dar uma profunda guinada no seu governo, demitindo Carlos Lupi. O senador disse não ter dúvidas de que o ministro do Trabalho "está nos últimos dias da sua passagem pelo governo".

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